Apesar dos 150 amanhã ainda há de ser greve

Resposta do Professor Tonico a carta dos 150 professores da FFLCH

ME GUSTAN LOS ESTUDIANTES

ANTONIO CARLOS ROBERT MORAES
Professor Titular do Departamento de Geografia – FFLCH/ USP

Me gustan los estudiantes quando a contenção das contratações começa a tornar inviável cumprir as grades curriculares e mesmo assim o corpo docente continua dando aulas para classes cada vez maiores, porém, hipnotizados pelo culto da ordem, não se rebela contra a situação;

Me gustan los estudiantes quando o governador fazendo uso de uma discutível prerrogativa legal, não utilizada na USP há mais de três décadas, desde o governo democrático de Franco Montoro (nunca utilizada na UNICAMP, e causadora da maior crise institucional vivida pela UNESP), não escolhe o primeiro indicado de uma também discutível lista de reitores, e o corpo docente da universidade não se revolta e parte dele ainda busca justificativas para a arbitrária e inaceitável atitude;

Me gustan los estudiantes quando este mesmo governador, no início de seu mandato, tenta se apossar dos fundos específicos da USP no Tesouro Estadual e o corpo docente se comporta como se não se tratasse de uma medida administrativa altamente lesiva para a instituição e um pequeno grupo de docentes, elevados ao staff governamental, são os artífices de tal medida;

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Relato sobre o Núcleo de Consciência Negra

Relato sobre o Núcleo de Consciência Negra, por Mandi.

Ontem, por volta das 13h, houve mais uma ofensiva da Reitoria para destruição do Núcleo de Consciência Negra (NCN).
Dessa vez, a burocracia enviou pedreiros e mestre de obra para fechar a porta lateral do NCN, utilizando tapumes – que já estão cercando todos arredores do prédio, menos a parte do Sweden, rico restaurante branco da propriedade duma senhora da FEA. Devido à articulação de muitxs que não acham que a luta anti-racista é somente dizer “cotas já” nas assembleias, conseguimos colar em peso, em menos de 10 min depois que fomos comunicadxs sobre o ocorrido. Devido à pressão dxs companheirxs, conseguimos fazer com que a obra não avançasse sobre as portas e parede do NCN.

Desde então, estamos nos auto-organizando para fazer vigília no prédio, e, se o NCN já tinha atividades diariamente, agora ele terá atividade em todos os horários possíveis, incluindo as madrugadas. As mesmas madrugadas que a Reitoria aproveita para enviar trabalhadores para continuar as obras, como aconteceu ontem, à 1h da manhã, horário em que só foram “tirar alguns entulhos” (se só foram fazer isso ou não, o que importa é que não puderam fazer porra nenhuma!)

Esse é um breve relato sobre o que aconteceu ontem no NCN, mas que tem acontecido há muito tempo: a tentativa de demolição da história dxs negrxs na USP. Não passarão!!!

Este é também um chamado à todxs que lutam contra o racismo: Nos apropriemos do Núcleo! Decretamos que essxs vermes nunca mais arrancarão parte do nosso passado ou ditarão qualquer ordem para o nosso futuro: Aqui, em presente, como desde o dia em que fomos roubadxs do continente africano, continuaremos resistindo: Não passarão!!!

AMANHÃ:

Vidas devem valer mais que vidraças

A repressão bruta escancara  a necessidade de repensarmos nossos valores…

Retirado de: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2013/10/525401.shtml
Por Pablo Ortellado 14/10/2013 às 14:18

O 7 de setembro foi um dos momentos notáveis em que o país novamente assistiu a brutais ações repressivas da polícia cuja ”contundência” seria justificada pela violência dos manifestantes, sobretudo do Black Bloc. Para quem segue achando que meninos e meninas que quebram vidraças são ”violentos” e que, por isso, precisam ser contidos também com violência (sem aspas), convido a uma reflexão histórica sobre a origem dessa tática.

Em 1999, os movimentos sociais dos Estados Unidos se preparavam para protestar contra a Rodada do Milênio da Organização Mundial do Comércio, que buscava levar a desregulamentação econômica para outro nível, incluindo o setor de serviços e criando absurdas garantias para investidores. Duas iniciativas grandes foram feitas para protestar contra o encontro que acontecia na cidade de Seattle: uma grande manifestação de sindicatos, sobretudo os ligados à confederação AFL-CIO, e um bloqueio dos acessos ao local do encontro organizado pela rede Direct Acion Network (DAN). O bloqueio organizado pela DAN era caracterizado pela observação estrita da não-violência, na tradição inaugurada pelo movimento dos direitos civis de Martin Luther King Jr.

