Fernandão vive! Vive para sempre em nossas resistências!

É com muito pesar e dor no coração que nós, do Rizoma, vimos a público nos manifestar sobre a morte do companheiro Fernando Silva.

É importante ressaltar que o companheiro Fernandão foi assassinado. É importante dar o devido nome ao ocorrido. Foi assassinato, e os assassinos são a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, o governado Sérgio Cabral e todas as instâncias que permitem o uso desenfreado de armamentos considerados como “não letais”. (saiba mais em: menosletais.org/). Devido à inalação de gás lacrimogêneo, Fernandão não resistiu às problemáticas respiratórias. Em junho deste ano já havíamos vivenciado a morte de Cleonice, que faleceu em Belém após a inalação do mesmo gás inalado por Fernando e que foi disparado, em ambos os caos, pela Polícia Militar. (1)

É inevitável que nossos pensamentos, ao receber a notícia do falecimento, começassem a girar e a reencontrar todas e todos nossxs companheirxs mortxs em outra batalhas na luta por direitos sociais. Hoje temos um companheiro a menos nas trincheiras. Mas nossa dor sempre, sempre, encontra eco na nossa indignação.

Fernandão construia o Cinema de Guerrilha da Baixada, era mais um que compunha as fileiras dos de abaixo lutando contra o Gigante da repressão, o Gigante da miséria, da fome e da perseguição ao povo preto e pobre da periferia. Era mais um, e como todxs que compõe estas fileiras de resistência: era mais um indispensável. Imprescindível. Necessário. Forte. Guerreiro.

Hoje, mais uma vez, nossa garganta está travada. A dificuldade em encontrar palavras para expressar o ocorrido repete-se mais uma vez. Assim como sobre os crimes de Maio na baixada Santista, assim como a lembrança de Pinheirinho, assim como a lembrança de MC DaLeste e Brad Will. Nossa mente circula por todxs nossxs compas que foram mortxs, exiladxs, refugiadxs.

Mas não será na desistência, na recuada que afogaremos todos nossos sentimentos de dor e angústia. Será indo adiante. Será honrando cada companheira e companheiro que tivemos que perder no caminho da luta. Seguiremos com o que Fernando gostaria que todxs seguissem: em luta!

Não vamos dizer “voltaremos” porque nunca paramos. Manifestamos todo nosso apoio à ocupação que segue em frente à casa do Governador do Estado do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Exigimos uma outra política. Exigimos uma política de abaixo feito pelxs de abaixo.

Nossa total solidariedade e carinho aos familiares e amigxs de Fernandão.

Marichiweu!

(1) http://noticias.terra.com.br/brasil/morre-em-belem-gari-que-inalou-gas-lacrimogeneo-em-protesto,55b30e154df5f310VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html

Em memória a Brad Will: http://www.midiaindependente.org/pt/red/2006/10/363594.shtml

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Segue informe do Cinema de Guerrilha da Baixada.

FERNANDÃO, PRESENTE!!!

Tristeza Sem Fim: Nossos Sentimentos e TOTAL Solidariedade à Família e
Amig@s do Fernandão: Força e Paz! Fernandão seguirá PRESENTE eternamente
em nossa Luta!

NÃO ESQUECEREMOS!!!

“Morreu ontem em decorrência do uso abusivo de gás lacrimogênio e spray de
pimenta Fernando Silva, ator e cantor, de 34 anos, fundador do Cinema de
Guerrilha da Baixada.

A Globo censurou a razão da morte em sua matéria, mas pode ser conferido
sem dúvida no vídeo do youtube. Ele acreditava que ia se recuperar e brada
que irá voltar para cobrar a saída do Cabral.

É por isso que a frente da casa do Cabral está ocupada há 6 dias e assim
continuará até ele cair. Câmaras municipais estão sendo ocupadas pelo país
e as manifestações se mantém intensas, como pode ser conferido na mídia
ninja.

O direito inalienável do ser humano à expressão de suas idéias está sendo
violentamente cerceado no nosso estado e país. Quem está em casa
certamente não sabe nem saberá o que está acontecendo.

Sobram opiniões e conforto, faltam participação e cidadania..

