Cine Protesta – 1ª Mostra Lutas Sociais no Brasil – dia 05/set!

Dia 05/09 as 18:00 horas
ECLA (Espaço de Cultura Latino América)
Rua Abolição,244 – Bela Vista – SP

Filmes que serão Exibidos 
* Documentário Mães de Maio:
Um grito por justiça, 2012
* Entre Muros e Favelas, 2005

Debate
* Debora – Movimento Mães de Maio
* Danilo Dara – Movimento Mães de Maio
* Coletivo DAR (Desentorpecendo a Razão)

Em breve divulgação das próximas exibições. Acompanhe o blog: https://protesta.milharal.org

O contextualismo autoritário d’O Globo

 

“(…) o nome comum da práxis histórica só pode ser ‘genealogia do presente’, quer dizer, uma imaginação que traz a ser aquilo que existiu antes, da mesma maneira como constitui o ser por vir. Não se interpreta o passado, mas se experimenta.”

Antonio Negri, Kairòs, Alma Venus, Multitudo, p. 66.

As organizações Globo, após se verem transformadas em um dos alvos diletos das manifestações que povoaram as ruas de todo o Brasil a partir de junho (quando não em objeto principal de manifestações especificamente convocadas contra elas), lançaram um editorial aquiescendo do apoio dado ao golpe de 1964, instaurador de uma longa ditadura civil-militar, e manifestando que este erro ‘à luz da História’ (expressão que, como argumentaremos, é a chave para se entender a razão de não haver nenhuma confissão de erro, mas sim um ajuste histórico de posição das organizações) vem sendo debatido internamente desde há muitos anos, vindo à lume apenas agora por motivos do projeto Memória e sendo ‘chancelado’ pela ‘verdade dura’ exposta nas ruas.

Inicialmente, o texto intitulado ’1964′, aquiesce, de forma aparentemente severa, do erro de as organizações Globo terem sustentado o golpe, afirmando que a lembrança dessa postura, sempre exercitada por insatisfeitos com ‘qualquer reportagem ou editorial’ atual, não é refutável. ‘É História’, afirma o texto. A continuidade do texto alude, entretanto, tanto aos diversos veículos de imprensa que, assim como O Globo, apoiaram a ‘intervenção dos militares’, quanto ao ‘apoio expresso em manifestações e passeatas organizadas em Rio, São Paulo e outras capitais’, ou seja, apoio da própria população. É o primeiro passo do procedimento contextualista.

No passo seguinte, O Globo reconstitui a situação histórica e política em que teria se dado a sua intervenção editorial. Em meio a Guerra Fria, a polarização ideológica entre as forças defensoras do comunismo e do capitalismo era reproduzida em todos os países e, no Brasil, ‘ela era aguçada e aprofundada pela radicalização de João Goulart’, acusado, à época, de tentar instalar uma ‘república sindical’ no país (insinua-se a cantilena do golpe como contra-golpe preventivo). Jango teria conseguido revogar o parlamentarismo (aqui, embora, se mencione que isto se deu pela via de um plebiscito, o tom é o de que Jango logrou aceder aos ‘poderes plenos do presidencialismo’ por um golpe de mão e não por delegação soberana do povo brasileiro — quase 9,5 milhões de brasileiros votaram pelo retorno ao presidencialismo e apenas 2 milhões votaram pela manutenção do parlamentarismo). Feria-se, assim, a ‘saída negociada’ (eufemismo que designa o golpe frustrado de 1961, quando, após a obscura renúncia de Jânio, Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul, iniciou um movimento de resistência, a Campanha da Legalidade, que freou a iniciativa golpista ao colocar o país na iminência de uma guerra civil caso Jango não assumisse).

