Relato sobre o Núcleo de Consciência Negra

Relato sobre o Núcleo de Consciência Negra, por Mandi.

Ontem, por volta das 13h, houve mais uma ofensiva da Reitoria para destruição do Núcleo de Consciência Negra (NCN).
Dessa vez, a burocracia enviou pedreiros e mestre de obra para fechar a porta lateral do NCN, utilizando tapumes – que já estão cercando todos arredores do prédio, menos a parte do Sweden, rico restaurante branco da propriedade duma senhora da FEA. Devido à articulação de muitxs que não acham que a luta anti-racista é somente dizer “cotas já” nas assembleias, conseguimos colar em peso, em menos de 10 min depois que fomos comunicadxs sobre o ocorrido. Devido à pressão dxs companheirxs, conseguimos fazer com que a obra não avançasse sobre as portas e parede do NCN.

Desde então, estamos nos auto-organizando para fazer vigília no prédio, e, se o NCN já tinha atividades diariamente, agora ele terá atividade em todos os horários possíveis, incluindo as madrugadas. As mesmas madrugadas que a Reitoria aproveita para enviar trabalhadores para continuar as obras, como aconteceu ontem, à 1h da manhã, horário em que só foram “tirar alguns entulhos” (se só foram fazer isso ou não, o que importa é que não puderam fazer porra nenhuma!)

Esse é um breve relato sobre o que aconteceu ontem no NCN, mas que tem acontecido há muito tempo: a tentativa de demolição da história dxs negrxs na USP. Não passarão!!!

Este é também um chamado à todxs que lutam contra o racismo: Nos apropriemos do Núcleo! Decretamos que essxs vermes nunca mais arrancarão parte do nosso passado ou ditarão qualquer ordem para o nosso futuro: Aqui, em presente, como desde o dia em que fomos roubadxs do continente africano, continuaremos resistindo: Não passarão!!!

AMANHÃ:

O Rio de Janeiro continua lindo…

Apesar da invasão da polícia à casa de anarquistas e manifestantes,  apesar das diversas ameaças da polícia federal, amanhã há de ser outro dia! Junto com o apoio do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro, segue o vídeo “GTA da Vida Real” para mantermos nossos corações esperançosos.

Agora, comunicado retirado do blog autogestão.org sobre prisão de anarquistas no RJ:

Ditadura do Kapital: perseguição política a anarquistas no Rio de Janeiro

Companheirxs desse mundo afora, vivemos no Rio de Janeiro uma verdadeira insurreição popular. O povo cansado de ser massacrado não tem mais tolerância com seus carrascos. Depois de Junho, com o aumento da passagem, nesse 7 de outubro mais uma vez a multidão tomou as ruas. Estima-se que 50 a 100 mil pessoas tenham ido a manifestação pela greve dos profissionais da educação (estado e município), há muito sucateada pelos poderes públicos que se negam a negociar um salário digno com professores e que pretendem aumentar cada vez mais o ensino privado e em moldes empresariais. A educação se tornou pauta de todxs e ultrapassou a questão meramente da categoria grevista. Ninguém aguenta mais a ditadura do kapital levada a cabo no Rio pelas mãos de ferro do governador-ditador Cabral, quanto mais perto da Copa, mais perdemos nossos direitos básicos e mais nós, trabalhadorxs que somos a base dessa cidade e que tudo nela fazemos e construímos, somos roubadxs.

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Hoje, dia 11 de outubro, a militante da Organização Anarquista Terra e Liberdade, Ana Cristina, professora do estado e do município, teve a casa de sua mãe invadida pela Polícia Federal as 6h da manhã, que foi revirada e apreenderam aparelhos eletrônicos e computadores. Sabemos também que seu SIGILO TELEFÔNICO foi quebrado desde o dia 4 de Julho. A militante foi detida no 7 de Setembro, data da comemoração militar da “Independência”. Comemoramos 1 mês da maravilhosa paralização do desfile militar, nunca antes vista no Brasil, onde manifestantes da esquerda combativa entraram no desfile em frente ao Palácio Duque de Caxias e esfregaram na cara dos militares torturadores seus escudos com homenagens aos mortos e mortas na Guerrilha do Araguaia, jovens executados, torturados, desaparecidos até hoje. Ao que tudo indica, a PF está realizando 20 mandatos de apreensão e busca para pessoas que foram detidas nessa data (64, é você?) a mando da INTERPOL, a fim de caçar “grupos anarquistas”, o Anonymous e supostos integrantes do Bloco Negro. A caça vai continuar ao longo do dia, já recebemos mais informações de que mais militantes da OATL estão sendo abordados com esses mandatos, mas ainda não temos maiores informações.


