Repressão no 5º Ato Contra a Copa

Retirado de De Olho na Rua

ELA E ELES
Ela, que nasceu sabe-se lá onde a mando de não se sabe quem. Que viu a mãe apanhar. Que viu os assédios da irmã e – tímida – não sabia o que fazer.

Ela, que ouviu da sociedade que tem culpa do estupro que sofreu. Que perdeu a última ponta de esperança na revolução pacífica quando viu o irmão ser arrastado do morro pro camburão e, de lá, nunca mais teve notícias.

Ela que fez do corpo um templo e do feminismo um trilho. Ela, que hoje cria um filho e não sabe como pagará as fraldas do mês que vem.

Ela não necessariamente é a garota na foto. Ela é uma história mal contada pela opressão diária. E começa em casa. A asa que ela busca ofusca a repressão, a opressão, o patriarcado. A prisão não é só detenção. Não é só essa. ELA  É DO TIPO QUE NÃO PÁRA ENQUANTO NÃO TERMINA O QUE COMEÇA.

Texto: Fábio Chap
Foto: Mídia NINJA

Detenção de manifestantes no Metrô Butantã ontem, durante o 5º Ato “Se não tiver direitos não vai ter Copa”

 

II Copa Rebelde dos Movimentos Sociais – Porquê em SP só o amor não basta! [12 e 13/abril]

Segunda edição da Copa Rebelde dos Movimentos Sociais acontecerá nos dias 12 e 13 de abril e conta com proposta alternativa a torneio da Fifa; confira como participar!

O Comitê Popular da Copa de São Paulo, junto de movimentos sociais e coletivos parceiros, está organizando a 2ª edição da Copa Rebelde, um ato político com torneio de futebol e atividades culturais.

Existem diversas ideias e ideais em jogo neste “campeonato” rebelde, a começar por sua forma de organização horizontal e auto-gestionária. Entendemos que “participar” da Copa Rebelde não significa apenas “aparecer no dia” para jogar bola ou escutar alguns dos grupos que se apresentarão, mas sim construir coletivamente este espaço – como for possível para cada um.

Por isso, convidamos a todas e a todos para somarem nos dois dias de programação (abaixo) e na próxima reunião no dia 07/04 na Ocupação Maua às 18h30, onde os times serão sorteados e os arranjos finais, detalhados.

Mas a Copa Rebelde diz respeito também a uma outra forma de viver (e ver) o futebol, muito diferente daquela preconizada pela FIFA, autoridades e empresários. Entre os rios de dinheiros, sangue (oito pessoas morreram na construção dos estádios da Copa) e de violações, criamos um futebol rebelde para mostrar que a paixão popular ainda resiste e que pode deixar, de fato, um legado positivoa partir da organização popular.

De certa forma, a Copa Rebelde mostra que outra Copa do Mundo, popular e organizada de baixo pra cima, seria possível, e nos faz questionar: o Mundial de 2014, da forma como foi organizado, é benéfico pra quem?

Faltando apenas dois meses para a Copa, podemos listar algumas das tantas violações cometidas em nome do “futebol”: oito trabalhadores morreram durante as obras nos estádios, centenas de milhares de pessoas foram despejadas de suas casas, trabalhadores ambulantes e artistas de rua foram impedidos de trabalhar durante o evento, movimentos sociais e coletivos políticos enfrentam crescente criminalização, moradores de rua estão sendo brutalmente reprimidos e retirados das ruas mais turísticas, as grandes arenas construídas não terão espaço para a maior parte dos torcedores brasileiros (afinal, quem consegue pagar ingressos tão caros?).
Em nome da “segurança” da Copa, o Estado investe em um modelo de segurança pública militarizada, a polícia se arma cada vez mais e novas leis e medidas infra-legais são tomadas; um tribunal de exceção será implementado durante o Mundial para julgar crimes de forma expressa e urgente, prejudicando a defesa dos acusados – mas, afinal, quem serão seus réus? Trabalhadores ambulantes e artistas independentes que tentarem trabalhar para aproveitar a chegada de milhares de turistas? Moradores de rua que estarão “atrapalhando” a paisagem das cidades? Manifestantes e movimentos sociais que procuram denunciar as injustiças e violações? Ou, como sempre, a população preta, pobre e periférica?

