Depoimento de estudantes sobre as prisões do dia 14/06

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Em meio a uma forte greve nacional nas universidades federais, um protesto de estudantes da Unifesp em 14 de junho é respondido com bombas, balas de borracha e excessiva truculência da Polícia Militar. Após uma assembleia intercampi, grevistas faziam um ato contra a repressão que o movimento já vinha sofrendo, quando a polícia foi chamada pela direção da universidade.

Os militares agrediram a manifestação política e prenderam 25 estudantes dentro do campus Guarulhos, em São Paulo. Alguns ficaram feridos e chegaram a ser encaminhados ao hospital. Eles foram acusados de dano ao patrimônio público, constrangimento ilegal e formação de quadrilha.

Na Polícia Federal, onde ficaram por 24 horas, 22 estudantes chegaram a receber ordem de transferência para o centro de detenção provisória (CDP), o que, mesmo sem ter se concretizado, foi um marco na escalada repressiva contra o movimento estudantil. As mulheres iriam para o CDP de Santana e os homens para o de Pinheiros, conhecido como “cadeião” e citado como “o novo Carandiru de São Paulo”.

Quatro dias depois das prisões, estudantes da USP somaram-se aos estudantes da Unifesp e fizeram um ato com pelo menos 500 pessoas contra as prisões e os processos. Só dessas duas universidades, são mais de 100 processos criminais e administrativos que correm contra militantes do movimento estudantil.

Fonte: revista contra mare

MOÇÃO DE APOIO AOS ESTUDANTES PRESOS DA UNIFESP (dos processados da USP)

É universalmente reconhecido que a sociedade brasileira possui desigualdades radicais.

O discurso comum sobre o tema, transmitido na televisão, nas rádios e na internet, alega que as desigualdades do Brasil existem por causa de ações degeneradas de incompetentes e corruptos, afirmam que a miséria é uma mescla da “imoralidade” dos políticos com a “indisciplina” dos “vagabundos”, e que as soluções corretas abrangeriam um conjunto de medidas que vão da “diminuição dos gastos” ao fim da “criminalidade” e dos “bandidos”, passando pela “criação de leis mais rígidas” e pelo incentivo ao “setor privado” e ao “desenvolvimento nacional”.

Mas a que e (mais importante) a quem vale tal discurso?

Esse discurso visa dar sobrevida aos modelos vigentes de produção econômica e de gestão das populações. Ou, em outras palavras, visa salvaguardar o capitalismo e o Estado. Não é por acaso, desse modo, que os grandes difusores (e beneficiários) desse discurso sejam os governantes executivos do Estado, as chefias legislativas e burocráticas, grupos conservadores de juízes, desembargadores e promotores do judiciário, os proprietários e especuladores de grandes fundações e empresas, os pesquisadores e cientistas alinhados aos interesses da acumulação, os grandes oligopólios da informação, as altas patentes militares – o exercício do poder fia o tecido que os associa na manutenção da ordem vigente.

Quando nós, presos nas movimentações políticas na USP e UNIFESP, reivindicamos condições justas de educação, trabalho e convívio na universidade pública (condições que o capitalismo e o Estado não podem oferecer), estávamos também – espontânea e objetivamente – nos colocando contra todas as forças associadas que exercem o alto poder em nossa sociedade capitalista. E sim, foi essa oposição que motivou as prisões e os processos criminais, as agressões e as ofensas, as torturas, as expulsões da universidade e as demissões.

Por outro lado, é essa oposição que também nos une, estudantes da USP, e da UNIFESP, UNILA, UNIR, e tantas outras, todos presos e processados, mas todos também lutadores frente a necessidade de resistir à privatização do ensino superior, às explorações do trabalho terceirizado, aos espetáculos da sociedade consumista e ao autoritarismo de homens de farda e de terno e gravata. E para resistir, é necessário lutar.

TODO APOIO AOS 26 ESTUDANTES PRESOS DA UNIFESP!
POR UMA EDUCAÇÃO SUPERIOR PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE!
NÃO À REPRESSÃO!

Processados na USP

28.06 – Todxs ao ato contra a PM nas Universidades – pelo fim da repressão ao movimento estudantil

DIA 28, QUINTA-FEIRA ÀS 16h NO VÃO DO MASP

A luta nas universidades é um só!

chamado dos estudantes da unifesp para o ato:

ATO DA MINORIA: Contra a repressão e a PM nas Universidades

Vamos unir nossas forças, e lutar JUNTOS contra toda repressão que os movimentos estudantis da UNIFESP, USP, UNILA, UNIR e outras estão sofrendo.

“O governo não quer uma população capaz de fazer pensamentos críticos. Ele quer trabalhadores obedientes. Pessoas inteligentes o suficiente pra controlar as máquinas, e burras o bastantes pra aceitarem, pacificamente, a própria situação. ” George Carlin

FORA MARCOS CEZAR

FORA PM DAS UNIVERSIDADES E DO MUNDO!

Moção de Apoio aos estudantes da USP

Nós estudantes e trabalhadores prestamos através desse documento nossa  Solidariedade aos estudantes e trabalhadores da USP que nos últimos meses e em especial nos últimas semanas vêm sendo atacados pela Universidade de São Paulo (USP). Já são mais de 85 estudantes e trabalhadores da USP sofrendo processos criminais e administrativos, que podem levar a sua expulsão e eliminação dos quadros da Universidade, pela sua participação na Ocupação da Reitoria e da Ocupação da chamada Moradia Retomada. A postura repressiva e autoritária por parte do governo do Estado de São Paulo e da Reitoria da USP contra a luta que os estudantes e os trabalhadores da USP vem travando pelo fim do convênio entre a USP e a Polícia Militar e pela democratização dos espaços da Universidade, apenas demonstra os resquícios ditatoriais e anti-democráticos de nossas instituições e dos governos dito representativos, que defendem os interesses das classes dominantes e não do conjunto do povo, dos oprimidos. É por isso que repudiamos a postura da reitoria da USP e nos solidarizamos com a luta legítima dos estudantes e trabalhadores daquela Universidade.

Pela descriminalização das lutas populares!

Abaixo os processos criminais e administrativos contra os estudantes e trabalhadores da USP!

Solidariedade de classe ontem, hoje e sempre!

Tendência Estudantil Resistência Popular – RS

Tendência Sindical Resistência Popular – RS

Centro Acadêmico de Serviço Social – UNISINOS

Diretório Acadêmico de Ciências Sociais Florestan Fernandes – UNISINOS

Rádio Comunitária A Voz do Morro – RS

Rádio Comunitária Quilombo – RS

Moção de apoio a USP pdf