ERGUER O MOVIMENTO ESTUDANTIL

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ERGUER O MOVIMENTO ESTUDANTIL: Chamado do Rizoma – Tendência Estudantil Libertária a novos militantes e abertura de núcleos em outras universidades
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Escrevemos este chamado a todos os estudantes universitários que, assim como nós, são parte da juventude da classe trabalhadora. Escrevemos para aqueles que acreditam que esta sociedade de exploração precisa acabar e estão dispostos a lutar por este objetivo. Escrevemos para os que sabem que estas mudanças não virão através das eleições para governos que só reforçam esta exploração e que não virão de um movimento estudantil (M.E.) que seja focado em pedir apoio de parlamentares. Fazemos o nosso chamado para aqueles que acreditam que somente através de mobilização comprometida, da ação direta e da solidariedade com os trabalhadores que conseguiremos erguer as bases da nova sociedade que queremos.
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Desde a greve de estudantes da USP de 2011 – quando o Rizoma surge – militamos para a construção de uma alternativa revolucionária para o M.E. Durante este tempo, lidamos com nossas contradições e limitações, avançando na formulação de um programa capaz de radicalizar cada vez mais o movimento tanto em seus métodos, quanto em suas reivindicações.
A partir do ano passado (2014) quando militamos na greve das três categorias – trabalhadores, professores e estudantes – das universidades estaduais paulistas, ficou mais evidente a necessidade de aumentarmos a abrangência de nosso coletivo, abrindo atuação em outras localidades. Também ficou mais evidente que é necessária a construção de uma alternativa que se contraponha às correntes reformistas do M.E., e que esta passa obrigatoriamente pela consolidação de um programa de luta classista nas mais diversas localidades.

Estamos em meio a uma crise econômica no país que, como todas as outras, não surgiu do nada. Ela é uma crise própria do sistema capitalista que coloca para todos os trabalhadores e estudantes ataques como demissões, cortes nos salários, aumento dos preços como alimentação e transportes, aumento de mensalidades, cortes de vagas na universidades e diversos outros ataques, entre eles a redução de bolsas de permanência estudantil e fechamento de vagas nas moradias. Principalmente nestes momentos – onde donos de empresas, de fábricas e de terras (os burgueses), reitores, diretores e burocratas da educação, e governantes de todas as esferas do Estado estão aliados para atacar os trabalhadores e sua juventude, é preciso um programa e plano de lutas que se oponha aos objetivos do inimigo, não se limitando a simplesmente reformar a sociedade atual, mas revolucioná-la!

No entanto, não é difícil observar que a juventude tem tido dificuldades em responder os ataques que vem sofrendo. As tradicionais direções como a governista UNE, por exemplo, vem passivamente aceitando as medidas de austeridade do governo, recusando-se a mobilizar os estudantes e tentando fazê-los servir de escudo de Dilma, convocando atividades como o ato do dia 13 de março em defesa deste governo que nos ataca. Ao mesmo tempo, tanto as ditas oposições como o PSOL, quanto os movimentos autonomistas como o Movimento Passe Livre (MPL), também não têm conseguido apresentar uma alternativa à juventude.

Nós, do Rizoma, desde o início de nossa militância temos construído um programa classista para o movimento estudantil. Isto é, um programa que atenda às reivindicações dos estudantes vindos de uma classe específica: a classe trabalhadora. Dos estudantes que dependem da moradia estudantil, que dependem de suas bolsas, que trabalham para se manter. Dos jovens que foram impedidos de estudar por conta do filtro do vestibular, que tiveram as portas das universidades trancadas ou que tornaram-se reféns de uma enorme dívida com mensalidades e programas como o FIES. Por isso acreditamos que as pautas para o movimento estudantil sejam aquelas que defendam as nossas condições de vida e estudo.

É preciso também retomar as práticas históricas dos trabalhadores combativos que organizam sua capacidade de luta através das assembleias, comissões de fábrica e de locais de estudo e comandos de greve. Estas práticas – de forma cada vez mais ampla, profunda e articulada – aliadas à construção de uma alternativa nacional ao petismo a partir da defesa da ação e democracia direta, bem como um programa com recorte de classe, que unifique as lutas dos trabalhadores com as de sua juventude apontarão os passos rumo à derrubada de todos aqueles que nos exploram.

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Por isso, fazemos um chamado a você que também faz parte da juventude da classe trabalhadora, que milita cotidianamente contra os ataques dos patrões e do governo, que se mobiliza para construir um Movimento Estudantil combativo e que luta pela revolução social! A você chamamos para construir o Rizoma! Nós queremos realizar um encontro para o final do ano, onde possamos reunir os estudantes de todas as universidades que estamos em contato, para debatermos e pensar juntos os próximos passos para nossa própria organização e para o movimento estudantil como um todo. O desafio é grande, mas ninguém disse que ia ser fácil.

