[informe] Greve e ocupação UNESP Araraquara

Acompanhe a página no facebook da ocupação: https://www.facebook.com/pages/Ocupa%C3%A7%C3%A3o-Unesp-Araraquara-2014/1437735419813565

Greve e ocupação na UNESP Araraquara

Para fazer frente ao processo de privatização da universidade e aos ataques da diretoria contra o corpo estudantil, os estudantes da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, Campus de Araraquara, vêm por meio deste comunicar que foram deliberadas em Assembleia Geral dos Estudantes, ocorrida no dia 29 de maio de 2014, com início às 18h30 e término às 22h50, a Greve dos Discentes da FCLAr, bem como a Ocupação da Diretoria.
Mesmo com a Greve dos não-Docentes e Docentes, a Assembleia Geral dos Estudantes da FCLAr contou com número expressivo de estudantes. A Greve foi deliberada com amplo constraste, e em confluência com a greve estudantil deliberada nas unidades da Unesp-Araraquara de Farmácia e de Odontologia. A Ocupaçao da Diretoria foi deliberada, enquanto método para garantir o atendimento das nossas pautas, visto a negligência, arbitrariedade e intransigência com que as demandas estudantis têm sido tratadas pela diretoria.
Frente a um momento de forte mobilização nas universidades contra um projeto de privatização da educação, os estudantes da FCL-Araraquara se colocam em luta ao lado dos outros setores da universidade, denunciando os ataques realizados ao corpo estudantil pela direção da unidade no que tange à Permanência Estudantil e à perseguição política realizada contra o movimento.
Sobre a permanência estudantil, a direção expulsou 38 estudantes da moradia e excluiu outros do processo por demais bolsas. Isto decorreu do processo seletivo realizado pela direção da unidade de maneira arbitrária, utilizando critérios que desconsideram a carência sócioeconomica desses estudantes. Esse processo decidiu que das 128 vagas existentes na moradia, somente 85 seriam ocupadas, mesmo com a moradia possuindo excedente de moradores. Como consequência, estes estudantes receberam uma carta de despejo que os impelia a desocupar a moradia em 7 dias, caso contrário receberiam “ as medidas administrativas cabíveis”.
Com relação à repressão, a direção da universidade demonstrou que uma das prioridades de sua gestão é realizar gastos com “segurança”, observados pela implantação de diversas câmeras no subterrâneo da unidade, espaço este que é historicamente destinado à “livre expressão artística e cultural”. As imagens gravadas foram utilizadas para a abertura de processos judiciais contra três estudantes que realizaram intervenções artísticas no espaço. Qualquer intervenção estudantil no sentido de se apropriar cultural e politicamente do espaço universitário se torna passível de retaliação pelas direçôes e reitoria da UNESP, visto as dezenas de processos adiministrativos abertos contra os estudantes.
No contexto estadual, o ano de 2014 escancarou o caráter privatista da Universidade, com o desmonte do tripé universitário de ensino-pesquisa-extensão. No ensino, a falta de professores é o problema mais latente. Na extensão, o corte de bolsas, por volta de 50%, prejudicou os programas de caráter social, o que se refletiu, por exemplo, nos cursinhos comunitários da Unesp. Além disso, a prioridade na concessão de bolsa de extensão se dá pela “exequibilidade” do projeto, ou seja, priorizando a parceria público-privada. Na pesquisa, o produtivismo impera, direcionando às pesquisas e aprofundando as relações da universidade com interesses privados.
Dessa forma, os trabalhadores, que mantêm a universidade com seus impostos, não recebem dela nenhum benefício, pois, além da perda do caráter social do conhecimento produzido com desmonte do tripé universitário, o vestibular funciona como um filtro social que barra o acesso dos filhos da classe trabalhadora a universidade, reservando a esses apenas as vagas de trabalho terceirizadas, ultra-precarizadas.
Assim, para fazer valer essa luta contra a precarização e privatização do ensino público e nossas pautas de reinvindicação, os estudantes da UNESP-Araraquara ocuparam a Diretoria à 1h15 do dia 30 de maio de 2014. Para entrar no local, fez-se necessário a quebra de uma das janelas de acesso. O Movimento Estudantil deixa claro que se responsabilizará pela reposição dos vidros danificados. Logo após adentrar o recinto, os estudantes tiraram diversas fotos e garantiram integridade do local. Greve e ocupação são metodos históricos de luta da classe trabalhadora, e são imprescindiveis para garantir que nossas pautas sejam atendidas e que possamos barrar o avanço de processo de mercantilização da educação.
Segue, em anexo, a pauta de reivindicações discutidas e devidamente deliberadas na referida Assembleia.
Discussões com os outros setores:
Permanência Estudantil
1 – Reabertura do processo seletivo de bolsas para TODOS.
2 – Que todos os estudantes que pleitearam a bolsa sejam contempladas até que haja a reformulação dos critérios de permanência estudantil.
3 – Que autônomo possam pleitear bolsas.
4 – Que os recursos fora do prazo sejam reavaliados assim como os casos dos ingressantes tardios.
5 – Ampliação dos blocos da moradia.
6 – Regularização imediata de todos os expulsos da moradia.
7 – Que a reitoria aceite a proposta de minuta de permanência estudantil que será tirada no fórum de permanência e extensão.
Repressão
1 – Retirada dos processos e arquivamento das sindicâncias em curso tanto a nível local quanto estadual.
2 – Garantia que não haja punições e retaliações dos alunos em luta.
3 – Retirada das câmeras que objetivam vigiar e punir.
4 – Negociações públicas com a direção da universidade sobre a pauta de reivindicações.

