Solidariedade aos garis em greve! [Rio de Janeiro]

Abaixo reproduzimos a nota/informe de apoio da FARJ à luta das/dos garis do Rio de Janeiro!
“FORA SINDICATO PELEGO!”

Os garis do Rio de Janeiro paralisaram suas atividades, passando por cima da direção burocratizada do sindicato que continua insistindo que os garis não estão em greve!  Numa passeata em direção a prefeitura foram reprimidos pela Polícia Militar mas continuam na luta!

A luta dos/as garis é justa! Protestar não pode e nunca será um crime, mas sempre um direito!! Cerquemos de solidariedade os garis e sempre respeitando seu protagonismo!

Toda solidariedade aos garis! Protestar não é crime!

Hoje, estive na Assembleia dos Garis e na manifestação que houve em seguida. Muito me surpreendeu a indignação dos trabalhadores com seu sindicato (não apenas com a direção). O aparato repressor era digno das grandes manifestações de junho e outubro. No entanto, o apoio popular era tamanho que parecia ser imune às tentativas de criminalização da mídia corporativa.

 A plenária contou com a presença de cerca de 100 grevistas, onde os pontos mais exaltados foram: o aumento do piso salarial para R$1200 +  taxa de salubridade, o auxílio creche para ambos os sexos e o fim das  represálias aos lutadores. Os trabalhadores apontaram que essas conquistas só seriam possíveis se a categoria estivesse unida, por que “sozinhos, esculacham a gente, mas juntos, a gente é forte!”; e se a luta fosse pela base, uma vez que “O sindicato é Mercenário!”, “O sindicato é uma vergonha!”. Quando os oprimidos constróem, na luta, o Poder Popular; o Estado fica  aterrorizado e, por isso, espalha terror. Hoje, o contingente de cinco policias para cada manifestante exibia: tasers, cassetes, sprays de pimenta e todo investimento do governo para resolver as mazelas sociais.

 Assim demonstrando que, na democracia burguesa que vivemos, as demandas do proletariado são meros assuntos de polícia.

Por fim, a justeza da causa dos garis parece poder quebrar o consenso que vem sendo imposto: de que protestar é um crime e, como tal, deve ser duramente reprimido. Nessa medida, o fortalecimento dessa luta possa ser um antídoto para o veneno midiático que tem provocado o refluxo do movimento no Rio de Janeiro.

 Abraços,
Militante da FARJ

CMI-Rio mapeia mortos e feridos em protestos no Brasil a partir de junho/2013

“Este é um site colaborativo que busca dar visibilidade a casos de violência ocorridos a partir de junho de 2013, durante manifestações populares. Ao contrário da visibilidade seletiva da mídia corporativa, para a qual certas vidas valem mais que outras, propomos aqui um esforço coletivo para trazer à tona rostos e nomes desconhecidos, agredidos, feridos ou mesmo mortos em decorrência do uso da força pelo Estado.

Mesmo atingindo números alarmantes, entendemos que os casos reunidos aqui serão sempre uma pequena amostra, e que o trabalho é contínuo, já que a cada nova manifestação, assistimos a novos episódios violentos. Entendemos também que todos os casos de violência ocorridos nesse contexto, seja contra manifestantes, jornalistas, policiais ou passantes, são resultantes da insistência do Estado em reprimir os movimentos sociais.
Quantas mortes tolera a governamentabilidade?

CMI-Rio
Centro de Mídia Independente do Rio de Janeiro”

ACESSE: http://mortoseferidosnosprotestos.tk/

Polícia Civil invade comunidade do Moinho, na capital

Retirado de http://spressosp.com.br

Segundo testemunhas, agentes atiraram a esmo e apreenderam pelo menos um menor de idade; no momento, moradores bloqueiam os dois sentidos da Avenida Rio Branco em represália à ação da polícia

Por Igor Carvalho e Anna Beatriz Anjos

Moradores da comunidade do Moinho fecham os dois sentidos da Avenida Rio Branco em represália à ação dos policias do DENARC (Foto: Igor Carvalho)

Moradores da comunidade do Moinho fecham os dois sentidos da Avenida Rio Branco em represália à ação dos policias do DENARC (Fotos: Igor Carvalho)

Policiais do Denarc (Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico) realizaram ação na comunidade do Moinho, centro de São Paulo, na tarde desta terça-feira (25). Segundo testemunhas, eles agiram de forma truculenta. Em represália à ação da polícia civil, moradores atearam fogo em móveis e colchões e bloqueiam, neste momento, os dois sentidos da Avenida Rio Branco. A Policia Militar está no local e tenta dispersar o tumulto com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha.

