Dia 1 de Fevereiro
às 17h na praça Roosevelt
A Luta Continua!
Não à Repressão!
Dia 1 de Fevereiro
às 17h na praça Roosevelt
A Luta Continua!
Não à Repressão!
Hoje é o aniversário de Simone de Beauvoir. Se estivesse viva, ela faria 104 anos.
Retirado de Blogueiras Feministas
Texto de Bia Cardoso.
Simone de Beauvoir nasceu em 09 de janeiro de 1908. É uma das mais conhecidas feministas e também uma das mais importantes. Autora do livro “O Segundo Sexo”, um dos clássicos da literatura feminista, Simone manteve por toda vida uma atitude transgressora e anti-conservadora. Sua obra literária é existencialista e questionadora.
No site Simone de Beauvoir você pode conhecer suas obras, biografia e vários artigos interessantes como a entrevista entitulada “O Segundo Sexo 25 anos depois”.
Gerassi — Você disse que sua própria consciência feminista surgiu da experiência de escrever O Segundo Sexo. Como você vê o desenvolvimento do movimento após a publicação do seu livro em termos de sua própria trajetória?
Beauvoir — Ao escrever O Segundo Sexo tomei consciência, pela primeira vez, de que eu mesma estava levando uma vida falsa, ou melhor, estava me beneficiando dessa sociedade patriarcal sem ao menos perceber. Acontece que bem cedo em minha vida aceitei os valores masculinos e vivia de acordo com eles. É claro, fui muito bem-sucedida e isso reforçou em mim a crença de que homens e mulheres poderiam ser iguais se as mulheres quisessem essa igualdade. Em outros termos, eu era uma intelectual. Tive a sorte de pertencer a uma família burguesa, que, além de financiar meus estudos nas melhores escolas, também permitiu que eu brincasse com as idéias. Por causa disso, consegui entrar no mundo dos homens sem muita dificuldade. Mostrei que poderia discutir filosofia, arte, literatura, etc., no “nível dos homens”. Eu guardava tudo o que fosse próprio da condição feminina para mim. Fui, então, motivada por meu sucesso a continuar, e, ao fazê-lo, vi que poderia me sustentar financeiramente assim como qualquer intelectual do sexo masculino, e que eu era levada a sério assim como qualquer um de meus colegas do sexo masculino. Sendo quem eu era, descobri que poderia viajar sozinha se quisesse, sentar nos cafés e escrever, e ser respeitada como qualquer escritor do sexo masculino, e assim por diante. Cada etapa fortalecia meu senso de independência e igualdade. Portanto, tornou-se muito fácil para mim esquecer que uma secretária nunca poderia gozar destes mesmos privilégios.
O feminismo de Simone sempre esteve intrinsecamente ligado com a defesa da liberdade plena. Em “Por uma moral da ambiguidade” ela diz:
É preciso ainda recordar que o fim supremo a que o homem deve visar é sua liberdade, única coisa capaz de fundar o valor de todo fim; o conforto, a felicidade, todos os bens relativos definidos pelos projetos humanos serão, pois, subordinados a essa condição absolula de realização. A liberdade de um único homem deve contar mais que uma colheita de algodão ou de borracha: embora esse princípio não seja, de fato, respeitado, ele costuma ser teoricamente reconhecido. Mas o que torna o problema tão difícil é que se trata de escolher entre a negação de uma liberdade ou de outra: toda guerra supõe uma disciplina, toda revolução, uma ditadura, toda política, mentiras; do assassinato à mistificação, a ação implica todas as formas de submissão. Ela é, portanto, em todos os casos absurda? Ou é possível, no próprio seio do escândalo que ela implica, encontrar apesar de tudo razões para querer uma coisa mais do que a outra? (pág. 93)
Ela não se dedicou apenas a filosofia, mas também escreveu romances, entre eles “A Mulher Desiludida”.
Passo tempo demais em casa de Colette depois que ela se recuperou. Apesar da sua grande gentileza, sinto que minha solicitude corre o risco de importuná-la. Quando se viveu de tal maneira para os outros, é um pouco difícil começar a viver para si. Não cair nas armadilhas da dedicação: sei muito bem que as palavras dar e receber são intercambiáveis e como eu tinha necessidade da necessidade que minhas filhas tinham de mim. Nesse sentido nunca blefei. “Você é maravilhosa”, dizia-me Maurice. Ele me dizia isso frequentemente, a qualquer pretexto. “Porque, para você, dar prazer ao outros é antes dar prazer a você mesma.” Eu ria: “É verdade, é uma forma de egoísmo.” Aquela ternura em seus olhos: “A mais deliciosa que existe.” (pág. 145)
Conheça mais a obra de Beauvoir e acompanhe o blog Beauvoir au jour le jour.
No dia 04/12 tomamos conhecimento da condenação de Rafael Braga Vieira a 5 anos de prisão. Essa decisão parte do pressuposto de que o morador de rua e catador de latinhas portava dois coquitéis molotov durante o ato do dia 20 de Junho. A repressão é a ação primeira que o Estado e o Capital buscam frente ao recrudescimento da luta de classes e à ações contestatórias do sistema. Não à toa, a radicalização das lutas travadas a partir de Junho vieram acompanhadas de um número cada vez maior de prisões e detenções, sendo a mensagem sempre muito clara: “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come!”.
No entanto, se o critério para essas apreensões partiam da superficialidade do: se está na rua já é um potencial perigo; não há dúvidas de que a partir disso “novas” características começaram a ser agregadas para diferenciar xs diversxs manifestantes: é black block? é vandalx? é pretx, pobre? E o caso de Rafael é só mais uma ilustração do modus operandi dxs de acima, a evidenciação do caráter de classe da justiça burguesa e dos seus aparatos. Morador de rua, catador de latinhas, duas garrafas e uma condenação a 5 anos de prisão, a primeira condenação dxs detidxs nos atos de Junho. Como sempre, a corda estoura no lado mais fraco, no alvo mais fácil, na resposta mais “óbvia”. Afinal, quem reclamará por mais umx moradxr de rua presx? Ainda mais um que já tem passagens pela polícia?