Segue vídeo:

Segue a matéria: http://oglobo.globo.com/cultura/morre-fernando-silva-um-dos-fundadores-do-cinema-de-guerrilha-da-baixada-9318812

“Democracia na USP” via Reitor

“Democracia na USP” via Reitor
Manifesto de Retorno às aulas Lutas!

admin-Ernani-Coimbra2

João Grandino Rodas, o reitor de nossa Universidade, parece não cansar de nos surpreender. Nas últimas semanas fez um anúncio “bombástico” que pegou todxs no contrapé: “Para assegurar o envolvimento do maior número possível de uspianos, com grau de motivação elevado, nada melhor que propiciar a todos eles a participação efetiva na escolha de seus dirigentes: dos chefes de departamento, passando pelos diretores, chegando até ao reitor.” (extraído do ofício encontrado em: democracia.usp.br/?page_id=2 ). Ou seja, traduzindo do burocratês, o reitor biônico de nossa Universidade, presidente do CRUESP (Conselho de Reitores de Universidades do Estado de São Paulo), afilhado político do tão conhecido ex-governador do Estado de São Paulo e eterno candidato a presidente do Brasil José Serra, parece estar disposto, ou minimamente inclinado a discutir a pauta que arranca tantas lágrimas e mobiliza tantas ações em nosso Movimento – como massivos twitaços (sei lá como se escreve essa merda) e trending topics – a famosa “Diretas para Reitor!”

Frente a isso, é necessário que iniciemos um debate – sim, iniciemos pois esse nunca foi feito de forma aprofundada ou mesmo sincera com apresentações de concepções divergentes e propostas diversas – ao redor dessa pauta que desde o início tentou-se – nem precisamos dizer quem – enfiar goela abaixo de todxs aquelxs que militam cotidianamente, ignorando qualquer processo de construção do Movimento a partir de suas bases, assembleias e fóruns.

Em primeiro lugar devemos tentar entender o que significa essa abertura ao diálogo demonstrada por Rodas.

Não é novidade para ninguém que as “Diretas Já” uspianas foi um eixo aprovado em Congresso – mais precisamente no famoso XIiii… Congresso de 2012 – e que nunca saiu do papel e isso por basicamente dois motivos. O primeiro deve-se ao fato de que os grupos políticos que o reivindicam tão fervorosamente acham que mobilizações se constroem via twitter e palestras com intelectuais e parlamentares – essas palestras tem sido atualmente chamadas de “ato-debate”. O segundo deve-se ao fato de que somente esses grupos acham importante essa pauta, de modo que toda vez que ela é levantada em assembleias – seja de curso ou geral – ela é rechaçada categoricamente por quase todxs xs presentes que não fazem parte dos respectivos grupos. Ou seja, a famosa campanha por “Democratização” só se dá virtualmente e sem respaldo nenhum no cotidiano daquelxs que constroem o Movimento.

Mas mesmo todos esses apontamentos não são suficientes para explicar a atitude de Rodas, pois não é somente a falta de mobilização ao redor da pauta que o motiva a se abrir frente ao “Movimento”, mas a própria pauta em si. Afinal, convenhamos, seriam as “Diretas Já” uspianas, uma ameaça para a burocracia de nossa Universidade? Basta observarmos os efeitos colaterais do Movimento que inspira nossxs twitteirxs de plantão, as Diretas Já originais, dos idos de 1983-84.

Praticamente trinta anos se passaram desde então e o que mudou? Sim, é certo que não vivemos mais sob uma Ditadura Militar e isso não ignoramos nem menosprezamos, e saudamos todxs xs que lutaram pelo fim desse Regime. Mas a condição dxs de abaixo em nada mudou, continuam violentadxs a cada dia, oprimidxs e reprimidxs pelxs de acima que até hoje são xs mesmxs daquela época. Continuam xs mesmxs coronéis, empresárixs, latifundiárixs, banqueirxs, exploradorxs. E ainda existem xs de abaixo que resistem e lutam contra os mandos e desmandos dxs de acima.

E o mesmo ocorrerá na USP. Elegeremos nosso Reitor! Mas continuaremos a ser processadxs, expulsxs e demitidxs por nossas atividades políticas que questionam e desafiam xs de acima. Continuaremos a ser presxs, perseguidxs e reprimidxs por lutar. Votaremos, mas continuaremos com a sombra do decreto de 72 em nosso encalço. As diretas para eleger Alckmin ou Haddad não fazem suas balas e cassetetes doerem menos.

É por isso que pouco, ou melhor, nada deve importar ao Movimento essa atitude de Rodas. Pois não haverá Democracia enquanto formos presxs, processadxs, expulsxs ou demitidxs. Pois não haverá Democracia enquanto houver burocracia universitária, CO’s, trabalhadorxs terceirizadxs em condições precárias de trabalho, projeto de reurbanização, reintegração de posse e repressão na São Remo, programa de acesso e permanência racista e machista, falta de vagas no CRUSP e enquanto a Democracia for pautada na urna e na participação esporádica da população.

