[texto] Por que somos a favor de cotas e permanência como eixos prioritários para o movimento estudantil

 Por que somos a favor de cotas e permanência como eixos prioritários para o movimento estudantil

Panfleto em PDF

De acordo com o último PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), a cada 10 estudantes brasileiros de ensino básico, 8 estão na rede pública de ensino; no Sudeste o número é um pouco menor: 7,5. (1) Entretanto, dos ingressantes na Universidade de São Paulo, apenas 7% são de rede pública. (2) No último censo brasileiro, ficou comprovado que mais da metade da população brasileira (50,94%) é parda ou negra (3), na USP, menos de 8% dos alunos correspondem a este perfil étnico-racial. (4)

Sim, a USP é elitista e racista. Diante destas afirmações, não compreendemos nenhuma outra forma de “democracia” que não comece pela imediata aplicação de cotas sociais e raciais na Universidade.

UNIVERSIDADE SEM POVO, TAMO NA GREVE DE NOVO (5)

O Rizoma luta por duas bandeiras que num primeiro momento podem parecer contraditórias: um movimento estudantil de recorte classista e a destruição da universidade burguesa. Sim, é verdade que não temos a menor ilusão com a universidade, e já afirmamos diversas vezes que para nós a universidade só irá brilhar diante dos olhos do povo quando pegar fogo, mas o argumento de que cotas sejam políticas reformistas é um absurdo. É inadmissível considerar como reformista medidas que garantam a defesa da classe trabalhadora, pois não há possibilidade real de uma universidade pública à serviço do povo se este é exatamente o setor excluído de seu interior.

É preciso olhar de forma honesta para história e admitir que a formação do Brasil sempre foi ligada a políticas de marginalização do povo negro. Foram mais de 3 séculos de escravidão, e para que a princesa Isabel assinasse a lei áurea, bem antes, em 1850 foi preciso estabelecer a lei de terras para manter a população negra livre bem distante dos meios de produção. Entre a assinatura da lei áurea, 1888, e 1988, a primeira constituição a reconhecer a necessidade de reparação histórica a essa população marginalizada, existe um abismo de 100 anos. E não adianta assumir que todo mundo já conhece esta história: enquanto as cotas não forem a principal bandeira do movimento estudantil, e esta bandeira não for vitoriosa, essa história precisará ser repetida quantas vezes for necessária.

E mesmo após o dia que esta vitória for alcançada, ainda sim será preciso recontar essa história e relembrar que no Brasil todo mundo carrega sangue negro: alguns nas veias, outros nas mãos. Será preciso relembrar da luta por liberdade e dignidade. Luta esta, que aliás, é negligenciada na nossa universidade: por que existem tão poucas disciplinas sobre a Africa? Por que o Núcleo de Consciência Negra continua sendo reprimido? A tática da USP é manter os negros e as negras invisíveis, mas sempre presentes nas cozinhas ou nos setores de limpeza. Minorias no conjunto de estudantes e docentes, negras e negros são a grande maioria dos funcionários terceirizados, condenados a péssimas condições de trabalho e baixíssimos salários. Grande parte vinda da favela São Remo, a elas e eles foi negado até mesmo o transporte gratuito.

Nossa concepção de luta não acredita em vanguardas e portanto não somos nós, que já nos encontramos na universidade e numa situação de privilégio, que conquistaremos vitórias para libertar “o povo oprimido”. Nós temos sim uma responsabilidade em defender até o fim a prioridade da luta por cotas, mas também precisamos articular esta luta com a sociedade. Não será de dentro para fora que veremos a força do poder popular exigindo seus direitos ao acesso. É preciso reaproximar o movimento estudantil das escolas públicas e cursinhos pré-vestibulares populares, para que tomemos as ruas por cotas já, e que se não for o suficiente, tomemos as reitorias, as salas de aula e que perante a intransigência do Estado de São Paulo na implementação imediata de cotas, a USP se encha de povo e que nada mais nessa universidade funcione tranquilamente até que as vitórias da classe trabalhadora sejam alcançadas.

Historicamente a população negra e pobre é excluída em todos os âmbitos e não podemos admitir que o Movimento Estudantil continue sendo um perpetuador desta política de segregação. Ao colocar a pauta de cotas sempre como uma tímida bandeira de reivindicação, o Movimento Estudantil vira as costas para a sua função de luta. Se não estivermos de fato fortalecendo a luta por uma universidade pública, gratuita e de qualidade à serviço das classes trabalhadoras e com esta compondo seus quadros discentes e docentes, então tudo o que estamos fazendo até agora não passa de brincadeira fantasiada de revolução.

