Comlurb anuncia que cerca de 300 garis serão demitidos por não aderirem a acordo

“RIO – A Comlurb informou, por meio de nota, que iniciou o processo de demissão de cerca de 300 funcionários que não compareceram ao turno da noite desta segunda-feira. Segundo a empresa, a decisão está prevista no acordo feito entre a companhia e o sindicato que representa a categoria.

O presidente da Comlurb, Vinicius Roriz, pede para que os funcionários tenham responsabilidade e voltem ao trabalho. Segundo ele, os que não voltarem correm o risco de serem demitidos.

– É um pequeno grupo em relação aos 22 mil funcionários da Comlurb. Mas pedimos que eles tenham consciência e responsabilidade e voltem ao trabalho, já que foram muitos benefícios conquistados – disse.

A Comlurb e o Sindicato dos Empregados das Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio de Janeiro anunciaram ter fechado, no início da tarde desta segunda-feira, acordo que garante 9% de aumento salarial para os cerca de 15 mil garis da cidade. Em nota divulgada pela empresa, a companhia informa que já vinha em um processo de negociação com o sindicato da categoria, como faz anualmente no período do acordo coletivo e que tinha até 31 de março para resolver o impasse.

No entanto, cerca de 350 grevistas que se reuniram nesta terça-feira em frente à prefeitura afirmaram ainda não ter fechado qualquer acordo e que o sindicato não os representa. Esse grupo decidiu manter a paralisação e marcaram para esta terça-feira, às 10h, uma assembleia na Central do Brasil. A categoria pede a elevação do piso de R$ 874 para R$ 1.224,70, além do índice de insalubridade, além de aumento do vale-refeição para R$ 20, e o retorno das gratificações de triênio, licença-prêmio, entre outros benefícios, que eles alegam terem perdido.

Segundo a nota da Comlurb, devido ao “movimento de um grupo sem representatividade que vinha interferindo na rotina do trabalho de limpeza” da Comlurb nos últimos dias, a companhia e o sindicato aceleraram as negociações. Pelo novo acordo, a partir de abril, um gari em início de carreira terá como piso salarial R$ 874,79 mais 40% de adicional de insalubridade, totalizando um vencimento de R$ 1.224,70. Além do aumento salarial, o acordo garantiu mais 1,68% dentro do Plano de Cargos, Carreiras e Salários, com progressão horizontal. O vale alimentação passaria de R$ 12 para R$ 16.

Com a greve, as ruas da cidade, principalmente no Centro, ficaram imundas. O lixo ficou acumulado em locais por onde os blocos de carnaval passaram. No Aterro do Flamengo e Ipanema, na Zona Sul, a situação é caótica. Bairros da Zona Oeste também foram

afetados.”

FONTE: O GLOBO

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“Em período de capitalismo desenvolvido e ainda mais na época imperialista, estes sindicatos transformaram-se cada vez mais em ligas gigantes que apresentam as mesmas tendências evolutivas já determinadas no corpo do próprio Estado. Formou-se neles uma classe de funcionários, uma burocracia que dispõe de todos os meios de poder e organização: dinheiro, imprensa, nomeação dos funcionários subalternos….E os sindicatos correspondem também ao Estado e respectiva burocracia pois, apesar da democracia que aí reina, os seus membros não são capazes de fazer valer a sua vontade contra a burocracia; qualquer rebelião, antes mesmo de poder abalar as cúpulas, destrói-se contra o aparelho artificial dos regulamentos e dos estatutos. Só por uma tenacidade obstinada uma oposião logra, por vezes, ao fim de anos, obter um sucesso modesto que se limita no máximo a uma mudança de pessoas. Foi por isso que nos últimos anos, tanto antes como depois da guerra, na Inglaterra, na Alemanha e na América tiveram lugar com frequência revoltas de sindicalizados que entraram em greve por sua própria iniciativa, contra a vontade dos chefes ou decisões das próprias ligas.”

