PM de São Paulo terá caminhões com canhões de água. [Até quando iremos tolerar?]

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Retirado de: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,pm-de-sao-paulo-tera-caminhoes-com-canhoes-de-agua,1051614,0.htm

[grifos nossos]

PM de São Paulo terá caminhões com canhões de água. 

Após os confrontos que terminaram com feridos nos protestos de junho, a Polícia Militar de São Paulo decidiu comprar veículos especiais para dispersar multidões com jatos de água e tinta. O comandante-geral da PM, coronel Benedito Roberto Meira, anunciou nessa segunda-feira, 8, a abertura de licitação internacional para adquirir os equipamentos, entre eles quatro caminhões.

O Comando da PM trabalha nos detalhes do edital, mas ainda não há uma data definida para lançá-lo. A previsão é que sejam gastos US$ 30 milhões (R$ 67,5 milhões). A ideia é que a frota esteja disponível na Copa de 2014, na eventualidade de uma nova onda de motins. “É para o ano que vem. Quem imaginava que haveria protestos dessa magnitude (na Copa das Confederações)? Não sabíamos que iriam encorpar tanto assim” [É honey, a gente tá na rua e não é pra brincadeira], disse o coronel.

Os caminhões, do tipo riot control (controle de tumulto), oferecem alternativas ao gás lacrimogêneo. Embora também dispersem o material, podem lançar primeiro jatos de água pura ou com tinta que colore as roupas dos manifestantes. Isso facilitaria a identificação dos que se envolvem [Tá aberta a temporada de caça aos/às manifestantes] com violência.

A técnica de dispersão com água foi usada recentemente nas manifestações na Turquia. Segundo o coronel, nenhuma PM brasileira tem os caminhões especiais. A do Rio, no entanto, adaptou um veículo, que faz um riot control improvisado. “O Estado não investiu muito em equipamentos de controle de distúrbios civis”, explicou, adiantando esperar que tudo seja recebido até janeiro.

Além dos veículos especiais, a PM comprará para a Tropa de Choque cartucheiras semiautomáticas de calibre 12 para emprego em incursões em áreas consideradas de risco, dois robôs para desarmar bombas e carros blindados para transporte de policiais. “Não é caveirão, hein?”, ponderou Meira.

Apesar das novas tecnologias, ele disse que as balas de borracha continuarão no menu [Será incluído ao menu policial: “manifestante bom, é manifestante morto”, mas diremos: NÃO PASSARÃO] da PM paulista em protestos futuros. “Se houver necessidade, vamos usar, com os mesmos critérios”, disse o coronel, lembrando dos ferimentos (até de jornalistas) causados pela munição. “Em São Paulo, fui eu que suspendi. Não por causa de críticas, mas porque causa realmente uma lesão, ofende a integridade física. Não foi feito com essa finalidade, mas pode atingir.” [Ahhh sério que vocês não sabiam?!]

Regras

O comandante participou, em Brasília, de encontro das cúpulas das PMs no Ministério da Justiça. Na reunião, discutiu-se a adoção de um protocolo padronizado para as corporações de todo o País adotarem em protestos. [A questão não é a existência de um protocolo, mas se serão cumpridos.] Atualmente, cada Estado tem critérios próprios para definir como agir no controle de motins e em que circunstâncias usar balas de borracha, gás lacrimogêneo e spray de pimenta.

A secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, afirmou que os abusos foram pontuais nos protestos de junho.[PONTUAIS?!] “Em outros países, manifestações muito menores terminaram em morte. Mas estamos em processo de aprimoramento. Nossa avaliação é que as polícias garantiram a Copa das Confederações.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

FIM DA MATÉRIA.

Conheça a Campanha “Menos Letais” que, desde 2011, carrega a pauta da regulamentação do uso de armamentos de baixa letalidade e o fim da violência policial.

Manifeste-se!