Se você quiser entrar de cabeça, ou chegar devagar para ir conhecendo escreve pra gente, porque nós não temos as respostas pra tudo, mas se pensarmos juntos nos parece que isso pode dar certo.

OUSAR LUTAR,
OUSAR VENCER!

Nota de apoio às/aos 31 estudantes sindicados da UNESP de Rio Claro

10406649_645329502235617_4839825171735395760_nEm 2014, estudantes da UNESP de Rio Claro lutavam por melhores condições de estudo exigindo permanência estudantil, já que as vagas na moradia estudantil de Rio Claro não eram suficientes para atender a demanda daquele momento. As poucas vagas que existiam encontravam-se (e ainda se encontram) em estado extremamente precário, alojando mais estudantes do que o suportável chegando ao ponto de várias/os delas/es terem de dormir no chão por falta de cama e quartos.

Diante dessa situação, as/os estudantes da Unesp se mobilizaram e ocuparam a diretoria do Instituto de Biociências de Rio Claro e tentaram iniciar um processo de negociação com a reitoria, mas a mesma se posicionou contra o diálogo, e logo entrou com a reintegração de posse do local, colocando a policia dentro da universidade para reprimir as/os estudantes que lutavam por melhores condições. As/os estudantes, sabendo da reintegração de posse, retiraram-se da ocupação antes da chegada da repressão.

Passados alguns meses, logo após a revogação das 17 expulsões das/dos estudantes de Araraquara, a reitoria da UNESP volta a atacar, e agora está sindicando 31 estudantes sem prova alguma de sua participação na ocupação, sustentando ainda que os estudantes teriam furtado coisas do Instituto ocupado.

Por isso nós, do Rizoma, repudiamos essas medidas adotadas pela diretoria da UNESP e nos posicionamos contra todo e qualquer ataque às/aos estudantes que lutam por melhores condições de estudo e permanência!

Todo apoio às/aos 31 estudantes sindicados da UNESP de Rio Claro!

Nenhuma punição vai passar!

PERMANÊNCIA ESTUDANTIL JÁ!

Ato de estudantes da UNESP contra a repressão!

 

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Em pdf: ia-unesp07-05

TODOS AO ATO DIA 7 EM FRENTE À REITORIA! CONTRA A REPRESSÃO NO IA E EM ARAQUARA!

No ano de 2014 estudantes, professor_s e trabalhador_s da USP, UNESP e UNICAMP realizaram uma grande greve contra o arrocho salarial imposto pelo CRUESP, pela ampliação das políticas de permanência estudantil e contra a precarização da educação. Em Araraquara, estudantes, em assembleia da moradia estudantil e em assembleia geral, deliberaram ocupação da direção local contra 38 expulsões da moradia e por permanência estudantil. O diretor da unidade, não aberto ao diálogo, faz o pedido de reintegração de posse, abre um processo de sindicância contra 17 estudantes e, com o aval da reitoria, decide expulsá-l_s.

Este ano, no Instituto de Artes, o cenário não é diferente. Na congregação da unidade do dia 30 de março, foi deliberada uma alteração no processo de eleição de noss_s representantes discentes nos espaços da burocracia. Essa mudança não veio como uma necessidade do corpo estudantil, mas sim como imposição por parte da congregação, ferindo nossa autonomia enquanto segmento que compõe esta Universidade.

Nossa moradia ainda se mantém no plano da promessa e dos papéis, enquanto isso duas estudantes foram convidadas a se retirar da casa alugada estudantil por não se enquadrarem em critérios socioeconômicos. Sabemos que o acesso aos programas de permanência ocorre por meio de processos bastante arbitrários e obscuros, nos quais a burocracia obtém conclusões que não condizem com a realidade vivida pel_ estudante. Como já residiam na casa, a comissão de moradia estabeleceu o dia 30 de abril como data limite para saírem da moradia. As moradoras organizadas rechaçaram o prazo, mantendo-as até o resultado do segundo processo de seleção de estudantes.

Na semana de recepção d_s calour_s, costuma-se realizar uma festa de confraternização. As festas haviam sido proibidas no Instituto no início de 2014, após um caso de tentativa de estupro por um funcionário terceirizado. Entendemos que esta proibição não acaba com o problema do estupro, visto que é uma questão sociocultural e que ocorre cotidianamente na universidade por parte de discentes, docentes e funcionários, independente das festas.

