Repressão em Goiânia: um laboratório do que está por vir durante a Copa

Texto retirado do site Passa Palavra:

Os companheiros presos nessa sexta-feira de manhã foram encaminhados para a Casa de Detenção Provisória. À tarde foram expedidos alguns mandados e novas prisões foram anunciadas para segunda-feira. Por Passa Palavra

Para além da prisão, efetuada neste 23 de Maio, de três companheiros goianienses que participaram  da luta contra o aumento e contra as empresas do transporte coletivo, convém que todos e todas militantes das lutas sociais do período recente tomem conhecimento de que estão sendo expedidas e já foram anunciadas diversas outras prisões de militantes da luta do transporte nesta cidade.

Go 1Tenta-se, a partir de agora, articular uma mobilização de solidariedade, mas o número de presos e a intensidade da ação parecem ter deixados a todos em estado de perplexidade.

A ação conjunta de órgãos repressivos está tentando estender a várias outras pessoas da cidade a acusação de incitação ao crime, formação de quadrilha, depredação de patrimônio e outras alegações — e, neste momento, há informação de que outros militantes já estão sendo encaminhados às prisões. Trata-se de uma ação capitaneada pela recém-formada Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO) de Goiás, mas há indícios de que a operação (batizada de R$2,80) conte também com a participação da Agência Brasileira de Inteligência e a Polícia Federal.

Absurdamente, estão sendo utilizados computadores, panfletos, cartazes, camisetas, bandeiras e até luvas de borracha e gazes como prova de crime.

Hoje de manhã, sexta-feira, ocorreram as primeiras prisões, tendo os presos sido encaminhados para a Casa de Detenção Provisória. À tarde foram expedidos alguns mandados e novas prisões foram anunciadas para segunda-feira.

Diante disso, pensamos que é importante que se construa uma forte campanha de solidariedade e denúncia e que se entre em contato com o maior número possível de companheiros, coletivos, movimentos e organizações com a finalidade de fazer repercutir o caso e, obviamente, exercer pressão pela libertação dos militantes.

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Possivelmente, a única segurança que temos agora é a solidariedade de outros movimentos e militantes.

Parece-nos que Goiânia está servindo como laboratório do tipo de repressão a ser feita na época da Copa, algo que vem sendo preparado desde o fim do ano passado, quando se proclamou que o monitoramento de “movimentos violentos” estava acontecendo. É uma pena, porém, que poucos tenham se preocupado devidamente com isso; poucos também tentaram ampliar a base do movimento.

Atua no caso particular de Goiânia uma comissão jurídica bastante ampla, na qual os militantes depositam confiança. De todo modo, é urgente improvisar uma estrutura de resistência mais ampla para dar conta de um tranco em um momento totalmente inesperado.

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Goiânia: sobre o autoritarismo eleitoral no movimento estudantil

Via Passa-Palavra (http://passapalavra.info/2013/05/76663)

Dizem que os brasileiros não participam de atividades políticas. No entanto, muitas vezes pessoas que nunca participaram de atividades chegam nesses espaços e se sentem como “massa de manobra”. Por Eduardo Santos

Caros colegas, estudantes, professores e professoras, amigos e amigas da Faculdade de Letras,

Diante de alguns acontecimentos que envolvem as eleições para o Centro Acadêmico da Letras, especialmente os debates que aconteceram na última sexta-feira, dia 26 de abril, gostaria de deixar aqui algumas reflexões e fazer algumas críticas com o objetivo de pensarmos nossa concepção de Centro Acadêmico (CA), de Universidade, de democracia, de movimento estudantil e também refletirmos sobre o processo eleitoral.

Antes de tudo, aclaro que as observações que pretendo fazer não são críticas pessoais ou expressão de não reconhecimento do trabalho e empenho individual de todos que de alguma forma ajudaram na construção do processo eleitoral em si, da organização dos debates e da construção das chapas. Reconheço, inclusive, que independentemente das posições divergentes de cada um, todos que de alguma forma se envolveram tiveram que abrir mão de atividades acadêmicas, de momentos de ócio e etc. Pensava que tal observação seria desnecessária; no entanto, depois de fazer algumas críticas nos debates e ser combatido com o argumento de que eu não teria o direito de criticar porque não ajudei em nada, vi ser necessário pontuar isso. Não estou em nenhuma das chapas e reconheço aqui que realmente não fiz nada em relação à organização das eleições e que, enquanto discente que usufrui do ambiente acadêmico, enquanto estudante que goza de alguns direitos conquistados graças a muitos que inclusive perderam (alguns muitos) suas vidas para garantir nosso direito de ter um CA nos dias atuais, realmente deveria ter ajudado em algo, mas por motivos que não cabem explanar aqui não o fiz.

Como bem divulgado pela comissão eleitoral e pelas duas chapas que pleiteiam a gestão do CA, estavam marcados três debates entre as duas chapas para a última sexta-feira, um em cada um dos turnos. Como nas sextas-feiras tenho aulas nos períodos matutino e vespertino e considerando a importância das atividades, participei dos debates dos turnos matutino e noturno.

Em relação à mobilização para o debate, é bastante animador ver o apoio de muitos professores que liberaram seus alunos para irem ao debate e o apoio democrático da direção e coordenação da nossa Faculdade ao evento. Destaco inclusive que achei extremamente positiva a presença no debate no turno matutino do professor Francisco e que todos da comunidade acadêmica devem ser convidados às atividades discentes. Os CAs podem funcionar em parceria com a direção das Faculdades ou da Universidade, não devem necessariamente fazer oposição aos diretores, coordenadores ou reitoria; no entanto, não podem estar presos à instituição, à direção ou ao que quer que seja. A única entidade a qual o CA deve submeter-se é à assembleia dos estudantes.

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[Hoje] DEBATE: Qual será o legado da Copa do Mundo de 2014

10262202_678091625604049_4059109452367051838_nData:

14/maio // quarta-feira

Local:

Vão da hist/geo

Horário:

19H

Evento

 Texto do Evento:

Com a Copa do Mundo do Brasil de aproximando, o Centro Acadêmico de Filosofia convida todos xs estudantes para um debate com o Professor Souto Maior, o Comitê Popular da Copa, o Coletivo “Sem Direitos Não Vai ter Copa” e a CSP-Conlutas para discutir as consequências desse megaevento e as alternativas de luta contra ele colocadas para os movimentos sociais.