[Debate] Crise! Quais os desafios para trabalhadores e estudantes?

Demissões, congelamento de salários, inflação em disparada, cortes em direitos trabalhistas, fechamento de escolas, abertura de prisões, repressão…

Estes são apenas alguns dos reflexos gerados pela crise que estamos enfrentando. Muito se tem falado sobre a necessidade de dar respostas dos trabalhadores para isto, mas que respostas são essas? Quais os desafios para a esquerda frente a este cenário? Qual é o papel do movimento estudantil nesta luta?

Com o objetivo de debater estes pontos, nós do Rizoma organizamos este debate que contará com a seguinte mesa:

– JORGE GRESPAN, é professor do curso de História na USP e tem como linha de pesquisa, entre outras, o conceito de crise econômica em Marx;
– MAGNO DE CARVALHO, é diretor do SINTUSP e membro da executiva nacional da CSP-Conlutas;
– AMANDA MONTEIRO, é estudante de História e militante do Rizoma;

Estão todos convidados!
A previsão é de que sejam falas iniciais de 10 a 15 minutos e depois seja aberto tempo para perguntas e debate;

SEGUNDA-FEIRA
26 de outubro às 18h
Auditório da História

Organizar para resistir! [Luta contra o fechamento das escolas estaduais em SP]

Dia 20 de outubro, às 15h na Praça da República, ocorrerá o 4º Grande Ato Contra o Fechamento das Escolas. Desta vez a APEOESP se unificará com os secundaristas que já estão realizando diversos atos pelas regiões centrais de São Paulo e também nos bairros onde as escolas serão fechadas.

Nós do Rizoma também somos contra mais este ataque do governo e este foi o panfleto que distribuímos no 3º Ato, que fechou a Marginal Pinheiros no dia 15 de outubro, marcando o Dia Nacional de Lutas:

ORGANIZAR PARA RESISTIR

Estamos sendo atacados: pelo menos 155 escolas estaduais serão fechadas! Mas também há resistência! Para barrar mais este ataque do governo contra estudantes e trabalhadores é preciso seguir forte na mobilização e nos organizar ainda mais.

Várias escolas já estão fazendo manifestações em suas regiões e os dois atos unificados mostraram a forte mobilização dos secundaristas. O ato da sexta-feira, dia 09, também mostrou a disposição para enfrentar as ações da polícia que tentou prender dois manifestantes e reprimiu centenas de estudantes.

A luta está forte, mas para vencer é preciso ir além. Para barrar a reorganização das escolas é preciso organizar os estudantes!

> Fazer assembleias em cada escola para conversar sobre a mobilização e pensar as próximas ações;
> Organizar meios de comunicação entre estas assembleias para troca de informes e ações conjuntas;
> Recuperar os grêmios estudantis: nas escolas onde não existem, criá-los! E onde já existem chamá-los para a luta!
> Juntar forças com os professores e todos os trabalhadores das escolas: a luta é uma só e lado a lado somos mais fortes!
> Seguir resistindo nas ruas!

“Se minha escola fechar, a cidade vai parar!”

Encontro Nacional do Rizoma – 31/out a 02/nov

|ENCONTRO NACIONAL DO RIZOMA|

De 31 de outubro a 2 de novembro em São Paulo será realizado o Encontro Nacional do Rizoma reunindo os estudantes da classe trabalhadora que levam à frente um programa de lutas combativo e revolucionário, construído desde às bases e através da democracia direta.

Esperamos que este encontro sirva para nos armar e preparar para a luta contra os ataques dos governos, reitores e patrões. Também será o momento para reunirmos os estudantes das mais diversas universidades que já estão em contato com o Rizoma para pensarmos juntos os próximos passos da própria organização.

Caso tenha interesse em participar do encontro, escreva para nós e vamos construir as bases para reerguer o movimento estudantil combativo rompendo com as burocracias, que servem de âncora para as mobilizações, e avançando rumo à construção das greves, piquetes e ocupações!

REERGUER O MOVIMENTO ESTUDANTIL!

[USP] Chamado para formação de chapas de Centros Acadêmicos

Nós, estudantes de diversos cursos da USP e que nos organizamos coletivamente no Rizoma, escrevemos este chamado a todos que defendem um movimento estudantil combativo, que impulsione as pautas de classe – como cotas e permanência – e que acreditam na importância da luta em unidade com os trabalhadores. Que acreditam na importância da nossa auto-defesa frente aos ataques dos governos, patrões e reitores que colocam a polícia para reprimir os movimentos e ameaçam os espaços de organização estudantil tentando sequestrar nossa autonomia. Escrevemos para os estudantes que acreditam que os Centros Acadêmicos podem ser importantes ferramentas para organizar as lutas apesar de atualmente estarem longe disso, mas que estão dispostos a se engajarem para mudar essa situação. Fazemos um chamado para formarmos chapas para disputar os Centros Acadêmicos em diversos cursos.

