Consequências do binarismo presente na sociedade

Texto gatilho do debate de genêro que rolou no Terceiro Encontro de Estudantes Libertárixs, por Vivian Dias do Coletivo de Ação Social (Marília-SP)

“Todo ser humano fêmea não é necessariamente uma mulher, para ser assim considerada ela deve participar dessa realidade misteriosa e ameaçadora conhecida como feminilidade”.- Simone Beauvoir.

Desde o nascimento somos individual e coletivamente condicionadxs a aceitar, incorporar e reproduzir características estereotipadas e advindas da divisão binária do ser humano. Diante disso, faz-se estritamente necessária a compreensão de que estas (pré) definições acerca do que é ser feminino e masculino são, antes de tudo, construções sociais e não determinações biológicas imutáveis.

Ao final do parto xs médicxs comumente dizem: “é uma menina” ou “é um menino”. Expressões como estas que, se isoladas, não fazem com que x bebê inevitavelmente se identifique com o gênero que lhe foi atribuído segundo seu aparelho reprodutor. O drama do gênero é uma performance repetida, ou seja, deve ser reencenado continuamente para formar um padrão.

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MANIFESTO PELO FIM DOS MASSACRES (por Rede 2 de Outubro)

“O ser humano é descartável no Brasil / como modess usado ou bombril
Cadeia guarda o quê o sistema não quis / esconde o que a novela não diz”
Racionais MCs, “Diário de um Detento”

Em 2 de outubro de 1992, no mínimo 111 homens presos e desarmados foram brutalmente executados por mais de 300 policiais militares fortemente armados, fato nomeado historicamente como o “Massacre do Carandiru”.

Foi o maior massacre da história das penitenciárias brasileiras, só comparável aos grandes massacres indígenas e africanos do período Escravocrata e aos massacres de grandes rebeliões populares ao longo da história do país, como Palmares e Canudos. A exemplo do que ocorreu em relação às prisões, torturas e assassinatos da Ditadura Civil-Militar brasileira (1964-1988), também em relação ao “Massacre do Carandiru”, ocorrido em pleno regime ‘democrático’, operou-se e ainda se opera uma série de medidas para negar às vítimas e à sociedade o direito à memória, à verdade e à justiça.

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