A contradição óbvia por trás do último ataque da diretoria da ECA

“Diretoria da ECA “propõe” fim da Quinta&Breja e criminaliza nova gestão do CALC

No último dia 7, a diretoria da ECA nos chamou para uma reunião de apresentação da nova gestão do CALC. Ao chegarmos lá, fomos surpreendidos com as reais intenções da diretora Margarida Kunsch e do vice-diretor Eduardo Monteiro. A reunião, que contou com a presença da ECAtlética a convite da diretoria, iniciou-se com uma declaração do desejo de se estabelecer boas relações e diálogo por parte da diretoria com as entidades – o que foi por água abaixo quando nos foi apresentado uma “preocupação” com a segurança nas Quinta i Brejas. Nos foi relatado uma série de casos de furtos, assaltos, depredações e “venda de drogas” (sic) que vem ocorrendo nas últimas festas. A diretoria esboçou preocupação com as barraquinhas que vendem alimentos e bebidas durante o evento, alegando que a USP é um “espaço público, mas que também tem suas regras, sendo ilegal exercer tais atividades naquele espaço”. Diante do nosso relato de que duas QiBs do início desse ano aconteceram sem a iniciativa do CALC ou da Atlética, apenas por parte das barraquinhas, a solução sugerida pela diretora foi a de contatar a reitoria e a PPUSP para retirá-los do espaço e garantir a segurança da ECA. O ápice da reunião foi quando a diretoria sugeriu que procurássemos novas forma de financiamento de nossas entidades estudantis em detrimento da QiB – espaço que, segundo a diretoria, deveria acabar por ameaçar a segurança da comunidade universitária, uma vez que a festa estava sendo frequentada por “pessoas que não têm perfil de estudante” (sic).”

Tradução rápida: colocam câmeras para trazer “segurança” para as pessoas que circulam na ECA, e depois querem tirar as pessoas que circulam na ECA para trazer segurança para as câmeras?

BUROCRACIA NÃO TE PROTEGE, SÓ TE VIGIA.

Quarta tem ATO na ECA:

Se a diretoria não dialoga, vamos inviabilizar a entrada no Prédio Central da ECA na quarta-feira, 30/04, às 7h da manhã.

– Pela revogação dos R$1790,00 cobrados do CALC!
– Por uma plenária das 3 categorias para debater segurança na universidade!
– Pela resistência da QiB!

Sem ilusões com a burocracia; ou “Antropóloga substitui ex-PM na segurança da USP”

A notícia:

“”Indicação demonstra uma mudança política na condução da questão da segurança na universidade”

Por Redação

O  novo reitor da Universidade de São Paulo (USP), Marco Antônio Zago, nomeou a antropóloga Ana Lúcia Pastore para chefiar a segurança da instituição. Ela vai substituir o oficial reformado da Polícia Militar Luiz de Castro Júnior, cuja indicação, em 2012, provocou queixas por parte da comunidade acadêmica.

Ana Lúcia Pastore é especializada em direitos humanos e integrante do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP. Ela tem mestrado e doutorado em Antropologia Social e coordena o Núcleo de Antropologia do Direito da USP. Sua atuação é voltada à antropologia do Direito e sistemas de justiça. A indicação demonstra uma mudança política na condução da questão da segurança na universidade, tema de discussões entre reitoria, professores e estudantes.

À Superintendência de Segurança compete planejar, implantar e manter todas as atividades de interesse comum relacionadas à segurança patrimonial e pessoal no âmbito da Universidade.”

A real:

Burocrata profissional, a antropóloga e nova chefe de segurança na USP tem cultivado cargos burocráticos há anos. Esteve lá quando o convênio USP-PM foi assinado, quando a PM tentou prender estudantes no estacionamento, quando 73 estudantes foram presos e no ano seguinte quando eles foram processados. Também assinou o manifesto anti-greve e anti-piquete do ano passado. Não existe reitor bonzinho. E não se iludam com a divisão intelectual do trabalho. Ser professor da FFLCH não é sinônimo de ser bonzinho, nem mesmo ser “professora antropóloga da FFLCH”. Na sociedade de controle a primeira coisa que devemos fazer é desconfiar de quem aceita o cargo de chefe de segurança.

Urgente – Grupo Saravá está prestes a perder seu principal servidor!

[…] Na próxima segunda-feira 28/04 às 13h haverá uma manifestação na frente do prédio do Centro de Processamento de Dados do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, todo apoio é bem vindo. […]

PRIMEIRO ROUBO DE DADOS APÓS APROVAÇÃO DO MARCO CIVIL: ATAQUE POLICIAL À PRIVACIDADE PODE OCORRER DEPOIS DE EVENTO NETMUNDIAL.

