Moção de apoio à ocupação da UFPR

“Carregamos um mundo novo em nossos corações, que cresce a cada momento. Ele está crescendo neste instante […].”
Buenaventura Durruti

Nós do Rizoma, uma tendência libertária e autonôma que atua na USP, gostaríamos de expressar publicamente nosso apoio e solidariedade aos estudantes ocupantes da reitoria da UFPR. Entendemos que a única maneira efetiva e transformadora de lutar por conquistas sociais é tendo a ação direta como método – pois somente quando os próprios interessados protagonizam a luta, sem contar com representantes ou intermediários políticos, se torna possível a transformação social e o avanço rumo as nossas bandeiras, além de fortalecer a construção e o amadurecimento do movimento como um todo: é na participação real na luta política que se aprende a lutar e fazer política transformadora. E sendo toda ocupação uma forma de ação direta combativa, e que coloca em cheque a própria hegemonia territorial, essa além de possibilitar as importantíssimas experiências de autogestão autonôma do espaço ocupado, é também e por isto mesmo, um forte instrumento de pressão para alcalçarmos nossas reivindicações.

Viva a construção da greve geral na educação!
Todo apoio as ocupações universitárias!
Viva a ação direta e a solidariedade!
Lutar por uma outra universidade para construir uma outra sociedade!

Rizoma – Tendência Libertária e autonôma, 12/07/12

RESISTIR NA OCUPAÇÃO: Por que manter a força estudantil na Reitoria da UFPR.

Tirado de http://quebrandomuros.wordpress.com/2012/07/11/resistir-na-ocupacao-por-que-manter-a-forca-estudantil-na-reitoria-da-ufpr/

Como já colocado neste espaço, o Coletivo Quebrando Muros compõe e apoia a ocupação de estudantes na Reitoria da Universidade Federal do Paraná. Esta ocupação, ao contrário do que vem sendo pautado em uma parte da imprensa e nos posicionamentos oficiais da Reitoria, não ocorre meramente como uma “radicalização vazia” nem sequer constitui ato de “vandalismo”, como vem sendo exposto. Cabe lembrar o histórico do movimento: desde o início das negociações, a Reitoria tem-se mostrado bastante intransigente e, ao contrário do que tem dito, não apresentou uma disposição favorável ao diálogo com os estudantes, apresentando às pautas apenas respostas vagas e sem prazo concreto para efetivação.

Não é demais relembrar, também, o modo como se deu o movimento de greve estudantil do ano passado, no qual os estudantes saíram com conquistas históricas: RUs abertos aos domingos e nos cafés-da-manhã, aumento no valor de bolsas em 20%, ampliação do número de livros para empréstimo na biblioteca para 5 por aluno, entre outros. Estas conquistas não vieram do “compromisso” ou “excelência” dos nossos diretores acadêmicos, pois nada nos será concedido meramente pela boa vontade destes. Vieram, senão, através da organização e ação direta do movimento estudantil, que através de sua luta e organização autônomas, é capaz de obter as conquistas através de sua própria força. Neste sentido, cabe retomar os instrumentos de luta utilizados pelos estudantes neste processo: foi somente com a ocupação da Reitoria, que foi possível pressionar a Administração da Universidade em ceder e garantir nossas pautas. Portanto, consideramos legítimo o uso desse instrumento novamente na greve deste ano, levando em consideração que até o presente momento não houve proposta concreta da Reitoria, apenas enrolação.

Entretanto, desde que a Assembleia Geral dos Estudantes deliberou pela ocupação, a Reitoria optou por romper com a mesa de negociação em curso e retaliar sistematicamente todo o corpo de alunos da Universidade. Entendemos gestos tais quais: não-pagamento de bolsas, veto ao uso de ônibus para ida a eventos e congressos, e cancelamento das sessões do Conselho Universitário, como um ataque direto ao movimento, na tentativa de criar tensões internas entre o corpo discente para desmobilizá-lo. É importante frisar, porém, que quem rompeu com as negociações foi a Reitoria, e não os estudantes. Além disso, é responsabilidade da Reitoria garantir o devido funcionamento dos serviços interrompidos, o que é perfeitamente possível, como feito, por exemplo, em 2007, quando a Reitoria realizou uma sessão do Conselho na maternidade do HC, devido a uma ocupação em curso no mesmo período. Consideramos curioso, portanto, que a Reitoria agora venha dizer que não é possível realizar sessões do Conselho sem ter a sala disponível. Não é de hoje que a Reitoria tem feito isto: em 2009, houve liberação de verba emergencial para comprar comida a ser enviada para as casas de estudantes, por conta do fechamento do RU devido à gripe suína. Porém, no movimento de greve atual, a Reitoria coloca a culpa pela falta de alimentação dos estudantes na greve dos técnicos. Perguntamos à Reitoria: por que tinha verba em 2009 para garantir a alimentação mesmo com o RU fechado, e agora na greve de 2012 não tem? Ou seria mais uma tática para desmobilizar as categorias, jogando-as umas contra as outras?

