De que lado você está?

Retirado de: http://daslutas.wordpress.com/2013/10/09/de-que-lado-voce-esta/

1377277_238982496257634_1727823953_n*Texto por Luis Carlos de Alencar

Aos grupos do lado de cá:

Compas, não se assustem com o achaque da mídia corporativa, ela sabe o que faz; não se admirem com os intelectuais orgânicos dos partidos, eles sabem o que dizem; não se impressionem com a burguesia que lá do alto de seu campanário começa a tremer de medo, ela sempre soube o que faz; não se preocupem com a camarilha eleitoral que se arvora a dona do caminho certo para as mudanças, ela sabe o que temer; não vacilem com a polícia pretoriana, cães fardados, racistas  assassinos, nós já vivemos todos os dias o que eles fazem; não temam os congressos brasileiros e o recrudescimento das leis engaioladoras, já faziam isso, sabemos. Compas, os grupos do lado de cá, somos diferentes, várias pautas, modos de agir, táticas diversas, pensamentos divergentes, nós não sabemos o que virá, mas se for para virar, viraremos juntos: ônibus, camburão, mídia corporativa, intelectuais orgânicos dos partidos, a burguesia, a camarilha eleitoral, a polícia, os congressos, e tudo o mais que durante todo esses 25 anos de democracia representativa brasileira não nos permitiu avançar na luta contra o autoritarismo e na defesa do bem comum contra sua expropriação pelo capital neoliberal. Queremos mais! Democracia radical e o fim do capitalismo.

Aos grupos do lado de lá:

Continuem, nós já sabíamos do que vocês são capazes para resguardar vossos privilégios. Continuem, defendam a sua zona de conforto, a malta está nas ruas, a turba está chegando, os Piratas do Tietê não deixarão pedra sobre pedra. Continuem, façam o discurso cínico que sempre sedimentou o autoritarismo na sociedade brasileira, aquela mesma postura que assentou as vigas da exploração do capital sob todos os cantos em que nossos olhos podem pousar, em nossas casas, em nossas ruas, em nossas cidades, no campo, no céu, no ar, em nossos corpos negros, indígenas, sodomitas, femininos, travestidos. Continuem, vocês sabem muito bem o que podem perder. Mas a maioria de vocês já perderam uma coisa: a dignidade, a capacidade de se distinguirem, foi por terra toda a diferença. Nós mostramos a vocês, que sabem, que agora não são distintos dos seus. Vocês jogam as bombas, atiram as balas, miram em nossas cabeças, querem-nos ajoelhados para que possam continuar vossa caravana da morte. Vocês são nossos inimigos também.  E a morte? Nunca a tememos. Essa sempre esteve aqui, do nosso lado. Brasil, país onde 80 mil pessoas morrem assassinadas todos os anos. Todas elas estão aqui, do nosso lado agora. Nós não somos mil, 5 mil, nem 100 mil marchando: nós somos os milhões que tombaram na sanha cruel da vossa indiferença, da cumplicidade assassina de quem atira e de quem faz de conta que não atira.

E aos que acham que não estão em nenhum dos lados: sejam rápidos, essa história não permite coadjuvantes. Somos todas protagonistas. De um lado ou de outro.

O Rio de Janeiro continua lindo…

Apesar da invasão da polícia à casa de anarquistas e manifestantes,  apesar das diversas ameaças da polícia federal, amanhã há de ser outro dia! Junto com o apoio do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro, segue o vídeo “GTA da Vida Real” para mantermos nossos corações esperançosos.

Agora, comunicado retirado do blog autogestão.org sobre prisão de anarquistas no RJ:

Ditadura do Kapital: perseguição política a anarquistas no Rio de Janeiro

Companheirxs desse mundo afora, vivemos no Rio de Janeiro uma verdadeira insurreição popular. O povo cansado de ser massacrado não tem mais tolerância com seus carrascos. Depois de Junho, com o aumento da passagem, nesse 7 de outubro mais uma vez a multidão tomou as ruas. Estima-se que 50 a 100 mil pessoas tenham ido a manifestação pela greve dos profissionais da educação (estado e município), há muito sucateada pelos poderes públicos que se negam a negociar um salário digno com professores e que pretendem aumentar cada vez mais o ensino privado e em moldes empresariais. A educação se tornou pauta de todxs e ultrapassou a questão meramente da categoria grevista. Ninguém aguenta mais a ditadura do kapital levada a cabo no Rio pelas mãos de ferro do governador-ditador Cabral, quanto mais perto da Copa, mais perdemos nossos direitos básicos e mais nós, trabalhadorxs que somos a base dessa cidade e que tudo nela fazemos e construímos, somos roubadxs.