Nos escudos: Lamarca, Iara, Jana, Nara…

Não toleraremos um ataque desses! Lutar não é crime! ABAIXO A DITADURA DO KAPITAL!! A corja está em complô para barrar a revolta popular, mas somos milhões e queremos sua cabeça. Não adianta ter comissão especial, lei especial, juntar todos os níveis de governo, juntar Força Nacional, PM, Bope, NINGUÉM VAI CALAR A REVOLTA POPULAR! Todo poder ao povo!

O Estado tenta nesse momento criminalizar o anarquismo e os movimentos sociais, chamando todxs de terroristas e nos enquadrando em Leis de Segurança Nacional. Somos militantes! TERRORISTA É O ESTADO QUE MATA TODOS OS DIAS!

Nenhum passo atrás! Toda solidariedade as presas e perseguidas políticas! Pelo fim do terrorismo de Estado!

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Pedido de Reintegração de Posse INDEFERIDO!

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“Desta forma, – como pareceu ter ficado claro na audiência -, havendo ainda a possibilidade de retomada do prédio sem o uso da força policial, bastando a cessação da intransigência da Reitoria em dialogar, de forma democrática, com os estudantes, e, ainda, considerando, como dito acima, que, nesse momento, a desocupação involuntária, violenta, causaria mais danos à USP e aos seus estudantes do que a decorrente da própria ocupação, indefiro, por ora, a liminar de reintegração de posse” juiz Adriano – Marcos Laroca, da 12ª Vara de Fazenda Pública

Essa doeu, ein, Rodas?!

Nesta quarta-feira, pela segunda vez, o pedido de reintegração de posse foi indeferido. O pedido de reintegração foi feito após a reunião de conciliação entre as entidades que ocorreu na terça, 8-10. É momento de avançar na sua! A truculência e intransigência da burocracia universitária estão cada vez mais expostas. A imagem do REItorado nunca esteve tão desgastada.

TODO APOIO À OCUPAÇÃO! TODO MUNDO PARA OCUPAÇÃO!
ACABOU O AMOR, A REITORIA VAI VOLTAR A SER CRUSP!

“Outrossim, frise-se que nenhuma luta social que não cause qualquer transtorno, alteração da normalidade, não tem força de pressão e, portanto, sequer poderia se caracterizar como tal.”

Esse juiz manja dos paranauê!

Hoje – Assembleias de curso sobre a Reitoria Ocupada e Greve | informes sobre Porto Alegre

Compas,

Ontem a Assembleia Geral de Estudantes da USP decidiu pela continuidade da Ocupação da Reitoria e Greve Estudantil. Hoje todos os cursos terão assembleias específicas para debater e dar encaminhamento para os apontamentos de luta trazidos pela assembleia geral. É essencial as articulações nos cursos. Compareça, debata e lute!
Informe-se sobre horário de local da Assembleia de seu curso!
E amanhã, quinta-feira, às 19h terá nova Assembleia Geral.


Vídeo da Frente de Estudantes Libertárixs do Chile.

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Ontem tbm ocorreu uma forte investida da polícia gaúcha na criminalização dos movimentos sociais, enviamos abaixo a Nota da FAG e informes mais detalhados:

terça-feira, 1 de outubro de 2013

ATENEU LIBERTÁRIO É INVADIDO PELA POLÍCIA PELA 2 VEZ EM MENOS DE 4 MESES

Na tarde desta última terça-feira, 1 de outubro de 2013, o Ateneu Libertário A Batalha da Várzea que faz local político-social para a Federação Anarquista Gaúcha foi invadido pelas forças repressivas do governo Tarso do PT pela segunda vez. A porta da sede foi arrombada e teve suas dependências e equipamentos revirados. Por cima de uma mesa foi deixado um bilhete que dizia: “passei por aqui e a porta estava aberta. Gostaria de participar da FAG.”
A terça-feira amanheceu com uma forte operação repressiva desatada pelo governo estadual e a justiça sobre militantes do Bloco de Lutas e organizações de esquerda. Invasão de residências particulares, locais públicos de esquerda e campanas sobre companheiros/as foram levados a cabo durante todo o dia. Falam-se de mais de 70 mandatos judiciais de busca e apreensão ainda por serem executados. Na última quinta-feira, quando da dispersão do ato público do Bloco de Lutas cinco companheiros foram detidos e incriminados.
O governo Tarso quer calar o protesto social que foge do seu controle, que não se engana com seus malabarismos retóricos e nem se amansa com expedientes repressivos.

