Acerca do documento “Diante da Situação” (carta dos 150 professores) por Homero Santiago (filô)

Carta de Homero Santiago aos 150 professores que assinaram o documento “Diante da Situação”

tirado de https://cegeusp.milharal.org/2013/11/07/acerca-do-documento-diante-da-situacao-por-homero-santiago-professor-da-filosofia/

“Pois então, há gente que compra deputado, há reitores que compram chefes de unidades, há quem faça piquete, e assim por diante”

Caros colegas,

Como não sou bom em discussão poética e não tenho condições de argumentar com a memória de longa data (não que a tenha perdido, simplesmente não conheço a USP dos tempos de antanho), vou me permitir alguns comentários mais chãos, ou mlehor, algumas impressões, me servindo da memória mais imediata (entrei em 1993 na USP), acerca do documento recente “diante da situação”, que nos foi enviado a todos e foi noticiado hoje pela Folha de S. Paulo.
* Sobre os meios de produção do texto e a coleta de assinaturas, não vejo maiores problemas; é uma via legítima. Porém, há de se ponderar, como fez perfeitamente o prof. Adrián: “o modo de circulação do texto, como o de qualquer texto, é parte de seu sentido, inclusive o fato de ter alcançado tão rapidamente divulgação na Folha de São Paulo”. Querendo ou não é um texto feito para sair no jornal (o que não quer dizer que tenha sido tal a intenção).
* É cansativa essa coisa toda de “excelência”, “qualidade”, etc. Em termos mais teóricos, se poderia invocar Gilles Deleuze: só os funcionários do saber costumam levar a sério tais argumentos – e sempre no mau sentido: é a desculpa para as piores coisas, para as atitudes mais burocráticas, para a constituição de um discurso afinado ao poder (com intenção ou não); em bocas cínicas é tenebroso (o que não quer dizer que todos os signatários o sejam; somente que alguns o são com certeza, e vou me permitir relacionar as ações aos bois, mesmo sem nomeá-los).
* É incrível que alguns (a maioria, ao menos dentre os que conheço, não) dos que lastimam que “excepcionalmente” se interrompa o “trabalho universitário sério e precioso” são os mesmos (dois ou três) que dispensam os alunos mais cedo porque marcaram consulta no HU – ora, bolas! por que não marcam fora do horário de aula. Houve (uma única vez, pelo menos) um que interrompeu a aula porque precisava ir ao “Banespa” (faz algum tempo).
* Dentre os arautos da excelência, há aqueles que vivem viajando e nunca se preocupam com nada relativamente aos cursos e aos alunos (há os que viajam e se preocupam, e que são a maioria). Há os que por algum motivo (em geral por ocupar cargos burocráticos), cuidam da própria vida e estão há anos dando o mesmo curso; quando o curso é bom, isso é até positivo, quando o curso é ruim, é uma desgraça para o conjunto dos alunos.

Assembleia Geral de Estudantes da USP

Nova proposta de acordo proposta pela Reitoria em 06 de novembro de 2013: http://www.usp.br/imprensa/?p=34672

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Recapitulando a proposta de “acordo” da reitoria rejeitada pela assembleia geral do último dia : 31/10

proposta-da-reitoria em pdf.

Quando? Quarta feira / 6 de novembro

Onde? No Vão Livre da Hist/Geo

Que horas?  às 18h

Antes da Assembleia, irá ocorrer uma:

OFICINA DE ANARCO-BULLYING ÀS 16H NO ESPAÇO AQUÁRIO.

Seguimos em luta!

Observação: ontem, na assembleia unificada da história e geografia, a proposta “não pelegar” passou por consenso, assim como a indicação de continuidade da greve geral e dos próprios cursos. Houve boatos de que algumas pessoas eram contra a proposta “não pelegar”, mas não tiveram coragem de defender sua proposta. [é sério!]

Relato sobre o Núcleo de Consciência Negra

Relato sobre o Núcleo de Consciência Negra, por Mandi.

Ontem, por volta das 13h, houve mais uma ofensiva da Reitoria para destruição do Núcleo de Consciência Negra (NCN).
Dessa vez, a burocracia enviou pedreiros e mestre de obra para fechar a porta lateral do NCN, utilizando tapumes – que já estão cercando todos arredores do prédio, menos a parte do Sweden, rico restaurante branco da propriedade duma senhora da FEA. Devido à articulação de muitxs que não acham que a luta anti-racista é somente dizer “cotas já” nas assembleias, conseguimos colar em peso, em menos de 10 min depois que fomos comunicadxs sobre o ocorrido. Devido à pressão dxs companheirxs, conseguimos fazer com que a obra não avançasse sobre as portas e parede do NCN.

Desde então, estamos nos auto-organizando para fazer vigília no prédio, e, se o NCN já tinha atividades diariamente, agora ele terá atividade em todos os horários possíveis, incluindo as madrugadas. As mesmas madrugadas que a Reitoria aproveita para enviar trabalhadores para continuar as obras, como aconteceu ontem, à 1h da manhã, horário em que só foram “tirar alguns entulhos” (se só foram fazer isso ou não, o que importa é que não puderam fazer porra nenhuma!)

Esse é um breve relato sobre o que aconteceu ontem no NCN, mas que tem acontecido há muito tempo: a tentativa de demolição da história dxs negrxs na USP. Não passarão!!!

Este é também um chamado à todxs que lutam contra o racismo: Nos apropriemos do Núcleo! Decretamos que essxs vermes nunca mais arrancarão parte do nosso passado ou ditarão qualquer ordem para o nosso futuro: Aqui, em presente, como desde o dia em que fomos roubadxs do continente africano, continuaremos resistindo: Não passarão!!!

AMANHÃ:

HOJE (18/09) Assembleia Geral da USP

A próxima Assembleia Geral da USP será HOJE, 18/09, às 18h no Vão Livre da FAU!

Pautas:

ninguém sabe, ninguém ouve, ninguém vê. Mas quem se importa? Traga a sua sugestão e contribuição, e bora construir na hora, afinal, o movimento não para se poucas pessoas colam, mas com certeza o movimento fica mais massa se muita gente aparece!

Mais uma eliminação ANULADA!

“Aline Camoles é a terceira estudante da USP, dos seis expulsos, a ser reintegrada à Universidade. Acaba de ser concedido Mandado de Segurança que anula o processo administrativo da Reitoria que a expulsou.”

– Jornal da USP LIVRE, 24 de agosto de 2013.

Lembrando que dxs 8 estudantes expulsxs, 2 já haviam se formado, e atualmente 3 já reingressaram à Universidade dada a inconsistência dos processos. Isso deixa claro o quão autoritários e antiquados são os processos administrativos, baseados num decreto de 1972 (período mais opressor da ditadura), aplicados por Rodas. É preciso avançar cada vez mais na defesa daquelxs que se encontram expulsxs e processadxs por terem ousado se levantar contra a repressão e as normas disciplinares da burocracia universitária. Enquanto essxs companheirxs estiverem nesta situação, é impossível falar em democracia, não há diretas para REItor no mundo que garantam que esta aconteça.

FIM DOS PROCESSOS!
REINTEGRAÇÃO DE TODXS EXPULSXS!

contraosprocessos