Teoria da alienação, organização política e o movimento estudantil da USP

Retirado de: http://passapalavra.info/?p=67274

A mesma contradição de interesses intrínseca à divisão do trabalho está contida no interior dos partidos políticosPor Matheus Nordon Preis

O ano de 2012 parece ter colocado em evidência a última pista necessária para desvendar o mistério acerca do estado deplorável em que se encontra o movimento estudantil da Universidade de São Paulo (USP). Prevendo o fim do mundo, as organizações políticas presentes no corpo discente resolveram abandonar a luta por uma sociedade mais justa, esqueceram-se dos seus ideais e seguiram reproduzindo-se enquanto pequenas estruturas hierarquizadas concentradoras de poderzinhos políticos; ou abandonaram a prática-crítica da realidade (que se aproxima cada vez mais do fim) para se reclusar no maravilhoso mundo do discurso, onde podem fazer o que quiserem e descansar confortavelmente da realidade conflituosa e contraditória; um mundo que nunca sofrerá mutações nem acabará.

Deixando de lado a crueldade do tom irônico, pretende-se fazer uma crítica das relações sociais engendradas pelos partidos no meio político dos cursos. É preciso destacar que trata-se de uma pequena crítica estrutural, não de uma crítica moral ou pessoal a seres complexos – dotados de desejos e medos – que não são individual, ou naturalmente, responsáveis pelas dinâmicas problematizadas. Toma-se aqui por partidos: organizações políticas totais (i. e. que não se restringem a tratar de temas específicos) institucionalizadas, de estrutura hierarquizada, que possuam um projeto de escalada ao poder político.

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Democracia direta e representativa e a USP (por Hugo Scabello)

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Hugo Scabello, priemeiro semestre de 2012.

Assembleia, autogestão e democracia direta; eleição, heterogestão e democracia representativa

Por participar duma tendencia estudantil que possui como dois pilares a autogestão e a democracia direta, considerei como importante elaborar um texto visando destrinchar estes, além de construir uma defesa a eles e criticar a forma representativa de se fazer política – a qual atualmente disputa espaço, poder e legitimidade com a direta no movimento estudantil. Em outras palavras: como entendemos que a política deva ser organizada e executada, porquê entendemos assim, e porquê somos contra a forma representativa de se fazer política.

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Balanço da greve das federais de 2012 (Rizoma – tendência libertária e autônoma [SP], Coletivo Quebrando Muros [PR], Resistência Popular – AL e Resistência Popular – RS)

Versão em pdf:balanço greve nacional libertarixs pdf

Assinam este balanço:
Rizoma – tendência libertária e autônoma (SP)
Coletivo Quebrando Muros (PR)
Resistência Popular – RS
Resistência Popular – AL

Balanço da Greve das IFES 2012

Passamos por uma greve da educação que rompeu os 100 dias, se configurando como a mais longa greve da história no setor. Foi uma greve nacional das IFES que reuniu estudantes (neste processo em mais de 40 IFES aderiram ao movimento), professores (58 de 59 instituições participaram do processo), servidores e técnico-administrativos em uma luta contra a desestruturação de carreira, ao mesmo tempo pela reestruturação da mesma, por melhores condições de trabalho e de estrutura nas instituições de ensino superior e contra o novo Plano Nacional de Educação que torna lei o aprofundamento da mercantilização, das privatizações de novo tipo, da expansão ou interiorização precarizada e sem o devido investimento em recursos humanos e materiais.

Essa é tida como a maior greve das categorias em 10 anos, e carregou o desafio não somente de obter força mobilizada para impor ao Estado e seus gestores do Partido dos Trabalhadores as suas reivindicações, bem como enfrentar a burocracia sindical (Proifes) que no movimento são como “apêndices” da burocracia do Estado e cumprem o papel de “amaciar” as lutas bem como arrefecê-las e desmobiliza-las em prol da governabilidade. Entre os estudantes temos a “velha” entidade UNE que cumpre o mesmo papel, e hoje não é mais que “correia” de transmissão do Estado no movimento.

O que segue é um balanço e avaliação, desde nossa modesta participação, da atuação estudantil no movimento grevista, buscando traçar o que consideramos positivo e o que ainda se coloca como limites que devemos enfrentar.

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ATO! CONTRA A REPRESSÃO POLICIAL! PELO DIREITO À MORADIA! CONTRA OS PROCESSOS! PELA APRESENTAÇÃO IMEDIATA DO PROJETO DE REURBANIZAÇÃO DA SÃO REMO!

Versão em pdf do panfleto aqui: Ato panfleto do rizoma pdf

“Favela sinistra, na madrugada; filha da puta assassino de farda se eles te ver, tenta correr; se ele sacar, finado é você.”
Trilha Sonora do Gueto

A Rota está na rua. Mas não da mesma forma em todos os lugares. Enquanto que nos bairros ricos ela protege as portas das casas e agride ostensivamente seus “possíveis invasores”, nas comunidades de periferia é ela quem arromba as portas e invade as casas para agredir @s morador@s. Enquanto que para a mídia burguesa é ela quem garante a segurança do cidadão de ben(s), para as comunidades ela é parte integrante da violência, criminalidade e terrorismo cotidianos.
A São Remo, comunidade vizinha à USP, é palco, cenário e uma das áreas na qual a Rota está! Ao invés de protegid@s, @s morador@s, grande parte trabalhador@s da USP (efetiv@s ou terceirizad@s), são agredid@s, aterrorizad@s e humilhad@s: tapa na cara e despertar com fuzil é a proteção que o Estado oferece por meio da Rota!
Essa invasão da polícia não é uma ação pontual e isolada, mas parte do processo de desmoralização e amedrontamento da comunidade. Com isso, a reitoria e o governo do estado querem criar justificativas para retirar a favela de lá em um futuro que agora não está tão distante. O projeto de reurbanização corre por vias extra-oficiais, sem dar satisfação a ninguém, criando um clima de insegurança entre @s morador@s.
Depois de marcado o ato do dia 22, a secretaria de habitação convidou um membro da Associação para reunião no dia 21. Vamos lá para dizer que não entrará apenas um representante!

Agora, a luta é pela apresentação do projeto de reurbanização e pelo fim da ingerência policial na região!
Vamos lutar lado a lado com aquel@s que fazem a luta possível e necessária – ombro a ombro com a São Remo!

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ATIVIDADES:
– DIA 19/11 (segunda-feira) às 15h na Associação de moradores:
– Produção de cartazes e rolê para chamar a comunidade.
– DIA 21/11 (quarta-feira) às 17h na R. Boa Vista, 170:
– Reunião de representantes da comunidade com CDHU.
– DIA 22/11 (quinta-feira) às 14h30 no portão da Tia Eva:
– ATO até a porta da reitoria + Sarau.

Rizoma