O líder comunitário Caio Castor conta que os agentes, que chegaram em uma viatura descaracterizada, atiraram a esmo. Quem estava no local reagiu com pedradas. Neste momento, o carro recuou e retornou acompanhado de outro. A situação se repetiu: vários tiros sem alvo e bombas de gás lacrimogêneo. No chão, próximo ao local de onde foram feitos os disparos, há muitas cápsulas. Segundo uma moradora que não quis se identificar, os policiais rondaram a entrada da comunidade por algumas horas antes de efetivamente entrar, o que teria acontecido por volta das 17h45. “Foi desesperador. Eles entraram atirando para matar. Está todo mundo com medo e a gente acha que eles vão voltar à noite pra terminar o serviço”, relatou à reportagem do SPressoSP.

Bombeiros tentam controlar as chamas da barreira montada pelos moradores

Bombeiros tentam controlar as chamas da barreira montada pelos moradores

Outro morador, que também preferiu preservar sua identidade, disse ter sido atingido por uma das bombas lançadas.  “Eu levei um susto. Estava na entrada da favela quando atiraram uma bomba que pegou na minha cabeça. Me escondi do lado da lixeira e acho que só por Deus os tiros não pegaram em mim”.

O Denarc confirmou que detenções foram realizadas, mas não informou quantas. De acordo com Castor, pelo menos um menor de idade foi apreendido.

 

Informe na pag do facebook: faveladomoinhoresiste

 

Nenhum PM foi punido desde junho por incidentes em protestos em SP

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/02/140216_investigacao_pm_protestos_mm_lgb.shtml

Desde o início dos protestos de junho do ano passado, a imprensa e as redes sociais mostraram à exaustão cenas de violência nas manifestações, muitas delas envolvendo policiais. Em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin há tempos reitera que os excessos “estão sendo investigados” e, desde junho, a Corregedoria da Polícia Militar já abriu 21 inquéritos – mas até o momento nenhuma investigação foi concluída e nenhum policial foi punido.

A BBC Brasil pediu os números diretamente à Corregedoria da PM, mas só os conseguiu após protocolar um pedido via Lei de Acesso à Informação, processo que levou duas semanas. A informação é referente ao período de 1 de junho de 2013 a 28 de janeiro de 2014.

Em entrevista à BBC Brasil, o Comandante-Geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Benedito Roberto Meira, confirmou que nenhum policial foi punido. Ele disse que os 21 processos envolvem mais que 21 policiais, mas não soube precisar o número exato.

Na entrevista, Meira diz que alguns inquéritos foram concluídos, mas a comunicação oficial enviada pela Corregedoria contradiz o comandante, ao dizer que os 21 inquéritos ainda “estão sendo apurados”.

“Não tenha dúvida de que aguardamos decisão (da Justiça Militar, para onde seguirão os inquéritos após conclusão) para iniciar o processo administrativo (de eventual punição para policiais que venha a ser condenados)”, disse Meira.

Igor Leone, membro do coletivo Advogados Ativistas, que presta assistência jurídica a manifestantes envolvidos em incidentes nos protestos, disse que o número “causa surpresa, mas surpreende por ser muito pequeno”.

“A gente esperava muito mais. Não temos quase nenhuma informação do que ocorre na Corregedoria. Aqui no coletivo Advogados Ativistas nunca tivemos notícia de que um policial tenha sofrido punição exemplar por conduta inadequada”, disse.

Militante do Bloco de Luta denuncia intimidação de seu filho durante assembleia do movimento em Porto Alegre

Retirado de: http://www.sul21.com.br/jornal/militante-bloco-de-luta-denuncia-intimidacao-de-seu-filho-durante-assembleia-movimento-em-porto-alegre/

Lorena Castillo afirma que um segurança particular de umaempresa terceirizada tirou fotos de seu filho de sete anos durante uma assembleia do Bloco | Foto: Vinícius Rorato/Sul21.

| Foto: Vinícius Rorato/Sul21.