Neste sentido, acreditamos que nosso movimento não deve ceder às pressões da Reitoria. Não deve aceitar seus argumentos e seu jogo de desmobilização e retaliação. Nosso movimento deve ser forte e resistir na luta e na ocupação, sem retroceder em suas conquistas e seus avanços. Nós, estudantes, só seremos capazes de avançar e conquistar vitórias se nos mantermos firmes e unidos, se tivermos força para lutar, e para isto já sabemos o que tem se mostrado como o instrumento adequado.

OCUPAR É RESISTIR! NÃO À BUROCRACIA DA REITORIA! A LUTA CONTINUA!

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Moção de apoio aos estudantes que ocupam a reitoria na UFPR!

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O comando de greve da UNIFESP- Guarulhos apóia os estudantes da Universidade federal do Paraná na ocupação da reitoria que ocorreu no dia 03 de julho de 2012. Acreditamos que tal medida é conseqüência da posição intransigente e negligente da administração que não apresentou soluções plausíveis para os problemas enfrentados na Universidade.
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Lamentamos o não apoio do Diretório Central dos Estudantes da UFPR  à ocupação da Reitoria, assim como sua política oportunista e governista, pois entendemos que se faz necessária a paralisação das atividades e serviços de tal segmento da instituição como medida estratégica para pressionar no processo de negociação das pautas reivindicadas desde o dia 29 de maio. Repudiamos também qualquer tipo de acobertamento e aliança com o governo e suas entidades filiadas.
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A UFPR, assim como tantas outras instituições federais, sofrem com o sucateamento da educação pública nesse país. A greve nacional é a luta pela educação pública de qualidade, é a luta por maior acessibilidade, por assistência estudantil, por estrutura, é uma luta que defende e exige a democracia dentro da universidade, assim como o fim das terceirizações e privatização dos setores públicos. Tendo em vista a conjuntura atual,  entendemos a ocupação como uma importante tática, uma vez que não apenas no Paraná assistimos um constante desprezo pelas reivindicações do movimento estudantil.

Nesse sentido, vimos através desta moção não apenas nos solidarizar, mas também somar forças contra a repressão sofrida pelo movimento estudantil, expondo sempre a necessidade de se travar uma luta contra qualquer tipo de punição, seja aos alunos que compõem o comando de greve e que ocupam a Reitoria Universidade Federal do Paraná, seja por qualquer outro comando ou grupo de alunos grevistas.

Toda a força ao movimento estudantil,

Avante na luta pela educação pública no Brasil!

Comando de greve da Unifesp/Guarulhos

Resposta à carta aberta do DCE: Não nos Representam!

Abaixo os burocratas!

Tirado de http://quebrandomuros.wordpress.com/2012/07/04/resposta-a-carta-aberta-do-dce-nao-nos-representam/

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O conceito moderno de democracia estabelece um modelo político baseado na representatividade, democracia indireta: onde um indivíduo ou grupo de indivíduos toma decisões e posições em nome do coletivo sem, necessariamente, consulta-lo. Este modelo apresenta sinais de estar em crise, pois os representados tem percebido, cada vez mais, que seus interesses não condizem com a postura dos representantes. Parece ser esse contexto de crise política que nos envolve. Temos, recentemente, no Brasil, diversas manifestações de descontentamento por parte de trabalhadores de diversos setores contra o PT, partido que tem o discurso histórico de compromisso com essa classe. Exemplo disso é o que vivemos hoje na educação, em que quase todas as Universidades Federais se encontram em greve em suas três categorias, todas insatisfeitas com os projetos do governo que precarizam e privatizam essas instituições.

