A experiência universitária como uma interdição violenta de direitos

Os casos de ingerência, terrorismo psicológico e seleção sem critérios por parte da SAS/USP (Superintendência de Assistência Social) são incontáveis. A cada ano que passa mais e mais pessoas tem seu direito de moradia rejeitado sistematicamente no intuito de aprofundar a elitização da Universidade.

Reproduzimos a seguir um relato acerca do processo de seleção da SAS. Esse está hospedado no blog : http://relatoscrusp.wordpress.com/ que tem como objetivo colher relatos e denúncias da política excludente e elitista da Reitoria que se concretiza através de sua Superintendência:

“Meu nome é [nome omitido], sou aluno da graduação – curso de Filosofia -, ingressei na universidade no primeiro semestre de 2013 e tenho morado no alojamento do CRUSP desde então. Não pude ocupar uma das vagas da moradia estudantil (embora haja vagas) pois meu direito foi interditado, em grande medida, pela assistencial social que opera na USP.

Durante o processo de seleção que é realizado pela assistência social nos requisitam, recorrentemente, relatos – de nossa vida, de nossa situação socioeconômica, etc. Eu já os fiz incontáveis vezes. De tal modo, para mim, é difícil fazer esse relato, tendo em vista que isso se configurou num processo de tortura pelo qual eu tenho de rememorar não somente a minha trajetória até aqui, mas sobretudo o processo pelo qual tenho passado após minha entrada na USP, seu descalabro, sua violência, sua reificação e o mal estar que o permeia.

Falarei um pouco sobre a minha trajetória até a universidade e sobre como se deu a interdição do meu acesso à moradia. Para isso me valerei, além do que aqui escrevo, de todos os e-mails (49 e-mails, de 04 de Março de 2013 a 12 de Dezembro de 2013) que troquei com a assistente social responsável pelo meu caso, bem como de documentos, depoimentos e fotos que apresentei.

Peço que vocês acompanhem o relato com atenção.

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Nota contra a condenação de Rafael Braga Vieira

No dia 04/12 tomamos conhecimento da condenação de Rafael Braga Vieira a 5 anos de prisão. Essa decisão parte do pressuposto de que o morador de rua e catador de latinhas portava dois coquitéis molotov durante o ato do dia 20 de Junho. A repressão é a ação primeira que o Estado e o Capital buscam frente ao recrudescimento da luta de classes e à ações contestatórias do sistema. Não à toa, a radicalização das lutas travadas a partir de Junho vieram acompanhadas de um número cada vez maior de prisões e detenções, sendo a mensagem sempre muito clara: “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come!”.
No entanto, se o critério para essas apreensões partiam da superficialidade do: se está na rua já é um potencial perigo; não há dúvidas de que a partir disso “novas” características começaram a ser agregadas para diferenciar xs diversxs manifestantes: é black block? é vandalx? é pretx, pobre? E o caso de Rafael é só mais uma ilustração do modus operandi dxs de acima, a evidenciação do caráter de classe da justiça burguesa e dos seus aparatos. Morador de rua, catador de latinhas, duas garrafas e uma condenação a 5 anos de prisão, a primeira condenação dxs detidxs nos atos de Junho. Como sempre, a corda estoura no lado mais fraco, no alvo mais fácil, na resposta mais “óbvia”. Afinal, quem reclamará por mais umx moradxr de rua presx? Ainda mais um que já tem passagens pela polícia?
A decisão da justiça nada mais é do que a afirmação da política do Governo e dxs Capitalistas no que concerne às lutas e à pobreza: lutar é crime e ser pobre também; e se for ambas as coisas, lutadorx e pobre, é duas vezes criminosx. Nesse momento não importa que cabe ao/à acusadorx o ônus da prova, que todxs somos inocentes até que se prove o contrário, se fugir do padrão brancx classe média/alta, a sua sentença já está carimbada em sua testa: REPRESSÃO!
É necessário termos isso em mente para as lutas futuras, a irresponsabilidade e a falta de solidariedade não é um luxo que podemos ter. Todx companheirx presx, condenadx, reprimidx, tem de ser apoiadx. Todx compa que cai é umx a menos em nossa luta e em nossas fileiras, é umx a mais nas estatisticas do IBGE e uma nova notícia para a mída burguesa. Não devemos, e não podemos de forma alguma abandonar aquelxs que com nós lutaram e lutarão, não podemos de forma alguma aceitar caladxs o avanço da repressão e a reafirmação da política de nossxs inimigxs!

Abaixo a repressão!
Liberdade à todxs xs lutadorxs!
À luta!

Montevidéu: Companheirxs detidxs em passeata estudantil foram processadxs sem prisão

Por: agência de notícias anarquistas-ana

Na quarta-feira, 14 de agosto, no centro de Montevidéu, depois de finalizada a passeata estudantil em memória do estudante Liber Arce assassinado por policiais no agitado ano de 1968, as forças repressivas implantaram diferentes operações caçando as pessoas que participaram da manifestação.

