Assembleia Geral de Estudantes da USP – HOJE!

Acesse o panfleto diagramado: panfleto-assembleia-2013-10-10-FINAL

HOJE às 18h: ASSEMBLEIA GERAL DE ESTUDANTES DA USP, na Reitoria Okupada!

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[RIZOMA] – Tendência Libertária Autônoma

É inegável que o início da greve se deu a partir da ação que tinha como fundo “Diretas para Reitor”. Nunca escondemos nosso posicionamento quanto a essa pauta. Sempre nos opusemos, pois não acreditamos que escolher entre “o ruim” e “o menos pior” seja a opção mais viável para modificar a realidade da Universidade. Somos contrárixs ao pensamento de que o máximo que xs de abaixo podem fazer seja escolher quem estará acima delxs, quem decidirá por elxs. Nunca defendemos essa pauta por não reconhecermos nenhuma outra forma de democracia, se não a direta. Ainda assim, acreditamos que a construção do movimento deva ser feita pelo movimento, pelas pessoas que o compõe diariamente, e por percebermos que esta é uma pauta cara a muitxs achamos que ela não deve ser ignorada.

No entanto, notamos também, a partir das discussões realizadas nos cursos e nas conversas que se deram dentro da okupação, que esta não é nem de longe a única reivindicação que interessa às estudantes. Pelo contrário: acesso, permanência e fim da repressão tem sido constantemente colocadas como prioridades pelxs estudantes envolvidos no Movimento. Assim, para nós é preocupante que reivindicações como a devolução dos blocos K e L e do térreo do bloco G para Moradia Estudantil, Cotas Sociais e Raciais, Fim do Convênio PM-USP, Fim dos Processos e Reintegração dxs expulsxs/demitidxs politicamente não tenham sido sequer considerados como eixos prioritários de nosso Movimento.

Para mergulharmos em um processo real de democratização da Universidade é urgente garantir a liberdade daquelxs que a constroem, que vivem sendo boicotadxs com processos, demissões e expulsões. É imprescindível que defendamos nossxs lutadorxs!

Em relação à forma que organizamos o movimento, consideramos que cenas como as que vimos na última Assembleia Geral não devem voltar a se repetir, e, dessa forma, é fundamental nos organizarmos a partir das Assembleias de Curso, o espaço que melhor possibilita o desenvolvimento das discussões políticas. Para tanto, se faz urgente a criação de um Comando de Greve Unificado com delegadxs eleitos nos cursos e revogáveis a qualquer momento. É inadmissível que uma gestão eleita em urna, fora do período de mobilização e durante o ano passado, seja ainda encarada como aquela que responde por todo o Movimento. Na última Assembleia isto ficou mais do que claro. A okupação e a greve há muito já superaram o modelo organizativo da entidade. Exigimos uma organização mais orgânica e intimamente ligada ao cotidiano de sua construção.
Fazemos um chamado à todas as pessoas que compõe o conjunto desta Universidade, seja formal ou informalmente: Há muita luta para se construir e ela deve ter a cara de todxs nós!

Cole, participe, organize-se!

{  À LUTA! À OKUPAÇÃO! À GREVE!
POR UM COMANDO DE GREVE UNIFICADO!
FIM DOS PROCESSOS E REINTEGRAÇÃO DXS EXPULSXS/DEMITIDXS POLITICAMENTE!
FIM DO CONVÊNIO PM-USP!
COTAS SOCIAIS E RACIAIS!
DEVOLUÇÃO DOS BLOCOS K, L e TÉRREO DO BLOCO G!    }

zine

Post permanente: Calendário de Mobilização USP/2013

Pessoal, deixaremos este post em destaque durante a ocupação da Reitoria e a greve estudantil para divulgação do calendário de atividades.

Fique atentx!

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Este é o Calendário Oficial do Movimento, mantido pela Comissão de Comunicação, mas que não necessariamente abarca as atividades de todos os cursos e atividades independentes.
Manteremos informes em destaque de atividades independentes, logo abaixo deste calendário.
Participe!