 

Por Samir Oliveira

 

Na noite do dia 12 de fevereiro, o Bloco de Luta pelo Transporte Público realizou uma assembleia com cerca de 300 pessoas na sede do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (SIMPA). Durante o encontro, integrantes do coletivo afirmam que um indivíduo tirou fotografias do filho de Lorena Castillo, militante do Bloco e da Federação Anarquista Gaúcha (FAG). A denúncia foi feita logo após a reunião, em um depoimento no Facebook, e reiterada na tarde desta quarta-feira (19), em coletiva à imprensa promovida pela FAG.

Pela denúncia dos ativistas, o sujeito que teria praticado esta ação é um segurança privado, funcionário de uma empresa terceirizada de segurança contratada pelo SIMPA. Os integrantes do Bloco recordam que, durante a assembleia, começou a chover e o filho de Lorena, que tem sete anos, saiu para brincar na chuva. Neste momento, Lorena ficou na porta do auditório, cuidando da criança e observando o desenrolar da assembleia.

Ela afirma que o segurança estava na porta dos banheiros, próximo ao menino – e que ele estava vestido à paisana, sem o uniforme da empresa que o emprega. Segundo Lorena, no momento em que ela se virou para acompanhar a assembleia, ele teria tirado as fotos de seu filho.

| Foto: Vinícius Rorato/Sul21.

“Meu filho me disse: ‘mãe, o cara tá tirando foto de mim e fez sinal de que está me cuidando’”, recorda Lorena. Com isso, ela acionou outros militantes do Bloco e interpelou o segurança. “Prontamente fomos atrás dele e ele disse: ‘estou fazendo o meu trabalho, essas são minhas provas’”, relata.

A partir daí, os militantes retiraram o celular das mãos do segurança e verificaram que havia pelo menos duas fotos do filho de Lorena – que foram deletadas pelos ativistas. Após essa abordagem, uma diretora do SIMPA que acompanhava a assembleia dispensou o funcionário da empresa de segurança.

Para Lorena, trata-se de uma ação de intimidação comparável com a prática adotada pela repressão durante a ditadura militar. “Como mãe e como militante, quero denunciar isso. Esse tipo de intimidação de crianças ocorria na época da ditadura. Sabemos que existem policiais infiltrados, mas usar criança para intimidar e fazer esse tipo de acossamento é um ato de terror. A criança ficou bem abalada”, lamenta. Ela acredita que o funcionário da empresa terceirizada é um policial militar que estava lá para investigar o movimento. “Desde a época da ditadura, sabemos que quem comanda empresa de segurança privada é milico”, comenta.

Diretora do SIMPA, Veridiana Machado afirma que o sindicato já entrou em contato com a empresa terceirizada e solicitou o afastamento do funcionário que estava em serviço no dia 12 de fevereiro. A reportagem do Sul21 entrou em contato com a empresa de segurança, mas não conseguiu falar com sua direção. O funcionário que falou com a reportagem disse desconhecer a ação denunciada pela FAG e se recusou a confirmar se existe um contrato de prestação de serviço ao SIMPA ou se o funcionário denunciado é um de seus empregados. Ele disse que comunicaria à direção da empresa sobre o acontecimento. Até o fechamento desta reportagem, o Sul21 não conseguiu entrar em contato com os responsáveis pela empresa.

Já o tenente-coronel José Luís Ribeiro Paz, que responde interinamente pelo comando do Comando de Policiamento da Capital (CPC), da Brigada Militar, disse, em resposta à reportagem, que “aquele cidadão que eles apontam não é brigadiano” e que “a Brigada Militar não participa das assembleias do Bloco”.

Lorena Castillo avisa que os advogados do movimento estão estudando o ingresso de uma ação na Vara da Criança contra o segurança. A área onde estavam o funcionário e o filho de Lorena possui duas câmeras de segurança. O SIMPA e a FAG irão verificar as imagens. “Tocaram onde é mais delicado para nós: as nossas crianças. O que condenamos dos crimes na época da ditadura começam a aparecer de forma muito singela novamente, dentro de um marco dito democrático”, qualifica.