Nota Pública do Coletivo Quebrando Muros sobre a ocupação da Reitoria UFPR: Nenhum passo atrás: Ocupar e resistir rumo às conquistas!

Todo apoio a ocupação da UFPR!

Viva a luta estudantil! Viva a ação direta!

Tirado de http://quebrandomuros.wordpress.com/2012/07/04/nota-publica-do-coletivo-quebrando-muros-sobre-a-ocupacao-da-reitoria-ufpr-nenhum-passo-atras-ocupar-e-resistir-rumo-as-conquistas/

________________________________________________________________

A greve estudantil na UFPR, que já dura mais de um mês, vem mantendo @s estudantes mobilizad@s em assembleias semanais  – já ocorreram seis –  em atos e comandos de greve locais, por campus e para coordenar a luta como um todo, no comando geral.  Desde a instalação do comando de greve – deliberado em assembleia estudantil – os estudantes encaminharam uma comissão de negociação para tratar de negociar nossas pautas junto a Reitoria.  Desde o dia 14 de junho, em ato público conjunto das três categorias entregamos nossas pauta para a Reitoria. No dia 19 de junho foi realizada a primeira rodada de negociação! Neste período em que se estenderam as negociações de nossa comissão junto a representação da administração, muito pouco avançou no que tange às pautas estudantis e mais, podemos afirmar que estas foram inférteis, definitivamente não acumularam nada em nossas demandas.  Desde o começo da negociação, a Reitoria gastou muito tempo da nossa comissão afirmando seu compromisso com a Universidade pública e sua qualidade, e afirmando seu comprometimento junto @s estudantes. Porém, nada conseguimos além de promessas vazias (sempre para depois da greve, ou em algum lugar longínquo), quando não, a Reitoria reiterou o quanto já está trabalhando em prol d@s estudantes, simplesmente deslegitimando nossas demandas e afirmando já supri-las. Mais ainda, em certos momentos, por meio de seus representantes, hostilizou as manifestações estudantis como, por exemplo, no episódio protagonizado pela pró-reitora de assuntos estudantis, Rita.

E hoje (4), na VI Assembleia Geral dos Estudantes da UFPR, após o ato nacional dos estudantes pela educação – 3J – por entenderem que a negociação não estava apresentando resultados concretos, os estudantes lançaram mão de seu instrumento de luta histórico: ocupação da reitoria.

Nós, do Coletivo Quebrando Muros, acreditamos que o movimento deve ser construído pela ação direta e que suas conquistas se dão através da luta e força que “os de baixo” podem exercer por meio deste instrumento. Ou seja, defendemos o uso do instrumento de ocupação (ação direta) por ele empoderar a base no processo de luta, redimensionando as estruturas de poder e construindo relações baseadas na coletividade e horizontalidade. Nesse sentido, construir a luta desse modo não é somente eficiente para o avanço nas conquistas concretas, mas também para o acúmulo de consciência e organização, decorrentes das reflexões possíveis proporcionadas por esses momentos nos quais tomamos as rédeas do movimento, permitindo repensar todas as relações de poder colocadas na nossa sociedade, propondo  alternativas germinais para a organização desta.

Hoje, diante da ocupação pelos estudantes, a Reitoria apresenta um posicionamento diferente do apresentado no ano de 2011 – nessa época apenas com a ocupação ela se mostrou disposta a apresentar propostas concretas para as pautas dos estudantes e agora afirma que “a negociação com os estudantes está suspensa até que eles desocupem a reitoria”, o que caracteriza claramente, uma tática para tentar desmobilizar os estudantes em suas movimentações de greve, mostrando que nossa Reitoria esta afinada com o Governo Federal e sua estratégia de desmontar o movimento estudantil. Tal resolução é ratificada também pela reunião da ANDIFES que orienta aos reitores a não negociarem com grevistas.

Ressaltamos que uma das maiores preocupações do movimento estudantil da UFPR é a garantia da integridade e manutenção do patrimônio da Universidade, financiada pelo dinheiro público e ao invés de temer que os estudantes possam destruí-lo ou danificá-lo de alguma forma, a Reitoria deveria perceber que quem não cuida deste patrimônio é ela própria, em conjunto com o governo federal, a exemplo das privatizações e precarizações de forma geral, como podemos observar ocorrendo dentro da universidade. Atualmente elas ocorrem sob o manto do REUNI, criação de cursos de especialização pagos, falta de professores, salas super-lotadas de alunos, privatizações, terceirizações e etc.