ANTON PANNEKOEK – A FORÇA CONTRA-REVOLUCIONÁRIA DOS SINDICATOS!

http://guy-debord.blogspot.com.br/2009/06/anton-pannekoek-forca-contra.html

 

Solidariedade aos garis em greve! [Rio de Janeiro]

Abaixo reproduzimos a nota/informe de apoio da FARJ à luta das/dos garis do Rio de Janeiro!
“FORA SINDICATO PELEGO!”

Os garis do Rio de Janeiro paralisaram suas atividades, passando por cima da direção burocratizada do sindicato que continua insistindo que os garis não estão em greve!  Numa passeata em direção a prefeitura foram reprimidos pela Polícia Militar mas continuam na luta!

A luta dos/as garis é justa! Protestar não pode e nunca será um crime, mas sempre um direito!! Cerquemos de solidariedade os garis e sempre respeitando seu protagonismo!

Toda solidariedade aos garis! Protestar não é crime!

Hoje, estive na Assembleia dos Garis e na manifestação que houve em seguida. Muito me surpreendeu a indignação dos trabalhadores com seu sindicato (não apenas com a direção). O aparato repressor era digno das grandes manifestações de junho e outubro. No entanto, o apoio popular era tamanho que parecia ser imune às tentativas de criminalização da mídia corporativa.

 A plenária contou com a presença de cerca de 100 grevistas, onde os pontos mais exaltados foram: o aumento do piso salarial para R$1200 +  taxa de salubridade, o auxílio creche para ambos os sexos e o fim das  represálias aos lutadores. Os trabalhadores apontaram que essas conquistas só seriam possíveis se a categoria estivesse unida, por que “sozinhos, esculacham a gente, mas juntos, a gente é forte!”; e se a luta fosse pela base, uma vez que “O sindicato é Mercenário!”, “O sindicato é uma vergonha!”. Quando os oprimidos constróem, na luta, o Poder Popular; o Estado fica  aterrorizado e, por isso, espalha terror. Hoje, o contingente de cinco policias para cada manifestante exibia: tasers, cassetes, sprays de pimenta e todo investimento do governo para resolver as mazelas sociais.

 Assim demonstrando que, na democracia burguesa que vivemos, as demandas do proletariado são meros assuntos de polícia.

Por fim, a justeza da causa dos garis parece poder quebrar o consenso que vem sendo imposto: de que protestar é um crime e, como tal, deve ser duramente reprimido. Nessa medida, o fortalecimento dessa luta possa ser um antídoto para o veneno midiático que tem provocado o refluxo do movimento no Rio de Janeiro.

 Abraços,
Militante da FARJ

CMI-Rio mapeia mortos e feridos em protestos no Brasil a partir de junho/2013

“Este é um site colaborativo que busca dar visibilidade a casos de violência ocorridos a partir de junho de 2013, durante manifestações populares. Ao contrário da visibilidade seletiva da mídia corporativa, para a qual certas vidas valem mais que outras, propomos aqui um esforço coletivo para trazer à tona rostos e nomes desconhecidos, agredidos, feridos ou mesmo mortos em decorrência do uso da força pelo Estado.

Mesmo atingindo números alarmantes, entendemos que os casos reunidos aqui serão sempre uma pequena amostra, e que o trabalho é contínuo, já que a cada nova manifestação, assistimos a novos episódios violentos. Entendemos também que todos os casos de violência ocorridos nesse contexto, seja contra manifestantes, jornalistas, policiais ou passantes, são resultantes da insistência do Estado em reprimir os movimentos sociais.
Quantas mortes tolera a governamentabilidade?