Alguns ativistas acreditavam, no entanto, que essa estratégia da não-violência tinha se tornado inefetiva e que era preciso inovar. A não-violência de Gandi e Luther King foi caracterizada por uma desobediência aberta a leis injustas e a não reação à ação repressiva do Estado – usualmente extremamente violenta. Foi assim que os indianos enfrentaram o colonialismo inglês e os negros do sul dos Estados Unidos enfrentaram a política segregacionista. Eles desafiaram colonialismo e segregacionismo violando aberta e publicamente as leis e dando a outra face quando atacados pela violência policial. Essa postura que conciliava uma causa muito justa e uma ação de resistência passiva chocou a opinião pública, que logo se colocou a favor dos protestos, tirando a legitimidade da opressão colonial britânica e da política de segregação dos estados do sul.

Mas para que a estratégia desse certo era preciso que os meios de comunicação cobrissem a violência do Estado. Era a visão da violência do Estado sobre manifestantes passivos em defesa da justiça o que gerava os efeitos políticos buscados. Mas, desde os protestos contra a segregação racial, os movimentos sociais americanos não conheciam uma campanha de maior expressão que tivesse sido bem sucedida. E o principal motivo para que isso tivesse acontecido era que a grande imprensa não cobria a violência policial e, portanto, a resistência passiva gandiana não tinha qualquer efeito prático. Foi esse o entendimento dos ativistas que discordaram do DAN e optaram por montar um Black Bloc, na tradição alemã.

No entanto, de maneira um pouco diferente do que faziam os alemães (que se dedicavam a enfrentar a polícia e proteger as manifestações de agentes provocadores), os ativistas americanos do Black Bloc buscariam retomar a atenção da grande imprensa por meio de uma ousada campanha de destruição de propriedade privada – uma ação simbólica, orientada a grandes cadeias comerciais como McDonald?s e Starbucks. Assim, conseguiriam simultaneamente resgatar a atenção dos meios de comunicação e demonstrar simbolicamente seu repúdio a alguns símbolos do avanço do capitalismo transnacional.

É preciso notar que essa ação de destruição de propriedade também era não-violenta, já que uma das regras que foram auto-instituídas pelos manifestantes é que pessoas ou animais não poderiam ser machucados (regra que extraíram das ações ”terroristas” do movimento ambiental radical americano) – e também que nenhum estabelecimento comercial operado pelos donos (isto é, nenhum pequeno comércio) poderia ser atacado.

O que vimos recentemente no Brasil é um direto desenvolvimento dessa estratégia, que já dura 15 anos, e que não está sendo colocada em prática apenas no Brasil, mas em muitos lugares do mundo, como a Grécia e o Egito. Quando olhamos sob a ótica da sua origem histórica, a ação dos Black Bloc parece razoavelmente bem sucedida.

Enquanto a repressão da polícia a manifestantes pacíficos segue invisível para a maior parte da grande imprensa, a destruição de propriedade privada, sobretudo de bancos, ganha enorme visibilidade. Adicionalmente, o fato de o Brasil ainda manter uma polícia militar que opera praticamente sem controle, e que é acusada de ações regulares de extermínio de jovens pobres, cria uma paradoxal situação que tem sido bem explorada pelos manifestantes. A imprensa gasta páginas e mais páginas de jornal e dezenas de minutos de jornalismo televiso para discutir a ”violência” contra vidraças, enquanto a verdadeira violência contra a vida de nossos trabalhadores ganha menções pontuais e breves.

Ao chamar a atenção para os bancos, para as grandes marcas e para o Estado brasileiro, o Black Bloc resgata a atenção dos meios de comunicação e a redireciona para o sistema econômico e político que está na gênese da verdadeira violência da nossa sociedade. É uma questão em aberto se essa mensagem está sendo adequadamente recebida pelo público. Mas, seja como for, essa tática não é nem violenta, nem arbitrária – e, sobretudo, ela não é tola. Nossos jovens que estão nas ruas merecem respeito e nosso apoio – e nossa indignação precisa estar orientada para a verdadeira violência, aquela que faz desaparecer Amarildos e assassinar Ricardos.

Vidas devem valer mais do que vidraças.

URL:: http://www.correiocidadania.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=8935:submanchete091013&catid=72:imagens-rolantes

Encontro do Grupo de Estudos Libertários na Okupa! Este domingo!

Amanhã acontecerá a reunião do Grupo de Estudos Libertários na Reitoria okupada. Discutiremos sobre okupações em si, o texto disparador é esse aqui:

http://okupas-geografia.blogspot.com.br/

Será às 15hs na sala dos pianos.

Para mais informações sobre o grupo de estudos acesse:

https://estudoslibertarios.milharal.org/

Cola ai!