Avante!

Salve, companheiras e companheiros!

Agora somos uma organização do movimento estudantil chamada Enfrentamento – Corrente Estudantil Classista que é um avanço do Rizoma. Por isso este site não será mais atualizado e continuará ativo apenas para servir como arquivo histórico da nossa militância. Para conhecer o Enfrentamento, acesse: http://enfrentamento.org/

Saudações,

Enfrentamnento – Corrente Estudantil Classista

enfrentamento logotipo

 

Nota de lançamento

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Durante o Encontro Nacional(1) realizado em novembro de 2015, militantes da Tendência Estudantil Rizoma lado a lado com estudantes de outras universidades do país decidiram encerrar esta fase da organização e dar um passo à frente lançando uma corrente estudantil a nível nacional. A Corrente Estudantil Classista nomeada como “Enfrentamento” está oficialmente lançada em janeiro de 2016 e buscará reunir estudantes em torno de um plano de lutas que tenha a revolução como horizonte.

Ao longo dos três dias de Encontro, estudantes da USP, UNESP, UFABC, UFF, UFRJ e Fundação Santo André debateram a conjuntura nacional, as últimas greves em suas universidades, perspectivas de atuação e elaboraram um programa comum. “Programa” é o nome dado ao conjunto de acordos entre as pessoas e/ou organizações que aderem à ele e onde são organizados os objetivos de curto, médio e longo prazo.

O programa da Tendência Estudantil Rizoma, organização nascida da greve de 2011 na USP, foi revisto e rediscutido durante o Encontro dando base ao programa para a nova corrente. Centrado em uma perspectiva revolucionária e tendo como princípios a defesa da classe trabalhadora, a independência de classe e a democracia direta e pela base, a corrente “Enfrentamento” se guiará pelas estratégias de unidade entre estudantes e trabalhadores fazendo um recorte de classe no Movimento Estudantil e construindo entidades de base combativas. Sem perder tempo com pautas de reforma da universidade, o foco da luta estudantil será a defesa das condições de estudo com as reivindicações de acesso e permanência estudantil, defesa dos espaços estudantis e sua autonomia e a ação direta, a luta contra a repressão, o patriarcado e o racismo(2).

Estamos vivendo uma conjuntura nacional de acirramento nos conflitos entre os interesses da burguesia e os interesses da classe trabalhadora. Os de acima realizam cortes e demissões em massa visando garantir seus lucros. Os de abaixo por sua vez constroem e reorganizam a resistência visando defender e melhorar suas condições de vida. Após 13 anos de governo petista no Brasil, os movimentos sociais voltam a florescer com força total, e junto com a ruptura com o programa reformista que guiou os trabalhadores nas últimas décadas centenas de pessoas percebem pouco a pouco que os métodos históricos de nossa classe seguem acertados. Seguimos em um mundo dividido entre a minoria de poucos que detém os meios de produção e a maioria de bilhões que precisam vender sua força de trabalho para sobreviver no capitalismo.

Temos um inimigo em comum e por isso é fundamental que as lutas dos próximos períodos sejam efetivamente articuladas. Por isso não decidimos pela criação de várias micro-organizações com cada uma puxando a corda para um lado diferente, mas optamos por nos reunir em uma corrente que tenha bases em comum. No interior das organizações as pessoas não pensam todas iguais e não há consenso em tudo, mas as divergências são apresentadas, debatidas e se decide por um caminho que será trilhado junto, ombro a ombro.

Chamamos todos os estudantes combativos a conhecerem o programa do Enfrentamento, e somarem forças nesta batalha. Atuar coletivamente possui muitos desafios, momentos difíceis, debates intensos e tarefas a assumir. Mas também é uma forma única de potencializar suas forças, intervir de fato na realidade, pensar junto próximos passos, errar e acertar, fazer autocrítica, melhorar e seguir firme e forte na luta por uma outra sociedade, uma sociedade emancipada da exploração e opressão do capital e do Estado.

À LUTA!

Saudações,
Enfrentamento – Corrente Estudantil Classista

1 – https://rizoma.milharal.org/2015/10/14/encontro-nacional-do-rizoma-31out-a-02nov/
2 – Leia o nosso programa aqui: http://enfrentamento.org/programa_/

[NOTA SOBRE O ESCRACHO OCORRIDO NA LETRAS/USP]

Após passar por um período de refluxo, o movimento feminista demonstrou ter voltado com força. Com isso, temos nos deparado com discussões internas acaloradas, pois, como todo movimento que incomoda a ordem vigente, este aflora debates intensos e posições contrárias. Consideramos positivo o debate saúdavel de ideias e que as correntes feministas apresentem e discutam suas linhas políticas. Porém, ataques pessoais e reações descabidas têm marcado os últimos períodos e estão chegando em situações limites. Para a nossa surpresa, feministas adeptas à vertente materialista/radical têm sido perseguidas não só pela direita ou senso comum, mas também por movimentos de esquerda. Consideramos prejudicial à todo o movimento o esvaziamento político que tem ocorrido nesse tipo de situação, já que tem se tornado comum transformar debates entre concepções em escrachos de uma das partes envolvidas. Colocamos em questão tal prática na medida em que entendemos o escracho, tratando-se do movimento feminista, como uma ferramenta disponível às mulheres para que denunciem abusadores e situações de perigo, tanto para alertar outras mulheres quanto para fazer com que suas vozes sejam ouvidas.