Discussões com os outros setores:
1 – Contra a privatização da universidade;
2 – Democratização da universidade: debate sobre Paridade, Voto Universal e Governo Tripartite.
3 – Que todas as comissões locais sejam paritárias bem como os conselhos de curso e departamento.
4 – Valor igual a todos do preço do bandejão a 2,75.
5 – Estatuinte da Unesp, visto que é um estatuto provindo da ditadura militar.
6 – Debate com os outros setores sobre a retirada dos bancos da universidade.
7 – Contratação de professores de acordo com a demanda e participação dos estudantes no processo de seleção dos mesmos.
8 – Contratação de funcionários de acordo com o aumento de estudantes no período 1995-2013.
9 – Contratação e efetivação dos funcionários terceirizados como funcionários da universidade sem a necessidade de concurso público, visto que esses trabalhadores já estão aptos a exercer sua função.
10 – Transparência nos contratos e demissões de terceirizados.
11 – Queda do Patrono da UNESP e debate sobre escolha ou não de novo patrono.
12 – Debate de Pelo Fim do Vestibular.
13 – Cotas proporcionais por estado.
14 – Transparência no ganho dos professores para além dos salários.
15 – Debate sobre a reforma do R.U.

MST e MTST ocupam prédio de sede da ODEBRECHT

Da Página do MST
Mais de 1500 pessoas do MST junto ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam o prédio da empresa Odebrecht, na região do Butantã, zona oeste da cidade de São Paulo, na manhã desta quinta-feira.

A ação construída em conjunto entre os dois movimentos sociais visa denunciar a atuação da empresa que gera impactos à vida da população do campo e da cidade.

No campo brasileiro, por exemplo, a Odebrecht atua no ramo do agronegócio. Uma das áreas de investimento da empresa é o setor sucroalcooleiro, depois de ter comprado a Usina Alcídia, em Teodoro Sampaio, na região do Pontal do Paranapanema (SP).
Junto a isso, a ETH Bioenergia, empresa da Organização Odebrecht, tem participação acionária na japonesa Sojitz Corporation – trading multinacional que atua na comercialização de commodities, atuando de forma integrada na produção, logística e comercialização de açúcar, etanol e energia elétrica.
Nesse sentido, os Sem Terra denunciam que o modelo agrícola do agronegócio não representa os interesses do povo brasileiro, já que sua matriz produtiva se baseia em enormes quantidades de agrotóxicos, não respeita o meio ambiente e a biodiversidade, expulsa a população do campo às grandes cidades, concentra grandes extensões de terras e produz em sua maioria commoditties para o mercado externo.
Ao mesmo tempo, a Odebrecht  opera na mesma lógica no meio urbano, com seus grandes empreendimentos imobiliários e de infraestrutura que não correspondem às verdadeiras necessidades da classe trabalhadora.
Para Kelli Mafort, da coordenação nacional do MST, é preciso “acabar com o latifúndio no campo e na cidade, por isso temos que lutar por uma reforma agrária e urbana. Essa luta é um exemplo de que as transformações estruturais que tanto precisamos na nossa sociedade só vão acontecer com a aliança entre os trabalhadores do campo e da cidade”.
Já Guilherme Boulos, do MTST, diz que a construtora faz parte das que mais ganharam com as construções da Copa do Mundo, com condições trabalhistas precárias. “Denunciamos o capital imobiliário e sua consequência à classe trabalhadora. Essa aliança com os Sem Terra é decisiva para o enfrentamento dessas grandes corporações”.
Reunião com governador
Às 9h da manhã desta quarta-feira, uma comitiva de 17 membros do MST se reuniram com o governador Geraldo Alckmin e discutiram a pauta da Reforma Agrária no estado de São Paulo. Continue lendo