Fazemos um chamado à todo o conjunto das/os estudantes. Acreditamos na potência do Movimento Estudantil e questionamos: se não agora, quando? Unifiquemos nossos esforços e caminhemos rumo a uma conquista real que será capaz de alterar o quadro tanto da universidade como do nosso próprio movimento estudantil. Precisamos deixar claro que a USP completou 80 anos de segregação e que não permitiremos nenhum ano a mais desta política elitista à serviço do capitalismo.

Não é por sorte, mas sim por muita luta, que a USP possui em seu interior dois espaços fundamentais na garantia das pautas trabalhadoras. O Núcleo de Consciência Negra e o CRUSP. Dois espaços de luta por cotas e por permanência estudantil. Pautas intimamente ligadas, pois não adiantam políticas de acesso à universidade se os índices de evasão crescerem porque estas/es estudantes não tiveram condições materiais para se sustentar na universidade. É preciso reconhecer o papel fundamental destes dois grupos, e defender as pautas de reivindicação que partam de suas bases. O projeto de cotas que o Movimento Estudantil deve defender, é aquele que o Núcleo de Consciência Negra elaborar. É o NCN que nunca abandonou a luta por cotas na Universidade e que, apesar da negligência do Movimento Estudantil, sempre seguiu forte em sua luta. E quando erguemos a defesa da pauta de permanência estudantil não estamos falando em abstrato. São estudantes do CRUSP e estudantes que recebem os auxílios sócio-econômicos da USP que devem, em sua assembleia, estruturar quais são as reais necessidades e reivindicações que o Movimento Estudantil deve lutar quando diz “permanência estudantil”. Lutaremos por cotas e permanência, fortalecendo as deliberações que partam das bases destes dois setores.

Garantir que o povo entre na universidade e nela se mantenha – pelo menos até o dia em que a destruirmos: são por essas pautas que acreditamos que o movimento estudantil deva lutar.

(1) www.ibge.gov.br
(2) educacao.estadao.com.br/noticias/geral,…
(3) www.ibge.gov.br
(4) ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2012-1…
(5) Alusão à palavra de ordem do MTST na luta contra a copa “Copa sem povo, tô na rua de novo”

Piquetar a peleguice: geral na greve geral! – nosso posicionamento para o início desta greve

Texto disponível também em PDF: Texto Ampliado A4

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Piquetar a peleguice: geral na greve geral!

É papel do Movimento Estudantil resistir às decisões tomadas pelos burocratas que tem como objetivos a utilização das Universidades para reproduzir e fundamentar a lógica capitalista dominante. Assim, a luta contra os projetos elitistas postos em prática na universidade são imperativos na busca pela real democratização. Há quem diga que só vamos alcançá-la quando pudermos eleger o REItor, mas não é possível “questionar o rei sem questionar o trono”. Como falar de democracia quando o espaço da universidade tenta a todo momento sabotar o ingresso das classes mais baixas em suas fileiras de ensino? Democratizar a USP significa garantir a implantação das COTAS sociais e raciais, e a garantia de que as estudantes negras/os e pobres tenham meios para se manter na universidade!

A universidade passa por um longo processo de privatização. Os investimentos de capital privado são a velha novidade que há muito acontecem em alguns Institutos da USP, e não é de agora que se ouvem boatos sobre a cobrança de mensalidades. Essa proposta tem-se fortalecido pela retórica (leia-se farsa) da crise orçamentária. Ora, não seria agora o momento propício para reavivar esse projeto? Ao exigir mais verba para a USP, o movimento tende a cair no erro de legitimar o investimento de capital empresarial na Universidade, ou então injetar mais dinheiro que é do povo para a manutenção de um elefante branco que não lhes oferece retorno nenhum.

Cabe ressaltar que a privatização não é só do conhecimento, mas do acesso ao espaço, escancarados no fechamento do campus da Universidade à comunidade externa. O contínuo corte de linhas de ônibus dentro do campus restringe o acesso da população às possibilidades de cultura da cidade universitária (principalmente aquelas que não tiveram condição de passar no vestibular). Como se não bastasse há a condição das/os Moradoras/es da São Remo (em sua maioria negras e pobres), as quais tem cada vez mais cerceada sua presença na universidade, seja com a impossibilidade de utilizar a área para lazer – devido à construção dos muros, ou na perda de benefícios como o CEPEUSP e o uso gratuito de ônibus circulares.

A instalação do BUSP – fruto de uma associação entre um órgão público e a máfia dos transportes – como meio de locomoção na universidade é gratuito APENAS a estudantes. É sabido que muitas funcionárias/os terceirizadas/os (precarizadas/os), que trabalham no campus e moram nos arredores, são afetadas/os pois precisam pagar a tarifa do transporte para chegar ao trabalho. O sucateamento do Hospital da USP (HU) e do Hospital das Clínicas também aponta para o descaso da administração da universidade para com a sociedade.

