[Nota de Solidariedade] Todo apoio ao Movimento Estudantil da PUC-SP!

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Dois mil e crise é generalizado. Vemos a ampla e crítica conjuntura econômica se expressar nas fábricas, empresas (estatais e privadas), e universidades do país. Em um momento de instabilidade econômica, os patrões, reitores, governantes e burocratas em geral, querem que trabalhadoras, trabalhadores e estudantes paguem a conta. Querem impor o ônus da crise do sistema que beneficia a eles, sobre as nossas costas. Mas encontrarão resistência!

Estudantes e professores da PUC-SP vem sofrendo uma série contínua de ataques da reitoria desde o fim de 2014, se intensificando em 2015.

Cinquenta e dois professor_s foram demitidos pela reitoria em fevereiro sob a desculpa da necessidade de um “ajuste na folha de pagamento”. Desde 2006, funcionári_s e professor_s da PUC-SP sofrem com demissões em massa e a precarização de seu trabalho. Acontece, concomitantemente, o conhecido processo de terceirização de funcionári_s.

A permanência estudantil é duramente atingida com o aumento do bandejão em quase 85% (de R$5,60 para R$10,34), a ausência de creches para mães estudantes e trabalhadoras e o aumento das mensalidades.

A repressão se faz muito presente na PUC-SP. Estudantes e professor_s sofrem perseguição política, sendo ameaçad_s com punições diversas. A perseguição acontece a nível de espionagem, inclusive, com uma reitoria que monitora o facebook daquel_s que considera uma “ameaça”.

Mas as/os estudantes já respondem com mobilização! No dia 17/03 houve a ocupação da reitoria de Anna Cintra. O prédio esteve ocupado pel_s estudantes com as reivindicações imediatas de negociação e permanência estudantil. A APROPUC (Associação de Professores da PUC) anunciou seu apoio ao movimento estudantil e à ocupação! Pelas pautas de permanência e contra a repressão!

Na noite do dia 19/03, estudantes decidiram em assembleia pela desocupação do prédio como estratégia política, mas deixando claro que a luta está só no começo. Haverá, semana que vem, uma primeira reunião de negociação com a FUNDASP (mantenedora da PUC-SP), conseguida com a pressão da ocupação.

Fica evidente que nossa luta na USP tem uma semelhança inegável com a luta das companheiras e companheiros da PUC-SP. Nossas demandas de permanência caminham juntas! Nossa luta contra a repressão, também! Devemos buscar uma relação de solidariedade e apoio mútuo entre os movimentos estudantis!

Nós, do Rizoma, nos colocamos a postos para ajudar de toda maneira possível as/os compas da PUC-SP! Construindo uma mobilização na USP em solidariedade, e participando de atos que venham a acontecer!

SOLIDARIEDADE ESTUDANTIL!

PELA PERMANÊNCIA ESTUDANTIL!

CONTRA A REPRESSÃO!

Rizoma – Tendência Estudantil Libertária
21/03/2015
rizoma@riseup.net

Reinicia a caça às bruxas no Rio de Janeiro: Nota sobre prisões preventivas no Rio de Janeiro

Poder_PopularNesta quarta-feira, 03 de dezembro, começaram a surgir os informes sobre a prisão preventiva de algumas pessoas no Rio de Janeiro.
O juridiquês da burguesia diz que estas pessoas, estas que participaram novamente de protestos políticos, violaram qualquer coisa de qualquer cláusula da justiça dos de acima e por isso seriam presas novamente, perdendo o direito de responder “em liberdade”.

Em primeiro lugar repudiamos esta caçada do Estado contra as pessoas, mas lembramos a tod_s que isso nada mais é do que exatamente a função do Estado. Não tenhamos ilusões de que o Estado e seus “homens da lei” estão “violando direitos” e que “nem se pode mais manifestar politicamente”… Nunca se pode. As manifestações permitidas pelo Estado são aquelas que não apresentam nenhum risco para os de acima. Eles deixam com que nós saiamos nas ruas de vez em quando para assim alimentarmos a nossa sensação ilusória de que somos livres para fazer toda e qualquer crítica. Mas não somos.

E por isso colocamos entre aspas que os manifestantes detidos esta semana perderam o direito de responder “em liberdade”. El_s estavam proibidos de fazer exatamente aquilo pelo que vivem! É exatamente quando a população toma às ruas e deixa claro que não é através das urnas que querem mudanças, mas sim através da ação direta dos próprios oprimidos que conseguimos ter uma, ainda que efêmera, sensação de liberdade. Não somos livres, não estamos em liberdade. Liberdade não é essa sensação individual de poder fazer o que se quer. Liberdade é não ser oprimido todos os dias em todos os espaços pela ditadura do capitalismo e do Estado. Lutamos para sermos livres, porque ainda não somos.