Hoje, infelizmente o Movimento Estudantil da USP continua em uma perspectiva defensiva, afinal, todxs que lutaram nos últimos anos foram duramente reprimidxs – 1 trabalhador demitido, 6 estudantes expulsxs por causa da Moradia Retomada, 72 estudantes presxs e processadxs administrativa e criminalmente pela ocupação da Reitoria de 2011 e 12 estudantes presxs e processadxs administrativa e criminalmente pela Moradia Retomada. É tarefa do Movimento continuar essa luta em defesa dxs lutadorxs para que possamos avançar rumo a uma verdadeira democratização pautada na participação direta e constante de todxs xs interessadxs em fazê-lo.

Não à democracia de gabinete de Rodas!
Não às Diretas Já uspianas dxs burocratas do Movimento!
Por um Movimento Estudantil construído a partir de abaixo e com xs de abaixo!
Democracia Direta Já!

versão PDF: democraciaviareitor

UNICAMP – Polícia Militar entra no Campus para reprimir greve

O que parecia inconcebível, aparentemente se banalizou: a PM tem entrado em diversos campus de universidades do Brasil para reprimir greves, ocupações e manifestações diversas de estudantes e funcionárixs: USP, UNIFESP, UNESP, UNICAMP, UFES, UFMG são apenas alguns casos.
Apenas a organização e aliança entre estudantes e funcionárixs, mobilizadxs em uma verdadeira luta com greves, ocupações e atos de rua pode reverter esta situação. Onde há repressão, há resistência.

FORA PM FASCISTA DAS UNIVERSIDADES, MORROS, FAVELAS, DO MUNDO!

Desmilitarização já! Não à repressão!

“Na última quinta-feira, dia 25 de julho, a Polícia Militar entrou no Campus de Barão Geraldo, chamados pela Centro, empresa que terceiriza os serviços de limpeza da Unicamp, para reprimir as trabalhadoras e trabalhadores que participavam da greve dos funcionários da empresa.

Iniciada na segunda-feira, dia 22, a greve teve como pautas o aumento salarial, que hoje é de R$ 755,00, melhores condições de segurança no trabalho, fim do assédio moral, ampliação do número de trabalhadores nestes postos de trabalho e readmissão das trabalhadoras demitidas por perseguição política.

A presença da policia Militar no Campus deve ser autorizada pela reitoria, porém, ao ser procurada para esclarecimentos, houve uma tentativa de desconversar do assunto, não informando quem foi o responsável pela repressão ao direito constitucional de greve. O DCE da Unicamp apoiou e acompanhou a greve d@s trabalhador@s da Centro, entendendo que a terceirização precariza o trabalho, além de ser uma via de lucro do dono dessas empresas.

Exigimos da reitoria e do reitor Tadeu Jorge esclarecimentos sobre o responsável pela autorização da entrada da polícia no Campus”

http://www.dceunicamp.org.br/blog/2013/07/28/policia-militar-entra-no-campus-para-reprimir-greve/

NÃO PASSARÃO!

Sem moralismo! Protesto em SP em solidariedade à luta no RJ

A MAIOR FALÁCIA DO SUPOSTO “ESTADO DE DIREITO” É A QUE DIZ QUE ELE TEM A POSSE DO MONOPÓLIO DA VIOLÊNCIA

Manifestação em SP – 26/7/2013:  http://www.youtube.com/watch?v=EK6TlkVayz0

O SALDO BANCÁRIO

O que prometia ser um ato tranquilo, simbólico apenas, dado o baixo quórum na concentração dos manifestantes no vão livre do MASP, se tornou uma noite… estilhaçada.

Assim que partiu em marcha, parando a Av. Paulista, o protesto contra Sérgio Cabral, marcado em solidariedade aos cariocas, rachou.
De um lado grupos que emergiram com os protestos, vestindo bandeiras do Brasil, alguns de cara pintada e um discurso de indignação difusa.
Do outro, o Black Bloc, jovens de rosto coberto e bandeiras anarquistas.

Em comum, apenas os gritos contra o governador do Rio e algumas máscaras de Guy Fawkes.

Os dois grupos disputavam a frente da manifestação. Os verde amarelos puxaram o coro ao megafone, imediatamente apoiado por uma ala dos “civis” que não pertenciam a grupo algum:
– Sem vandalismo!

Imediatamente recebido com vaias pelo Black Bloc e por dezenas de “civis” que, mesmo sem máscaras ou capuzes, simpatizavam com os anarcopunks:
– Sem moralismo!