As grandes mídias também cumprem seu papel de legitimar a suposta crise financeira da USP, como demonstra o editorial do Jornal Folha de São Paulo no dia 01/05/14. Mas o que seria essa crise? Não é segredo que João G. Rodas (ex-reitor da USP), teve sua gestão marcada por gastos excessivos e sigilosos – muitas vezes usados como silenciadores de greves. O atual reitor Marco Antônio Zago, participou da gestão sendo, na ocasião, pró-reitor de pesquisa e portanto conivente com estes gastos e com o plano de privatização da Universidade de São Paulo, juntamente com as outras universidades do estado. O “reitor do diálogo” impõe o monólogo do 0%, da PM e da privatização.

Em uma ponta deste famigerado iceberg de sorvete está o suposto rombo orçamentário. Do outro, aquelas que sentem seus efeitos. Ao escolher não reajustar o salário de professoras/es e funcionárias/os, Zago tensiona a situação, para que quando estes reivindiquem o reajuste, mostre como única alternativa viável,a injeção de capital externo na universidade. Uma medida administrativa semelhante à dada para a questão da EACH, em sua nova parceria com a UNICID (“parceria” público-privada”) como resposta à omissão relativa ao caso de contaminação do solo do campus da USP-Leste.

Quando as estudantes decidiram entrar em greve na última assembleia geral realizada na quarta-feira dia 21 de maio, não foram deliberados os eixos do movimento estudantil. Apoiar a greve da ADUSP (Associação de Docentes da USP) e do SINTUSP (Sindicato dos Trabalhadores da USP), não exclui a possibilidade das estudantes inserirem suas reivindicações no cenário de greve. Não podemos cair na falácia de uma greve apenas por pautas economicistas. O que está em jogo é um projeto de Universidade e todas as pessoas que silenciarem perante este cenário serão coniventes com o enterro da Universidade Pública.

A reivindicação de aumento salarial das duas categorias precisa vir de forma proporcional ao aumento das bolsas de permanência. Se para algumas pessoas da USP viver com 20 mil não é o suficiente, quem diria viver com as bolsas de R$400,00 para pagar aluguel, alimentação e transporte?! Ao propor 0% de reajuste salarial para docentes e funcionárias/os o que está em jogo na verdade é uma redução salarial que violenta o setor da classe trabalhadora. Devemos apoiar a reivindicação de reajuste salarial e exigir igual aumento para as bolsas estudantis.

É de responsabilidade do Movimento Estudantil construir uma forte mobilização priorizando uma política de acesso e permanência, pois só quando as de abaixo se apropriarem da Universidade e as estudantes estiverem concretamente aliadas às/aos trabalhadoras/es teremos vitórias efetivas para a classe com quem lutamos. E se queremos poder seguir em luta, sem a criminalização de nossos movimentos, devemos garantir a defesa às/aos nossas/os companheiras/os de militância. Deixar para trás fileiras de combatentes entregues aos processos administrativos e penais é auto-sabotagem.

Unificar a luta pelo fim de todos os processos!
A USP não precisa de mais verbas, o que está em jogo é uma questão de prioridades!
Construir uma luta unificada contra o arrocho salarial e por políticas reais de acesso e permanência estudantil!

Saudações, Rizoma.
Maio, 2014.

Só queremos a USP virada do avesso se o outro lado for mais inflamável! Posicionamento do Rizoma sobre as eleições para DCE

Versão em PDF: texto-eleicoes-DCE-2014-avesso

avesso

 

Estamos às vésperas de mais um processo eleitoral para o Diretório Central dos Estudantes da USP. Todo mundo está se sentindo no clima de São Paulo Fashion Week, onde já podemos escolher qual a melhor tonalidade para esta estação. Entre um desfile e outro de nuances bem distantes do vermelho, podemos nos deliciar com maravilhosas pílulas de imobilismo. Enquanto aproveitamos este momento emocionante de êxtase onde, em breve, aplaudiremos cada cédula preenchida, cada voto implorado, chorado, suado, onde poderemos ligar imediatamente para nossa dirigência para contar que fizemos bem a tarefa de casa e que em breve poderemos (re)começar a escolinha de “como conquistar um cargo político em 3 passos”, gostaríamos de propor uma breve retrospectiva para deixar claro que os anos de eleições têm sido tóxicos para o movimento:

Em 2011 tivemos um final de ano marcado por momentos de fortíssima resistência. Com a entrada da Polícia Militar na USP dois processos de ocupações foram deflagrados, manifestações de rua estavam sempre na pauta do movimento e a tendência era de crescimento exponencial das lutas. Era quase fim de ano e ouvíamos de alguns setores do Movimento Estudantil que era melhor entrarmos de férias e depois retomarmos as mobilizações. Garantiam que o ano recomeçaria com uma forte mobilização, comprometeram-se com isso, mas estes setores já são muito bem treinados no curso avançado de “como ser cara de pau”.