Não tá morto quem peleia!

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02/outubro/2013

Nota pública da FAG sobre a caça as bruxas do dia 01 de outubro em Porto Alegre – RS

A grande operação que a polícia civil desatou ontem, atingindo diversos companheiros e organizações de esquerda que militam em torno do Bloco de Lutas aponta a necessidade da solidariedade como uma tarefa de urgência.
Nesse momento urge encararmos a questão no seu devido conjunto. Não se tratou de uma repressão dirigida especificamente a uma organização, mas sim um golpe contra toda militância de esquerda. O momento é de tomarmos a solidariedade para com todos os companheiros e organizações perseguidas como um dever que esteja acima de vinculações ideológicas e organizativas, não caindo na mesquinharia de titubear a solidariedade em função de preferências políticas.
Após todo esse sórdido operativo, Tarso teve a frieza e a cara de pau para divulgar um depoimento onde faz questão de defender o mega operativo, frisando que o mesmo se deu respeitando todos os marcos do “Estado democrático de direito”. Omite todo um roteiro de invasões em residências e locais como o Moinho Negro, Utopia e Luta, Ateneu Libertário, invadido pela segunda vez em menos de 4 meses. Tarso cita os casos dos companheiros do PSOL e PSTU e convida os dirigentes dos partidos para uma audiência com o objetivo de relatarem o ocorrido.
O convite de Tarso entra como a proposta de um jogo cretino, pois o que busca em realidade é arbitrar, a revelia de um movimento popular, quem são seus interlocutores, além de pressionar para a colaboração. Isso fica claro quando, ao negligenciar o restante do operativo afirma não acreditar que “atos criminosos” sejam praticados por “militantes políticos”, logo já apresenta a fatura aos demais companheiros e organizações atingidas. Nada disso é novidade, no mês de junho, quando tivemos nossa sede invadida, através de um artifício ilegal (até hoje não temos conhecimento do mandato judicial), o mesmo Tarso foi a imprensa para chamar-nos de fascistas e reivindicar que estes partidos revissem sua política de alianças nos movimentos sociais.
Por fim, chamamos atenção para o grave caso dos 03 companheiros professores arbitrariamente presos no último ato do Bloco de Lutas que foram indiciados no dia de hoje. Estes 03 companheiros foram abordados por um ônibus da Brigada e presos logo em seguida enquanto se dirigiam a uma lancheria na Cidade Baixo após o término do ato. A isca para abordá-los foi que um destes companheiros carregava uma bandeira do CPERS-Sindicato.
A prisão destes companheiros logo revelou uma meticulosa operação policial que tinha como intuito caçar aleatoriamente manifestantes ao final do ato, de forma a efetuar prisões e plantar “flagrantes” de forma a apresentá-los como bodes expiatórios por casos de depredações. Sem provas, resumindo tudo ao depoimento de brigadianos não identificados, os companheiros foram acusados de depredação de patrimônio público, crime ambiental por pichação em patrimônio tombado e agressão a brigadianos. O grande objetivo da operação era encaminhar os companheiros ao presídio central dada o valor exorbitante da multa/chantagem que se aplicou: R$4 mil para cada em espécie.
Enquanto a polícia civil respeitando o “Estado democrático de direito” invadia residências de companheiros e locais de organizações, o delegado Paulo César Jardim, responsável pela “investigação” das prisões do último ato, concluía sua nobre tarefa.
Curioso é o fato que o mesmo Jardim é também o delegado responsável pela investigação dos grupos neo-nazistas que atuam impunemente no Estado, mais especificamente em Porto Alegre e na Serra Gaúcha, realizando inúmeros ataques, especialmente de ordem homofóbica e racista. Nunca vimos tamanha agilidade deste “grande investigador”, para autuar esses verdadeiros criminosos e tampouco medidas efetivas por parte do governo Tarso/PT nesse sentido.
É hora de levar o abraço solidário a todos e todas que lutam para que o protesto social não se envergue ao poder e resista a fuzilaria reacionária dos monopólios da mídia. Mobilizar uma frente comum de todo o campo da independência de classe para romper o cerco repressivo e impedir a criminalização dos movimentos sociais.
Contra o medo e a repressão. Luta e Organização!
Não tá morto quem peleia. Porque só a ação direta faz um Povo Forte.