E como se o movimento estudantil grevista já não enfrentasse problemas com as burocracias do Estado, passa a ter de enfrentar as burocracias do movimento, ambas velhas parceiras. Os nossos supostos “representantes” (UNE) tentam tomar a direção deste processo através de golpes ao movimento como, por exemplo, sentar em uma mesa para “discutir” (negociar) com o nosso ministro da educação Aloízio Mercadante. A UNE tenta assumir o papel que foi designado ao Comando Nacional de Greve dos Estudantes pela base estudantil através de Assembleias Gerais locais. Enxergamos nesta atitude da UNE um claro golpe no movimento,  mais uma vez cumpre o papel a que foi designada na burocracia do Estado: servir como correia de transmissão de interesses do mesmo e de seus partidos gestores hoje (o PT, e mesmo o PC do B que aparelha a entidade). Tal atitude demonstra o grau de burocratização a que esta entidade chegou, demonstrando o quão nociva é a associação das entidades que devem ser “dos de baixo” as esferas do Estado, e a tendência que este tem de arrastar as lutas para as instâncias institucionais, fazendo do movimento parte do corpo estatal. Temos a noção que o Estado não é uma instituição neutra, pelo contrário, tem a função de salvaguardar a ordem dominante e promover a conciliação entre os contraditórios interesses que se apresentam na sociedade. Nesse sentido não acreditamos na possibilidade de disputa deste, que tem um caráter bem definido, nem na construção de um “Estado dos trabalhadores” tampouco “popular”, as conquistas e transformações que o movimento constrói só podem ser efetivadas contra o Estado. Logo não há ligação benéfica possível entre Estado e movimento, este deve se constituir fora dos marcos do Estado e ter completa independência.

Além disso, esta “velha forma” de fazer o movimento hoje se encontra em crise. É amplamente questionada pelo movimento estudantil que vem organizando as greves e ocupações de Reitoria pelo Brasil, tendo esta crítica se expressado concretamente no movimento que hoje se organiza pautado pela democracia direta, delegação e, claro, tendo como método de atuação a ação direta. Esta “forma velha”, a da representatividade indireta, hoje encarnada e reivindicada pelos burocratas do movimento que desejam ser a voz “oficial” d@s estudantes, busca se expressar como a autoridade do movimento e é rechaçada pel@s estudantes em luta, a exemplo disso o repudio a UNE e ao DCE – UFPR por da assembleia de estudantes da UFPR. A participação d@s estudantes nesta forma se resume a escolher um representante e deixar que ele o represente da maneira que achar mais adequada, extorquindo o ser político da base a usando em favor de projetos alheios. O novo jeito de fazer o movimento estudantil, no qual acreditamos ser o ideal, é o que consiste na intervenção direta dos estudantes nos processos políticos e decisórios no quais estão inseridos e que coloca estes estudantes como protagonistas da construção de seu movimento e não os seus representantes, delegando a estes apenas a função executiva do movimento e não deliberativa, pois esta cabe somente as instancias da base.

 

Por fim, destacamos que a ocupação da Reitoria se deu de acordo com a necessidade de radicalização do movimento estudantil grevista – já previsto em muitas ocasiões durante o processo de construção da greve. O movimento como um todo vem amadurecendo esta ideia de radicalização já há um bom tempo e hoje se concretizou em forma de ocupação, ou seja, é uma demanda do movimento grevista – visto que é só com a radicalização do processo que podemos pressionar localmente a reitoria para que responda com seriedade e compromisso às demandas estudantis locais. Dito isto, afirmamos que – ao contrário do que a nota publicada pela UFPR sobre a ocupação redige – a ocupação não foi impensada e desnecessária, mas fruto de um longo processo de construção e amadurecimento da greve em que, se os estudantes sentiram a necessidade de utilizar esse instrumento de luta, a responsabilidade é inteiramente da Reitoria por não apresentar propostas concretas em relação às nossas demandas/pautas. Cabe destacar que somos contra qualquer forma de criminalização das lutas e que pensamos ser natural a reação da Reitoria, afinal ela é representante da gestão do Estado e não poderia agir diferente, sempre apelando à conciliação (diferente de resolução) dos conflitos e tentando impor ao movimento os limites da legalidade, mas sabemos que nestes limites as conquistas dos movimentos nunca aconteceriam, pois a legalidade representa os limites da atual ordem. Neste sentido, afirmamos que ao contrário do que a Reitoria espera, intensificaremos nossas mobilizações até que obtenhamos uma proposta concreta e satisfatória sobre nossas pautas, compreendendo que este é um momento crucial para o nosso movimento se fortalecer e obter conquistas.