Quinta-feira, 17/out, às 14h no vão da Hist/geo: “Instrumentos de Luta: Greves, Ocupações e Piquetes”: http://ocupacaousp2013.wordpress.com/2013/10/16/roda-de-debates-esta-quinta-feira-instrumentos-de-luta/

15h: Reunião da Comissão de Cultura na Reitoria Ocupada MORADIA RETOMADA:

18h: REUNIÃO DO COMANDO DE GREVE! [Lembrete: apenas delegadxs podem votar, mas o comando de greve é aberto à participação de todxs!]

Sexta-feira, 18/out, às 17h na Reitoria Ocupada MORADIA RETOMADA: “Préestreia do Filme: A Batalha da Maria Antônia” https://www.facebook.com/events/239387259550954/

Sábado, 19/out, às 16h na Reitoria Ocupada MORADIA RETOMADA: Oficina de Zines

Breve análise sobre as recentes mobilizações na USP

No dia 1º de Outubro foi realizado um C.U. fechado e escondido atrás de portas blindadas com o intuito de se discutir as próximas eleições para Reitor. Neste mesmo dia as entidades estudantis (DCE e APG), a Adusp e o Sintusp organizaram um ato em frente à reitoria exigindo que o Conselho fosse aberto para as pessoas que ali se encontravam e para levar as propostas que vinham sendo desenvolvidas no interior dessas entidades. No entanto, essa solicitação não foi aceita e, a partir disso, xs presentes (cerca de 400 pessoas) decidiram ocupar a reitoria. Ao final do dia, ocorreu uma Assembleia Geral Extraordinária que deliberou a continuação da ocupação e a greve estudantil. Apesar da mobilização presenciada, encerramos o fórum deliberativo sem distinções das pautas entre eixos e bandeiras e sem medidas para organizar a greve que se iniciava.

No dia seguinte, diversos cursos realizaram suas Assembleias, com muitos aderindo à greve e à ocupação, estabelecendo suas propostas de eixos e bandeiras e indicando ao movimento geral a criação de um Comando de Greve com delegadxs eleitxs em seus próprios cursos. Contudo, tais propostas não chegaram a ser discutidas na última Assembleia da USP, ocorrida no dia 03.10. Após quase 4 horas, ao invés de sairmos dali com encaminhamentos das propostas pensadas anteriormente e deliberadas nas assembleias de curso, o que vivenciamos foi a aplicação de um tutorial de “como encaminhar a mesma proposta de 25 formas diferentes”. Desta forma, o espaço de deliberação estudantil que deveria ter sido capaz de decidir quais seriam os eixos a serem pautados na Audiência Pública de terça-feira (15/outubro) não conseguiu sair do lugar, resultando que a única pauta que será levada pelo DCE para a Audiência de negociação será a pauta da entidade e não as pautas do movimento.

Diante disso, apresentamos algumas considerações para refletirmos sobre o caminhar da mobilização:

É inegável que o início de toda essa mobilização se deu a partir de uma ação que tinha como fundo “Diretas para Reitor”. Nunca escondemos nosso posicionamento quanto a essa pauta. Sempre nos opusemos a ela, pois não acreditamos que escolher entre “o ruim” e “o menos pior” seja a opção mais viável para modificar a realidade da Universidade. Somos contrárixs ao pensamento de que o máximo que xs de abaixo podem fazer seja escolher quem estará acima delxs, quem decidirá por elxs. Por isso, nunca a defendemos por não reconhecermos nenhuma outra forma de democracia, se não a direta. Ainda assim, acreditamos que a construção do movimento deva ser feita pelo movimento, pelas pessoas que o compõe diariamente, e por percebermos que esta é uma pauta cara a muitxs achamos que ela não deve ser ignorada. No entanto, notamos também, a partir das discussões realizadas nos cursos e nas conversas que se deram dentro da okupação, que esta não é nem de longe a única reivindicação que tem interessado xs estudantes. Pelo contrário, observamos que questões como acesso, permanência e fim da repressão tem sido constantemente colocadas como prioridades pelxs estudantes envolvidos no Movimento. Assim, achamos preocupante que reivindicações como: a devolução dos blocos K e L e do térreo do bloco G para Moradia Estudantil, Cotas Sociais e Raciais, Fim dos Processos e Reintegração dxs expulsxs/demitidxs politicamente e Fim do Convênio PM-USP, não tenham sido nem sequer considerados como eixos de nosso Movimento.

