Cenas da resistência da favela do Metrô-Mangueira (RJ)

“Durante a tarde e a noite do dia 7 de janeiro, moradores da favela Metrô-Mangueira, na zona norte do Rio, protestaram contra o despejo de cerca de 40 famílias que vivem no local. A prefeitura teria chegado à favela às 7h da manhã agredindo e expulsando moradores de suas casas. A Favela do Metrô fica a menos de 500 metros do palco da final da Copa de 2014, o Maracanã. Desde 2010, moradores sofrem com as investidas do Estado reacionário, empenhado em varrer qualquer sinal de pobreza dos locais onde acontecerão os jogos da Copa.

Revoltadas, cerca de 100 pessoas interditaram a Avenida Radial Oeste e enfrentaram a PM e a tropa de choque. A mando do prefeito Eduardo Paes e do gerente estadual, Sergio Cabral, policiais promoveram o caos atirando gás lacrimogêneo, spray de pimenta e bombas de efeito moral contra a população, que não se calou e respondeu com pedras e garrafas sustentando a combativa resistência até a meia-noite.”

VIDEO: http://www.youtube.com/watch?v=R3DkSuRogF4

Nota contra a condenação de Rafael Braga Vieira

No dia 04/12 tomamos conhecimento da condenação de Rafael Braga Vieira a 5 anos de prisão. Essa decisão parte do pressuposto de que o morador de rua e catador de latinhas portava dois coquitéis molotov durante o ato do dia 20 de Junho. A repressão é a ação primeira que o Estado e o Capital buscam frente ao recrudescimento da luta de classes e à ações contestatórias do sistema. Não à toa, a radicalização das lutas travadas a partir de Junho vieram acompanhadas de um número cada vez maior de prisões e detenções, sendo a mensagem sempre muito clara: “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come!”.
No entanto, se o critério para essas apreensões partiam da superficialidade do: se está na rua já é um potencial perigo; não há dúvidas de que a partir disso “novas” características começaram a ser agregadas para diferenciar xs diversxs manifestantes: é black block? é vandalx? é pretx, pobre? E o caso de Rafael é só mais uma ilustração do modus operandi dxs de acima, a evidenciação do caráter de classe da justiça burguesa e dos seus aparatos. Morador de rua, catador de latinhas, duas garrafas e uma condenação a 5 anos de prisão, a primeira condenação dxs detidxs nos atos de Junho. Como sempre, a corda estoura no lado mais fraco, no alvo mais fácil, na resposta mais “óbvia”. Afinal, quem reclamará por mais umx moradxr de rua presx? Ainda mais um que já tem passagens pela polícia?
A decisão da justiça nada mais é do que a afirmação da política do Governo e dxs Capitalistas no que concerne às lutas e à pobreza: lutar é crime e ser pobre também; e se for ambas as coisas, lutadorx e pobre, é duas vezes criminosx. Nesse momento não importa que cabe ao/à acusadorx o ônus da prova, que todxs somos inocentes até que se prove o contrário, se fugir do padrão brancx classe média/alta, a sua sentença já está carimbada em sua testa: REPRESSÃO!
É necessário termos isso em mente para as lutas futuras, a irresponsabilidade e a falta de solidariedade não é um luxo que podemos ter. Todx companheirx presx, condenadx, reprimidx, tem de ser apoiadx. Todx compa que cai é umx a menos em nossa luta e em nossas fileiras, é umx a mais nas estatisticas do IBGE e uma nova notícia para a mída burguesa. Não devemos, e não podemos de forma alguma abandonar aquelxs que com nós lutaram e lutarão, não podemos de forma alguma aceitar caladxs o avanço da repressão e a reafirmação da política de nossxs inimigxs!

Abaixo a repressão!
Liberdade à todxs xs lutadorxs!
À luta!

Apoio e informes sobre a mobilização estudantil na E.E. Manuel Alves de Lima

INFORMES:

Saiba o que está ocorrendo na EE Manuel alves de Lima: katu.milharal.org/2013/12/04/nota-de-apoio-aos-estudantes-da-ee-antonio-manuel-alves-de-lima-que-dizem-nao-aos-muros

Informe de hoje (!)

“Hoje, dia 9/12, os alunos fizeram um ato dentro da escola. A direção chamou a PM para retirar os alunos, usando a desculpa que hoje eram os conselhos de classe, por isso, eles não poderiam ficar ali. Houve agressão verbal por parte da polícia e empurra-empurra. Em nenhum momento a direção se colocou lá, para auxiliar ou, pelo menos, mediar a situação entre os alunos e a polícia. Amanhã haverá uma reunião aberta para se discutir isso.

Segue o comunicado oficial: Amanhã, dia internacional da Declaração Universal dos Direitos Humanos, estaremos na Fundação Julita, defendendo os direitos dos Estudantes da Escola Estadual Antonio Manoel Alves De Lima, em Reunião aberta para tratar do Muro da Vergonha. Segue a convocação da Comissão de Pais, alunos e sociedade civil organizada:

A comissão de estudantes, pais e sociedade civil organizada, da E.E. Antonio Manoel A. de Lima convoca todos pais, estudantes, professores, direção e membros da comunidade para a reunião, dia 10/12, as 10h30, na sede social da Fundação Julita, situada a Rua: Nova do Tuparoquera, 117, para discutir: 1) a violação dos direitos dos estudantes em participação política dentro da escola; 2) uso de droga e opressão na escola; 3) outras alternativas possíveis e não o muro; 4) denuncia de violação de direitos humanos; 5) Encaminhamentos.