A decisão da justiça nada mais é do que a afirmação da política do Governo e dxs Capitalistas no que concerne às lutas e à pobreza: lutar é crime e ser pobre também; e se for ambas as coisas, lutadorx e pobre, é duas vezes criminosx. Nesse momento não importa que cabe ao/à acusadorx o ônus da prova, que todxs somos inocentes até que se prove o contrário, se fugir do padrão brancx classe média/alta, a sua sentença já está carimbada em sua testa: REPRESSÃO!
É necessário termos isso em mente para as lutas futuras, a irresponsabilidade e a falta de solidariedade não é um luxo que podemos ter. Todx companheirx presx, condenadx, reprimidx, tem de ser apoiadx. Todx compa que cai é umx a menos em nossa luta e em nossas fileiras, é umx a mais nas estatisticas do IBGE e uma nova notícia para a mída burguesa. Não devemos, e não podemos de forma alguma abandonar aquelxs que com nós lutaram e lutarão, não podemos de forma alguma aceitar caladxs o avanço da repressão e a reafirmação da política de nossxs inimigxs!
Abaixo a repressão!
Liberdade à todxs xs lutadorxs!
À luta!
Atualização em 08.12 às 15 horas através do facebook do MTST: Agradecemos a todos os companheiros e companheiras que de alguma forma ajudaram a publicizar o ocorrido há pouco na Ocupação Dona Deda, informamos que a situação já está resolvida e nossos companheiros já estão indo pra casa. Depois daremos mais informes do ocorrido. MTST, A luta é pra valer!
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Publicado as 19h10 de HOJE (07.12) no facebook do MTST
“Urgência urgentíssima:
A todos os companheiros e companheiras apoiadores da luta popular:
Agora a pouco, agentes da polícia militar espancaram, agrediram verbalmente famílias e acampados da Ocupação Dona Deda (Jardim Ingá).
Segundo informes dos companheiros, um policial queria por queria levar uma moto de um dos acampados (a moto estava com documentação em dia) e se irritaram quando perceberam que uma senhora que portava uma criança de colo no braço estava filmando. Dai o que se viu forma viaturas chegando de todos os lados espancando, agredindo verbalmente e ameaçando de morte os acampados.
Neste momento cerca de três (não temos o número ao certo) companheiros estão sendo levados para a delegacia do Morumbi.
Pedimos para quem puder se dirigir até lá para ajudar na retirada e impedir que sejam agredidos na delegacia.
Não podemos aceitar que a população pobre que luta seja tratada como marginal por agentes do estado.”
QUANDO? 05.12.13 (qui) as 8h30 (sim, de manhã!)
ONDE? na Faculdade de Educação – USP
Contrariando as leis federais de 2003 e 2008 que dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino de história e cultura africana e indígena, a Faculdade de Educação da USP tem postergado a implementação da disciplina que garantiria o oferecimento desse conteúdo aos estudantes de graduação do curso de pedagogia.
Em maio de 2013 uma resolução da Comissão de Graduação (CG) previa tal cumprimento para o primeiro semestre de 2014, porém, tal disciplina não consta, nem no rol de optativa eletiva, na grade do primeiro semestre de 2014.
Frente a isso, os estudantes da Faculdade de Educação, em Reunião Ordinária do Centro Acadêmico deliberaram por rodar um abaixo-assinado (abaixo) e organizar um ATO no dia e horário da próxima reunião da Comissão de Graduação para exigir o oferecimento dessa disciplina no início do ano letivo de 2014!
Chamamos a todxs, estudantes, professores, trabalhadorxs, sociedade civil, parlamentares, entidades estudantis, movimentos sociais e sindicais, a comporem esse ato, que terá concentração em frente ao Bloco A da Faculdade de Educação da USP, às 8:30 da quinta-feira (05/12).
ABAIXO-ASSINADO PELO OFERECIMENTO DA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO E CULTURA AFRO E AMERÍNDIA
Considerando as leis federais 10.639/03 e 11.645/08 que dispõem sobre a obrigatoriedade do ensino de história e cultura africana e indígena, os/as estudantes, professores/as e funcionários/as técnico-administrativos da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo solicitam o cumprimento imediato da resolução da 261º reunião da Comissão de Graduação realizada em 02/05/2013.
Ressaltamos o acúmulo construído desde 2010 em diversas instâncias e colegiados deliberativos da unidade que girava em torno da criação da disciplina optativa eletiva a ser oferecida no percurso formativo de Educação e Cultura.
Reiteramos, ainda, debates anteriores nessa e em outras unidades da USP além de diferentes espaços da sociedade civil. Tendo em vista o atual contexto histórico torna-se evidente a necessidade de incluir no processo de formação básica e superior a trajetória de valores e costumes diretamente ligados a constituição de diferentes grupos sociais brasileiros, notadamente dos povos indígenas e africanos.
Consideramos que os futuros professores da educação básica necessitam de formação adequada para que possam ministrar o conteúdo disposto nas leis supracitadas, algo que infelizmente a FEUSP vem se negando a fazer sistematicamente desde a implantação da lei em 2003, ou seja, há 10 anos.
Finalmente, solicitamos o cumprimento imediato do dispositivo legal no que concerne ao oferecimento regular desses conteúdos a partir do primeiro semestre de 2014, conforme deliberação já citada que previa sua garantia a esse tempo.
Link pro evento no fachobook: https://www.facebook.com/events/468369333280368/?source=1