Com os ‘poderes plenos do presidencialismo’ Jango teria dado início a uma radicalização da conjuntura política, ameaçando atropelar o Congresso e a Justiça para promover as reformas de base ‘na lei ou na marra’. O mote, em verdade, era dos movimentos sociais, como as Ligas Camponesas de Francisco Julião, e não de Jango e de militares próximos – um pequeno deslocamento discursivo muito útil à conformação do contextualismo justificativo do golpe. Com a explosão do movimento dos sargentos, a caserna, já ‘intoxicada’ de política, teria afundando em grave crise, e se desenhou o horizonte do golpe, uma intervenção ‘cirúrgica’, destinada a apenas a restaurar a ordem, devolvendo-se o poder aos civis tão logo o ‘perigo de um golpe à esquerda’ fosse eliminado. Não foi entretanto o que aconteceu. E é O Globo que admite:

“Não houve as eleições. Os militares ficaram no poder 21 anos, até saírem em 1985, com a posse de José Sarney, vice do presidente Tancredo Neves, eleito ainda pelo voto indireto, falecido antes de receber a faixa.”

(Corta para vinte anos depois – ficar detalhando o que ocorreu, por exemplo, entre 1968 e 1974, não seria recomendável).

Em 1984, quando o golpe completava vinte anos, entretanto, Roberto Marinho publicaria um editorial assinado na capa d’O Globo. Nele — um ‘documento revelador’, de fato, como se afirma em ’1964′ –, Marinho ressaltava a magnânima atitude do general Geisel de extinguir os atos institucionais e demais decretos ditatoriais (nada disso teria sido fruto da luta política intensa pela redemocratização, mas uma concessão de um ditador comprometido com a democracia). Além disso, destacava os avanços econômicos do regime (o arrocho salarial dos anos da ditadura e o intenso aumento da desigualdade social, apenas sanados nos últimos dez anos, não mereceram consideração) e voltava a declarar a crença de que as intervenções repressivas haviam sido ‘imprescindíveis’, não só em 1964, como ainda posteriormente, contra a ‘irrupção da guerrilha urbana’. Todo o palavrório de contestação moderada que se segue a justificação dos desaparecimentos, torturas e assassinatos (‘imprescindíveis para a manutenção da democracia!’) é tão somente a tentativa de maquiar a monstruosidade do apoio post-festum às atrocidades do autoritarismo.

A ‘mágica’ do contextualismo autoritário fica clara, entretanto, nos últimos três parágrafos do texto.

O texto d’O Globo afirma a História como ‘o mais poderoso instrumento de que o homem dispõe para seguir com segurança rumo ao futuro’ e a necessidade da contextualização na análise do ‘posicionamento de pessoas e instituições’. Invoca-se a máxima (inscrita na frase de Cícero, Historia magistra vitae est) da História como mestra da vida – que o pensamento histórico abandonou a partir da sua concepção moderna ou pós-renascentista — para assinalar que se aprende com os erros cometidos e reconhecidos.

O texto, então, opera um corte notável: os homens e as instituições que viveram 1964 são ‘história’, passado, devendo ser entendidos nessa perspectiva e, em seguida, afirma com todas as letras: ‘O GLOBO não tem dúvidas de que o apoio a 1964 pareceu aos que dirigiam o jornal e viveram aquele momento a atitude certa, visando ao bem do país.’ O que se anunciava como a confissão de um erro, através do condão da Historia e da mágica do contextualismo transforma-se, diante dos olhos incrédulos de qualquer leitor atento, numa justificação contextualizada do golpe de 1964, que, entendido nos seus termos, teria sido a ‘atitude certa’! O vertiginoso zigue-zague de opiniões prossegue no último parágrafo, quando o texto faz notar que ‘à luz da História, contudo, não há por que não reconhecer, hoje, explicitamente, que o apoio foi um erro’. O procedimento contextualista do autoritarismo está completo. Operou-se um corte que instalou o erro como acerto na História (que o texto identifica com o passado) e o acerto como erro no presente.

O editorial d’O Globo se utiliza de uma diatribe corrente na reflexão sobre a história e a historiografia, segundo a qual a história só faria sentido nos termos dela mesma e, portanto — para fins de manutenção da ‘neutralidade axiológica’ do discurso historiográfico, evitando-se sua ‘politização’ — deve ser isolada, tanto quanto possível do presente, o anacronismo (ou seja, ‘um desencontro ou encontro sem cabimento; onde valores, hábitos, crenças de épocas diferentes são tratados como se fossem as mesmas coisas’) constituindo-se no pecado, por excelência, do historiador. No lugar dele, instaura-se uma homogeneização do tempo do qual o discurso histórico pretende tratar, cortando-se os fios entre passado e presente.

