Saiu na mídia: Ocupações UFRGS, UFES, UFMG e UFPR

Retirado de http://greveunifesp.wordpress.com/
Servidores em greve ocupam prédio da reitoria da UFRGS
– http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2012/07/servidores-em-greve-ocupam-predio-da-reitoria-da-ufrgs.html
Estudantes e professores ocupam reitoria da Ufes em protesto
– http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2012/07/estudantes-e-professores-ocupam-reitoria-da-ufes-em-protesto.html
Técnicos administrativos em greve ocupam prédio da reitoria da UFMG
– http://noticias.r7.com/minas-gerais/noticias/tecnicos-administrativos-em-greve-ocupam-predio-da-reitoria-da-ufmg-20120710.html
Ocupação da reitoria completa uma semana UFPR
– http://www.bemparana.com.br/noticia/222757/ocupacao-da-reitoria-completa-uma-semana

Nem Vanguarda Nem Retaguarda

Texto sobre atuação libertária em movimentos sociais, pensado para a imersão do Rizoma. Escrito por Hugo Scabello, militante do Rizoma

Nem vanguarda nem retaguarda
contribuições à intervenção libertária em movimentos sociais

I. Proposta

De forma sucinta, a ideia deste texto é oferecer algumas reflexões sobre a atuação libertária em movimentos sociais, afim de aprofundarmos – ou pelo menos mantermos em pauta – o debate consideravelmente em voga em nossas fileiras acerca de tática-estratégia-programa. Um diferencial que tentarei dar a este é trazer mais reflexões advindas de experiências práticas coletivas, do que teóricas. Este esforço não deve ser compreendido como uma posição anateórica ou pragmática, até mesmo porque apesar da discussão teórica não ser o foco, sem dúvida este se encontra dentro dos marcos do discurso especifista. Ademais deve-se considerar a centenária dose de inspiração do seguinte trecho de Bakunin “Quem se apoia na abstração, nela encontrará a morte. A maneira viva, concretamente racional de avançar, no domínio da ciência, é ir do fato real à ideia que o abarca, o exprime e por isso o explica. No domínio pratico, o caminho da vida social leva à maneira mais racional de organizá-la, de acordo com indicações, condições, necessidades, exigências mais ou menos apaixonadas da própria vida.”
Um objetivo imediato deste texto é contribuir para a imersão da tendência estudantil libertária Rizoma, já que durante esta realizaremos – em algum grau – o debate sobre estratégia, tática e programa. Desta maneira, este texto é mais voltado para o nível de tendência – apesar de muitos aspectos da discussão serem válidos também para a organização política.
Gostaria de colocar que quando digo programa refiro-me a objetivos e planejamento de longo prazo, não a totalidade do planejamento organizativo. Isto é uma  diferença em relação, por exemplo, a como este termo é utilizado muitas vezes por José Antonio Gutiérrez – sem dúvidas um dos grandes motivadores deste pequeno texto juntamente com Felipe Corrêa, Frank Mintz, e outros libertários mais antigos como Nestor Makhno, Errico Malatesta e Mikhail Bakunin.

II. Tática, estratégia e programa

Dentro duma discussão sobre militância organizada junto a movimentos, estes termos basicamente se referem a um significado semelhante, e estão inexoravelmente entrelaçados. Os três dizem respeito às nossas expectativas e intenções com o movimento – o caminho que nós gostaríamos que este percorresse – a diferença essencial entre estes conceitos é de escala: a tática nos dá as orientações para este trajeto numa escala bastante grande, o programa numa escala pequena, enquanto a estratégia se localiza numa escala intermediária. Ou seja, na construção da tática procuramos traçar uma via próxima e bem detalhada; um planejamento de curto prazo. Na construção programática pincelamos a extensa estrada que expressa os nossos objetivos finalistas para com o movimento – esta que muitas vezes quase até se perde de vista… – um esboço de longo prazo. Já na construção estratégica desenhamos o trajeto intermediário que faz a ponte lógica entre nossas distantes ambições e a imediata realidade.

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Por que libertária e autônoma?

Antes de apresentar o resultado de nossos debates sobre o que é o Rizoma, achamos importante destacar algumas ressalvas: não temos a intenção de apresentar definições imutáveis e não queremos nos apegar a conceitos rígidos. Apesar de entendermos que não são as definições que engessam os coletivos, defendemos que os conceitos e as definições devem sair de nossas práticas coletivas, e servir para o fortalecimento destas, possibilitando a construção de discursos que expressem reflexões e legitimações acerca da nossa ação. Isto é, entendemos que as definições aqui apresentadas são somente uma única foto de um longo filme. Queremos construir um coletivo dinâmico, em permanente construção, que mantêm uma autocrítica e se renova constantemente: o Rizoma não é, está sendo.