O grupo #menosletais está trabalhando ao lado de diversas ONGs de direitos humanos e outros movimentos sociais para colher depoimentos das pessoas que foram feridas e/ou agredidas durante os protestos contra o aumento do ônibus em SP. Para isso, preparamos um formulário que ajuda você a nos dizer o que é importante para entrarmos com um processo judicial contra o Estado. Além disso, vamos fazer um dossiê com todos os casos coletados (incluindo imagens e documentos relacionados) para divulgar na mídia e em instituições internacionais, como as Nações Unidas. Não se preocupe: as informações coletadas são confidenciais e só serão divulgadas com a sua autorização.

Acesse: http://menosletais.org

Nós queremos a queda do sistema – Carta enviada pelo coletivo Camaradas do Cairo (Egito)

Mais de 20 milhões de pessoas na rua, algumas fontes chegam a falar em 35 milhões, o maior protesto político da história da humanidade: é neste contexto que o coletivo Camaradas do Cairo, Egito, escreve a nota que segue em solidariedade ao MPL e às lutas no Brasil.

SOLIDARIEDADE DAS LUTAS: EGITO – BRASIL – TURQUIA

Carta enviada pelo coletivo Camaradas do Cairo (Egito) em 30/06:

Nós podemos cheirar o gás lacrimogênio do Rio e Taksim até Tahrir

“Para vocês, ao lado de quem lutamos,

Dia 30 de junho marcará um novo estágio da revolta para nós, construído sobre o que começou em 25 e 28 de Janeiro de 2011. Dessa vez nos rebelaremos contra o reino da Irmandade Muçulmana que tem trazido apenas mais das mesmas formas de exploração econômica, violencia policial, tortura e mortes.

Referências à chegada da “democracia” não têm relevancia quando não há a possibilidade de viver uma vida decente, com qualquer sinal de dignidade e sustento decente. Declarações de legitimidade através de um processo eleitoral distraem da realidade que, no Egito, nossa luta continua porque encaramos a continuação de um regime opressivo que tem novos rostos, mas mantém a mesma lógica de repressão, austeridade e brutalidade policial. As autoridades mantém a mesma falta de responsabilidade perante o público, e posições de poder se traduzem em oportunidades de aumentar riqueza e poder pessoais.

Dia 30 de Junho renova o grito da revolução “O Povo Quer a Queda do Sistema.” Nós procuramos um futuro governado nem pelo pequeno autoritarismo e familiar capitalismo da Irmandade, nem por um aparato militar que mantém em suas rédeas a vida política e econômica, tampouco o retorno das velhas estruturas da era Mubarak. Mesmo que os grupos de manifestantes que tomarão as ruas no dia 30 de Junho não estão unidos sob este apelo, ele deve ser o nosso – essa deve ser a nossa posição, pois não aceitaremos um retorno aos períodos sangrentos do passado.

Apesar de nossas redes de relacionamento ainda serem fraca, nós buscamos esperança e inspiração nos recentes movimentos, especialmente pela Turquia e pelo Brasil. Cada país nasceu de diferentes realidades econômicas e políticas, mas nós fomos todos governados por pequenos círculos cujos desejos por mais têm perpetuado a falta de visão de algo bom para o povo. Nós somos inspirados pela organização horizontal do Movimento Passe Livre, fundado na Bahia em 2003, e nas assembléias públicas que se espalham em Taksim.

No Egito, a Irmandade apenas adiciona uma via religiosa ao processo, enquanto a lógica de um neo-liberalismo localizado esmaga o povo. Na Turquia, uma estratégia de agressivo crescimento do setor privado igualmente se traduz num governo autoritário, a mesma lógica da brutalidade policial como primeira arma para oprimir oposição e qualquer tentativa de buscar alternativas. No Brasil, um governo enraizado numa revolucionária legitimidade, tem provado que seu passado é só uma máscara que ele usa, enquanto seus sócios, com a mesma ordem capitalista, exploram pessoas e natureza do mesmo modo.