Por fim, gostaríamos ainda de falar uma ou duas palavras acerca da forma organizativa de nosso Movimento. Para que cenas como as que vimos na última Assembleia Geral não voltem a se repetir é imperativo que organizemos o nosso Movimento a partir das Assembleias de Curso, o espaço que melhor possibilita o desenvolvimento das discussões políticas. Para tanto, se faz urgente a criação de um Comando de Greve Unificado com delegadxs eleitos nos cursos e revogáveis a qualquer momento. É inadmissível que uma gestão eleita em urna, fora do período de mobilização e durante o ano passado, seja ainda encarada como aquela que responde por todo o Movimento. Na última Assembleia isto ficou mais do que claro. A okupação e a greve há muito já superaram o modelo organizativo da entidade e pedem uma organização mais orgânica e mais ligada ao cotidiano de sua construção.

Fazemos um chamado à todas as pessoas que compõe o conjunto desta Universidade, seja formal ou informalmente: Há muita luta para se construir e ela deve ter a cara de todxs nós! Cole, participe, organize-se!

À GREVE, À OKUPAÇÃO!
DEVOLUÇÃO DOS BLOCOS K e L e do TÉRREO DO BLOCO G!
COTAS SOCIAIS E RACIAIS!
FIM DOS PROCESSOS E REINTEGRAÇÃO DXS EXPULSXS/DEMITIDXS POLITICAMENTE!
FIM DO CONVÊNIO PM-USP!
POR UM COMANDO DE GREVE UNIFICADO!

Hoje – Assembleias de curso sobre a Reitoria Ocupada e Greve | informes sobre Porto Alegre

Compas,

Ontem a Assembleia Geral de Estudantes da USP decidiu pela continuidade da Ocupação da Reitoria e Greve Estudantil. Hoje todos os cursos terão assembleias específicas para debater e dar encaminhamento para os apontamentos de luta trazidos pela assembleia geral. É essencial as articulações nos cursos. Compareça, debata e lute!
Informe-se sobre horário de local da Assembleia de seu curso!
E amanhã, quinta-feira, às 19h terá nova Assembleia Geral.


Vídeo da Frente de Estudantes Libertárixs do Chile.

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Ontem tbm ocorreu uma forte investida da polícia gaúcha na criminalização dos movimentos sociais, enviamos abaixo a Nota da FAG e informes mais detalhados:

terça-feira, 1 de outubro de 2013

ATENEU LIBERTÁRIO É INVADIDO PELA POLÍCIA PELA 2 VEZ EM MENOS DE 4 MESES

Na tarde desta última terça-feira, 1 de outubro de 2013, o Ateneu Libertário A Batalha da Várzea que faz local político-social para a Federação Anarquista Gaúcha foi invadido pelas forças repressivas do governo Tarso do PT pela segunda vez. A porta da sede foi arrombada e teve suas dependências e equipamentos revirados. Por cima de uma mesa foi deixado um bilhete que dizia: “passei por aqui e a porta estava aberta. Gostaria de participar da FAG.”
A terça-feira amanheceu com uma forte operação repressiva desatada pelo governo estadual e a justiça sobre militantes do Bloco de Lutas e organizações de esquerda. Invasão de residências particulares, locais públicos de esquerda e campanas sobre companheiros/as foram levados a cabo durante todo o dia. Falam-se de mais de 70 mandatos judiciais de busca e apreensão ainda por serem executados. Na última quinta-feira, quando da dispersão do ato público do Bloco de Lutas cinco companheiros foram detidos e incriminados.
O governo Tarso quer calar o protesto social que foge do seu controle, que não se engana com seus malabarismos retóricos e nem se amansa com expedientes repressivos.

Não tá morto quem peleia!