Exatamente por intencionarmos que o nosso grupo seja fluído e aberto a mudanças, escolhermos o conceito de tendência para nos definir. Tendência porque queremos que as ações e as reflexões de nosso grupo tendam a um horizonte político, no caso, ao horizonte da vertente libertária. Tendência porque o que nos une são alguns acordos metodológicos e programáticos – alguns consensos sobre os fins que queremos, e sobre os devidos meios. Tendência porque entendemos que através de nossa atuação na microrealidade universitária, podemos contribuir de maneira rizomática em lutas mais amplas. Tendência porque entendemos também que é necessário termos compromisso e respeito coletivo nesta caminhada afim de que ela se dê da melhor maneira possível – somos contra a disciplina como meio de domesticar os corpos, mas defendemos sim a importância do compromisso, do “procedê”, de se cumprir as tarefas com as quais nos comprometemos individualmente e coletivamente. Todavia, gostaríamos muito de frisar que visamos a leveza, de maneira alguma entendemos que o Rizoma deva funcionar como um partido tampouco como uma seita – não queremos um grupo uniforme nem uniformizado! O Rizoma que viemos nos esforçando para construir nestes seis iniciais meses não é um coletivo restrito a pessoas de uma determinada posição ideológica ou filosófica; o Rizoma que queremos é tão somente um grupo de estudantes que participam do movimento estudantil e compartilham alguns objetivos e alguns métodos de luta. Queremos sim influenciar o movimento fortalecendo algumas práticas e aspectos específicos deste, todavia, não queremos impor nossas posições e cooptar pessoas tanto quanto não queremos somente aceitar ou negar posições de outros. Não queremos ser nem a vanguarda, tampouco a retaguarda do movimento. Queremos propor, criticar e construir coletivamente; ombro a ombro.

Ao dizermos que o Rizoma não é restrito a uma determinada corrente político-ideológica não queremos de maneira alguma negar que temos sim proximidade com algumas correntes, como por exemplo, com diferentes linhas do anarquismo, com o situacionismo, com o autonomismo, com o zapatismo, com algumas linhas heterodoxas do marxismo (autonomistas, conselhistas, lefebvrianos…). Queremos sim deixar claro que o Rizoma é uma tendencia, não um partido; que é um determinado setor do movimento, não um grupo político. Sendo assim, achamos sim ser necessário termos alguns objetivos de longo prazo, alguns horizontes convergentes, entretanto, sem deixar que estes acordos engessem o grupo. É aí que entra a segunda parte da definição do Rizoma: por que libertária e autônoma?

Libertárixs porque somos contra todas as formas de opressão, sejam elas econômicas, políticas, ideológicas etc. Somos contra a dominação Estatal (antiestatistas), somos contra a exploração capitalista (anticapitalistas), somos contra as opressões étnicas, de gênero e de orientação sexual e somos contra as instituições e ideologias disciplinares, que nos tornam servos doceis. Somos libertárixs porque entendemos que somente através da ação direta, somente com xs próprixs oprimidxs realizando as suas lutas sem depender nem contar com representantes, é possível conquistarmos avanços rumo a uma sociedade sem dominação. Somos libertárixs porque entendemos que devemos começar a construir agora, através de nossas lutas, a sociedade em que queremos viver amanhã – e por isto, defendemos a autogestão e a democracia direta como formas organizativas. Somos libertárxs porque entendemos que a minha liberdade individual é estendida ao infinito quando se encontra com a do outro, isto é, porque entendemos que a liberdade individual tem que ser complementar a liberdade coletiva. Somos libertárixs porque reivindicamos a liberdade social, não a liberdade egoísta do senso comum liberal. E somos libertárixs também porque entendemos que somente com uma ampla aliança entre os movimentos sociais dos diferentes setores populares é possível a transformação que tanto desejamos.