APOIO:

Carta aberta às e aos estudantes da E.E. Manuel Alves de Lima:

Estudantes da Escola Estadual Manuel Alves de Lima, há poucos dias começamos a perceber pela internet a mobilização que iniciava-se na escola de vocês; uma mobilização que mostra um claro interesse pela participação política nas decisões que se referem ao espaço escolar.

Nós estamos longe, mas gostaríamos de dizer algumas coisas a todas/os vocês:

Nós somos um coletivo de estudantes que fazem faculdade na USP. Nos organizamos em um grupo aqui em nossa universidade, pois sabemos que, apesar de ser uma instituição pública, ela está a serviço de um mundo baseado em opressões e interesses comerciais. Nós sabemos que a Universidade de São Paulo exclui todas/os nossas/os companheiras/os pobres, negras/os e periféricas. São poucas as pessoas que conseguem entrar em uma universidade pública, pois o vestibular foi criado para que apenas as/os ricas/os tivessem acesso ao ensino superior. Nós lutamos por uma outra universidade, por um outro conhecimento que sirva para nos emancipar e não nos aprisionar. Por isso nos identificamos com a luta de vocês!

Primeiro gostaríamos de parabenizar a iniciativa e a atuação coletiva que vocês estão tendo. Juntas e juntos somos mais fortes e é nossa união que faz com que consigamos seguir avançando. Vocês podem nem imaginar, mas muita gente está acompanhando cada passo da luta de vocês, tanto aquelas/es que sentem-se ameaçadas/os quanto aquelas/es que vibram a cada passo dado pelas/os estudantes.

Escolas não deveriam ser prisões, mas a todo dia tentam nos tornar pessoas dóceis e submissas para que nunca nos levantemos e questionemos aquilo que discordamos. Resistam! O caminho não é o dos mais fáceis, algumas batalhas iremos perder, mas se vocês seguirem organizadas/os serão mais fortes.

Estamos à disposição para o que vocês precisarem, não hesitem em divulgar para todo o mundo o que vocês estão fazendo, suas vitórias, angústias e próximos passos. Se tem uma coisa que funciona muito bem entre nós, as/os que resistem, é nossa solidariedade. Tentem, sempre que possível, manter um canal de comunicação para vocês conseguirem avisar o que está acontecendo e para que as pessoas saibam onde procurar informações sobre a mobilização na escola. Escrevam o que vocês estão achando disso tudo, contem cada notícia nova, compartilhem e difundam informação. Isto é importante para quem está de fora, mas também é importante para deixar registrado na história que a construção do muro na EE Manuel Alves de Lima foi feita sem consultar as/os estudantes e que estas/es não se calaram. É importante mantermos viva a história de nossas resistências.

Agora chega de carta imensa porque com certeza vocês estão na maior correria por aí.
Fiquem com nossos abraços,
Rizoma

Links com mais informes:

Centro de Mídia Independente:
midiaindependente.org/pt/blue/2013/12/527078.shtml
midiaindependente.org/pt/blue/2013/12/527009.shtml

Coletivo Katu
katu.milharal.org/2013/12/04/nota-de-apoio-aos-estudantes-da-ee-antonio-manuel-alves-de-lima-que-dizem-nao-aos-muros

União Campo, Cidade e Floresta
uniaocampocidadeefloresta.wordpress.com/2013/12/03/a-direcao-da-escola-estadual-antonio-manoel-alves-de-lima

URGENTE: PM levando companheirxs do MTST para delegacia no Morumbi

Atualização em 08.12 às 15 horas através do facebook do MTST: Agradecemos a todos os companheiros e companheiras que de alguma forma ajudaram a publicizar o ocorrido há pouco na Ocupação Dona Deda, informamos que a situação já está resolvida e nossos companheiros já estão indo pra casa. Depois daremos mais informes do ocorrido. MTST, A luta é pra valer!

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Publicado as 19h10 de HOJE (07.12) no facebook do MTST

“Urgência urgentíssima:
A todos os companheiros e companheiras apoiadores da luta popular:
Agora a pouco, agentes da polícia militar espancaram, agrediram verbalmente famílias e acampados da Ocupação Dona Deda (Jardim Ingá).
Segundo informes dos companheiros, um policial queria por queria levar uma moto de um dos acampados (a moto estava com documentação em dia) e se irritaram quando perceberam que uma senhora que portava uma criança de colo no braço estava filmando. Dai o que se viu forma viaturas chegando de todos os lados espancando, agredindo verbalmente e ameaçando de morte os acampados.
Neste momento cerca de três (não temos o número ao certo) companheiros estão sendo levados para a delegacia do Morumbi.
Pedimos para quem puder se dirigir até lá para ajudar na retirada e impedir que sejam agredidos na delegacia.
Não podemos aceitar que a população pobre que luta seja tratada como marginal por agentes do estado.”