CMI-Rio
Centro de Mídia Independente do Rio de Janeiro”

ACESSE: http://mortoseferidosnosprotestos.tk/

Polícia Civil invade comunidade do Moinho, na capital

Retirado de http://spressosp.com.br

Segundo testemunhas, agentes atiraram a esmo e apreenderam pelo menos um menor de idade; no momento, moradores bloqueiam os dois sentidos da Avenida Rio Branco em represália à ação da polícia

Por Igor Carvalho e Anna Beatriz Anjos

Moradores da comunidade do Moinho fecham os dois sentidos da Avenida Rio Branco em represália à ação dos policias do DENARC (Foto: Igor Carvalho)

Moradores da comunidade do Moinho fecham os dois sentidos da Avenida Rio Branco em represália à ação dos policias do DENARC (Fotos: Igor Carvalho)

Policiais do Denarc (Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico) realizaram ação na comunidade do Moinho, centro de São Paulo, na tarde desta terça-feira (25). Segundo testemunhas, eles agiram de forma truculenta. Em represália à ação da polícia civil, moradores atearam fogo em móveis e colchões e bloqueiam, neste momento, os dois sentidos da Avenida Rio Branco. A Policia Militar está no local e tenta dispersar o tumulto com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha.

O líder comunitário Caio Castor conta que os agentes, que chegaram em uma viatura descaracterizada, atiraram a esmo. Quem estava no local reagiu com pedradas. Neste momento, o carro recuou e retornou acompanhado de outro. A situação se repetiu: vários tiros sem alvo e bombas de gás lacrimogêneo. No chão, próximo ao local de onde foram feitos os disparos, há muitas cápsulas. Segundo uma moradora que não quis se identificar, os policiais rondaram a entrada da comunidade por algumas horas antes de efetivamente entrar, o que teria acontecido por volta das 17h45. “Foi desesperador. Eles entraram atirando para matar. Está todo mundo com medo e a gente acha que eles vão voltar à noite pra terminar o serviço”, relatou à reportagem do SPressoSP.

Bombeiros tentam controlar as chamas da barreira montada pelos moradores

Bombeiros tentam controlar as chamas da barreira montada pelos moradores

Outro morador, que também preferiu preservar sua identidade, disse ter sido atingido por uma das bombas lançadas.  “Eu levei um susto. Estava na entrada da favela quando atiraram uma bomba que pegou na minha cabeça. Me escondi do lado da lixeira e acho que só por Deus os tiros não pegaram em mim”.

O Denarc confirmou que detenções foram realizadas, mas não informou quantas. De acordo com Castor, pelo menos um menor de idade foi apreendido.

 

Informe na pag do facebook: faveladomoinhoresiste

 

Nenhum PM foi punido desde junho por incidentes em protestos em SP

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/02/140216_investigacao_pm_protestos_mm_lgb.shtml

Desde o início dos protestos de junho do ano passado, a imprensa e as redes sociais mostraram à exaustão cenas de violência nas manifestações, muitas delas envolvendo policiais. Em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin há tempos reitera que os excessos “estão sendo investigados” e, desde junho, a Corregedoria da Polícia Militar já abriu 21 inquéritos – mas até o momento nenhuma investigação foi concluída e nenhum policial foi punido.

A BBC Brasil pediu os números diretamente à Corregedoria da PM, mas só os conseguiu após protocolar um pedido via Lei de Acesso à Informação, processo que levou duas semanas. A informação é referente ao período de 1 de junho de 2013 a 28 de janeiro de 2014.

Em entrevista à BBC Brasil, o Comandante-Geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Benedito Roberto Meira, confirmou que nenhum policial foi punido. Ele disse que os 21 processos envolvem mais que 21 policiais, mas não soube precisar o número exato.

Na entrevista, Meira diz que alguns inquéritos foram concluídos, mas a comunicação oficial enviada pela Corregedoria contradiz o comandante, ao dizer que os 21 inquéritos ainda “estão sendo apurados”.

“Não tenha dúvida de que aguardamos decisão (da Justiça Militar, para onde seguirão os inquéritos após conclusão) para iniciar o processo administrativo (de eventual punição para policiais que venha a ser condenados)”, disse Meira.

Igor Leone, membro do coletivo Advogados Ativistas, que presta assistência jurídica a manifestantes envolvidos em incidentes nos protestos, disse que o número “causa surpresa, mas surpreende por ser muito pequeno”.

“A gente esperava muito mais. Não temos quase nenhuma informação do que ocorre na Corregedoria. Aqui no coletivo Advogados Ativistas nunca tivemos notícia de que um policial tenha sofrido punição exemplar por conduta inadequada”, disse.