No início do semestre de 2015, tendo em vista esta proibição, s estudantes organizads através do diretório acadêmico conversaram com a direção, que autorizou a realização da festa contanto que não houvesse venda de bebidas alcoólicas por parte da entidade estudantil e que fosse respeitado o horário de fechamento do prédio às 23 horas.

No dia da festa, s estudantes foram surpreendids com a informação de que o prédio fecharia às 18 horas. Segundo um funcionário, não seria permitida a movimentação de estudantes no interior do prédio por ordem da Direção. Neste dia, s estudantes presentes na festa foram fotografad_s e seguids por funcionários da vigilância. Esta postura abusiva, segundo eles, fora ordem da Direção.

Em decorrência destes fatos foi chamado um ato no dia 14 de abril contra a repressão e por permanência estudantil, que teve bastante adesão d_s estudantes. O resultado foi mais repressão! A Direção em reunião fechada com o Diretório Acadêmico diz que ou _s estudantes se retratam ou abrirão sindicância para averiguar a festa do dia vinte e sete, culpabilizando _s estudantes membros da entidade estudantil pelo consumo de bebidas alcoólicas!

A repressão tem sido o eixo da política das reitorias das estaduais paulistas! Não podemos deixar com que noss_s lutador_s sejam perseguid_s e punid_s! É nisto que reside a importância da paralisação da próxima quinta-feira (07.05). Pois neste dia, voltaremos à reitoria, em unidade com noss_s companheir_s dos outros campi, para mostrar à burocracia universitária – reunida em Conselho Universitária – que não aceitaremos punições e expulsões!

PELA NÃO ABERTURA DAS SINDICÂNCIAS NO IA- UNESP!
PELA REINTEGRAÇÃO IMEDIATA D_S 17 EXPULS_S DA UNESP!
NÃO À REPRESSÃO!

ATO
7/maio
9h
Reitoria UNESP (Metrô Anhangabaú)

[Nota de solidariedade] Pela imediata reintegração d_s 17 estudantes expulso_s da UNESP Araraquara!

No dia 20 de Junho de 2014, a reitoria da UNESP executou a ordem de reintegração de posse da diretoria do campus FCL de Araraquara. Cento e trinta cães do choque invadiram a ocupação estudantil às 4h30 da madrugada e prenderam 15 estudantes. Uma ocupação que exigia moradia estudantil e que se tratava de uma resposta aos ataques da reitoria: 38 pessoas tinham acabado de ser expulsas da moradia e 95 estudantes estavam sendo processados/as e suspensos/as pela mobilização de 2013. Uma ocupação por permanência, respondida com cassetetes e algemas.

Agora, dia 29 de Janeiro de 2015, 17 estudantes foram expulsos/as (os/as 15 detidos/as e mais 2 que não estavam na ocupação no momento da reintegração) da universidade, em reação à ocupação e mobilização estudantil de 2014. A repressão da burocracia vem em forma de polícia e processos administrativos e criminais. E a resposta dos/as estudantes vem em forma de LUTA.

Prestamos aqui a máxima solidariedade às/aos compas da UNESP nesse momento de ataque covarde dos burocratas! Que as ações da reitoria não fiquem sem resposta! Que o poder estudantil faça frente a essa covardia!

Nós, do Rizoma, ficamos a postos para ajudar de toda maneira possível as/os compas expulsos/as e as/os compas em luta!

ATAQUES DA REITORIA, NÃO PASSARÃO!

PELA READMISSÃO DAS/DOS 17!

SOLIDARIEDADE ESTUDANTIL!

Rizoma – Tendência Estudantil Libertária
rizoma@riseup.net
02/02/2015

Acompanhem a página no facebook da Ocupação UNESP Araraquara: www.facebook.com/ocupadiretoria

