Nota de Solidariedade aos presos do ato Não Vai Ter Copa

Nós, da Tendência Estudantil Rizoma, viemos a público manifestar nosso apoio e solidariedade às duas pessoas detidas durante o ato “Não vai ter Copa”, realizado na segunda-feira – dia 23/junho, na Av. Paulista.
Para além do tradicional debate acerca da criminalização que a polícia pratica contra movimentos sociais, muito nos preocupa a acusação feita aos dois homens detidos de serem “liderança dos black blocs” (sic).
Segundo nota divulgada em famosos canais de comunicação, conhecidos por suas manipulações midiáticas, Fábio Hideki é apontado como líder dos black blocks: http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,policia-prende-dois-black-blocs-em-flagrante-em-protesto-na-paulista,1517473 e Rafael Lusvarch seria também integrante da mesma organização.
Até onde sabemos a tática black block é conhecida por ser composta por pessoas que escondem seus rostos, vestem-se de preto e praticam ações contra propriedades privadas. Fábio e Rafael não vestiam preto e não escondiam o rosto. Muito pelo contrário, Rafael ficou conhecido nacionalmente quando no ato realizado dia 12 de junho, ficou frente à frente com a polícia com o rosto descoberto e sem camisa. Fábio é funcionário e estudante da USP, e claramente foi vítima de um flagrante forjado (http://youtu.be/7pJyzoT7soc ).
O que está em questão é o governo do Estado de São Paulo buscando exemplos de punição, tal como eram praticados durante os períodos inquisitoriais. Não interessa de fato se quem responde é realmente culpado, contanto que sirvam de exemplo para que as pessoas sintam medo de praticar aquilo pelo qual estão respondendo os “bodes expiatórios”. O recado que fica dado com estas prisões arbitrárias é o mesmo que se tentou dar com a demissão dos 42 metroviários grevistas: “ou vocês param imediatamente com esta coisa de política organizada, ou o cerco vai fechar ainda mais”. Acerca dos manifestantes a polícia e a imprensa agiu rapidamente, mas outra dúvida que paira no ar: o que dizem sobre os policiais à paisana carregando arma de fogo em meio a protestos e que disparam sem pensar duas vezes?
Fazemos um apelo à todos os movimentos sociais e organizações de direitos humanos. Temos vivenciado no Brasil um silêncio criminoso acerca da criminalização daqueles que lutam por uma sociedade mais justa. Qualquer que seja o governo em questão está aliado com o capitalismo e a burguesia, e tentarão impedir os levantes populares. Ano passado prenderam Rafael Braga (http://www.geledes.org.br/quem-e-rafael-braga-vieira-o-unico-preso-por-crime-relacionado-protestos-brasil-ele-portava-pinho-sol/), este ano demitiram 42 metroviários grevistas e agora prenderam outras 2 pessoas pelo simples fato de estarem nas ruas. Ruas que eles querem apenas para a especulação imobiliária, apenas para os carros.
Nunca na história deixamos de lutar por medo. Sairemos sim em defesa de todas as pessoas que forem presas, demitidas ou expulsas de seus locais de estudo e trabalho por terem se organizado politicamente. E também repetimos, para deixar ainda mais claro para quem não entendeu: não será com a política do medo e do terror que nos tirarão das ruas. Mesmo que tentem prender e matar todos os nossos, voltaremos. Voltaremos por quê de fato nunca conseguiram eliminar todos nós. E nunca conseguirão.
Lutar não é crime!
Captura de tela - 06-06-2014 - 02:55:41

Mais uma vez, não vamos ao DEIC e denunciamos o inquérito ilegal

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Mais uma vez, não vamos ao DEIC e denunciamos o inquérito ilegal

Na última sexta-feira, 20/06, a policía esteve novamente nas casas de militantes do Movimento Passe Livre (MPL), intimando-os pela quinta vez para depor no DEIC e ameaçando seus familiares.

É lamentável que o Estado se aproveite do que ocorreu após a manifestação pela Tarifa Zero do dia 19/06 para voltar a criminalizar diretamente o MPL, tentando retomar o inquérito ilegal n°1/2013. Ilegal porque não busca apurar algum crime específico, mas sim mapear e guardar informações a respeito dos manifestantes, enquadrando as pessoas em um grupo de suspeitos a priori.

Voltam a nos intimar agora, mas quando o movimento se apresentou voluntariamente para tratar sobre o inquérito diretamente com quem é responsável por ele, Fernado Grella, acorrentando-se em protesto na Secretaria de Segurança Pública no dia 30/05, não obteve qualquer resposta.

Entendemos que essa inquérito, além de ilegal, é uma tentativa de criminalização da luta social e uma continuação da sistemática violação de direitos das pessoas que já foram presas ilegalmente. Por isso exigimos seu trancamento imediato, por isso já impetramos um Habeas Corpus, e, mais uma vez, não iremos ao DEIC.

Movimento Passe Livre – São Paulo (MPL-SP)