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Hoje, dia 11 de outubro, a militante da Organização Anarquista Terra e Liberdade, Ana Cristina, professora do estado e do município, teve a casa de sua mãe invadida pela Polícia Federal as 6h da manhã, que foi revirada e apreenderam aparelhos eletrônicos e computadores. Sabemos também que seu SIGILO TELEFÔNICO foi quebrado desde o dia 4 de Julho. A militante foi detida no 7 de Setembro, data da comemoração militar da “Independência”. Comemoramos 1 mês da maravilhosa paralização do desfile militar, nunca antes vista no Brasil, onde manifestantes da esquerda combativa entraram no desfile em frente ao Palácio Duque de Caxias e esfregaram na cara dos militares torturadores seus escudos com homenagens aos mortos e mortas na Guerrilha do Araguaia, jovens executados, torturados, desaparecidos até hoje. Ao que tudo indica, a PF está realizando 20 mandatos de apreensão e busca para pessoas que foram detidas nessa data (64, é você?) a mando da INTERPOL, a fim de caçar “grupos anarquistas”, o Anonymous e supostos integrantes do Bloco Negro. A caça vai continuar ao longo do dia, já recebemos mais informações de que mais militantes da OATL estão sendo abordados com esses mandatos, mas ainda não temos maiores informações.


Nos escudos: Lamarca, Iara, Jana, Nara…

Não toleraremos um ataque desses! Lutar não é crime! ABAIXO A DITADURA DO KAPITAL!! A corja está em complô para barrar a revolta popular, mas somos milhões e queremos sua cabeça. Não adianta ter comissão especial, lei especial, juntar todos os níveis de governo, juntar Força Nacional, PM, Bope, NINGUÉM VAI CALAR A REVOLTA POPULAR! Todo poder ao povo!

O Estado tenta nesse momento criminalizar o anarquismo e os movimentos sociais, chamando todxs de terroristas e nos enquadrando em Leis de Segurança Nacional. Somos militantes! TERRORISTA É O ESTADO QUE MATA TODOS OS DIAS!

Nenhum passo atrás! Toda solidariedade as presas e perseguidas políticas! Pelo fim do terrorismo de Estado!

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Manifestações Populares no Brasil: Ontem e Hoje – Este sábado, no ECLA

Protesta em Debate

Manifestações Populares no Brasil: Ontem e Hoje
com Eduardo Valladares*

Dia: 28/09/2013 às 16h no ECLA
Rua Abolição, 244 – Bixiga – São Paulo

Próximo a Estação Anhangabaú do Metrô – linha vermelha, e do Terminal
Bandeira

*Pós-doutorando em História pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), doutor e mestre em História Social pela Universidade de São Paulo (USP), Valladares é autor dos livros Revoluções do século XX (Scipione, 1994) e Anarquismo e anticlericalismo (Imaginário, 2000). Participou como corroteirista e consultor histórico do filme Nós que aqui estamos por vós esperamos (direção de Marcelo Masagão, 1999).

Valladares é professor do curso de Jornalismo Internacional da pós-graduação lato sensu da coordenadoria Geral de Especialização e Aperfeiçoamento e Extensão da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Cogeae/PUC-SP) e professor de História Contemporânea em cursos preparatórios para o Concurso Público do Instituto Rio Branco (Itamaraty).

Backlash: Desvendando o Contra-ataque Antifeminista

Publicado em Café feminista no dia 14 de julho de 2013.

Definição comum de backlash: Reação antagonista a uma tendência, acontecimento ou evento.

A partir da definição do termo backlash enquanto “reação contrária”, a jornalista e feminista Susan Faludi publicou o clássico “Backlash: o contra-ataque na guerra não declarada contra as mulheres” em 1991, nos EUA. Leitura essencial para feministas, essa obra analisa a onda conservadora que lutou para destruir as conquistas feministas da década de 1970, povoando os anos 80 de mitos que culpavam o feminismo pela suposta infelicidade das mulheres Americanas.

O lançamento do livro foi um escândalo e acabou com a reputação de vários intelectuais, médicos e colunistas dos principais jornais e revistas do país, revelando fraudes e estatísticas distorcidas após uma pesquisa vasta e rigorosa. Susan decidiu escrever o livro em 1986, ao desconfiar de uma reportagem na revista Newsweek segundo a qual “É mais fácil uma mulher de 40 anos ser baleada por um terrorista que se casar”, e a partir daí encontrou as evidências de que precisava para denunciar os preconceitos e mentiras antifeministas que eram propagadas em áreas como jornalismo, publicidade, moda, beleza, livros, cinema, seriados de televisão, medicina, psicologia e políticas públicas.

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