Carta de esclarecimento sobre a Suspenção da Ocupação dos estudantes no IA da Unesp – Campus SP

São Paulo, 23 de julho de 2013

Carta de esclarecimento sobre a Suspenção da Ocupação dos estudantes no Instituto de Artes da Unesp – Campus São Paulo

Nós, estudantes do Instituto de Artes da Unesp- campus São Paulo- deliberamos GREVE em Assembleia Geral ocorrida no dia 27/05/2013, que foi tirada em conjunto com o segmento dos servidores técnico-administrativos desse Instituto. Após 1 (um) mês de articulação tendo em vista o não atendimento das pautas internas e as negociações lentas e incertas decidimos por ocupar o 3º andar do instituto no dia 25/06/2013, andar administrativo do campus, a fim de pressionar a diretoria e de articular mais fortemente os estudantes. Toda essa pressão tem por fim conquistar 06 (seis) pontos de pauta colocados e deliberados nas assembleias em questão:

-Fim da Multa Monetária na Biblioteca e bloqueio temporário de empréstimos de livros no caso de atraso de devolução!

– Cota Xerox para todos os estudantes de graduação do Instituto de Artes, de 50 cópias por mês letivo para cada estudante, não cumulativas e somente do material obrigatório deixado na pasta do respectivo professor de cada curso!

– Imediata aprovação da construção da Moradia Estudantil no campus!

– Abertura de projeto para a construção de Restaurante Universitário no campus!

– Auxílio Transporte para estudantes com carência socioeconômica!

-Retirada da copa/cozinha dos estudantes do espaço destinado ao Diretório Acadêmico Manuel Bandeira! Transferência para algum outro espaço adequado e que siga as normas mínimas de higiene!

Durante a nossa ocupação no Instituto, o Diretor Mário F. Bolognesi e a Vice-diretora Valerie Ann Albright, mantiveram o diálogo aberto com os estudantes, apesar de não termos ainda nenhuma conquista concreta uma vez que todas as decisões ficaram para a congregação deliberar. Contudo, nas últimas semanas, mesmo após moção de apoio da categoria dos servidores técnico-administrativos aprovada em assembleia legitima do segmento, alguns funcionários estão agindo de forma individual, ou seja, não representam em suas ações a categoria como um todo, e atacam indiretamente os estudantes que se mantém ocupando o prédio, e têm, inclusive, pressionado o Diretor do campus, na tentativa de chegar a soluções truculentas para o problema. Dentre as formas de pressão podemos citar a ameaça de reintegração de posse do Instituto, com a ação da Polícia Militar e Tropa de Choque. Vale ressaltar que a parcela ilegítima da categoria não aderiu ao movimento grevista de sua categoria que persiste e, além disso, ameaça não trabalhar em funções consideradas serviços essenciais de acordo com o comando de greve dos funcionários, sob alegação que a ocupação dos estudantes estaria impedindo-os. Tal fato acarretaria, por exemplo, o não pagamento de bolsas aos estudantes carentes, significando problemas agudos para estes. Continue lendo

Solidariedade: Repressão em ITU

Ainda não pararam as reivindicações pela melhoria do transporte público no país.
Em Itu (cerca de 100 km de SP), a polícia mostra que, além de não saber lidar com o povo na rua, fará de tudo para que as mesmas não sejam ocupadas pelxs de baixo.

Segue informe escrito por participante do movimento “Vem pra Rua, Itu!”. Quem puder divulgue. Quem tiver informes sobre outras cidades, escreva-nos para rizomaARROBAriseup.net
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“Para xs que não estão sabendo…. as manifestações para reivindicar melhorias no transporte público em Itu continuam a todo vapor. Exigências legais no âmbito judiciário, como a disponibilização do contrato com a empresa responsável pelo serviço de transporte não foram cumpridas (o contrato não veio na integra). Após isso, houve duas tentativas de ocupação do espaço interno da prefeitura, a primeira dia 15/07 e a segunda 19/07. Ambas foram respondidas com repressões brutais… Imagens não mentem:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=573679952671077&set=a.445393682166372.94496.100000872314082&type=1 (link com vídeos e fotos)

http://www.youtube.com/watch?v=xt41oXI_fbE

http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/488692/manifestantes-resistem-e-permanecem-acampados

A repressão partiu da Guarda Civil Municipal (GCM) local, que despejou gás de pimenta, socos e pontapés nxs manifestantes. Alguns/as foram simplesmente jogadxs para fora do prédio da prefeitura. As mulheres, apanharam, democraticamente, de guardas municipais homens. Seguranças particulares do poder público e policiais à paisana também participaram do espancamento.