Na esquina da Cerro Largo e Tristan Narvaja, e após monitoramento de policiais infiltradxs, 2 companheirxs foram presxs pelo D.O.E. (Departamento de Operações Especiais).

 Xs companheirxs passaram a noite na 3ª seccional e às 9 horas da quinta-feira, 15 de agosto, foram levadxs ao tribunal de Bartolomé Mitre e Buenos Aires, onde prestaram declarações; por volta das 19 horas retornaram para a sede central da polícia e às 21 horas já estavam soltxs.

 Ambxs foram incriminadxs sem prisão pela juíza Julia Starico, sob a acusação de “*delito de danos agravados pela exposição pública dos bens danificados*” (uma invenção à falta de provas) e três meses de trabalhos comunitários.

 Não há nenhuma dúvida de que o que está sendo condenado não é o ato de participar de uma passeata, mas o que elxs buscam com isso é, principalmente, gerar medo, dar uma lição a todxs àquelxs que não aceitam as condições de vida impostas pelxs poderosxs e xs exploradorxs.

 A luta está nas ruas, solidariedade com aquelxs que lutam em qualquer lugar do mundo.

 Se tocam em umx, tocam em todxs!

Vídeo da imprensa corporativa sobre a manifestação:

http://www.subrayado.com.uy/Site/noticia/26003/pedreas-y-disparos-con-la-policia-en-marcha-estudiantil

URGENTE: Reitegração de Posse da Reitoria da UNESP

[INFORMES] [atualizado às 09:50 em 17/julho]: Estudantes estão sendo liberadxs. Em breve ocorrerá assembleia geral no Instituto de Artes

[INFORMES] [atualizado às 09:23 em 17/julho]: Reitegração de posse ocorreu às 05:30. Estudantes foram levadxs para o 2º DP do Bom Retiro.
Cerca de 200 estudantes detidxs!

Todo apoio é bem vindo! Câmeras, suporte jurídico e comida e água para aquelxs que acompanharam a madrugada toda em vigília!

Solidariedade compas!

2013-07-17-unesp-reitegracao-de-posse-tropa-de-choque

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URGENTE: REITORIA DA UNESP PREPARA REINTEGRAÇÃO DE POSSE CONTRA A OCUPAÇÃO PACÍFICA DA REITORIA!

Os estudantes da UNESP continuam em luta. Já fazem três meses que fortalecemos a greve geral da UNESP contra as políticas que precarizam ainda mais nossa Universidade. No último final de semana, estivemos em plenária estadual e deliberamos a ocupação da reitoria frente a intransigência e a enrolação do reitor. Hoje, 16 de julho, pela manhã, ocupamos o prédio de maneira pacífica, permitindo que os funcionários deixassem o prédio de maneira tranquila e segura. Nesse momento, a Assesoria Jurídica da UNESP está em uma reunião de negociação com pessoas supesitas de serem do comando da Polícia Militar de São Paulo arquitetando um plano para aprovar a reintegração de posse do prédio com repressão policial. Eles alegam que estamosmantendo alguns funcionários e a Vice-Reitora nas dependências do prédio em cárcere privado, O QUE É MENTIRA. A reitoria da UNESP, como a reitoria da USP em 2011, está tramando para reprimir mais um Movimento Social que luta por uma Universidade para o povo, uma Educação píblica de qualidade e por Democracia. Hoje, os 72 estudantes da USP que foram presos sofrem repressão por meio de processos civis. O movimento Estudantil da UNESP não vai aceitar esse ataque!Reiteramos que estamos e sempre estivemos abertos as negociações!Pedimos as entidades, sindicatos e organizações políticas que enviem moções de repúdio contra essa ameaça de repressão! 

A REPRESSÃO NÃO VAI PASSAR, NÃO VAMOS TOLERAR UM ATAQUE DA REITORIA E DO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO COMO ACONTECEU NA USP EM 2011.

São Paulo, 16 de julho de 2013.

DCE Helenira Resende

Nota contra a criminalização do Bloco de Luta pelo Transporte Público

Somos um movimento que não nasceu do nada e tampouco são novidade as lutas nos anos anteriores pela redução da tarifa. Neste mês de maio estamos por completar 5 meses de organização e grandes marchas na cidade de Porto Alegre. O Bloco de Lutas surge com mais força e unidade em torno da pauta do transporte público neste ano e logramos com a força das ruas uma importante conquista de fazer cair 20 centavos injustamente cobrados na passagem da população de Porto Alegre.

O Bloco de Lutas é composto por uma diversidade de organizações, indivíduos, estudantes, trabalhadores, desempregados e setores sindicais não pelegos que conformam juntos nas ruas o coro contra o lucro criminoso das empresas privadas do transporte na capital.

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