Publicado em Saravá

Por conta de um processo que corre em segredo de justiça contra a Rádio Muda, a mais antiga rádio livre em operação no Brasil, o principal servidor do Grupo Saravá poderá ser apreendido nesta próxima segunda-feira 28/04 às 13:00.

A Rádio teve seus equipamentos apreendidos mais uma vez em 24 de fevereiro deste ano[1]. Na esteira desse processo, a procuradoria do Ministério Público Federal prosseguiu o inquérito, desta vez mirando os dados disponíveis no site da rádio que possam identificar seus participantes. Uma requisição do MPF assinada pelo Procurador Edilson Vitorelli Diniz Lima formalizou o pedido.

O servidor do Grupo Saravá que está localizado na Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, hospedava a plataforma radiolivre.org, incluindo o site da Rádio Muda – muda.radiolivre.org, e hospeda outros diversos projetos de pesquisa e de extensão, relacionados além da Unicamp a outras universidades públicas brasileiras.

O Saravá é um grupo de estudos que há dez anos oferece infraestrutura tecnológica, reflexão política e sistemas de comunicação autônomos e seguros de forma gratuita a grupos de pesquisa e movimentos sociais[2]. Em 2008 um dos seus servidores já foi apreendido e até hoje não foi devolvido[3].

Agora, em 2014, logo após a aprovação do Marco Civil da Internet [4] e a realização de uma conferência mundial sobre a internet na qual o Brasil tentou figurar como bastião da proteção da liberdade na internet, nos deparamos com mais uma tentativa de sequestro de dados, prejudicando a privacidade de projetos de pesquisas e o livre acesso a informações com o fechamento de listas de discussão, sites e ferramentas.

Julgamos desproporcional a quebra de sigilo de comunicação para os fins do inquérito do MPF. Ademais, o servidor não possui registros que possam identificar usuários/as como parte de sua política de privacidade[5].

Pedimos solidariedade a todos os grupos, indivíduos e instituições que lutam por uma sociedade e uma internet livre. Na próxima segunda-feira 28/04 às 13h haverá uma manifestação na frente do prédio do Centro de Processamento de Dados do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, todo apoio é bem vindo.

Pela internet, haverá manifestação em redes sociais e através do envio de mensagens de repúdio ao Ministério Público Federal. Hashtags: #SaravaLivre, #netmundial1984, #sarava, #privacidade, #OurNetMundial, #marcocivildainternet

Exigimos a imediata interrupção das investidas policiais contra o servidor do Grupo Saravá e os dados dos/as usuários/as.

[1] http://intervozes.org.br/fechamento-da-radio-muda-e-mais-um-atentado-con…
[2] Princípios do Saravá: https://www.sarava.org/pt-br/principios
[3] Sequestro do Saravá em 2008: https://www.sarava.org/pt-br/node/44
[4] Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm
[5] https://www.sarava.org/pt-br/privacidade

Policiais brasileiros recebem treinamento de mercenários de guerra para a Copa

Notícia retirada do site Brasil de Fato:

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Policiais militares brasileiros e agentes da Polícia Federal receberam treinamento para ações “antiterrorismo” na Copa do Mundo da Fifa. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, a empresa que treina os brasileiros, a americana Academi, é um novo nome da Blackwater, especializada em fornecer mercenários de guerra.

A Blackwater está envolvida em polêmicas. Ex-funcionários são acusados de assassinar 17 civis iraquianos em 2007. A Blackwater ficou conhecida por agir como exército terceirizado dos Estados Unidos, tendo atuado nas guerras do Iraque e Afeganistão, além de ter treinado integrantes do exército afegão.

O treinamento de três semanas a policiais brasileiros aconteceu na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, no centro da Academi. A empresa nega ser Blackwater e diz ter mudado a diretoria.

O curso teria sido pago pelo governo estadunidense e faria parte de uma série de ações de intercâmbio entre as forças policiais de ambos os países. Na semana passada, um grupo de 22 policiais militares e agentes federais brasileiros concluiu o treinamento de três semanas na empresa.

Projeto libera máscara em protesto, mas uso em crime terá pena maior

 

Black Bloc participaram do protesto no Rio de Janeiro (Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP)

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado marcou para esta quarta-feira (23) a votação de um projeto de lei que aumenta a pena para crimes cometidos durante manifestações populares. O objetivo é conter atos de vandalismo e violência. Um dos artigos prevê a liberação do uso de máscaras, que se tornaram comuns no ano passado – mas, se algum manifestante cometer algum crime utilizando o acessório, será punido com pena maior.

Independentemente do uso de máscaras, a atual versão da proposta, relatada pelo senador Pedro Taques (PDT-MT), aumenta as penas para homicídio, lesão corporal e dano ao patrimônio público quando cometidos durante “manifestações públicas, concentrações populares ou qualquer encontro multitudinário [de multidões]”.