II Copa Rebelde dos Movimentos Sociais – Porquê em SP só o amor não basta! [12 e 13/abril]

Segunda edição da Copa Rebelde dos Movimentos Sociais acontecerá nos dias 12 e 13 de abril e conta com proposta alternativa a torneio da Fifa; confira como participar!

O Comitê Popular da Copa de São Paulo, junto de movimentos sociais e coletivos parceiros, está organizando a 2ª edição da Copa Rebelde, um ato político com torneio de futebol e atividades culturais.

Existem diversas ideias e ideais em jogo neste “campeonato” rebelde, a começar por sua forma de organização horizontal e auto-gestionária. Entendemos que “participar” da Copa Rebelde não significa apenas “aparecer no dia” para jogar bola ou escutar alguns dos grupos que se apresentarão, mas sim construir coletivamente este espaço – como for possível para cada um.

Por isso, convidamos a todas e a todos para somarem nos dois dias de programação (abaixo) e na próxima reunião no dia 07/04 na Ocupação Maua às 18h30, onde os times serão sorteados e os arranjos finais, detalhados.

Mas a Copa Rebelde diz respeito também a uma outra forma de viver (e ver) o futebol, muito diferente daquela preconizada pela FIFA, autoridades e empresários. Entre os rios de dinheiros, sangue (oito pessoas morreram na construção dos estádios da Copa) e de violações, criamos um futebol rebelde para mostrar que a paixão popular ainda resiste e que pode deixar, de fato, um legado positivoa partir da organização popular.

De certa forma, a Copa Rebelde mostra que outra Copa do Mundo, popular e organizada de baixo pra cima, seria possível, e nos faz questionar: o Mundial de 2014, da forma como foi organizado, é benéfico pra quem?

Faltando apenas dois meses para a Copa, podemos listar algumas das tantas violações cometidas em nome do “futebol”: oito trabalhadores morreram durante as obras nos estádios, centenas de milhares de pessoas foram despejadas de suas casas, trabalhadores ambulantes e artistas de rua foram impedidos de trabalhar durante o evento, movimentos sociais e coletivos políticos enfrentam crescente criminalização, moradores de rua estão sendo brutalmente reprimidos e retirados das ruas mais turísticas, as grandes arenas construídas não terão espaço para a maior parte dos torcedores brasileiros (afinal, quem consegue pagar ingressos tão caros?).
Em nome da “segurança” da Copa, o Estado investe em um modelo de segurança pública militarizada, a polícia se arma cada vez mais e novas leis e medidas infra-legais são tomadas; um tribunal de exceção será implementado durante o Mundial para julgar crimes de forma expressa e urgente, prejudicando a defesa dos acusados – mas, afinal, quem serão seus réus? Trabalhadores ambulantes e artistas independentes que tentarem trabalhar para aproveitar a chegada de milhares de turistas? Moradores de rua que estarão “atrapalhando” a paisagem das cidades? Manifestantes e movimentos sociais que procuram denunciar as injustiças e violações? Ou, como sempre, a população preta, pobre e periférica?

Na Copa Rebelde, estarão em jogo não uma taça e milhares de oportunidades de negócios, mas o espírito democrático do esporte mais popular do mundo, construído aqui pelos pés de ex-escravos, caipiras, indígenas, imigrantes, mestiços e analfabetos.

Não à toa a II Copa Rebelde será realizada, mais uma vez, no espaço da antiga rodoviária de São Paulo, no centro da cidade, que foi, recentemente, demolida para a construção de mais um templo da elite e cujo processo se encontra parado. Símbolo da especulação imobiliária e da cidade privada que as elites de São Paulo sonham em terminar de construir, a ocupação deste espaço para um evento público e coletivo tem tudo a ver com o futebol – e o mundo – que queremos.

Como a obra do governo de estado está paralisada – e não a reconhecemos como um projeto para população -, junto com moradores e frequentadores da região, iremos pensar: qual nossa proposta para aquele espaço?

Convidamos a todas e a todos para construir a II Copa Rebelde conosco!

Dessa vez, o evento acontecerá nos dias 12 e 13 de abril (sábado e domingo, respectivamente).

PROGRAMAÇÃO

* esta programação é prévia e pode ser alterada conforme as decisões da próxima reunião

Se você tem como contribuir com a programação ou quer sugerir novas atividades, todas as ideias são bem-vindas! Escreva para nosso email: coparebelde@gmail.com e/ou compareça na próxima reunião (segunda-feira, dia 07/04, às 18h30 na Ocupação Maua – próxima a est. Luz)

– dia 12/04 (sábado):
9h: início de trabalhos no espaço da antiga rodoviária
–> quem puder, trazer luvas, rastelos e sacos de lixo

13h: samba da resistência (percorrerá ruas do entorno, chamando frequentadores e moradores da região para a Copa)
–> músicos/as, serão muito bem-vindos/as com seus instrumentos!

14h: debate sobre processos de elitização do centro de SP
Nelson (Ocupação Mauá) falará sobre situação atual da Ocupação, que existe há 7 anos e está sendo ameaçada de despejo
Átila (Movimento da População de Rua) falará sobre a situação atual dos moradores de rua em SP
–> sugestões de nomes serão bem-vindas

15h: jogo de abertura da II Copa Rebelde: Comitê Popular da Copa vs Amigos da Barão (vencedores da I Copa Rebelde)
–> o time do Comitê Popular é aberto a todas e todos. Venha preparado/a para jogar!

– dia 13/04

8h30: montagem das barracas e espaços da II Copa Rebelde
–> esse momento será muito importante para todas/os durante todo o dia.

10h: início do torneio
* os jogos começarão pontualmente. Por conta de não termos mais horário de verão e nem iluminação nos campos, os últimos jogos tem de acontecer antes de escurecer.

durante o dia:
– apresentação teatral do coletivo Parlendas
– baterias e fanfarras
– atividades culturais e esportivas para crianças
– música e grupos musicais

* Contando com a transmissão ao vivo da Rádio Várzea – sintonize 107.7 FM pra ouvir!

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