Carta aberta a clientes e usuários da CAIXA em defesa do bancário Messias Américo da Silva

Carta aberta diagramada em pdf

Carta aberta a clientes e usuários da CAIXA
CAIXA demite o bancárioMessias Américo da Silva

Normalmente, quando tomamos conhecimento da demissão de um bancá-
rio por justa causa, imaginamos que o mesmo possa ter cometido algum ato
desonesto ou algum procedimento comprometedor de qualquer natureza. Não
é o caso.

Trabalhando há 23 anos na CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, o bancário em
questão está sendo demitido simplesmente por lutar por melhores condições de
atendimento para clientes e usuários da CAIXA e pela melhoria nas condições de
trabalho e de salários da categoria bancária como um todo.

Os bancos em geral, cada vez mais, buscam aumentar os seus já astronô-
micos lucros. E na CAIXA isso tem se manifestado também na política clara
de afastar e impedir o atendimento aos clientes de baixa renda nas agências,
direcionando-os aos lotéricos, que atuam como precárias agências bancárias
com condições precárias de trabalho e segurança.

Lutar contra este estado de coisas é o que levou o bancário Messias Américo
da Silva a ser demitido por justa causa. Não há nada que o desabone quanto à
sua honestidade e atitude. E você, cliente e usuário CAIXA (em particular da AG
1608 – B COUTINHO) é pessoa fundamental para que tal injustiça seja revertida.
Todas as alegações da CAIXA foram desmontadas e comprovadamente não
existem elementos para punição, mas a CAIXA insiste nesta demissão. Trata-se,
portanto, de uma demissão política contra um delegado sindical eleito por seus
colegas e com anos de luta e combatividade. E você pode contribuir muito para
esta luta, demonstrando apoio através do abaixo-assinado.

NÃO À PERSEGUIÇÃO CONTRA QUEM LUTA POR SEUS DIREITOS
NÃO AOS ATAQUES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHADORES
PELA REVERSÃO IMEDIATA DA DEMISSÃO E ARQUIVAMENTO DO
INJUSTO PROCESSO

Osasco, fevereiro de 2013

Nota de solidariedade ao companheiro Messias

“Perseguido eu já nasci, demorô!” – Racionais MC

Nós do Rizoma, uma tendência estudantil libertária e autônoma, viemos através desta nota expressar nossa solidariedade ao companheiro Messias, trabalhador bancário e militante sindical. Depois de mais de duas décadas de trabalho de segunda à sexta na Caixa Econômica Federal, Messias – referência sindical para toda a categoria bancária, e que nunca trocara esta e seu posto de trabalho por uma confortável, porém muitas vezes ambígua, cadeira de diretor sindical liberado – foi vítima de um processo administrativo extremamente questionável, que obviamente encontra raízes em sua militância, o qual o condena a demissão por insubordinação no final do mês de janeiro (tendo ele trinta dias para recorrer da decisão).

Frente a um contexto de escalada da violência estatal, de intensa criminalização dos movimentos sociais e das lutas, e que sem dúvidas não pode deixar de ser relacionado com o fracasso dos projetos políticos sociais democratas, mas também com as crises econômicas e políticas externas e internas ao território dominado pelo Estado brasileiro, entendemos que nossas principais armas são a solidariedade combinada com a ação direta. Assim teremos chance de resistir contra as perseguições, contra os insistentes ataques às organizações populares e seus militantes, e contra a precarização da vida e perda de direitos – no caso dos direitos trabalhistas, hoje corremos o risco de perder direitos históricos reunidos na CLT, os quais foram conquistados com muita greve, ação direta e organização há cerca de um século atrás.

Na Universidade de São Paulo passamos ainda agora por uma perseguição política semelhante que acarretou em mais de cinquenta processos administrativos contra estudantes e trabalhadores. Todavia, foi organizada uma campanha política e jurídica, durante a qual recebemos o apoio e solidariedade de diversos movimentos e organizações, e construímos atos e outras ações diretas, o resultado de todo esse processo de luta foi que conseguimos ao menos que não houvessem novas expulsões tampouco demissões – o que não significa que esta luta acabou, afinal, ainda existem estudantes e trabalhadores expulsos e demitidos por questões políticas, e mesmo esses processos não foram totalmente encerrados ainda. Agora no começo de fevereiro o Ministério Público entrou com uma denúncia contra xs 73 que foram presos durante o despejo na reitoria.

