Moção de Solidariedade aos Estudantes da UNILA

Nós da tendência estudantil Rizoma gostaríamos de manifestar nossa completa solidariedade e apoio aos estudantes da UNILA (Foz de Iguaçu), e repudiar veemente a ação da polícia militar na Quebrada do Guevara no dia 3 de junho.

Com esta ação, a PM expõe por mais uma vez suas origens e tendências fascistoides – agredindo e detendo estudantes tão somente por estes estarem reunidos, deixando transparecer também uma grande dose de xenofobia e de intolerância política. Não nos enganamos, a PM da ditadura é a mesma PM da democracia – segundo dados oficiais, a PM assassinou em 2011 um total de 290 pessoas só na cidade de São Paulo. Isto para não lembrarmos de massacres como o de maio de 2006, quando a mesma polícia acabou com a vida de mais de 500 pessoas.

Fora PM do mundo!

Rizoma – Tendência Libertária Autônoma. 19/06/12

PM invade moradia e agride estudantes da UNILA-Foz do Iguaçu

Fora PM do mundo! Por um mundo sem estado, e sem capital!

Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=jxCBi7S9chs&fb_source=message

Nota de esclarecimento.

Após as mais diversas versões apresentadas pela imprensa local, nós estudantes da UNILA e moradores  da residência invadida, apresentamos nossa versão dos fatos.
Repúdio
Manifestamos primeiramente e com veemência nosso repúdio ao abuso policial praticado na noite de domingo, 3 de junho, na moradia “Quebrada do Guevara”, onde encontram-se vivendo cerca de sessenta estudantes da Unila, dos quais cerca de vinte e cinco encontravam-se reunidos na área comum da moradia na hora da invasão.
Sob alegação de flagrante ao descumprimento da lei do silêncio, policiais militares invadiram a moradia estudantil. Tal alegação foi imediatamente desmentida pelos vizinhos que disseram nunca ter ouvido um ruído na moradia e que apenas perceberam o ocorrido devido aos disparos efetuados pelos policiais. Essa informação se confirma quando verificado o equipamento de som usado na ocasião do encontro dos estudantes. Tratava-se de duas caixas de som de computador, ligadas num celular, cujo som tocara no interior da moradia.
Diante da resistência de que apenas um representante tivesse que acompanhar um grupo de militares em duas viaturas, os policiais disseram que dariam voz de prisão a quem eles escolhessem. A reação pacífica dos estudantes se deu mediante a exigência de que todos fossem à delegacia para a segurança individual e coletiva do grupo.
Dessa forma estabeleceu-se um impasse e os policiais iniciaram uma agressão indiscriminada. Os estudantes foram espancados. A ausência de policial feminina não impediu que mulheres fossem abordadas, e se não bastasse tal violação, a mesma se deu com excessiva violência. Indefesas, meninas foram arrastadas e golpeadas de cassetete. Num ato de delinqüência de um dos policiais, uma jovem foi chutada várias vezes quando se encontrava deitada cercada por estilhaços de vidro da porta que havia sido estourada. Três disparos foram efetuados, causando pânico entre os estudantes. Muitos ficaram feridos. Oito foram detidos, dentre eles, três brasileiros e cinco estrangeiros.

Moção de apoio aos 85 estudantes perseguidos da USP (Geografia UNILA – Foz do Iguaçu)

No dia 1 de Abril, nós, estudantes, percebemos que estamos claramente
divididos em dois grupos: de um lado, a minoria que apoia a tortura, a violência e a paz
sem voz, e, do outro, os que lutam, até hoje, pelo fim das ditaduras e ditadores, que
acreditam num país e num mundo onde as pessoas possam dizer o que pensam e
sentem, possam se manifestar, que possam exigir seus direitos – principalmente quando
estes forem ignorados ou arrancados por quem, no momento, detém certo poder.
No dia 1 de Abril, conhecido como “o dia da mentira”, comemora-se ou repudiase
o Golpe Militar de 1964. Nós, estudantes de Geografia da Universidade Federal da
Integração Latino-Americana, o repudiamos. Dessa maneira, repudiamos também algo
que sobrou da pior ditadura brasileira: a repressão física e moral a que estão submetendo
os estudantes da Universidade de São Paulo – a maior universidade da América Latina,
em excelência acadêmica e criminalização do fazer política dos estudantes.
Nessa moção, deixamos nosso apoio a todos estudantes do Brasil, da América
Latina e do mundo, e principalmente aos presos e perseguidos políticos da USP que ao
lutarem por um mundo justo, são jogados em celas, são proibidos de estudar, tem seu
direto a moradia negado. Nós, estudantes, nos orgulhamos ao ver que diante de toda
repressão, diante de um “REItor” e de uma polícia não policiada, os estudantes, apesar
de tudo, resistem!
Daqui, apoiamos toda forma de manifestação, e toda atitude coletiva dos
estudantes para combater a política de perseguição do atual reitor, de seu partido, e da
polícia militar. Apoiamos à todos os estudantes, na luta que é nossa e de todo nosso
povo, e dessa forma, exigimos o fim das acusações, processos e eliminações de
estudantes e funcionários da USP.

Viva a luta estudantil!
Lutaremos até que TODOS e TODAS sejamos livres!
Em assembléia, estudantes de Geografia da UNILA.
Foz do Iguaçu, 16 de abril de 2012

Versão em pdf: Moção de apoio aos 85 estudantes perseguidos da USP