C.O da UNESP expulsa advogados e delibera pelos 60 dias de suspensão

Os estudantes mobilizados da Universidade Estadual Paulista (Unesp) informam que a suspensão de 60 dias dada aos 95 estudantes da Unesp por ocasião da ocupação da reitoria em 2013 foi mantida pelo órgão colegiado máximo da universidade, o Conselho Universitário, em sessão onde ocorreram os seguintes eventos:
1. À defesa, que apresentou o recurso dos estudantes, foram dados meros 5 minutos de fala inicial. Ainda que houvesse a argumentação de que a defesa é sempre a última a falar em qualquer julgamento, pois é necessário que se ouça primeiro as acusações para que se possa defender, a reitora em exercício, Profa. Dra. Marilza Vieira Cunha Rudge, manteve a decisão de que a fala fosse inicial e subtraiu dos 5 minutos da fala o tempo de arguição em defesa de que esta fosse final.
2. Ao final da fala, o microfone, por ordem da reitora em exercício, foi arrancado da mão de um dos advogados de defesa e estes foram truculentamente encaminhados à saída da sala do Conselho Universitário.
3. A avaliação e julgamento do recurso aconteceram sem que nenhum dos acusados ou seus defensores estivessem presentes, de forma que não houve direito de arguição de defesa durante a sessão.
4. Após a saída dos advogados, o parecerista do processo falou por exatos 9 minutos, a reitora falou, contra os estudantes, por aproximadamente 15 minutos, assim se sucedeu a arguição de várias pessoas envolvidas na acusação, sem critério de tempo de fala.
5. A votação aconteceu depois de farta exibição de provas da acusação onde foram mostrados todos os danos ao patrimônio da Unesp. As evidências apresentadas pela defesa dos estudantes, que comprovam que a autoria dos danos é da Polícia Militar, foram omitidas.
6. Dois dos estudantes suspensos não ocuparam o prédio, o parecerista e o conselho ignoraram este pormenor que estava destacado em um recurso separado. Estes estudantes, no processo, são dois dos 12 acusados de “exercer liderança”, e não estão arrolados no BO da reintegração.
Esta última instância dentro da Universidade é perfeitamente coerente com todo o decorrer do processo no qual:
– Os estudantes foram impedidos de apresentar testemunhas.2
– Aproximadamente 2/3 dos estudantes respondeu à sindicância, não presencialmente, mas por carta precatória.
– Os estudantes são acusados de infringir artigos e incisos do regimento, mas não são apresentados os fatos que infringem estes artigos e incisos para que os estudantes possam se defender.
– O parecer é incapaz de individualizar condutas e dizer qual estudante, supostamente, fez o quê, aplicando pena idêntica a todos.
– A pena aplicada é desproporcional e ilegal uma vez que 60 dias de suspensão levam a reprovação imediata em cursos semestrais e anuais, sendo, na prática, suspensão equivalente a um semestre ou ano. Aproximadamente 30 alunos, por causa das reprovações, perderão bolsa de caráter alimentar sem a qual ficarão impossibilitados
de concluir o curso. A reprovação e o corte de bolsas não existem no regimento da Unesp como punições cabíveis.
– A comissão sindicante, que supostamente apura os fatos e sugere as punições, deveria ser constituída de maneira absolutamente imparcial, mas é tendenciosamente constituída por professores próximos ao gabinete do reitor, incluindo ex-chefe de gabinete da reitoria.
– A condução do processo tinha via persecutória, gastando vultosa quantidade de dinheiro público não para apurar fatos, mas sim para fazer perguntas sobre a organização política dos estudantes, como por exemplo, “Você atuou como interlocutor dos estudantes em qualquer uma das conversas havidas com a administração?” ou “Como você soube que haveria uma manifestação na reitoria naquele dia?”. Os doze primeiros estudantes a serem citados e ouvidos recebem, inclusive, acusação de exercer liderança política.
O processo, por sua vez, é coerente com o regimento da instituição, cujos artigos relacionados ao disciplinamento estudantil são inconstitucionais e foram escritos durante a ditadura militar, de acordo com o AI-5, de maneira que, dentre as acusações que suspendem estes estudantes, está a de “promover manifestações e propaganda de caráter político-partidário, racial ou religioso” e a de “afixar cartazes fora dos locais a eles destinados” (art. 161 do Regimento Geral da Unesp).
Em defesa dos estudantes existe um sem número de manifestos, dentre os quais se
destacam:
– Moção de apoio de algumas congregações (órgão colegiado máximo de uma unidade), inclusive de uma congregação de outra universidade, a Unicamp. [Anexos 1 e 2: duas destas moções]
– Manifesto assinado por 20 juristas. [Anexo 3] 3
– Abaixo-assinado com mais de 3.500 assinaturas. [tinyurl.com/revogacao]
Depois da série de episódios pontuados no início deste documento, ficou claro à comunidade da Unesp, pela atitude da reitora, que o processo não se sustenta e só pode ser julgado procedente em um contexto autoritário e antidemocrático.
São Paulo, 14 de dezembro de 2014
Assinam esta nota
Estudantes em luta pela ampla democracia e justiça nesta Universidade
Acréscimo: relação de datas
16/julho/2013 Ocupação da reitoria
17/julho/2013 Reintegração de posse (madrugada)
novembro/2013 Instauração de processo de sindicância
23/outubro/2014 Publicação no Diário Oficial das punições aplicadas aos estudantes
11/dezembro/2014 Sessão do Conselho Universitário que tratou de recurso dos
estudantes, quando aconteceram as barbáries relatadas