Afirmamos que o CQM estará ombro a ombro nas lutas! Apoiamos e reivindicamos esta forma de fazer movimento estudantil como vem se construindo na UFPR. Movimento calcado nas bases e organizado de forma que as decisões desta sejam soberanas. Acreditamos ser esta a forma de movimento capaz de materializar nossas conquistas e as necessárias transformações para a construção de outro projeto de educação. Desta vez, construído pelos “de baixo”.

Lutar! Criar Poder Popular!

Coletivo Quebrando Muros

Resposta do Coletivo Quebrando Muros à nota da reitoria sobre a ocupação

Todo força a ocupação da UFPR!

Viva a ação direta!!!

tirado de http://quebrandomuros.wordpress.com/2012/07/04/resposta-do-coletivo-quebrando-muros-a-nota-da-reitoria-sobre-a-ocupacao-em-assembleia-aberta-realizada-pelo-comando-de-greve-dos-estudantes-da-ufpr-a-plenaria-decidiu-a-favor-da-ocupacao-da-reitori/

________________________________

Em assembleia aberta realizada pelo Comando de Greve dos Estudantes da UFPR a plenária decidiu a favor da ocupação da reitoria da instituição. Tal atitude motivou a publicação de nota estapafúrdia por parte daqueles quem os alunos pressionam.

Gostaríamos de ressaltar que, se por um lado existe mesa de negociação, por outro as contrapropostas da reitoria são, em geral bastante vagas ( o que futuramente permitiria uma interpretação dúbia do acordado) ou com sentenças iniciadas por escapismos como “em 90 dias após a greve será feita uma avaliação…”. Esse tipo de sandice apareceu até em contrapropostas acerca de comprometimentos que a reitoria já havia assumido em mobilizações anteriores. O pedido de avaliação sobre a possibilidade de abrir os RUs nos finais de semana serve de exemplo do tipo de atitude que os burocratas tem assumido frente aos grevistas. O descaso da reitoria em relação ao Movimento Estudantil revelado pela mesa de negociação é motivo mais que suficiente para a radicalização iniciada hoje.

Em tempo: é importante reafirmar que o Coletivo Quebrando Muros constrói o Movimento Estudantil pela base. Todas nossas atividades são pautadas pela autogestão e pela ação direta, ou seja, pelo fim da política norteada por modelos de representação e partilha de poder. Ao afirmar que a ocupação “parece um ato político-partidário” a pró-reitora Maria Zainko não fez nada alem de revelar boa dose de ignorância sobre as entidades que tecem o movimento de greve.

Por fim é necessário rechaçar a afirmação feita pela “professora Rita”. Estamos em greve porque sem ela os estudantes não conseguem diálogo. Ocupamos porque que queremos diálogo direto e sem tramoias.

Somente sem embromação existe luta! Somente ombro a ombro o Movimento Estudantil conquista suas pautas! Os grevistas que compõe o Coletivo Quebrando Muros repudiam a burocracia estatal. Ação direta na Greve! Ação direta na educação!

Em assembleia aberta realizada pelo Comando de Greve dos Estudantes da UFPR a plenária decidiu a favor da ocupação da reitoria da instituição. Tal atitude motivou a publicação de nota estapafúrdia por parte daqueles quem os alunos pressionam.

Gostaríamos de ressaltar que, se por um lado existe mesa de negociação, por outro as contrapropostas da reitoria são, em geral bastante vagas ( o que futuramente permitiria uma interpretação dúbia do acordado) ou com sentenças iniciadas por escapismos como “em 90 dias após a greve será feita uma avaliação…”. Esse tipo de sandice apareceu até em contrapropostas acerca de comprometimentos que a reitoria já havia assumido em mobilizações anteriores. O pedido de avaliação sobre a possibilidade de abrir os RUs nos finais de semana serve de exemplo do tipo de atitude que os burocratas tem assumido frente aos grevistas. O descaso da reitoria em relação ao Movimento Estudantil revelado pela mesa de negociação é motivo mais que suficiente para a radicalização iniciada hoje.

Em tempo: é importante reafirmar que o Coletivo Quebrando Muros constrói o Movimento Estudantil pela base. Todas nossas atividades são pautadas pela autogestão e pela ação direta, ou seja, pelo fim da política norteada por modelos de representação e partilha de poder. Ao afirmar que a ocupação “parece um ato político-partidário” a pró-reitora Maria Zainko não fez nada alem de revelar boa dose de ignorância sobre as entidades que tecem o movimento de greve.

Por fim é necessário rechaçar a afirmação feita pela “professora Rita”. Estamos em greve porque sem ela os estudantes não conseguem diálogo. Ocupamos porque que queremos diálogo direto e sem tramoias.