E por sermos libertárixs, não queremos aparelhar lutas nem coptar militantes. E por semos libertárixs, nos identificamos com as diferentes lutas populares históricas e contemporâneas contra esta sociedade de dominação. E por sermos libertárixs, entendemos que deve haver sim coerência entre o discurso e a prática, e estamos aqui pra agir, não pra fazer discursos vazios – a ação e a nossa maneira de agir é parte intrínseca e inseparável do que somos. E por sermos libertárixs, não apresentaremos nunca uma proposta pronta, fechada e imutável; entendemos que o caminho se faz caminhando, que a construção é constante e permanente. E por sermos libertárixs, não lemos a realidade como um mero resultado das relações econômicas, mas sim como resultado de complexas relações de poder das diferentes esferas da realidade social. E por sermos libertárixs, quando olhamos ao nosso redor e vemos tanta repressão, inexoravelmente, levantaremos as mangas de nossa camisa, e iremos corajosamente a luta – até destruirmos tudo o que nos oprime! Até construirmos uma sociedade igualitária e livre!

E por sermos libertárixs, somos também autônomos. Autônomos porque defendemos que os próprios movimentos devem definir seus destinos – os caminhos devem ser decididos por todxs do movimento e no movimento, não em gabinetes de partidos, empresas, governos, ou de qualquer outro tipo de organização e de instituição . Autônomos porque queremos ressaltar a importância da questão territorial nas lutas contestativas.

Por isto tudo, resolvemos nos empenhar neste projeto coletivo, e estaremos sempre abertos a todxs que quiserem ajudar na construção desta alternativa para o movimento estudantil.

 Lutar por uma outra universidade para construir uma outra sociedade!
Rizoma, julho 2012


Moção de apoio aos estudantes que ocupam a reitoria na UFPR!

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O comando de greve da UNIFESP- Guarulhos apóia os estudantes da Universidade federal do Paraná na ocupação da reitoria que ocorreu no dia 03 de julho de 2012. Acreditamos que tal medida é conseqüência da posição intransigente e negligente da administração que não apresentou soluções plausíveis para os problemas enfrentados na Universidade.
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Lamentamos o não apoio do Diretório Central dos Estudantes da UFPR  à ocupação da Reitoria, assim como sua política oportunista e governista, pois entendemos que se faz necessária a paralisação das atividades e serviços de tal segmento da instituição como medida estratégica para pressionar no processo de negociação das pautas reivindicadas desde o dia 29 de maio. Repudiamos também qualquer tipo de acobertamento e aliança com o governo e suas entidades filiadas.
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A UFPR, assim como tantas outras instituições federais, sofrem com o sucateamento da educação pública nesse país. A greve nacional é a luta pela educação pública de qualidade, é a luta por maior acessibilidade, por assistência estudantil, por estrutura, é uma luta que defende e exige a democracia dentro da universidade, assim como o fim das terceirizações e privatização dos setores públicos. Tendo em vista a conjuntura atual,  entendemos a ocupação como uma importante tática, uma vez que não apenas no Paraná assistimos um constante desprezo pelas reivindicações do movimento estudantil.

Nesse sentido, vimos através desta moção não apenas nos solidarizar, mas também somar forças contra a repressão sofrida pelo movimento estudantil, expondo sempre a necessidade de se travar uma luta contra qualquer tipo de punição, seja aos alunos que compõem o comando de greve e que ocupam a Reitoria Universidade Federal do Paraná, seja por qualquer outro comando ou grupo de alunos grevistas.

Toda a força ao movimento estudantil,

Avante na luta pela educação pública no Brasil!

Comando de greve da Unifesp/Guarulhos

Notícias sobre a greve da educação

Retirado de http://greveunifesp.wordpress.com/

Polícia Federal prende Reitor e diretores de instituto federal do pará – http://www1.folha.uol.com.br/saber/1111964-pf-prende-reitor-e-diretores-de-instituto-federal-do-para.shtml

Dilma enfrenta protestos de estudantes e servidores de universidades – http://www1.folha.uol.com.br/poder/1115528-dilma-enfrenta-protestos-de-estudantes-e-servidores-de-universidades.shtml

UTFPR decide suspender o calendário acadêmico por causa da greve – http://www.gazetadopovo.com.br/vida-universidade/conteudo.phtml?id=1270393

Comando de greve da UFTM pede suspensão do calendário acadêmico – http://www.jmonline.com.br/novo/?noticias%2C2%2CCIDADE%2C64728

Entre aspas: Acordo entre universidades brasileiras segue sem solução – http://globotv.globo.com/globo-news/entre-aspas/v/acordo-sobre-greves-em-universidades-brasileiras-segue-sem-solucao/2024203/

Diretor do ANDES-SN fala sobre greve em programa na GloboNews – http://www.andes.org.br:8080/andes/print-ultimas-noticias.andes?id=5465

Justiça da Bahia considera greve dos professores ilegal – http://www1.folha.uol.com.br/saber/1117377-justica-da-bahia-considera-greve-de-professores-ilegal.shtml