Na USP, após as eleições para Centro Acadêmico da Letras, a chapa eleita (“Por Isso Me Grito”) promoveu o escracho de uma estudante feminista radical do curso que passava pelo corredor. Para além de gritos de ordem que pretendiam acusá-la de transfobia e de uma placa apontada para sua cabeça, o ataque veio seguido de postagens virtuais que faziam campanha de atitudes como essa. Durante as eleições, declaramos nosso apoio a esta chapa acreditando que os métodos defendidos pela mesma pretendiam mobilizar o curso de Letras. Porém, não fazemos coro com tal escracho e perseguição da estudante feminista do curso, feitos como se esta militasse em uma trincheira oposta a nossa. A própria esquerda uspiana, mesmo tendo divergências profundas com o feminismo liberal, nunca utilizou-se do escracho para perseguir as mulheres desta linha política.

As feministas radicais defendem uma concepção materialista do que é ser mulher e ser socializada para tal, enquanto outras linhas de feminismo defendem métodos de análise que não este. Tais diferenças devem ser debatidas no âmbito político para que avancemos na luta contra a opressão. Sob a séria acusação de transfobia, é perigoso que proíba-se e bloqueie-se todo o debate político que precisa ser travado entre as linhas do feminismo.

Ainda este ano a frente de mulheres do Rizoma promoveu o Ciclo de Debate das Minas*, por avaliarmos que o movimento estudantil, assim como os espaços políticos em geral, estão esvaziados de mulheres devido também à opressão histórica que sofrem e à ordem patriarcal e capitalista imposta até os dias de hoje. Por isso, consideramos que este aspecto deva ser levado em consideração ao se reproduzirem ataques às mulheres, os quais correm o risco de serem prejudiciais aos movimentos feministas de esquerda sem que haja o preterido avanço em questões de segurança e de debate das opressões internas ao movimento.

Para além disso, acreditamos que os Centros Acadêmicos têm a função de trazer e politizar as discussões e não de esvaziar os debates com ataques pessoais. Nesse sentido, declaramos nosso repúdio à esta atitude da chapa “Por Isso Me Grito” e que, apesar de termos apoiado a eleição desta gestão, não hesitaremos em nos opor aos métodos de perseguição pessoal.

*https://rizoma.milharal.org/atividade-seminario-das-minas/

[NOTA SOBRE A LUTA DOS SECUNDARISTAS E O RECUO DO GOVERNADOR]

Os estudantes secundaristas, após dois meses de luta, de ocupação de mais de 200 escolas e do fechamento de vias importantes da cidade, conquistam uma vitória parcial: a suspensão da reorganização escolar. Através de um decreto nebuloso que suspende a transferência do quadro de funcionários, Alckmin pretende apenas postergar a reorganização para desmobilizar o movimento dos estudantes. Mas o movimento não se deixou enganar e segue forte!

À revelia da UMES/UBES que já estão cantando vitória, a organização desde às bases dos estudantes – o Comando de Escolas Ocupadas – segue firme com as ocupações e fechamento de avenidas até que se reverta por completo a medida do Governo do Estado de São Paulo. O recuo de Alckmin e a saída do Secretário de Educação são demonstrações de força do levante dos secundaristas que conta com apoio massivo da população.

Além destas vitórias parciais durante o processo de luta se forjou uma vitória incontestável e completa: o salto organizativo para os secundaristas. O aprendizado das ocupações, a consolidação das ferramentas históricas de luta revolucionária – como as assembleias e os comandos -, os atos de rua radicalizados e tantas outras experiências recolocaram a política na ordem do dia para esta nova geração que se ergue. Extrapolando a reorganização escolar agora é preciso que este aprendizado político seja consolidado. Reavivar os grêmios estudantis, criá-los onde não existem, e manter as escolas articuladas é o que pode preparar o terreno para as lutas futuras. Barrar a reorganização é só o começo, esta geração sabe que pode mais!

Parabenizamos os estudantes secundaristas por este recuo do governador Geraldo Alckmin e declaramos nosso total apoio À continuidade desta mobilização até a sua vitória! Não podemos esquecer também os que foram presos e processados pelo Estado nessa luta que, apesar de estarem respondendo em liberdade, os três estudantes maiores de idade detidos pela Polícia ainda responderão a processos criminais. É tarefa de todo o movimento não deixar que estes processos caiam no esquecimento!

NÃO À REPRESSÃO!
DERROTAR O GOVERNO DO ESTADO!
BARRAR A REORGANIZAÇÃO!

[Debate] Crise! Quais os desafios para trabalhadores e estudantes?

Demissões, congelamento de salários, inflação em disparada, cortes em direitos trabalhistas, fechamento de escolas, abertura de prisões, repressão…

Estes são apenas alguns dos reflexos gerados pela crise que estamos enfrentando. Muito se tem falado sobre a necessidade de dar respostas dos trabalhadores para isto, mas que respostas são essas? Quais os desafios para a esquerda frente a este cenário? Qual é o papel do movimento estudantil nesta luta?

Com o objetivo de debater estes pontos, nós do Rizoma organizamos este debate que contará com a seguinte mesa:

– JORGE GRESPAN, é professor do curso de História na USP e tem como linha de pesquisa, entre outras, o conceito de crise econômica em Marx;
– MAGNO DE CARVALHO, é diretor do SINTUSP e membro da executiva nacional da CSP-Conlutas;
– AMANDA MONTEIRO, é estudante de História e militante do Rizoma;

Estão todos convidados!
A previsão é de que sejam falas iniciais de 10 a 15 minutos e depois seja aberto tempo para perguntas e debate;

SEGUNDA-FEIRA
26 de outubro às 18h
Auditório da História