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02/outubro/2013

Nota pública da FAG sobre a caça as bruxas do dia 01 de outubro em Porto Alegre – RS

A grande operação que a polícia civil desatou ontem, atingindo diversos companheiros e organizações de esquerda que militam em torno do Bloco de Lutas aponta a necessidade da solidariedade como uma tarefa de urgência.
Nesse momento urge encararmos a questão no seu devido conjunto. Não se tratou de uma repressão dirigida especificamente a uma organização, mas sim um golpe contra toda militância de esquerda. O momento é de tomarmos a solidariedade para com todos os companheiros e organizações perseguidas como um dever que esteja acima de vinculações ideológicas e organizativas, não caindo na mesquinharia de titubear a solidariedade em função de preferências políticas.
Após todo esse sórdido operativo, Tarso teve a frieza e a cara de pau para divulgar um depoimento onde faz questão de defender o mega operativo, frisando que o mesmo se deu respeitando todos os marcos do “Estado democrático de direito”. Omite todo um roteiro de invasões em residências e locais como o Moinho Negro, Utopia e Luta, Ateneu Libertário, invadido pela segunda vez em menos de 4 meses. Tarso cita os casos dos companheiros do PSOL e PSTU e convida os dirigentes dos partidos para uma audiência com o objetivo de relatarem o ocorrido.
O convite de Tarso entra como a proposta de um jogo cretino, pois o que busca em realidade é arbitrar, a revelia de um movimento popular, quem são seus interlocutores, além de pressionar para a colaboração. Isso fica claro quando, ao negligenciar o restante do operativo afirma não acreditar que “atos criminosos” sejam praticados por “militantes políticos”, logo já apresenta a fatura aos demais companheiros e organizações atingidas. Nada disso é novidade, no mês de junho, quando tivemos nossa sede invadida, através de um artifício ilegal (até hoje não temos conhecimento do mandato judicial), o mesmo Tarso foi a imprensa para chamar-nos de fascistas e reivindicar que estes partidos revissem sua política de alianças nos movimentos sociais.
Por fim, chamamos atenção para o grave caso dos 03 companheiros professores arbitrariamente presos no último ato do Bloco de Lutas que foram indiciados no dia de hoje. Estes 03 companheiros foram abordados por um ônibus da Brigada e presos logo em seguida enquanto se dirigiam a uma lancheria na Cidade Baixo após o término do ato. A isca para abordá-los foi que um destes companheiros carregava uma bandeira do CPERS-Sindicato.
A prisão destes companheiros logo revelou uma meticulosa operação policial que tinha como intuito caçar aleatoriamente manifestantes ao final do ato, de forma a efetuar prisões e plantar “flagrantes” de forma a apresentá-los como bodes expiatórios por casos de depredações. Sem provas, resumindo tudo ao depoimento de brigadianos não identificados, os companheiros foram acusados de depredação de patrimônio público, crime ambiental por pichação em patrimônio tombado e agressão a brigadianos. O grande objetivo da operação era encaminhar os companheiros ao presídio central dada o valor exorbitante da multa/chantagem que se aplicou: R$4 mil para cada em espécie.
Enquanto a polícia civil respeitando o “Estado democrático de direito” invadia residências de companheiros e locais de organizações, o delegado Paulo César Jardim, responsável pela “investigação” das prisões do último ato, concluía sua nobre tarefa.
Curioso é o fato que o mesmo Jardim é também o delegado responsável pela investigação dos grupos neo-nazistas que atuam impunemente no Estado, mais especificamente em Porto Alegre e na Serra Gaúcha, realizando inúmeros ataques, especialmente de ordem homofóbica e racista. Nunca vimos tamanha agilidade deste “grande investigador”, para autuar esses verdadeiros criminosos e tampouco medidas efetivas por parte do governo Tarso/PT nesse sentido.
É hora de levar o abraço solidário a todos e todas que lutam para que o protesto social não se envergue ao poder e resista a fuzilaria reacionária dos monopólios da mídia. Mobilizar uma frente comum de todo o campo da independência de classe para romper o cerco repressivo e impedir a criminalização dos movimentos sociais.
Contra o medo e a repressão. Luta e Organização!
Não tá morto quem peleia. Porque só a ação direta faz um Povo Forte.