Na Copa Rebelde, estarão em jogo não uma taça e milhares de oportunidades de negócios, mas o espírito democrático do esporte mais popular do mundo, construído aqui pelos pés de ex-escravos, caipiras, indígenas, imigrantes, mestiços e analfabetos.

Não à toa a II Copa Rebelde será realizada, mais uma vez, no espaço da antiga rodoviária de São Paulo, no centro da cidade, que foi, recentemente, demolida para a construção de mais um templo da elite e cujo processo se encontra parado. Símbolo da especulação imobiliária e da cidade privada que as elites de São Paulo sonham em terminar de construir, a ocupação deste espaço para um evento público e coletivo tem tudo a ver com o futebol – e o mundo – que queremos.

Como a obra do governo de estado está paralisada – e não a reconhecemos como um projeto para população -, junto com moradores e frequentadores da região, iremos pensar: qual nossa proposta para aquele espaço?

Convidamos a todas e a todos para construir a II Copa Rebelde conosco!

Dessa vez, o evento acontecerá nos dias 12 e 13 de abril (sábado e domingo, respectivamente).

PROGRAMAÇÃO

* esta programação é prévia e pode ser alterada conforme as decisões da próxima reunião

Se você tem como contribuir com a programação ou quer sugerir novas atividades, todas as ideias são bem-vindas! Escreva para nosso email: coparebelde@gmail.com e/ou compareça na próxima reunião (segunda-feira, dia 07/04, às 18h30 na Ocupação Maua – próxima a est. Luz)

– dia 12/04 (sábado):
9h: início de trabalhos no espaço da antiga rodoviária
–> quem puder, trazer luvas, rastelos e sacos de lixo

13h: samba da resistência (percorrerá ruas do entorno, chamando frequentadores e moradores da região para a Copa)
–> músicos/as, serão muito bem-vindos/as com seus instrumentos!

14h: debate sobre processos de elitização do centro de SP
Nelson (Ocupação Mauá) falará sobre situação atual da Ocupação, que existe há 7 anos e está sendo ameaçada de despejo
Átila (Movimento da População de Rua) falará sobre a situação atual dos moradores de rua em SP
–> sugestões de nomes serão bem-vindas

15h: jogo de abertura da II Copa Rebelde: Comitê Popular da Copa vs Amigos da Barão (vencedores da I Copa Rebelde)
–> o time do Comitê Popular é aberto a todas e todos. Venha preparado/a para jogar!

– dia 13/04

8h30: montagem das barracas e espaços da II Copa Rebelde
–> esse momento será muito importante para todas/os durante todo o dia.

10h: início do torneio
* os jogos começarão pontualmente. Por conta de não termos mais horário de verão e nem iluminação nos campos, os últimos jogos tem de acontecer antes de escurecer.

durante o dia:
– apresentação teatral do coletivo Parlendas
– baterias e fanfarras
– atividades culturais e esportivas para crianças
– música e grupos musicais

* Contando com a transmissão ao vivo da Rádio Várzea – sintonize 107.7 FM pra ouvir!

Resistência Guarani em São Paulo – Debate e Sarau na USP esta quarta-feira

Solidariedade nas lutas!

GUARANIS EM LUTA PELA DEMARCAÇÃO DE SUAS TERRAS

18h – Debate sobre a Resistência Guarani em São Paulo, com lideranças das Terras Indígenas Tenondé Porã e Jaraguá

20h – Sarau da Demarcação: com a participação de guaranis, muras, guajajaras, e todos vocês, juruás, que quiserem participar…
Presenças já confirmadas:
– Xondaro MC’s
– Sonia Guajajara
– Marcia Mura

Venda de cerveja e artesanatos tradicionais a partir das 14h

Participe!
Conheça e apoie a luta Guarani pela demarcação de suas terras.

Espaço Verde – Prédio das Ciências Sociais e Filosofia – FFLCH-USP

Zapatismo: experiências nas Escuelitas

QUANDO:
DOMINGO (30/03) – 15:00

Zapatismo: experiências nas Escuelitas

Exposição e debate com companheiros que viajaram ao México para conhecer e trocar com um povo que resiste, inspirando grupos e pessoas que buscam autonomia!

Com Ana Frari e Felipe Johnson
na Casa da Lagartixa Preta
Rua Alcides de Queirós, 161 – Bairro Casa Branca – Santo André – SP

(Atividade faz parte da programação de Aniversários de 10 anos da Casa da Lagartixa Preta Malagueña Salerosa)