O texto d’O Globo parece uma boa oportunidade para que se reflita a respeito das consequências deste tipo de pensamento (amplamente disseminado) a respeito do discurso histórico e historiográfico. Mais do que isso, uma oportunidade para que se repense a centralidade do anacronismo no interior da prática histórica, não como incômodo a extirpar, mas como condição constituinte de todo e qualquer conhecimento histórico, que deve, por conseguinte, ser articulado no interior do discurso e não, pretensamente, deixado fora dele. Pensar a história (e o presente, história in actu) como instantes infinitos em que o tempo está aberto para diversos caminhos é a única maneira de impedir que discursos justificadores do autoritarismo se insinuem por dentro da própria prática historiográfica, dando azo, e validando discursivamente, operações como a que as organizações Globo protagonizaram. Mais do que afirmações peremptórias a respeito, que fique a necessidade da reflexão sobre as apropriações da história, não só como processo, mas também como regime de verdade que se articula na supressão dos diversos possíveis entre os quais os homens e mulheres de todos os tempos decidem todos os instantes.

Silvio Pedrosa.
http://oladoesquerdodopossivel.wordpress.com/2013/09/01/o-contextualismo-autoritario-do-globo/

Severamente Punidos – a mídia demoniza o Black Bloc

O vídeo denuncia a campanha midiática contra o movimento Black Block como
uma estratégia para criminalizar os protestos e incentivar a repressão
policial. Lembramos aqui que o mesmo aconteceu em Gênova em 2001. A
campanha da mídia italiana contra os Black Blocks legitimou a repressão
policial que resultou na morte de Carlo Giuliani, assassinado por um
policial com dois tiros a queima-roupa durante uma manifestação, e no
massacre da escola Diaz, quando uma operação envolvendo mais de 300
policiais deixou 82 feridos, 63 hospitalizados e uma jovem em coma.

Um massacre midiático prepara sempre um massacre real. Violenta é a mídia!

Coletivo Baderna Midiatica

blog: https://badernamidiatica.milharal.org/

facebook: https://www.facebook.com/badernamidiatica

Recomendamos o documentário “Del Poder”, que retrata os episódios da luta antiglobalização em Gênova no ano de 2011:

En Génova 2001 el enfrentamiento entre el Estado y los movimientos sociales dejó ver la verdadera naturaleza del poder. La represión policial fue la respuesta a la más numerosa protesta que se había vivido hasta el momento. Trescientos mil manifestantes vieron de frente el lado más violento de la democracia.

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Homens (pró-)feministas: aliados, não protagonistas

Texto de Henrique Marques-Samyn,

Publicado por http://blogueirasfeministas.com/2013/04/homens-pro-feministas-aliados-nao-protagonistas/

Em tempos recentes, houve no meio feminista brasileiro alguma polêmica sobre homens que, embora participantes de coletivos feministas, contestaram a legitimidade da formação de grupos compostos exclusivamente por mulheres; alguns deles teriam chegado a qualificar como ‘sexismo’ a defesa desses grupos como espaços legítimos. Há aí um sintoma da inconsistência política de que padecem muitos homens que se apresentam como feministas ou simpatizantes do feminismo: sendo a constituição de grupos exclusivamente femininos um dispositivo historicamente fundamental para o empoderamento das mulheres na sociedade patriarcal, desqualificar esses grupos — sobretudo sob a acusação de sexismo — implica reproduzir a lógica opressora ali onde ela deveria ser recusada com mais veemência.

Marcha das Vadias de Porto Alegre, 2012. Foto de Nanni Rios no facebook.

Marcha das Vadias de Porto Alegre, 2012. Foto de Nanni Rios no facebook.