Carta aberta sobre o término da ocupação do Movimento Autônomo Pela Educação (MAE):

Blog do MAE: http://movimentoautonomopelaeducao.blogspot.com.br/

Carta aberta sobre o término da ocupação do Movimento Autônomo Pela Educação (MAE):

Compas,

Recebemos nesta noite de domingo, 22 de setembro, a notícia sobre a deliberação do MAE em desmontar acampamento na Praça da República onde estavam, desde o dia 25 de agosto deste mesmo ano.

Gostaríamos de parabenizá-las/os por cada minuto, cada segundo que dedicaram nesta construção. Experiências como esta, ainda que breves, são geradoras de potenciais políticos incríveis. Nenhum/a de vocês seguirá igual depois da experiência deste mês em plena auto-gestão na Praça da República de São Paulo.

Nós, da Tendência Rizoma, temos dentro de nosso grupo pessoas que participaram dos processos junto ao Ocupa Sampa (antigo Acampa Sampa) que, fruto de um chamado global para a tomada das ruas, ocupou por 52 dias o Vale do Anhangabaú.

Sabemos todas as particularidades e dificuldades encontradas ao tentar seguir com um acampamento autogestionado em pleno centro da cidade de São Paulo e em uma sociedade que não apenas não é autogestionada, como luta para exterminar toda e qualquer iniciativa de tomada política de seus/suas habitantes.

Gostaríamos de parabenizar a todas/os vocês, com toda nossa admiração, carinho e respeito. Não é nada fácil dar conta das múltiplas jornadas que somos colocadas/os quando ocupamos uma praça. Muitas pessoas seguem trabalhando e não poder dedicar-se exclusivamente para a ocupação é algo que acaba desgastando todas as pessoas envolvidas.

Além do desgaste físico e emocional, há tbm as dificuldades práticas em se ocupar uma praça em uma cidade tão hostil quanto São Paulo. A solidariedade é nossa maior arma e só conseguimos nos manter firmes e fortes quando há uma real rede de apoio, com os comércios da região, moradoras/es, etc. Ao fechar as portas para vocês e recusar-se a ser uma base para o movimento o sindicato reforçou à quem serve, à quem está submetido e quais poderes quer manter inatingíveis.

Vocês não falharam em nada do que se propuseram e não deixem que digam o contrário. Vocês não fizeram um movimento isolado e auto-centrado, pois sempre estabeleceram uma rede de informação que explicava para todas as pessoas que passavam quais eram as propostas do movimento. Vocês fizeram atividades públicas e mantiveram seus canais de comunicação através do blog. Todas as pessoas que desejavam acompanhar os passos do MAE tinham acesso.

Dentro das limitações postas por todas estas dificuldades vocês seguiram organizadas/os, seguiram em assembleias e avaliaram cada passo que deveriam dar.

O Ocupa Sampa não teve vitórias concretas e possíveis de serem visualizadas durante aqueles dias que permaneceram acampadas/os, mas foi depois, ao nos reencontrarmos em várias outras trincheiras, que percebemos que o Ocupa Sampa fez algo incrível e que ninguém nunca irá tirar de nós: formou laços. Laços fortes, que não se pautam na amizade apenas, mas que pautam-se em saber que somos companheiras/os de luta e caminhamos nessa construção. Ocupar lado a lado, cozinhar, passar por bons e péssimos momentos faz de cada um/a de nós mais fortes, mais fortes ao olharmos no olho de cada pessoa que ocupou junto e saber: não estamos sós. A luta não começou e nem terminará hoje. Muitas outras batalhas virão e sabemos com quem contar.

Baixar acampamento não significa fraqueza ou desistência. Significa sabedoria e serenidade para saber que vocês plantaram mais uma semente neste terreno tão árido que é a sociedade que vivemos. Vocês plantaram uma ideia, plantaram uma vivência. E ela está germinando. Ela será para sempre regada, junto com tantas outras sementes plantadas em tantos outros tempos e espaços, tantos outros calendários e geografias. Estas sementes estão sob a terra fortalecendo-se, para – na hora exata – romper com o solo árido e crescer, crescer forte e alta, alimentada por todas as forças de todas e todos os companheiros que a regaram. Vocês plantaram mais uma semente do outro mundo que queremos, um mundo onde caibam vários mundos.

Obrigada por terem existido.
Abraços,

Rizoma.