49 estudantes expulsos da moradia estudantil por baixo rendimento academico – DIREÇÃO DA UNESP ILHA SOLTEIRA OCUPADA

Carta à comunidade acadêmica


A moradia estudantil da UNESP/FEIS encontra-se em situação muito delicada. A direção da nossa faculdade expulsou, sem discutir com os estudantes, 49 pessoas dessa moradia. Eles justificam essa “decisão” por conta do critério de meritocracia (70% de aprovação) que esses moradores devem ter.
Acontece que a maioria desses moradores são pessoas que vieram de escola pública e com muito esforço conseguiram passar pelo vestibular. E sabemos que a atual educação publica brasileira não forma estudantes minimamente preparados para cursar o ensino superior, além disso, esse rendimento acadêmico fica mais comprometido quando além de estudar (muitas vezes em período integral), esses alunos precisam também trabalhar, dificultando inclusive o acesso à pesquisa.
Para piorar ainda mais a situação, a análise para essa exclusão apontou o fato de estudantes, já formados em alguma graduação, não poderem residir na moradia o que é um argumento já superado até mesmo pela reitoria, uma vez que com a greve dos 3 setores (estudantes, servidores e docentes) do ano passado – 2013 – , conseguimos, para esse ano, a reformulação dos critérios para a contemplação de bolsas de permanência estudantil, discussão que só passa despercebida por nosso diretor quando o favorece, pois o outro critério utilizado para essa expulsão foi uma das orientações da COPE – Coordenadoria de Permanência Estudantil, criada por conta da greve aqui apresentada, que coloca como renda máxima para o estudante ter direito ao auxílio, o valor máximo de 1,5 salário mínimo de renda per capita, considerado por essa unidade, a renda bruta (inadmissível, uma vez que há descontos salariais).

DE PERMANÊNCIA NÃO ABRO MÃO, SE PRECISAR A GENTE OCUPA A DIREÇÃO!!!

Retirado de UNESP

Na página do facebook da Unesp de Ilha Solteira já consta que houve corte na internet do campus central depois da ocupação.

Todo apoio à luta das/os companheiras/os da UNESP por permanência estudantil!

 

Vitória da UFSC – Fora PM!

Retirado de Levante do Bosque

ESTUDANTES DECIDEM PELA DESOCUPAÇÃO DA REITORIA!

Acaba de ser aprovada, por contraste, em Assembleia Geral, a desocupação da reitoria da UFSC. A desocupação foi condicionada à aprovação, por parte da administração-central, de carta de compromisso com 13 pontos assinada pela Reitora Roselane Neckel, onde todas as nossas reivindicações foram acatadas.

A ocupação da reitoria aconteceu como reação à ação truculenta, ilegítima e desproporcional por parte da polícia ocorrida no Bosque do CFH, no dia 25 de março. Durante todo o período de ocupação, os estudantes se esforçaram de todas as formas para informar, dialogar e debater sobre a questão de segurança e violência no campus, expandindo seu debate para outros assunto de relevância na universidade, como questões de permanência estudantil, opressões, debate sobre criminilização do consumo de drogas, hospital universitário, etc.

Saímos dessa ocupação de cabeça erguida, fortalecidos e vitoriosos, mostrando que os estudantes organizados podem, sim, definir os rumos da UFSC. Foi uma luta intensa a que construímos, onde a mídia tradicional e parte da comunidade tentou a quaisquer custos falsear as informações e a verdade sobre o ocorrido. Essa vitória demonstra mais do que o poder dos estudantes em conquistar suas pautas, demonstra que prevaleceu na história a verdade dos mais fracos, a verdade do oprimido.

Nosso movimento não acaba hoje. Seguiremos reivindicando nossas pautas. Faremos um ato no dia 1 de abril, em memória das vítimas da Ditadura Militar e contra a Militarização da Polícia. Em breve divulgaremos a nota oficial do movimento, com todos os encaminhamentos definidos em Assembléia!