Desta forma 2012 começou. Começou bem para a REItoria que, enquanto fazia a reintegração de posse da Moradia Retomada, expulsava 6 estudantes e processava mais de 90, assistia de camarote a diversão colorida cheia de confetes e serpentinas das eleições para CAs e DCE no começo do ano, misturada com as eleições municipais e mais eleições para DCE no final do ano. 2012 terminou em completo marasmo, de fato foi o ano da “Universidade em Movimento que Não ia Se Adaptar”, mas que entregou de bandeja todo o setor estudantil para o banquete cerimonial do Rodas.

O ano seguinte permaneceu quase inteiro sem grandes acontecimentos. De fato a chapa de “unidade” para o DCE estava muito ocupada construindo luta nos sofás cor-lilás. Outro graande acontecimento é o mês de outubro que dá uma energia nova para o movimento. A greve e ocupação iniciadas foram importantes para explicitar o iminente colapso da estrutura universitária. Também ficou claro que o interesse das/os estudantes e o da grande maioria do corpo docente são inconciliáveis. Até mesmo o setor mais progressista do professorado não conseguiu disfarçar o descontentamento com nossos piquetes, trancaços e ocupação, enfim, nossos métodos de luta. Esses acontecimentos são resultados da democracia direta, da luta real que é travada quando o movimento estudantil consegue superar, mesmo que momentaneamente, as alienações que o separam da realidade. Mas novamente fomos tomados por uma súbita vontade de “tirar férias” da luta. Mais uma vez a mobilização foi sequestrada por parte daquelas/es que não admitem seguir com o jogo se não for nas regras delas/es, e que, sendo os donos da bola, interrompem a partida quando bem convém.

2014 chegou e, somado aos problemas não resolvidos na greve passada, vivemos um período de corte orçamentário que afeta diretamente toda a categoria estudantil que precisa de programas de permanência, temos um campus inteiro da USP em crise e os processos de vigilância e repressão se intensificando, com instalação de câmeras e continuidade dos processos contra estudantes que se mobilizam. Também estamos em um cenário de constantes casos de opressão envolvendo machismo, racismo e trans-bi-lesbo-homofobia que exigem uma resposta imediata do movimento. Mas já estamos em abril e nada foi feito.

Qual a solução para tantos problemas? Dissimuladamente dirão que são as eleições! Alegando que “se elegermos corretamente uma chapa, composta por pessoas iluminadas que compreendem em sua totalidade todos nossos sonhos e demandas, os problemas serão resolvidos”. É preciso rejeitar essa desculpa esfarrapada! Voto é alienação! É separar o indivíduo da sua capacidade política e entregá-la para alguém pretensiosamente mais inteligente e preparado. É o contrário da democracia e da ação direta. É a reprodução das ferramentas dos de acima. É preciso que não se tenha mais ilusões neste método que há tempos aponta para seu fracasso completo.

Há dias estamos imersos em cartazes e faixas das mais variadas cores e formas, nomes pomposos, exércitos uniformizados que se atacam superficialmente dizendo querer fazer o melhor por você, estudante. E tudo o que você precisa fazer é ajudá-los a adentrar no gabinete-mirim.

Para nós revolução social não se faz indo até a urna mais próxima. Lutar é muito mais do que disputar direções e entidades. Nos espere perto das urnas apenas quando elas estiverem pegando fogo, pois nossos sonhos não cabem nelas.

Por isso continuaremos a construir campanhas marginais e periféricas a favor das lutas contra a repressão, por cotas sociais e raciais e por permanência estudantil. Mas não nas urnas! Não nas urnas, pois simplesmente não temos tempo a perder nesta guerra contra o capitalismo e o Estado que nos violenta. Não nas urnas, pois para nós o movimento não é estágio para conseguir cargo em gabinete. Não nas urnas, porque não aceitamos que nos sequestrem a política! Não nas urnas, porque todas as conquistas significativas foram fruto da luta e da organização popular das mais variadas formas, mas nunca representativa. Não nas urnas, porque o papo é reto e a democracia é uma farsa se não for democracia direta!

Não dependa, não se submeta. Construa a luta com suas próprias mãos!

SAUDAÇÕES E FORÇAS AOS CORAÇÕES LIBERTÁRIOS!

Indicamos também a leitura de outros 2 textos nossos:

20/agosto/2012: PORQUE NÃO COMPOR O XI CONGRESSO
[https://rizoma.milharal.org/2012/08/20/porque-nao-compor-o-xi-congresso/]

27/novembro/2012: 2012, O ANO DA UNIVERSIDADE EM MOVIMENTO QUE NÃO IA SE ADAPTAR
[https://rizoma.milharal.org/2012/11/27/2012-o-ano-da-universidade-sem-movimento-que-nao-ia-se-adaptar/]