O DCE da UFPR não foge a essa tendência. Formado por setores que compõem a UNE, tem servido de correia de transmissão do governo, pois ao invés de defender as posições dos estudantes contra o governo, vem representar o governo no movimento estudantil, atuando como uma força desmobilizadora. Exemplo disso, é o golpe aplicado pela UNE semana passada que, com a participação de nosso DCE, negociou com o governo nas costas dos estudantes que vem construindo a greve, que tinham seus delegados legitimamente tirados em assembleia. Assembleias essas que o próprio DCE tinha reconhecido como instância de decisão maior que o próprio DCE. Além disso, podemos citar a movimentação que fizeram antes da greve. Antes da assembleia geral que deflagrou greve, estavam articulando com os CAs que eram contrários a ela, e, ao perceber nessa assembleia que perderiam essa pauta, mudaram rapidamente de discurso. O que caracteriza um grande oportunismo, pois, mesmo depois disso, não ajudaram a construir a greve, tentando implodir os comandos e esvaziando as assembleias.

Depois do golpe da semana passada, a assembleia pediu uma retratação pública por parte dessa entidade, que atacou diretamente nosso coletivo. Por isso, para contribuir com uma discussão saudável, destacamos alguns elementos de respostas que achamos pertinentes para o debate. Primeiramente, destacamos que a carta de retratação foi positiva, pois eles mostraram realmente quem são: uma entidade que não tem vergonha de atropelar assembleias de base(pois raramente participam delas) e nem de negociar com o ministro nas costas dos grevistas, ficando claro o prévio acórdão que tinham com o governo, assumindo-se como verdadeiros burocratas, descolados da base. Com isso, afirmamos que não temos nenhum interesse em fazer unidade com quem faz esse tipo de política, e que por questão de princípios não fazemos e nunca faremos aliança com o grupo que está hoje no DCE. É uma questão de qualidade de democracia que faz a diferença aqui: enquanto os burocratas defendem uma democracia representativa, que aliena a base das decisões políticas e levam as políticas das próprias organizações para os espaços de decisão, nós defendemos a democracia direta, em que a base se apropria dos instrumentos de decisão política – as assembleias gerais e de curso, que tem um caráter horizontal e permitem a todos darem suas opiniões e votarem nas pautas que lhes dizem respeito.

Quem acompanha as movimentações do cotidiano observa que nosso objetivo é e sempre foi a construção das vitórias do movimento, a partir das demandas da base, e da forma mais democrática possível, com sinceridade e humildade na luta. Lutamos sempre contra entidades e grupos políticos que tentam atravancar o movimento. Observando que, historicamente, estudantes que ocuparam cargos na burocracia da UNE se aproveitaram dessa condição para alavancar cargos parlamentares, e que nosso objetivo nunca foi assumir qualquer forma de poder estatal, afirmamos que, quem usa o movimento estudantil para autoconstrução de sua organização e como trampolim político é a UNE e suas entidades parceiras.

Nós, do Quebrando Muros, estudantes da universidade, ressaltamos que não somos alienígenas alheios à base, mas sim parte dela, e não trabalhamos com militantes liberados, ou seja, militantes que são pagos por seus grupos políticos para fazer movimento estudantil e ficam 10 anos na universidade. Somos parte da base e, portanto, construímos o movimento a partir e em conjunto com ela, de baixo para cima, sempre estimulando seu protagonismo, a partir da democracia direta. Não somos estudantes PARA fazer política, mas fazemos política porque somos estudantes, e queremos lutar, em conjunto com a base, por nossas demandas.

Nota Pública do Coletivo Quebrando Muros sobre a ocupação da Reitoria UFPR: Nenhum passo atrás: Ocupar e resistir rumo às conquistas!

Todo apoio a ocupação da UFPR!

Viva a luta estudantil! Viva a ação direta!

