Sobre os ataques ao Movimento Anarquista em Montevidéu

Em uma semana e meia 14 companheirxs foram presxs, isto se soma à campanha de escutas, perseguições, tentativas de despejos e ataques ao movimento anarquista em Montevidéu. Nada disto nos assusta, só nos faz mais fortes. Se nos golpeiam é porque incomodamos. Se incomodamos aos/às poderosxs e suas/seus delatorxs, estamos fazendo bem as coisas.

 Há uma guerra social que passa por diferentes momentos. Xs poderosxs sabem, nós também. A imprensa oculta, ofegando sobre o barril do capital, impondo a ideia de uma democracia rançosa que não cumpre nem com suas próprias mentiras mais repetidas, segurança, direitos humanos, justiça…

 Entre tudo isso a raiva abre passagem.

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[Tunísia] Anarcofeministas são presas após pichar Ministério das Mulheres

Retirado de: agência de notícias anarquistas-ana

Três anarcofeministas da organização “Ataque Feminista”, Sana Chamekh, Vladimir Leonov e Ines Zaghdoudi, foram presas no início da tarde do último domingo, 21 de julho, pelas forças de segurança tunisianas, enquanto pichavam nas paredes do Ministério das Mulheres “Abaixo o Ministério do harém do Sultão” e se preparavam para jogar bomba de tinta na fachada do prédio estatal.

Após serem fichadas e interrogadas na delegacia policial de Charles de Gaulle, em Túnis, as três anarcofeministas foram liberadas. Segundo Leila Ben Debba, presente no ocorrido, as três ativistas foram conduzidas para o hospital depois de sofrerem violência e abuso das autoridades.

Vladimir Leonov, uma das anarquistas presas, contou a imprensa local que elas foram agredidas e insultadas pelos policiais, inclusive ameaçadas com armas de fogo, e dois ativistas que as acompanhavam também.

 

“Ataque Feminista”

É um grupo anarcofeminista e faz parte do jovem movimento libertário tunisiano. Seu objetivo, entre outros, é espalhar as ideias libertárias para encontrar soluções radicais para os problemas sociais e políticos da Tunísia, assim como enfrentar a posição que a mulher é colocada no interior dos problemas da sociedade. O grupo busca estabelecer uma cultura de autogestão e acredita na obrigação da revolta das mulheres contra todos os tipos de exploração.

Alguns desafios do grupo: Todos os aspectos da posição da mulher na sociedade patriarcal; Eliminar estereótipos baseados no sexo; Abolição da desumanização e objetificação da mulher; Completa eliminação da violência contra a mulher (estupro, violência doméstica, mutilação genital feminina, esterilização forçada, abuso sexual).

Após ocupação da reitoria, Unesp garante benefícios a estudantes

Pauta de Reivindicações das/os Estudantes da FFC-UNESP/Marília: http://pt.scribd.com/doc/151100383/Pauta-de-Reivindicacoes-FFC#download

Canais de Comunicação das UNESP em luta: https://rizoma.milharal.org/2013/05/28/comunicacao-greve-e-ocupas-unesp/

Retirado de: http://noticias.terra.com.br/educacao/apos-ocupacao-da-reitoria-unesp-garante-beneficios-a-estudantes,bdffd08fc2c8f310VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html

Após ocupação da reitoria, Unesp garante benefícios a estudantes

Além de bolsas de permanência, a universidade se comprometeu a realizar obras para melhorar a estrutura dos campus

Estudantes que ocuparam o prédio da reitoria da Universidade Estadual Paulista (Unesp) na quinta-feira desocuparam o prédio na manhã de hoje após negociação com a vice-reitora, Marilza Vieira Cunha Rudge. A direção da unidade garantiu o aumento de bolsas permanência e o auxílio-aluguel destinado aos alunos de baixa renda.

Segundo a universidade, ficou definido a elaboração de um plano de obras para a construção de moradias e restaurantes universitários para os campus que não dispõem dessa infraestrutura, além de reforma e ampliação nos já existentes.

A reitoria também se comprometeu a discutir uma proposta alternativa ao Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista (Pimesp) – apresentada pelo governador Geraldo Alckmin e pelos reitores no final do ano passado e que é motivo de críticas dos alunos. O ponto de maior rejeição é a criação de um cursos semipresencial com duração de dois anos para atender os cotistas.

Representantes dos sindicatos dos professores e servidores também participaram da reunião. A pauta sobre isonomia aos funcionários e docentes das outras universidades estaduais de São Paulo (USP e Unesp) será discutida na próxima semana.

Alunos e professores de 14 campus da Unesp fazem greve parcial desde o começo do mês para cobrar melhorias na estrura e reajuste salarial.

Organizar a raiva!

O ódio do gigante, de Leonardo Blecher
brasil

Enquanto um sorridente gigante branco, de cara pintada em verde e amarelo e envelopado por uma bandeira brasileira, caminhava lentamente para a Avenida Paulista, outro ente fantástico preferiu permanecer diante da Prefeitura de São Paulo.

Era também um gigante, mas bem diferente. Este era disforme e empunhava uma bandeira negra. O lenço em seu rosto não escondia um sorriso, mas as rugas da fúria.

O gigante era confuso, impulsivo, enérgico, monstruoso. Dirigia pontapés, pedras e palavras cortantes ao ostentoso prédio do poder executivo paulistano. Era contra uma parede que sua raiva explodia.

Todos os dias, este gigante acorda cedo, toma um café preto e sai de casa quando o sol ainda dá seus primeiros sinais. Equilibra-se entre a calçada estreita e a rua esburacada para esperar a chegada da lata metálica que o carregará por quilômetros, espremido, asfixiado.

Quando chega ao seu destino, olha com medo para o homem que o fez ir até lá, abaixa a cabeça e veste seu uniforme. Seu inimigo é um único ser humano pequeno e fraco, que, por algum motivo, tem poder para humilhá-lo. Após horas de tédio e esforço físico, o gigante recebe dele sua última ordem do dia: “Pode ir embora, até amanhã.”

Enquanto volta para sua casa, novamente encurralado em uma lata metálica, o gigante pensa. Pensa nas contas atrasadas, na doença da mãe, no familiar que morreu, mas não chora. Sente um vazio no tórax, a garganta seca, poderia jurar que é tristeza. E ele aprendeu que tristeza se cura com trabalho, batalhando pela vida.

Na última terça, quando o gigante olhou para o prédio da Prefeitura, se inflamou. Viu naquela parede a mesma barreira que o separa de seus desejos, seus anseios, sua felicidade. O muro que o divorcia da emancipação estava finalmente diante de seus olhos. E foi então que percebeu que o que sente todos os dias na volta pra casa não é tristeza.
É ódio.