Há não muito tempo atrás poucos protestos estavam sendo reprimidos, mas algo mudou. Em algum momento estas aglomerações começaram a questionar mais os de acima do que era permitido. E então o Estado não se poupa de usar todo seu aparato para detê-los. Utiliza-se do sistema judiciário, recorre aos seus aliados da mídia, avisa os cães de guarda (leia-se: todas as polícias) e inicia a caçada. “Tem gente pensando demais, tem gente falando demais e tem gente protestando demais: é preciso detê-los!”

Nos solidarizamos com as/os compas do Rio de Janeiro que mais uma vez vivem momentos de tensão… Sabemos que o Estado também usa do abalo emocional para nos fazer desistir… Mas aí e aqui não desistiremos. Algo está acontecendo, e se os de acima estão tão, tão incomodados talvez estejamos acertando em algo.

A tod_s s compas do Rio de Janeiro, perseguids ou não pelo sistema judiciário, deixamos um fraterno recado: MARICHIWEU*!

* enlacezapatista.ezln.org.mx/2013/02/10/eles-e-nos-i-as-des-razoes-de-acima

 

Nota de solidariedade à resistência popular nos EUA

NÓS DO RIZOMA SAUDAMOS XS COMPANHEIRXS NORTE AMERICANXS EM LUTA CONTRA O RACISMO, O ESTADO E O PATRÃO!No dia 9 de Agosto, se evidenciou mais uma vez o racismo e a truculência policial estadunidense. Na cidade de Ferguson, Missouri, em plena luz do dia, o jovem negro Michael Brown de 18 anos foi covardemente executado por um policial branco. Foi a gota d`água para xs de abaixo! Em resposta, os EUA chamaram as forças nacionais e decretaram Estado de Sítio na cidade. Como se ainda não bastasse, no dia 22 de Novembro, em Cleeveland, um policial branco matou o jovem negro Tamir Rice, de apenas 12 anos, por portar uma mísera arminha de brinquedo. Isso mostra que apenas ter um presidente negro não faz um país ser menos racista. Se o policial fosse negro e a vítima branca, provavelmente a história teria outro final. Outro caso parecido foi o de Eric Garner, um negro de 43 anos, que “ousou” questionar um cão do Estado após revistas quase diárias pelo simples fato de ser negro. Após dizer que estava cansado disso, que é inocente e que não suporta mais ser constrangido, Eric foi sufocado até a morte pelo policial branco.

Apesar de que já se passaram quase 150 anos desde o suposto “fim da escravidão”, a maior parte dxs negrxs ainda vive em piores condições do que xs brancxs, têm salários mais baixos do que estes e, portanto, são xs mais atingidxs pelas medidas de austeridade.

Entretanto, ao contrário do que os patrões esperavam, a classe trabalhadora não baixou a cabeça e não aceitou tais ataques! Em resposta aos cortes, greves e paralisações eclodiram por todo o país, paralisando os mais diversos setores da economia burguesa. O Estado respondeu com mais violência e repressão, numa tentativa frustrada de apagar a chama de revolta dxs trabalhadorxs.

Mesmo após atos de rua, paralisações e ações diretas, no dia 25 de novembro, o assassino de Brown foi inocentado pela justica burguesa, supostamente por “falta de provas”, mesmo havendo várias testemunhas do caso. O júri foi composto por 9 brancxs e 3 negrxs. No dia 3 de dezembro, o assassino de Eric também foi inocentado por um júri composto por 14 brancxs e 5 negrxs, o que apenas intensifica o sentimento de revolta e escancara a quem serve o sistema judiciário.

REPÚDIO TOTAL À TRUCULÊNCIA DO ESTADO RACISTA!!!

TOTAL APOIO AXS LUTADORXS ESTADUNIDENSES!!!

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[26.nov – quarta-feira] NÓS SOMOS OS 43 – Ação de solidariedade a Ayotzinapa

Nós, do Rizoma, fazemos coro ao chamado para a ação de solidariedade a Ayotzinapa que será nesta quarta-feira quando o massacre completa 2 meses.

