Carta do Rizoma sobre os Encontros de Estudantes Libertárixs (EEL)

No final de 2011, estudantes de diversas intituiçoes de ensino, encontrando-se por acaso em um evento na cidade de Sao Paulo, perceberam a necessidade de aumentar o contato entre estudantes libertários da região. Essa conclusão levou à proposta de fazer o Encontro de Estudantes Libertários EEL®, no qual pudesse haver troca de experiências e construçao de uma rede de contatos e informes. O formato de ‘encontro’ possibilita que todxs essxs estudantes se conheçam pessoalmente e compartilhem um espaço de vivência e formaçao coletiva e autônoma.

O primeiro encontro, apesar de modesto em quantidade de participantes, contou com pessoas de grande parte do estado de Sao Paulo. Num clima mais informal, começaram a ser esboçados os primeiros acordos e propostas comuns. Começavam a surgir os temas: Autonomia, autogestão, açao direta, solidariedade, feminismo, federalismo. Tivemos, sim, diversos problemas: A informalidade do encontro se expressou negativamente na falta de uma programação clara de discussões e na divisão desigual de tarefas. Ainda assim, saímos deste encontro com um bom acúmulo a respeito do movimento estudantil e de sua conjuntura atual, além de algumas propostas bastante claras para desenvolvermos em nossas próprias localidades. Como resultado deste espaço de encontro, saímos com nossa carta do I EEL.

Link para carta do I EEL

Convergindo com as propostas desse primeiro momento, começamos a germinar o Rizoma. Assim, pouco tempo depois, sediamos na USP o segundo encontro, mais longo e com mais participantes. Se, por um lado, conseguimos fazer uma programação que abrangesse diversos temas libertários, com presença de diferentes coletivos, e abrisse espaço para atividades lúdicas, a quantidade exagerada de atividades, somada a uma péssima divisão das tarefas e dos tempos, fez com que muitas pessoas ficassem sobrecarregadas e tivessem sua participação comprometida. Alguns membrxs do Rizoma, meio como ‘anfitriões/ãs’, acabaram por arcar com grande parte do trabalho; foi visível a divisão sexual de tarefas principalmente nas de alimentação e limpeza e o atropelamento de alguns debates por má organização do tempo. Apesar dos pesares, entedemos que este segundo encontro fora um espaço fértil e agradável para as discussões relacionadas tanto com nossos anseioso mais profundas quanto com questões de nosso cotidiano, e mesmo os erros que cometemos ajudaram a melhorar fragilidades de nosso tão jovem coletivo.

Já sobre o Terceiro Encontro de Estudantes Libertárixs… Papo-reto: entendemos que este teve graves problemas. A começar pelo nosso projeto de bancarmos um busão gratuito para quem quisesse colar, este saiu por mais de …. Enfim, ainda estamos pagando o preco de nossa megalomania… Infelizmente, isto foi somente o começo, o prelúdio. Com uma enorme carência de diversidade temática e também de atividades lúdicas, os debates deste encontro oscilavam entre falsas polêmicas abstratas, bastante deslocadas do dia-a-dia dxs estudantes – como a inesquecível peleia acerca do que viria a ser federalismo -, e pontuações tao específicas que interessavam tão somente para participantes de um dos coletivos estudantis presentes.

Além disto, um pesado clima de hostilidade e desrespeito permeou toda convivência: tanto entre membros do próprio CASO, quanto entre os especifistas que atuam no CASO e xs militantes do Rizoma, e entre os especifistas que atuam no CASO e as feministas. Presenciamos diversas momentos de desrespeito e de machismo, e entendemos que este tipo de prática é bastante incoerente com as propostas libertárias. Finalmente, lamentamos a terceirização das refeições, que só contribuiu para a falta de autonomia do espaço, reforçando o machismo da divisão sexual do trabalho. Deixamos o encontro de ressaca, mas garantimos que ela não foi causada pelo consumo de álcool – já que esse fora proibido.


Passados alguns meses, no entanto, entendemos que seria uma pena abandonar esse projeto como um todo. Queremos sim fazer uma luta forte, superando os problemas que nos deparam nessa caminhada e sempre valorizando a auto-crítica, a leveza, a coerência e o “proceder”. As questões que nos incentivaram a fazer o primeiro encontro ainda batem forte dentro de nós. Continuamos reconhecendo, talvez ainda mais intensamente, a necessidade do convívio dos estudantes libertárixs e da quebra do isolamento nos nossos espaços de atuação. A troca e construção de esperiências, tanto para o incentivo e tomada de ações, preservação de memória dos coletivos e conformação de redes de contatos, mantém-se, a nosso ver, de suma importância. Colocado isto tudo, gostaríamos de convidar a todxs coletivos e pessoas interessadxs em continuar tocando o encontro para batermos um papo e fazermos o Quarto Encontro de Estudantes Libertárixs acontecer! Colae!

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Nosso contato é: rizomaARROBAriseup.net

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2 Comments

  1. Satanás admira o quão organizadxs são xs camaradxs que após 5 meses conseguiram escrever algo relativo ao 3 EEL. Gostaria de dizer que esta carta é horrível e apenas server para limpar vossas mãos da porcaria que foi o 3 EEL, então vou apenas fazer ressalvas.Não houve terceirização da alimentação,não havia chuveiros quentes,não havia açucar mascavo,não defendo a atitude do Rodolfo,realmente não defendo o uso de drogas e festas em tais espaços e acredito que quem defenda tal ato seja considerado baladista e não pretendo construir com filinho de mamãe que pretende explodir tais espaços,por favor pichem o respectivo espaço(digo com coisas imbecis e criticas “baladistas”), por favor parem de encher o corpo de droga e tomem vergonha na cara que ai talvez vcs consigam pagar a divida e por fim um aviso,não seja um punk harecrishina (pode até ser,mas evite ser um completo imbecil) pois pretendo cagar na boca de seres que condizem com esta índole.
    A palavra que melhor vos representa é PLAYBOY,filinhxs de vó criadxs no ovomaltine com pêra;

  2. Uma resposta acima só poderia vir de um AUTÊNTICO leite com pêra que não tem nem coragem de postar o próprio nome e que, aliás, deveria ter vergonha de se dizer ou pressupor que seja um militante ou possua o mínimo de seriedade!

    Partindo à baixaria fica difícil considerar isso como uma análise política discordante, ou simplesmente como uma análise política.

    Com uma resposta como essa, além, é claro, da vergonha do próprio comentário – cujo o autor nem mesmo reivindica ao não expôr seu nome – fica mais do que evidente quem é xo”PLAYBOY” ou filhinhx de vó.

    Ai, mas que contradição…

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