Tirado de http://quebrandomuros.wordpress.com/2012/07/04/nota-publica-do-coletivo-quebrando-muros-sobre-a-ocupacao-da-reitoria-ufpr-nenhum-passo-atras-ocupar-e-resistir-rumo-as-conquistas/

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A greve estudantil na UFPR, que já dura mais de um mês, vem mantendo @s estudantes mobilizad@s em assembleias semanais  – já ocorreram seis –  em atos e comandos de greve locais, por campus e para coordenar a luta como um todo, no comando geral.  Desde a instalação do comando de greve – deliberado em assembleia estudantil – os estudantes encaminharam uma comissão de negociação para tratar de negociar nossas pautas junto a Reitoria.  Desde o dia 14 de junho, em ato público conjunto das três categorias entregamos nossas pauta para a Reitoria. No dia 19 de junho foi realizada a primeira rodada de negociação! Neste período em que se estenderam as negociações de nossa comissão junto a representação da administração, muito pouco avançou no que tange às pautas estudantis e mais, podemos afirmar que estas foram inférteis, definitivamente não acumularam nada em nossas demandas.  Desde o começo da negociação, a Reitoria gastou muito tempo da nossa comissão afirmando seu compromisso com a Universidade pública e sua qualidade, e afirmando seu comprometimento junto @s estudantes. Porém, nada conseguimos além de promessas vazias (sempre para depois da greve, ou em algum lugar longínquo), quando não, a Reitoria reiterou o quanto já está trabalhando em prol d@s estudantes, simplesmente deslegitimando nossas demandas e afirmando já supri-las. Mais ainda, em certos momentos, por meio de seus representantes, hostilizou as manifestações estudantis como, por exemplo, no episódio protagonizado pela pró-reitora de assuntos estudantis, Rita.

E hoje (4), na VI Assembleia Geral dos Estudantes da UFPR, após o ato nacional dos estudantes pela educação – 3J – por entenderem que a negociação não estava apresentando resultados concretos, os estudantes lançaram mão de seu instrumento de luta histórico: ocupação da reitoria.

Nós, do Coletivo Quebrando Muros, acreditamos que o movimento deve ser construído pela ação direta e que suas conquistas se dão através da luta e força que “os de baixo” podem exercer por meio deste instrumento. Ou seja, defendemos o uso do instrumento de ocupação (ação direta) por ele empoderar a base no processo de luta, redimensionando as estruturas de poder e construindo relações baseadas na coletividade e horizontalidade. Nesse sentido, construir a luta desse modo não é somente eficiente para o avanço nas conquistas concretas, mas também para o acúmulo de consciência e organização, decorrentes das reflexões possíveis proporcionadas por esses momentos nos quais tomamos as rédeas do movimento, permitindo repensar todas as relações de poder colocadas na nossa sociedade, propondo  alternativas germinais para a organização desta.

Hoje, diante da ocupação pelos estudantes, a Reitoria apresenta um posicionamento diferente do apresentado no ano de 2011 – nessa época apenas com a ocupação ela se mostrou disposta a apresentar propostas concretas para as pautas dos estudantes e agora afirma que “a negociação com os estudantes está suspensa até que eles desocupem a reitoria”, o que caracteriza claramente, uma tática para tentar desmobilizar os estudantes em suas movimentações de greve, mostrando que nossa Reitoria esta afinada com o Governo Federal e sua estratégia de desmontar o movimento estudantil. Tal resolução é ratificada também pela reunião da ANDIFES que orienta aos reitores a não negociarem com grevistas.

Ressaltamos que uma das maiores preocupações do movimento estudantil da UFPR é a garantia da integridade e manutenção do patrimônio da Universidade, financiada pelo dinheiro público e ao invés de temer que os estudantes possam destruí-lo ou danificá-lo de alguma forma, a Reitoria deveria perceber que quem não cuida deste patrimônio é ela própria, em conjunto com o governo federal, a exemplo das privatizações e precarizações de forma geral, como podemos observar ocorrendo dentro da universidade. Atualmente elas ocorrem sob o manto do REUNI, criação de cursos de especialização pagos, falta de professores, salas super-lotadas de alunos, privatizações, terceirizações e etc.