Nós queremos formar chapas para as eleições de CAs, pois grande parte da escassa mobilização estudantil na USP é, ao nosso ver, culpa das direções que estão atualmente nas entidades de base estudantis. Estamos em uma conjuntura nacional de crise, que se intensificará no próximo período: demissões e cortes de salário viraram regra geral para as mais amplas categorias. Nós iremos nos formar na graduação e o futuro que nos aguarda é de desemprego ou então de trabalhos precarizados e terceirizados. A luta de hoje dos trabalhadores, será a nossa amanhã, portanto é fundamental unificarmos nossas forças desde agora! Não é mais possível que os Centros Acadêmicos sejam controlados por estudantes que defendem o mesmo projeto político que os setores que nos atacam! As gestões vinculadas ao PT e suas correntes de juventude querem manter o movimento de estudantes bem longe das mobilizações nacionais que estão cada vez mais questionando o governo petista. Sem contar que diversos Centros Acadêmicos atualmente tem total repulsa pelo conjunto do Movimento Estudantil, ignorando a própria função do CA que é articular os estudantes com o movimento mais amplo.

Também temos na USP gestões de Centros Acadêmicos que parecem fugir dos estudantes e se negam a realizar assembleias de curso e até mesmo a realizar atividades de debate político e de formação. Ignoram que grande parte dos estudantes terão na universidade seu primeiro contato mais profundo com a vida política e que parte das tarefas das gestões de CAs é incentivar esta formação, realizando atividades, mas também mantendo os estudantes informados das mobilizações através de jornais, panfletos e boletins que consigam chegar até os estudantes que por diversos motivos não conseguem participar de forma mais orgânica com a vida política no curso. Não significa que estas pessoas são despolitizadas, mas é papel da gestão conseguir pensar em estratégias para que os estudantes consigam se engajar nas lutas que os afetam diretamente.

São os estudantes que trabalham e aqueles que são filhos de trabalhadores os mais duramente atacados pelos ataques da reitoria. A falta de contratação de funcionários e as demissões através do PIDV tem nos afetado diretamente, com as imensas filas nos bandeijões, fechamento das creches e trabalho redobrado para os estagiários e bolsistas. As bolsas de permanência estudantil nunca tiveram valores que realmente atendessem às necessidades e a ausência de reajuste faz com que elas sejam corroídas pela inflação e pela especulação imobiliária dos locais disponíveis para alugar no perímetro da universidade. São diversos os ataques, e é preciso que os Centros Acadêmicos voltem a assumir a tarefa de organizar a resistência dos estudantes para que, lado a lado com os trabalhadores, voltem a questionar este sistema falido, chamado capitalismo, e se atrevam a voltar a falar em revolução.

Nós fazemos um chamado aos estudantes combativos. Aos estudantes que já carregam em sua geração a história de ter construído as lutas de junho de 2013 e que podem fazer muito mais! Mas para isso é preciso organização e coragem, é preciso ousar lutar e ousar vencer!

Vamos construir em cada curso os pilares de luta que tanto faltam ao movimento estudantil uspiano!
NÃO TEM ARREGO!

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Escreva para rizoma@riseup.net ou mande uma mensagem pelo nosso facebook: f.com/rizomatendenciaestudantil avisando qual o seu curso e seguimos conversando para formar as chapas!

AVANTE!

Em PDF: chamado-cas

O LEVANTE DOS SECUNDARISTAS

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Ato contra o fechamento de escolas no estado de São Paulo (09/10/15)

O dia amanheceu cinzento. Quase como uma visão do que enfrentaríamos. Às 8h da manhã haviam centenas de estudantes concentrados no MASP, sendo a grande maioria de secundaristas (alunos do fundamental e médio da rede pública de ensino), prontos para ocuparem as faixas da Av. Paulista. Às 8h:30 a Paulista já estava tomada e os coros começavam a engrossar. As organizações não orgânicas ao movimento, que tentaram dirigir o ato, foram rechaçadas e a grande massa de secundaristas levantou a mobilização apesar destas direções. O ato começou seu trajeto rumo à Av. Consolação e não demorou até encontrar seu primeiro obstáculo.

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Um dos manifestantes, um estudante secundarista, foi detido por PMs de forma arbitrária e truculenta, como é próprio da instituição. As imagens acima mostram como foi a abordagem: um PM torce o punho do garoto, enquanto outros cercam a cena para impedir as pessoas de intervirem.