Queremos agradecer imensamente todos que curtiram, compartilharam e acompanharam a ocupação, sem a ajuda e apoio de todos nada disso teria sido conquistado. Mesmo com o fim da ocupação, o Levante do Bosque segue firme, sempre na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.

Seguimos!

“pelo poder da verdade, eu, enquanto vivo, conquistei o universo”
Fausto – Goethe

Foto: ESTUDANTES DECIDEM PELA DESOCUPAÇÃO DA REITORIA!

Acaba de ser aprovada, por contraste, em Assembleia Geral, a desocupação da reitoria da UFSC. A desocupação foi condicionada à aprovação, por parte da administração-central, de carta de compromisso com 13 pontos assinada pela Reitora Roselane Neckel, onde todas as nossas reivindicações foram acatadas.

A ocupação da reitoria aconteceu como reação à ação truculenta, ilegítima e desproporcional por parte da polícia ocorrida no Bosque do CFH, no dia 25 de março. Durante todo o período de ocupação, os estudantes se esforçaram de todas as formas para informar, dialogar e debater sobre a questão de segurança e violência no campus, expandindo seu debate para outros assunto de relevância na universidade, como questões de permanência estudantil, opressões, debate sobre criminilização do consumo de drogas, hospital universitário, etc.

Saímos dessa ocupação de cabeça erguida, fortalecidos e vitoriosos, mostrando que os estudantes organizados podem, sim, definir os rumos da UFSC. Foi uma luta intensa a que construímos, onde a mídia tradicional e parte da comunidade tentou a quaisquer custos falsear as informações e a verdade sobre o ocorrido. Essa vitória demonstra mais do que o poder dos estudantes em conquistar suas pautas, demonstra que prevaleceu na história a verdade dos mais fracos, a verdade do oprimido.

Nosso movimento não acaba hoje. Seguiremos reivindicando nossas pautas. Faremos um ato no dia 1 de abril, em memória das vítimas da Ditadura Militar e contra a Militarização da Polícia. Em breve divulgaremos a nota oficial do movimento, com todos os encaminhamentos definidos em Assembléia!

Queremos agradecer imensamente todos que curtiram, compartilharam e acompanharam a ocupação, sem a ajuda e apoio de todos nada disso teria sido conquistado. Mesmo com o fim da ocupação, o Levante do Bosque segue firme, sempre na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.

Seguimos!

"pelo poder da verdade, eu, enquanto vivo, conquistei o universo"
Fausto - Goethe

A experiência universitária como uma interdição violenta de direitos

Os casos de ingerência, terrorismo psicológico e seleção sem critérios por parte da SAS/USP (Superintendência de Assistência Social) são incontáveis. A cada ano que passa mais e mais pessoas tem seu direito de moradia rejeitado sistematicamente no intuito de aprofundar a elitização da Universidade.

Reproduzimos a seguir um relato acerca do processo de seleção da SAS. Esse está hospedado no blog : http://relatoscrusp.wordpress.com/ que tem como objetivo colher relatos e denúncias da política excludente e elitista da Reitoria que se concretiza através de sua Superintendência:

“Meu nome é [nome omitido], sou aluno da graduação – curso de Filosofia -, ingressei na universidade no primeiro semestre de 2013 e tenho morado no alojamento do CRUSP desde então. Não pude ocupar uma das vagas da moradia estudantil (embora haja vagas) pois meu direito foi interditado, em grande medida, pela assistencial social que opera na USP.

Durante o processo de seleção que é realizado pela assistência social nos requisitam, recorrentemente, relatos – de nossa vida, de nossa situação socioeconômica, etc. Eu já os fiz incontáveis vezes. De tal modo, para mim, é difícil fazer esse relato, tendo em vista que isso se configurou num processo de tortura pelo qual eu tenho de rememorar não somente a minha trajetória até aqui, mas sobretudo o processo pelo qual tenho passado após minha entrada na USP, seu descalabro, sua violência, sua reificação e o mal estar que o permeia.

Falarei um pouco sobre a minha trajetória até a universidade e sobre como se deu a interdição do meu acesso à moradia. Para isso me valerei, além do que aqui escrevo, de todos os e-mails (49 e-mails, de 04 de Março de 2013 a 12 de Dezembro de 2013) que troquei com a assistente social responsável pelo meu caso, bem como de documentos, depoimentos e fotos que apresentei.

Peço que vocês acompanhem o relato com atenção.

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