Somente sem embromação existe luta! Somente ombro a ombro o Movimento Estudantil conquista suas pautas! Os grevistas que compõe o Coletivo Quebrando Muros repudiam a burocracia estatal. Ação direta na Greve! Ação direta na educação!

MOÇÃO DE APOIO AOS ESTUDANTES PRESOS DA UNIFESP (dos processados da USP)

É universalmente reconhecido que a sociedade brasileira possui desigualdades radicais.

O discurso comum sobre o tema, transmitido na televisão, nas rádios e na internet, alega que as desigualdades do Brasil existem por causa de ações degeneradas de incompetentes e corruptos, afirmam que a miséria é uma mescla da “imoralidade” dos políticos com a “indisciplina” dos “vagabundos”, e que as soluções corretas abrangeriam um conjunto de medidas que vão da “diminuição dos gastos” ao fim da “criminalidade” e dos “bandidos”, passando pela “criação de leis mais rígidas” e pelo incentivo ao “setor privado” e ao “desenvolvimento nacional”.

Mas a que e (mais importante) a quem vale tal discurso?

Esse discurso visa dar sobrevida aos modelos vigentes de produção econômica e de gestão das populações. Ou, em outras palavras, visa salvaguardar o capitalismo e o Estado. Não é por acaso, desse modo, que os grandes difusores (e beneficiários) desse discurso sejam os governantes executivos do Estado, as chefias legislativas e burocráticas, grupos conservadores de juízes, desembargadores e promotores do judiciário, os proprietários e especuladores de grandes fundações e empresas, os pesquisadores e cientistas alinhados aos interesses da acumulação, os grandes oligopólios da informação, as altas patentes militares – o exercício do poder fia o tecido que os associa na manutenção da ordem vigente.

Quando nós, presos nas movimentações políticas na USP e UNIFESP, reivindicamos condições justas de educação, trabalho e convívio na universidade pública (condições que o capitalismo e o Estado não podem oferecer), estávamos também – espontânea e objetivamente – nos colocando contra todas as forças associadas que exercem o alto poder em nossa sociedade capitalista. E sim, foi essa oposição que motivou as prisões e os processos criminais, as agressões e as ofensas, as torturas, as expulsões da universidade e as demissões.

Por outro lado, é essa oposição que também nos une, estudantes da USP, e da UNIFESP, UNILA, UNIR, e tantas outras, todos presos e processados, mas todos também lutadores frente a necessidade de resistir à privatização do ensino superior, às explorações do trabalho terceirizado, aos espetáculos da sociedade consumista e ao autoritarismo de homens de farda e de terno e gravata. E para resistir, é necessário lutar.

TODO APOIO AOS 26 ESTUDANTES PRESOS DA UNIFESP!
POR UMA EDUCAÇÃO SUPERIOR PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE!
NÃO À REPRESSÃO!

Processados na USP

28.06 – Todxs ao ato contra a PM nas Universidades – pelo fim da repressão ao movimento estudantil

DIA 28, QUINTA-FEIRA ÀS 16h NO VÃO DO MASP

A luta nas universidades é um só!

chamado dos estudantes da unifesp para o ato:

ATO DA MINORIA: Contra a repressão e a PM nas Universidades

Vamos unir nossas forças, e lutar JUNTOS contra toda repressão que os movimentos estudantis da UNIFESP, USP, UNILA, UNIR e outras estão sofrendo.

“O governo não quer uma população capaz de fazer pensamentos críticos. Ele quer trabalhadores obedientes. Pessoas inteligentes o suficiente pra controlar as máquinas, e burras o bastantes pra aceitarem, pacificamente, a própria situação. ” George Carlin

FORA MARCOS CEZAR

FORA PM DAS UNIVERSIDADES E DO MUNDO!

Moção de Solidariedade aos Estudantes da UNILA

Nós da tendência estudantil Rizoma gostaríamos de manifestar nossa completa solidariedade e apoio aos estudantes da UNILA (Foz de Iguaçu), e repudiar veemente a ação da polícia militar na Quebrada do Guevara no dia 3 de junho.

Com esta ação, a PM expõe por mais uma vez suas origens e tendências fascistoides – agredindo e detendo estudantes tão somente por estes estarem reunidos, deixando transparecer também uma grande dose de xenofobia e de intolerância política. Não nos enganamos, a PM da ditadura é a mesma PM da democracia – segundo dados oficiais, a PM assassinou em 2011 um total de 290 pessoas só na cidade de São Paulo. Isto para não lembrarmos de massacres como o de maio de 2006, quando a mesma polícia acabou com a vida de mais de 500 pessoas.

Fora PM do mundo!

Rizoma – Tendência Libertária Autônoma. 19/06/12