Nota de apoio a ocupação da Congregação da FFLCH

Nota de apoio a ocupação da Congregação da FFLCH em PDF

“Paz sem voz não é paz, é medo” – o Rappa

Nós da tendência libertária e autônoma Rizoma gostaríamos de expressar nosso apoio a ação protagonizada pelo movimento estudantil no dia 20 de setembro. Neste dia ocorreria a ratificação do sucessor à direção da FFLCH na reunião da Congregação, todavia, dezenas de estudantes que ali se encontravam para protestar contra a feudal “democracia” universitária e contra os ditadoriais processos disciplinares, decidiram por ocupar a solene reunião, e interromper o ritual de sucessão. Cabe dizer que até mesmo a leitura da carta tirada em plenária estudantil da FFLCH não fora permitida pela atual direção.

Apesar de termos críticas à maneira que a pauta de democracia tem sido desenvolvida pelo movimento – tanto por considerarmos que a pauta principal deve ser a luta contra a repressão, quanto por entendemos que é insuficiênte realizarmos tão somente a crítica àqueles que ocupam cargos de poder e a crítica aos processos de escolha destes, já que o problema é fundamentalmente a estrutura hierárquica em si, não é o rei, mas sim o trono – entendemos que o ocorrido deixa explicito que mesmo para questões burocráticas e menos relevantes a única maneira eficaz que temos para exigir nossas pautas é através da ação direta, é através da força de nossa mobilização. E que, assim sendo, abre-se uma possibilidade do movimento retomar o caminho da luta, e – quem sabe – alcançar conquistas reais.

Por último, gostaríamos de repudiar veemente os setores do movimento estudantil que se posicionaram contra a mobilização ocorrida e a favor da burocrática Congregação. Entendemos que não há neutralidade possível dentro das lutas sociais, e que se posicionar contra a ação direta e a luta, e pela passividade, pela inatividade e junto com a burocracia, é equivalente a apoiar a atual estrutura de poder e as diversas “violências” que esta vem sistematicamente executando contra estudantes e trabalhadorxs. É necessário que o conjunto do movimento deixe claro que não aceitará em seu seio este tipo de posição covarde e que tão somente serve para atravancar e fragmentar a nossa luta.

Viva a ação direta!
Violento é o Estado, sua polícia e suas estruturas burocráticas!
Saudações libertárias!

Rizoma, setembro 2012