Nos colocamos a disposição para construir ombro a ombro uma campanha política em defesa do companheiro Messias, pois entendemos que a solidariedade não pode se limitar a palavras num papel.

Pelo arquivamento imediato do processo de demissão do companheiro Messias!
Pela readmissão de estudantes e trabalhadorxs expulsxs/demitidxs!
Pelo fim à perseguição política!

Rizoma, tendência libertária e autônoma
fevereiro de 2013

O desejo como fatalidade? nascer gay, lésbica, bissexual. Ou o desejo como devir? tornar-se gay, lésbica, bissexual.

retirado de: http://ddd.opsblog.org/2011/07/05/o-desejo-como-fatalidade-nascer-gay-lesbica-bissexual-ou-o-desejo-como-devir-tornar-se-gay-lesbica-bissexual/

“Contra aqueles que, no intuito de impedir o reconhecimento de direitos a gays, lésbicas e bissexuais, argumentam que toda sexualidade não-hétero é antinatural, anormal, devemos responder não com a tentativa de demonstrar que a homossexualidade e a bissexualidade também são naturais e normais – constituindo no processo consequentes anormalidades –, mas com a crítica da heterossexualidade, insistindo que também não é natural, tampouco normal, ser hétero, denunciando a violência que preside a uma socialização e a uma educação repressoras e intolerantes, as quais têm o objetivo de transformar crianças em adultos heterossexuais, ao invés de lhes permitir explorar todas as potencialidades do desejo.”

por Fabiano Camilo

“Eu não escolhi ser gay.”
“Eu não escolhi ser lésbica.”
“Eu não escolhi ser bissexual.”
“Eu nasci gay.”
“Eu nasci lésbica.”
“Eu nasci bissexual.”

As frases acima se tornaram dominantes no discurso mediante o qual gays, lésbicas e bissexuais expressam uma compreensão de suas sexualidades, de suas trajetórias de vida e de si mesmos. No início da década de 1990, o termo ‘orientação sexual’ começou a se tornar recorrente, proposto em substituição ao termo ‘opção sexual’, que passara a ser considerado equivocado e cuja utilização, hoje, é severamente criticada. Os indivíduos não possuem uma opção sexual, mas uma orientação: ninguém escolhe ser gay, lésbica ou bissexual.

Continue lendo

Síndrome de Estocolmo nas relações sociais

Por Cebolinha Debate De Ideias Fulano Detal.
A Síndrome de Estocolmo encontra-se em muitas relações na sociedade. Diferente do puxa-saquismo consciente, ela não é percebida e deliberadamente praticada pelo afetado. É uma autodefesa para o sujeito lidar bem com a situação à qual ele, afinal, está sujeito, subjugado em uma relação desigual de poder.

Assim, um sequestrado pode, sem perceber, procurar agradar aquele que o domina para receber um tratamento melhor. Já que o refém está à mercê, sem meios de escapar, a bajulação inconsciente pode render refeições maiores, mais conforto, menos maus tratos, uma dose de piedade.

De maneira semelhante, há quem se recuse a expor ou mesmo reconhecer apenas para si mesmo pontos negativos no chefe do trabalho / pai ou mãe / professor / dono da empresa / líder religioso / mestre de artes marciais / político governante / repressor do Estado / mafioso manda-chuva.

“Eu não sou nada diante de deus e por isso tenho que adorá-lo.” “Se não vivesse com meus pais queridos pais, eu seria um menor abandonado. Ainda bem que eles me amam! Não importa o que façam, são meus heróis!”

“Cara, se não fosse pelo grande treinador, eu não saberia nada de Boxe! Como poderia não gostar dele?!” “Eu não entendo como alguém que estuda Ciências Econômicas pode reclamar dos bancos privados. Onde é que esse cara vai trabalhar depois? Como é que ele vai viver, heim?!”

“Quando se precisa da ajuda de gente armada e equipada, o que resta é chamar a PM. E ainda há quem ouse criticar esses bravos guerreiros, que se arriscam por nós! Pior ainda é ver favelado zé-mané fracotão que idolatra traficante com fuzil!”