Posteriormente houve uma ocupação na parte externa da prefeitura… Manifestantes resistiram por 4 dias, sem energia elétrica (postes eram apagados durante a noite) e sofrendo inúmeras ameaças. Na manhã do dia 22/07, a manifestação continuou dentro da prefeitura, até que houve um diálogo com o secretario municipal Marco Antonio Augusto,  que resultou no acordo de que os atos na prefeitura cessariam por hora, após o agendamento de uma assembleia popular. A negociação foi totalmente filmada e documentada.

A assembleia ocorrerá dia 07/08, local e data serão divulgadas quarta-feira numa nota oficial da prefeitura.

Pedimos gentilmente que divulguem essas informações e informamos que estamos abertxs a diálogos e auxílios !

Vem pra Rua Itu”

Espertirina Martins e a flores


O ano de 1917 ficou na história pela Greve Geral dxs trabalhadores, na qual a vida urbana  foi completamente alterada. Participaram da greve pedreiros, padeiros, trapicheiros e estivadores, trabalhadores da Cia Força e Luz, operários das fábricas de tecidos, carroceiros, caixeiros, choferes, tipógrafos, entre outros. Começava a Guerra dos Braços Cruzados, que levou este nome por ter sido realmente uma guerra do povo contra as elites para conquistar seus direitos. Ocorriam piquetes, manifestações, apedrejamentos, barricadas, motins e ocupações de fábricas todos os dias.

Nesta luta toda, em Porto Alegre a brigada matou um operário. Os operários, em greve, organizam então o enterro do colega assassinado, que era também um protesto por sua morte. Milhares de operários, homens, mulheres e crianças acompanharam o enterro em procissão pela Avenida. Na frente estava Espertirina Martins carregando um buquê de flores. Ao lado contrário da avenida, vinha a carga de cavalaria da Brigada Militar para reprimir a procissão dos operários.  Quando os dois grupos se encontraram, Espertirina com seu buquê de flores se aproximou dos brigadianos, que estavam prontos para atacar, e jogou seu buquê no meio dos brigadianos. O buque explodiu, matando metade da tropa e assustando os cavalos. Começou então uma verdadeira batalha campal, que graças ao preparo dos operários, saíram em vantagem.

Espertirina Martins (1902-1942) pertencia a uma família de militantes anarquistas, lutadores, que tiveram muita importância nas lutas operárias daquela época.

Graças a toda a batalha, foram conquistadas as 8 horas de trabalho, o fim do trabalho infantil, a aposentadoria, a licença-maternidade, o direito à assistência médica e a indenização no caso de acidente de trabalho.

ESPERTIRINA MARTINS, TRABALHADORA e  GUERREIRA,

DEFENDEU COM DINAMITE A LUTA DA CLASSE OBREIRA!!

FONTE: http://www.mncr.org.br/box_4/formacao-e-conjuntura/martires-da-luta/espertirina-martins

Criminalização dos Black-Blocs: uma armadilha [RJ]

Retirado de: http://daslutas.wordpress.com/2013/07/13/criminalizacao-dos-black-blocs-uma-armadilha/

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Criminalização dos Black-Blocs: uma armadilha

por Mariana Corrêa dos Santos*

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“O que precisa ser discutido, e parece esquecido nessa busca por culpados e pela criminalização de novos grupos ativistas anti-sistema, é a violência escalonante da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Esse é o debate.”