A polícia é o braço armado do Estado. É a instituição que garante a “Ordem e o Progresso”. Mas não de todos e sim de uma determinada classe, a burguesia, que se sente ameaçada quando a juventude toma as ruas em reivindicação daquilo que lhe pertence. Outra questão que é colocada e será explorada logo à frente é a de que a tática da polícia nesses atos é sempre a mesma: provocar com intervenções fortuitas e gratuitas para minarem a nossa unidade.

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Durante 5 minutos, palavras de ordem rechaçando a brutalidade da PM, como “Solta um, ou leva todo mundo!” e pelo fim da PM, “Não acabou, tem que acabar: eu quero o fim da polícia já!”, ecoaram. Os estudantes secundaristas passavam a mensagem bem clara: NINGUÉM FICA PARA TRÁS! A resistência das pessoas que ali estavam fez com que o garoto fosse solto.

A PM conseguiu o que queria: separar o ato em duas partes. Durante o ocorrido uma parte do bloco que marchava, a que estava mais a frente e, portanto, não sabia que o garoto tinha sido pego, prosseguiu com o ato e a segunda parte do bloco assumiu a postura de escoltar o garoto e garantir que mais ninguém fosse pego. Em meio a toda a confusão gerada, um jornalista que fazia a cobertura do ato para o portal de mídia Viomundo – Caio Castor – registrava toda a repressão e teve seu equipamento danificado pela polícia.

Caio não desistiu e abordou o oficial que comandava a operação, de nome Capitão Santos. O jornalista alertou que eles haviam danificado seu equipamento e disse que as imagens estariam no ar ainda hoje.

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A resposta do Cap. Santos (que pode ser conferida no link aos 4 minutos e 50 segundos) foi a seguinte:

– “Vou te pegar depois! Vou te pegar depois! Pode sumir do mapa, eu vou te pegar!”

Outra tática que a PM usa em manifestações é a de impedir que a imprensa classista cumpra seu papel, que é de denunciar a violência repressiva dos agentes do Estado. Como prometido, Capitão Santos iniciou um safari atrás do jornalista que correu para se proteger após as ameaças.

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As imagens mostram Caio sendo algemado e conduzido até a viatura, que o levaria ao 78º DP (Rua Estados Unidos, 1608, Jardins – SP). Ao mesmo tempo a tropa de choque chegou e fez mais dois reféns: um professor de sociologia e um estudante que estavam na luta contra o fechamento das escolas.

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Enquanto a polícia mantinha o professor e o estudante separados da manifestação e algemados, diversas pessoas exigiam que a mochila de ambos fosse revistada publicamente, pois sabemos que é prática cotidiana da polícia plantar provas falsas em mochilas, como ficou amplamente conhecido nos protestos de 2013 contra o aumento da tarifa e nos protestos de 2014 contra a Copa do Mundo. Estas pessoas eram ameaçados constantemente pela polícia que queria impedir qualquer filmagem da repressão ou da revista nas mochilas. O estudante foi liberado ainda na Av. Paulista e o professor foi levado à mesma DP que o jornalista. Após horas na delegacia, os dois foram liberados após prestarem depoimento acompanhados de um advogado.

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O ato unificou-se novamente com os estudantes sentados em frente ao prédio da Gazeta e de lá fizeram meia-volta e desceram a Rua Pamplona cortando pela Alameda Itu sentido 9 de Julho onde o ato teria um de seus momentos mais marcantes: a ocupação de ponta a ponta do túnel que retorna à Consolação.
Mesmo com a presença das tropas de choque, o ato rumou até a Praça Roosevelt para seu momento final. Um regime de assembleia foi instituído, as saudações foram dadas e rapidamente os estudantes deliberaram o próximo ato que ficou marcado para o dia 15/10 às 10:00h, com concentração no Palácio dos Bandeirantes.

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Todo apoio à luta contra o fechamento das escolas

Nós do Rizoma – Tendência Estudantil Libertária – saudamos a forte luta de estudantes secundaristas, professores e funcionários das escolas que serão fechadas. Também saudamos todas os lutadores e lutadoras que mesmo não sendo atingidos diretamente pela “reorganização escolar” promovida pelo governador Geraldo Alckmin, sabem que a luta é uma só. Apoiamos a mobilização contra o fechamento das escolas e reforçamos a convocatória para o ato do dia 15, que será um dia nacional de lutas contra os ataques e os cortes na educação feitos pelos governos.

TODOS AO ATO DIA 15!
TOMAR AS RUAS!
BARRAR O FECHAMENTO DAS ESCOLAS!

“Se minha escola fechar
A cidade vai parar!”

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Saudações, Rizoma.