Debate-papo: 6 anos de Lei Maria da Penha – avanços e desafios

Tirado de: http://carosamigos.terra.com.br/index/index.php/cultura/palestras-e-encontros/2335-debate-papo-6-anos-de-lei-maria-da-penha-avancos-e-desafios

Em agosto, a Lei Maria da Penha (Lei 11.343/06) completa 6 anos de existência. Este é um momento para refletirmos sobre os avanços e as potencialidades desta lei, bem como seus desafios e limitações.

“A violência contra a mulher nao é o mundo que a gente quer” – No Brasil, 10 mulheres são assassinadas por dia A cada 24 segundos uma mulher é espancada. Quais são os desafios e os passos nesta luta?

É com este intuito que a Marcha das Vadias de São Paulo propõe este espaço de encontro para debatermos as ques
tões que envolvem a violência contra a mulher.

Convidamos todos os grupos feministas e pessoas interessadas para caminharmos juntxs nessa luta!

Participantes já confirmadas:

Elisa Gargiulo (vocalista e fundadora da banda Dominatrix, que vai falar sobre violência nas relações lesboafetivas)

Thatiane Coghi Ladeira (assistente social que coordena a Casa Viviane dos Santos, de acolhimento a mulheres vítimas de violência).

Onde: Casa Mafalda – Rua Clélia, 1895, Lapa – São Paulo
Quando: 11 de agosto, às 14h
Quanto: gratuito
Contato: marchavadiassp@riseup.net
Twitter: @marchavadiassp
Facebook: /MarchaDasVadiasSP

A Tirania das Organizações Sem Estrutura

Texto de formação

tirania das organizações sem estrutura, a – pdf

Artigo de Jo Freeman, 1970

Durante os anos em que o movimento feminista se formava, dava-se grande ênfase ao que se chamava de grupos sem estrutura, sem liderança, como a forma principal do movimento. Essa idéia tinha origem numa reação natural contra a sociedade superestruturada na qual a maioria de nós se encontrava, no controle inevitável que isso dava a outros sobre nossas vidas e no elitismo persistente da esquerda e de grupos similares entre aqueles que supostamente combatiam essa superestruturação.

A idéia da “ausência de estrutura”, no entanto, passou de uma oposição saudável a essas tendências a um dogma. A idéia é tão pouco examinada quanto o termo é utilizado, mas tornou-se uma parte intrínseca e inquestionada da ideologia feminista. Para o desenvolvimento inicial do movimento, isso não importava muito. Ele definiu inicialmente seu método principal como a conscientização e o “grupo de discussão sem estrutura” era um meio excelente para esse fim. Sua flexibilidade e informalidade encorajavam a participação na discussão e o ambiente freqüentemente receptivo promovia a compreensão pessoal. Se nada de mais concreto que a compreensão pessoal resultasse desses grupos, isso não importava muito, porque seu propósito, na verdade, não ia além disso.

Os problemas básicos não apareceram até que grupos de discussão individuais exauriram as potencialidades da conscientização e decidiram que queriam fazer algo mais específico. Neste ponto, eles normalmente se atrapalhavam porque a maioria dos grupos não estava disposta a mudar sua estrutura na medida em que mudava sua tarefa. As mulheres tinham comprado totalmente a idéia de “ausência de estrutura” sem perceber as limitações de seus usos. As pessoas tentavam usar o grupo “sem estrutura” e a reunião informal para fins para os quais não eram apropriados, acreditando cegamente que quaisquer outros meios seriam simplesmente opressivos.

Se o movimento quiser avançar além desses estágios elementares de desenvolvimento, ele deverá livrar-se de alguns de seus preconceitos sobre organização e estrutura. Nenhum dos dois tem nada de intrinsecamente ruim. Eles podem e freqüentemente são mau usados, mas rejeitá-los de antemão porque são mau usados é nos negar as ferramentas necessárias ao nosso desenvolvimento ulterior. Precisamos entender porque a “ausência de estrutura” não funciona.

Estruturas formais e informais

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