Esses movimentos recentes partilham em uma luta mais velha que as constantes batalhas dos Curdos ou dos povos indígenas na América do Sul. Por décadas, os governos da Turquia e do Brasil têm tentado, mas falhado, acabar com a luta desses movimentos em sobreviver. A resistência deles em expor a repressão foi o precursor de uma nova onda de protestos que se espalharam pela Turquia e Brasil. Nós vemos uma urgência em reconhecer a profundidade em nossas lutas e buscar por formas de rebelião em novos espaços, vizinhanças e comunidades.

Nossas lutas compartilham o potencial de se opor ao regime global de nações-estado. Na crise, como na prosperidade, o Estado – no Egito sob o governo de Murabak, da junta militar, ou da Irmandade Muçulmana – continua a desapropriar e retirar poderes dos cidadãos em ordem de preservar e expandir a rqueza e privilégio daqueles no poder.

Nenhum de nós está lutando sozinho. Nós confrontamos inimigos em comum no Bahrain, Brasil, e Bosnia, Chile, Palestina, Siria, Turquia, Curdistão, Tunisia, Sudão, Sahara ocidental e Egito. E a lista continua. Em todo lugar nos chamam de vândalos, saqueadores e terroristas. Nós estamos lutando mais do que a exploração econômica, a crua violência policial, ou um sistema legal ilegítimo. Não são direitos ou uma cidadania reformada por que lutamos. Nós nos opomos às nações-estado comouma ferramenta centralizada de repressão, que permite uma elite local sugar a vida de nós e poderes globais reterem seu domínio sobre nosso dia-a-dia. Os dois trabalham como um, com balas e transmissões e tudo entre eles. Nós não estamos advogando para unir ou igualar nossas várias batalhas, mas é a mesma estrutura de autoridade e poder que temos que lutar, desmantelar e derrubar. Juntos, nossa luta é mais forte.

Nós queremos a queda do sistema.

Camaradas do Cairo”

Manifestantes iluminam helicóptero militar com lasers para atrapalhá-lo.

 

Periferia em Luta!

Nesta terça-feira a periferia seguirá na resistência!

Cole junto!

Terça – 25/junho
07:00

MPL (Movimento Passe Livre), Cooperifa, Periferia Ativa, Resistência Urbana, MTST, Esquerdas e Movimentos Sociais das Periferias, convidam:
PONTO 1: Metrô Capão Redondo (Zona Sul) /
PONTO 2: Largo do Campo Limpo (Zona Sul) /
PONTO 3: Estação Guaianazes CPTM (Zona Leste)

https://www.facebook.com/events/377628569026304/

QUEM NÃO LUTA PELOS TRABALHADORES,
NÃO NOS REPRESENTA!

A periferia de São Paulo vai parar na próxima terça-feira na luta pelos direitos do povo trabalhador.

DEFENDEMOS:

– Não à violência policial. Desmilitarização da Polícia!
– Saúde e Educação “Padrão FIFA”. Nada de dinheiro para a Copa!
– Controle sobre o valor dos aluguéis. Contra as remoções!
– Tarifa Zero para o transporte público!
– Pela Redução do Custo de Vida!

Convocação:
MOVIMENTO PERIFERIA ATIVA
RESISTÊNCIA URBANA – Frente Nacional de Movimentos

Organizar a raiva!

O ódio do gigante, de Leonardo Blecher
brasil

Enquanto um sorridente gigante branco, de cara pintada em verde e amarelo e envelopado por uma bandeira brasileira, caminhava lentamente para a Avenida Paulista, outro ente fantástico preferiu permanecer diante da Prefeitura de São Paulo.

Era também um gigante, mas bem diferente. Este era disforme e empunhava uma bandeira negra. O lenço em seu rosto não escondia um sorriso, mas as rugas da fúria.

O gigante era confuso, impulsivo, enérgico, monstruoso. Dirigia pontapés, pedras e palavras cortantes ao ostentoso prédio do poder executivo paulistano. Era contra uma parede que sua raiva explodia.

Todos os dias, este gigante acorda cedo, toma um café preto e sai de casa quando o sol ainda dá seus primeiros sinais. Equilibra-se entre a calçada estreita e a rua esburacada para esperar a chegada da lata metálica que o carregará por quilômetros, espremido, asfixiado.