Observamos nos últimos dois dias, e bem de perto, a criminalização do jovem ativismo anarquista, como outros movimentos também foram criminalizados num passado não muito distante. Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, os movimentos do campo passaram por criminalizações similares, invenções midiáticas de invasão de terras “supostamente” produtivas, num claro revide contra a Reforma Agrária pleiteada. Com o auxílio da mídia convencional, esses movimentos foram taxados de vândalos, bárbaros, destruidores e um atraso para o desenvolvimento do país.

O que temos pra hoje são “caixas” e “mochilas” de molotovs confeccionados em garrafas de mesma marca, quase uma produção fabril, colocadas no chão por possíveis policiais infiltrados, ao lado dos Black Blocs que marchavam na Av. Rio Branco. Cenas que foram capturadas em câmera pelas mídias independentes. Esses mesmos infiltrados agem como se “descobrissem” os molotovs, e responsabilizam os grupos anarquistas. Ao reproduzir  novamente o discurso de que esses jovens são os responsáveis pelos conflitos, a mídia convencional só pode partir da presunção de que toda uma população ainda está imbecilizada. É esquecer que, ao custo de muita bomba e bala de borracha, as mídias independentes retiraram o véu de qualquer mentira e armação, e estão acessíveis a quase todos aqueles que buscam informações.

Quem está desde junho nas ruas sabe que os movimentos anarquistas, em especial os Black Blocs, servem de proteção aos manifestantes, pois colocam-se na linha de frente, com escudos e proteções, prontos para devolver bombas aos seus atiradores. Sem essa linha de frente, quem estava na Presidente Vargas no dia 20/06 não teria saído a tempo sem ser pisoteado, baleado, ou fortemente intoxicado.

O que precisa ser discutido, e parece esquecido nessa busca por culpados e pela criminalização de novos grupos ativistas anti-sistema, é a violência escalonante da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Esse é o debate. Não pode ser naturalizado uma criança de cerca de 8 anos desmaiada no meio da Cinelândia por intoxicação de gás lacrimogênio. Não pode ser considerado normal que a polícia faça duas linhas fechando a Av. Rio Branco, e uma linha lateral onde obrigatoriamente seria o escoamento, e jogar spray de pimenta em todos que passavam.

A polícia carioca age na surdina, com carros envelopados sem identificação, atirando em manifestantes que já haviam dispersado. Persegue manifestantes por ruas, bairros, longos percursos, atirando bombas em hospitais, em residências, em passantes, bares, praças, deliberadamente, e planejadamente. Não são despreparados, são uma máquina de repressão comandada pelo Estado.

Aos que tem acesso à informação, não permitam que se criminalize mais um grupo social simplesmente por existir e por questionar o poder vigente. É preciso encampar essa luta, é preciso desmilitarizar, desarmar essa máquina de matar. Pois, como bem diz uma das faixas das manifestações: “A mesma polícia que reprime no asfalto é a que mata nas favelas”. E o que vai acontecer quando esse grupo que é a linha de frente das manifestações for criminalizado? As balas vão deixar de ser de borracha no asfalto também?

“É preciso estar atento e forte…”

*Mariana é integrante Das Lutas

MP refaz denuncia a estudantes presxs na ocupação da reitoria

No final de maio, o juiz da vara criminal da Barra Funda rejeitou a denuncia do Ministério Público, feita pela promotora Eliana Passarelli, a_s estudantes que ocuparam a reitoria em 2011 protestando contra a presença da PM no campus.

O próprio juiz classificou como “exagerada” a denúncia. Diante disso, o MP voltou atrás e refez a denuncia como dano qualificado. A pena, caso sejam consideradxs culpadxs é bem menor, mas nenhuma punição é justa, pois lutar não é crime!

O processo está agora no fórum de Pinheiros, de causas menores, onde tudo é julgado de forma bem mais rápida. A justiça já está intimando xs estudantes a entregarem uma defesa por escrito.

– CONTRA OS PROCESSOS. NÃO À CRIMINALIZAÇÃO DAQUELXS QUE LUTAM!

contraosprocessos
NÃO PASSARÃO!