Coisas desse tipo me levam a indagar se não é necessário refletir sobre certas atribuições no que tange à participação dos homens no feminismo. Refiro-me, particularmente, a um ponto crucial: nós, homens, somos aliados do feminismo, não seus protagonistas. Esse protagonismo sempre foi, e sempre será, um apanágio das mulheres: foram elas — e continuam a ser — as construtoras do movimento feminista, precisamente na medida em que sobre elas incide, ao longo da história e de modo imediato, a opressão patriarcal. Ainda que nós, homens, também soframos efeitos opressores do patriarcado, todos somos seus beneficiários, mesmo que nem todos sejamos seus signatários. Daí que nossa mais importante contribuição para o feminismo seja precisamente combater as múltiplas formas pelas quais colaboramos para a perpetuação das estruturas patriarcais, revisando nossos privilégios e questionando como atuamos em favor da opressão sexista.

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Marcha Nacional Contra o Genocídio do Povo Negro

22/08 – às 18h no TEATRO MUNICIPAL

ABAIXO AOS ASSASSINATOS DE JOVENS NEGRXS!
ABAIXO A CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS!
ABAIXO A CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA!
ABAIXO AO ESTATUTO DO NASCITURO!
ABAIXO O RACISMO INSTITUCIONAL!
ABAIXO PIMESP DO ALCKIMIN!
ABAIXO A VIOLENCIA E ABUSO POLICIAL!
FORA ALCKIMIN!

Vamos construir um dia nacional de mobilização contra o extermínio sistematizado de jovens negrxs e de denúncia ao genocídio da população negra. Em memória às/aos ancestrais que nos ensinaram na história em que é preciso resistir pra superar uma vida interrompida por balas per-furadas nos corpos de jovens faveladxs em sua maioria pretxs. Estes, que morrem não só na mão da polícia com ou sem farda (mílicias), mas pelo racismo institucionalizado nas áreas da saúde (ex. morte materna, onde as negras morrem 6 vezes mais que as mulheres brancas durante o parto), na falta de educação e investimento pra cumprimento da Lei da História da África nas Escolas (lei 10.639) pprque a ausência de uma memória, de nossa história é também uma forma de matar, pelo direito ao acesso às universidades públicas enquanto a gota frente ao mar de reparações que este Estado nos deve e por fim pelo fim da Policia Militar que há tempos desaparecem com “Amarildos” há tempos. Nesse dia de denúncia, SP, BA, RJ juntos contra as mortes e desaparecimentos de jovens negrxs, pobres, moradorxs de periferia cuja existência nessa atual sociabilidade é inferiorizada, é desumana.Chega de racismo!
E exigimos REPARAÇÕES JÁ!

NÃO ESQUECEMOS:
CHACINA DA CANDELÁRIA, MASSACRE DO CARANDIRU, OS 65 INCENDIOS NAS FAVELAS DE SP SEM EXPLICAÇÃO, A VIOLÊNCIA BRUTAL NA DESOCUPAÇÃO DAS FAMÍLIAS DO PINHEIRINHO, FAVELA DO MOINHO E HELIÓPOLIS, NEM ESQUECEREMOS DO GENOCÍDIO INDÍGENA, DAS MORTES DE MAIO DE 2006 PELA PM DE SP, NÃO ESQUECEREMOS JAMAIS!!!

LINKS d estatísticas:
http://revistaforum.com.br/blog/2012/12/mapa-da-violencia-aponta-crescim…
http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2013/07/morrem-24-negros-para-ca…
http://g1.globo.com/bahia/noticia/2012/11/ba-tem-maior-numero-de-homicid…
http://mapadaviolencia.org.br/pdf2012/mapa2012_cor.pdf

Mas ae,
#OndeEstáOAmarildo ? #Quem matou Ricardo? #DuduLivre!

#CotasSim!GenocídioNão!
CONHEÇA O PL EM RESPOSTA AO PIMESP DO ALCKIMIN E PARTICIPE DA CAMPANHA PELAS COTAS:
http://frenteprocotasraciaissp.blogspot.com.br/2013/07/coleta-de-assinat…

até novembro pretendemos colher 200mil assinaturas!Simbora!