E como se o movimento estudantil grevista já não enfrentasse problemas com as burocracias do Estado, passa a ter de enfrentar as burocracias do movimento, ambas velhas parceiras. Os nossos supostos “representantes” (UNE) tentam tomar a direção deste processo através de golpes ao movimento como, por exemplo, sentar em uma mesa para “discutir” (negociar) com o nosso ministro da educação Aloízio Mercadante. A UNE tenta assumir o papel que foi designado ao Comando Nacional de Greve dos Estudantes pela base estudantil através de Assembleias Gerais locais. Enxergamos nesta atitude da UNE um claro golpe no movimento,  mais uma vez cumpre o papel a que foi designada na burocracia do Estado: servir como correia de transmissão de interesses do mesmo e de seus partidos gestores hoje (o PT, e mesmo o PC do B que aparelha a entidade). Tal atitude demonstra o grau de burocratização a que esta entidade chegou, demonstrando o quão nociva é a associação das entidades que devem ser “dos de baixo” as esferas do Estado, e a tendência que este tem de arrastar as lutas para as instâncias institucionais, fazendo do movimento parte do corpo estatal. Temos a noção que o Estado não é uma instituição neutra, pelo contrário, tem a função de salvaguardar a ordem dominante e promover a conciliação entre os contraditórios interesses que se apresentam na sociedade. Nesse sentido não acreditamos na possibilidade de disputa deste, que tem um caráter bem definido, nem na construção de um “Estado dos trabalhadores” tampouco “popular”, as conquistas e transformações que o movimento constrói só podem ser efetivadas contra o Estado. Logo não há ligação benéfica possível entre Estado e movimento, este deve se constituir fora dos marcos do Estado e ter completa independência.

Além disso, esta “velha forma” de fazer o movimento hoje se encontra em crise. É amplamente questionada pelo movimento estudantil que vem organizando as greves e ocupações de Reitoria pelo Brasil, tendo esta crítica se expressado concretamente no movimento que hoje se organiza pautado pela democracia direta, delegação e, claro, tendo como método de atuação a ação direta. Esta “forma velha”, a da representatividade indireta, hoje encarnada e reivindicada pelos burocratas do movimento que desejam ser a voz “oficial” d@s estudantes, busca se expressar como a autoridade do movimento e é rechaçada pel@s estudantes em luta, a exemplo disso o repudio a UNE e ao DCE – UFPR por da assembleia de estudantes da UFPR. A participação d@s estudantes nesta forma se resume a escolher um representante e deixar que ele o represente da maneira que achar mais adequada, extorquindo o ser político da base a usando em favor de projetos alheios. O novo jeito de fazer o movimento estudantil, no qual acreditamos ser o ideal, é o que consiste na intervenção direta dos estudantes nos processos políticos e decisórios no quais estão inseridos e que coloca estes estudantes como protagonistas da construção de seu movimento e não os seus representantes, delegando a estes apenas a função executiva do movimento e não deliberativa, pois esta cabe somente as instancias da base.

 

Por fim, destacamos que a ocupação da Reitoria se deu de acordo com a necessidade de radicalização do movimento estudantil grevista – já previsto em muitas ocasiões durante o processo de construção da greve. O movimento como um todo vem amadurecendo esta ideia de radicalização já há um bom tempo e hoje se concretizou em forma de ocupação, ou seja, é uma demanda do movimento grevista – visto que é só com a radicalização do processo que podemos pressionar localmente a reitoria para que responda com seriedade e compromisso às demandas estudantis locais. Dito isto, afirmamos que – ao contrário do que a nota publicada pela UFPR sobre a ocupação redige – a ocupação não foi impensada e desnecessária, mas fruto de um longo processo de construção e amadurecimento da greve em que, se os estudantes sentiram a necessidade de utilizar esse instrumento de luta, a responsabilidade é inteiramente da Reitoria por não apresentar propostas concretas em relação às nossas demandas/pautas. Cabe destacar que somos contra qualquer forma de criminalização das lutas e que pensamos ser natural a reação da Reitoria, afinal ela é representante da gestão do Estado e não poderia agir diferente, sempre apelando à conciliação (diferente de resolução) dos conflitos e tentando impor ao movimento os limites da legalidade, mas sabemos que nestes limites as conquistas dos movimentos nunca aconteceriam, pois a legalidade representa os limites da atual ordem. Neste sentido, afirmamos que ao contrário do que a Reitoria espera, intensificaremos nossas mobilizações até que obtenhamos uma proposta concreta e satisfatória sobre nossas pautas, compreendendo que este é um momento crucial para o nosso movimento se fortalecer e obter conquistas.

Afirmamos que o CQM estará ombro a ombro nas lutas! Apoiamos e reivindicamos esta forma de fazer movimento estudantil como vem se construindo na UFPR. Movimento calcado nas bases e organizado de forma que as decisões desta sejam soberanas. Acreditamos ser esta a forma de movimento capaz de materializar nossas conquistas e as necessárias transformações para a construção de outro projeto de educação. Desta vez, construído pelos “de baixo”.

Lutar! Criar Poder Popular!

Coletivo Quebrando Muros