Foi quando os primeiros relógios públicos começaram a ser destruídos. Em seguida, uma agência do Itaú. Vidros, caixas eletrônicos estourados. Corrimãos arrancados que se tornaram bastões para o Black Bloc. Uma turma se posicionou próximo de quatro policiais que estavam na frente de outra agência do Itaú. Sem confronto físico, cercaram os PMs que, após receberem ordens pelo rádio, se retiraram do local. Daí em diante, não se viu mais um policial, uma viatura pela próxima hora. Bancos foram sistematicamente depredados.

Os poucos funcionários que estavam dentro de algumas agências, alguns em pânico, foram protegidos e retirados por alguns mascarados que os acalmavam. Enquanto outros seguiam arrebentando vidros e equipamentos da agência. Um grupo tenta quebrar a vitrine de uma loja de celulares da Oi. Imediatamente coibidos pelo Black Bloc: “a Oi, não! A Oi, não!”.

Cabines da PM foram destruídas, arrastadas para a Paulista e, desmembradas, se tornaram escudos para os anarquistas que, ainda sob total ausência policial, desceram para a Av. 23 de Maio. Param a pista, fazem barricadas com lixo, cones e fogo. E, quando encontram uma van da Rede Record parada em frente ao Centro Cultural São Paulo, arrastam-na para o meio da avenida e colocam fogo.

Foi quando aparece o primeiro grupo de PMs. 3 apenas. Um saca sua pistola. O Black Bloc se posiciona. Não foge. Alguns, hesitantes, avançam. O PM guarda a arma e, com dois colegas sacam sprays de pimenta. Pedras são atiradas na direção dos policiais, mas o grupo dispensa o confronto e segue pela 23 de Maio enquanto os policiais apagam o fogo na van.

A Força Tática, batalhão chamado para conter distúrbios, apareceu por trás, quando o grupo subia pela alça leste-oeste. Gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral. E a primeira correria da noite. Ainda com um contigente baixo, a polícia não evitou que o Black Bloc destruísse parte de uma concessonária Chevrolet.

A repressão mais dura chegou apenas na Brigadeiro Luís Antônio que perseguiu os manifestantes de volta à Paulista, descendo a 13 de Maio e, em círculo, subindo a Brigadeiro de novo.

Às 22:30, depois de 4 horas e meia de protestos, a Rota, a Força Tática, o Choque e o resto da tropa se posicionam e avaliam a noite do outro lado da rua do MASP. Onde começou a reação dos paulistas ao autoritarismo de Sérgio Cabral. Sob o rotineiro proceder da PM de Alckmin: hora e meia de vista grossa e debandada policial – e súbita repressão violenta.

TEXTO: Mídia NINJA

[Tunísia] Anarcofeministas são presas após pichar Ministério das Mulheres

Retirado de: agência de notícias anarquistas-ana

Três anarcofeministas da organização “Ataque Feminista”, Sana Chamekh, Vladimir Leonov e Ines Zaghdoudi, foram presas no início da tarde do último domingo, 21 de julho, pelas forças de segurança tunisianas, enquanto pichavam nas paredes do Ministério das Mulheres “Abaixo o Ministério do harém do Sultão” e se preparavam para jogar bomba de tinta na fachada do prédio estatal.

Após serem fichadas e interrogadas na delegacia policial de Charles de Gaulle, em Túnis, as três anarcofeministas foram liberadas. Segundo Leila Ben Debba, presente no ocorrido, as três ativistas foram conduzidas para o hospital depois de sofrerem violência e abuso das autoridades.

Vladimir Leonov, uma das anarquistas presas, contou a imprensa local que elas foram agredidas e insultadas pelos policiais, inclusive ameaçadas com armas de fogo, e dois ativistas que as acompanhavam também.

 

“Ataque Feminista”

É um grupo anarcofeminista e faz parte do jovem movimento libertário tunisiano. Seu objetivo, entre outros, é espalhar as ideias libertárias para encontrar soluções radicais para os problemas sociais e políticos da Tunísia, assim como enfrentar a posição que a mulher é colocada no interior dos problemas da sociedade. O grupo busca estabelecer uma cultura de autogestão e acredita na obrigação da revolta das mulheres contra todos os tipos de exploração.

Alguns desafios do grupo: Todos os aspectos da posição da mulher na sociedade patriarcal; Eliminar estereótipos baseados no sexo; Abolição da desumanização e objetificação da mulher; Completa eliminação da violência contra a mulher (estupro, violência doméstica, mutilação genital feminina, esterilização forçada, abuso sexual).