Quando chega ao seu destino, olha com medo para o homem que o fez ir até lá, abaixa a cabeça e veste seu uniforme. Seu inimigo é um único ser humano pequeno e fraco, que, por algum motivo, tem poder para humilhá-lo. Após horas de tédio e esforço físico, o gigante recebe dele sua última ordem do dia: “Pode ir embora, até amanhã.”

Enquanto volta para sua casa, novamente encurralado em uma lata metálica, o gigante pensa. Pensa nas contas atrasadas, na doença da mãe, no familiar que morreu, mas não chora. Sente um vazio no tórax, a garganta seca, poderia jurar que é tristeza. E ele aprendeu que tristeza se cura com trabalho, batalhando pela vida.

Na última terça, quando o gigante olhou para o prédio da Prefeitura, se inflamou. Viu naquela parede a mesma barreira que o separa de seus desejos, seus anseios, sua felicidade. O muro que o divorcia da emancipação estava finalmente diante de seus olhos. E foi então que percebeu que o que sente todos os dias na volta pra casa não é tristeza.
É ódio.

 

A história se repete… Mas eles NÃO PASSARÃO!

OBS: Negrito e sublinhado feitos por nós, do Rizoma, em referência ao ato realizado nesta quinta-feira (20/junho) em São Paulo. Inicialmente convocado pelo Movimento Passe Livre, o que vivenciamos na rua ontem merece um texto específico. Em breve nos posicionaremos.

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Por ora fiquem com os seguintes links [breve levantamento de postagens sobre o ato de ontem. Não representam posicionamento da Tendência Rizoma]:

E no sétimo grande protesto contra o aumento das tarifas…. os fascistas venceram.: http://www.tsavkko.com.br/2013/06/e-no-setimo-grande-protesto-contra-o.html

Partidos e movimentos sociais viram alvo em SP: http://www.cartacapital.com.br/politica/militantes-de-partidos-e-movimentos-sociais-viram-alvo-em-sao-paulo-6932.html

Manifestantes entram em confronto na av. Paulista; homem fica ferido: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/06/20/manifestantes-entram-em-confronto-na-av-paulista-homem-fica-ferido.htm

MPL deixa ato e diz que direita quer dar ‘ares fascistas’ a protestos: http://noticias.terra.com.br/brasil/cidades/,1586fb147546f310VgnVCM3000009acceb0aRCRD.html

Após vitória, MPL evita protagonismo e foca tarifa zero: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/apos-vitoria-mpl-evita-protagonismo-e-foca-tarifa-zero?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

Fascismo infanto-juvenil deixa a República de quatro: http://saraiva13.blogspot.com.br/2013/06/mpl-eduardo-guimaraes-fascismo-infanto.html?spref=tw

Protestar contra tudo é o mesmo que protestar contra nada: http://socialistamorena.cartacapital.com.br/protestar-contra-tudo-e-o-mesmo-que-protestar-contra-nada/

Após hostilidade a partidos e ‘pauta conservadora’, MPL anuncia fim de atos: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/06/21/apos-hostilidade-a-partidos-e-pauta-conservadora-mpl-nao-convocara-mais-atos.htm

O day-after: implicações de uma vitória: http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=6&post_id=1267

Reflexões provisórias sobre os protestos nas ruas: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/reflexoes-provisorias-sobre-os-protestos-nas-ruas

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Retirado de: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/03/editorial-globo-celebra-golpe-militar-de-1964.html

A história inabalável: Editorial do jornal “O Globo” de 2 de abril de 1964, celebrou o Golpe Militar

Leia a seguir, na íntegra, o posicionamento histórico e irreparável do jornal da família Marinho durante o processo que removeu, à força, um governo democraticamente eleito e instaurou uma ditadura militar no Brasil. Na foto abaixo, a capa do jornal O Globo, celebrando o “ressurgimento da democracia”, um dia após o Golpe Militar.

editorial globo golpe militar 1964

Editorial de “O Globo” do dia 02 de abril de 1964

“Ressurge a Democracia”

Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas, que obedientes a seus chefes demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições.

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