Segue a divulgação do evento:

Link do evento no facebook: https://www.facebook.com/events/710594375685329/

  • Quarta-feira
    26.nov
    18 horas
    Rua Holanda, 274 – São Paulo (Consulado Mexicano)

[NOTA] de Solidariedade aos estudantes de Ayotzinapa, México

Compas,

foi na sangrenta noite do último dia 26 de setembro que o poder burguês despiu-se mais uma vez da sua fantasia de bem-feitor para assim mostrar a nudez do seu autoritarismo e injustiça ao ASSASSINAR e SEQUESTRAR estudantes de uma tradicional escola de resistência camponesa em Ayotzinapa no México que, sem nenhuma coincidência aqui, reuniam-se ali a fim de arrecadar fundos para financiar a ida aos protestos do dia 2 de Outubro – data que marca o aniversário do massacre de Tlatelolco, quando mais de 300 estudantes foram, também, massacrados pela tirania do Estado. No massacre dos estudantes de Ayotzinapa, 6 pessoas morreram, 17 foram feridas e 43 seguem DESAPARECIDAS!

A “Escuela Normal Rural Raúl Isidro Burgos de Ayotzinapa” é uma instituição de ensino superior que forma professores para a educação básica; ela teve um papel de luta extremamente importante no começo do século XX dentro do contexto da Revolução Mexicana por formar nomes como Lucio Cabañas e Genaro Vázquez, líderes populares que fomentaram a luta armada entre o povo do campo. Um de seus estudantes chega até a defini-la da seguinte forma: “somos uma escola de luta, o professor não manda aqui”.1 Possuindo raízes de organização popular tão fortes assim, é fácil imaginar que essa escola continuaria a causar pesadelos nas forças que ali tentassem impor seu poder. E, de fato, no dia 12 de dezembro de 2011, estudantes de Ayotzinapa realizavam um protesto em Chilpancingo, capital do estado de Guerrero, exigindo o cumprimento de algumas pautas de melhorias na escola; e qual foi a resposta do Estado? – A polícia local terminou por matar os estudantes Jorge Alexis Herrera Pino e Gabriel Echeverría de Jesus.2

Seguindo no mesmo cenário, a trágica noite do massacre do dia 26 de setembro definitivamente NÃO foi um “caso isolado”3 como afirmou José Gerardo Traslosheros Hernández, cônsul do México no Brasil, logo após a prisão de dois integrantes da FIP (Frente Independente Popular) que protestavam em frente ao consulado mexicano.4 Também não foi um caso isolado o de Carlos Augusto Muniz, vendedor ambulante baleado por um PM na Lapa. DIARIAMENTE esses vermes fardados estão nos matando e os burocratas de terno seguem defendendo-os dizendo que as mortes ocorridas são meros CASOS ISOLADOS. Deu-se o tempo de reagir! Não mais aceitaremos tamanha impunidade vindo de autoridades que se colocam acima do povo.

HOJE (22/10) é declarado o Dia de Ação Global por Ayotzinapa e até amanhã estudantes e trabalhadoras/os do México paralisam suas atividades em nível nacional. O E.Z.L.N (Exército Zapatista de Liberação Nacional), formado por populares organizados de forma autônoma ao sul do país, também declarou que unirá suas vozes e seus punhos aos de milhares de outras/os que participam dessa mobilização.5

Agora que as máscaras da autoridade já estão velhas, deformadas, amareladas e começam a ruir é tempo de que nós, povo que mantém as cicatrizes históricas da opressão, libertemo-nos enfim das amarras de uma democracia burguesa – falsa, ilusória e injusta – para (re)construir, agora sim, o poder nas bases populares.
Por compartilharmos do mesmo sonho de uma sociedade liberta de autoridades e por lutarmos também por uma educação livre de barreiras para todas/os é que nós, do Rizoma, juntamos nossas vozes de apoio aos movimentos sociais que estão germinando nas terras de Ayotzinapa e em toda a América-Latina para combater as atrocidades de um poder autoritário, ilegítimo, desnecessário e degradante ao povo!
Que despertem dos corações populares desejos de LUTA e anseios por LIBERDADE!
Exigimos hoje, junto a vocês, a reaparição IMEDIATA com vida dos 43 estudantes desaparecidos.
NÃO MAIS MORTES ALÉM DA DO ESTADO!

“¡VIVOS SE LOS LLEVARAN, VIVOS LOS QUEREMOS!”

Saludos,
Rizoma.
22/10/2014

1 ¿QUIÉNES SON LOS NORMALISTAS DESAPARECIDOS DE AYOTZINAPA?
2 Conflicto de Ayotzinapa
3 “Desaparecimento de estudantes não ficará impune”, diz consul do México
4 Prisão arbitrária de integrantes da FIP!
5 O EZLN se une à jornada em apoio à Ayotzinapa e ao povo Yaqui