Assista em: https://www.youtube.com/watch?v=TqizOaoD3Yk&feature=plcp
Categoria: Literatura e outros
Sobre os bons policiais
Texto escrito por Mandi para o zine Falando pro Mundão.
Sobre os bons policiais
“E quem pacifica a polícia?” – dizia um cartaz que li dia desses. Não sei. Não sei, pois não há diálogo entre quem porta uma arma versus quem tem somente a própria boca (ou a maioria das bocas do mundo!).
Também me pergunto, como uma das músicas da Frente 3 de Fevereiro, “quem policia a polícia?”. Mas dessa, eu sei a resposta: todas e todos nós. E, se considerarmos que o mundo se divide entre dominante x dominado; oprimido x opressor; quem manda xquem obedece; quem tem dinheiro x quem não tem… Podemos dizer que há duas versões sobre a atuação policial. Em qual você acredita?
Em nenhum momento que a Globo, a Veja (a mesma coisa, né?!) ou Estado defendem a polícia, o estão fazendo sem algum interesse. Para a grande mídia (que são empresas), para as grandes empresas (que patrocinam a grande mídia), para o Estado (que facilita a vida de grandes empresas) e para empresários (que mandam no Estado), é fundamental fazer com que todo mundo acredite que o policial é o herói, o mocinho que nos salva de todo mau, o que não é mentira. Para eles. Os dominantes. Para os que tem dinheiro e propriedades a serem defendidas (e vendidas e compradas e leiloadas).
Já diria Facção Central: Isso aqui é uma guerra. E além disso, também nos diria que na guerra, o mais inocente é o favelado de fuzil russo. Isso porque, enquanto eu escrevo esse texto (e você lê!), milhares de moleques pegam em seus primeiros revolveres, enquanto ninguém vê. Enquanto ninguém quer saber se o moleque já comeu, mas se a lei permite que ele seja preso. Enquanto tudo que importa, é ver o bom policial expulsando mais uma família sem teto (que é a família do menino…) dum predio qualquer. A polícia que eu conheço defende a propriedade, não o ser humano.
A polícia que eu vejo é a que está em guerra, todo dia, contra o povo pobre dos bairros não nobres e periferias. A polícia que eu conheço é a vilã. Que enquadra todo pobre que ousa pensar que é livre para andar nas ruas. A polícia que conheço tem o “suspeito padrão”, o ser humano que será perseguido desde que nasceu. A polícia que conheço é racista.
De onde venho, a polícia me faz engolir bandeira e faixa, se resolvo agir, me manifestar ou fazer parte de movimento social. A polícia bate em 100, 200, 500, se resolvemos abrir a boca, se cansamos dos enquadros, do racismo… Da fome, da falta de emprego, da falta de perspectiva, da falta de casa pra morar. A polícia que conheço taca bomba de gás e bala de borracha em manifestante que, na falta de tudo, tem esperança de sobra. A polícia que conheço não é povo.
Se a televisão me diz que a polícia protegeu a esposa do empresário de ser assaltada, eu digo pra televisão (eu falo sozinha), que nos bairros escuros, aqui de baixo, o policial estupra a mulher, estupra a menina. Elas não são nem a esposa nem a filha do empresário. Aqui em baixo a polícia é o demônio, personagem central nesse inferno.
Até quando fecharemos nossos olhos? Até quando o inimigo nos convencerá?
Fora polícia! Dos bairros, favelas, escolas e vidas!
(Texto dedicado à todas as pessoas mortas pela polícia – que são muitas! – em especial às dos últimos dias, em que a chacina pulsa diante de nossos olhos)
Por Mandi
Espionagem no Bandeijão da USP!
Vídeo sobre a semana 27 de outubro!
Assista em:
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https://www.youtube.com/watch?v=Jq-PWPxucuY&feature=plcp
SARAU DA REMO: NA VOZ, A VEZ!
O */Sarau da Remo: Na Voz, A Vez/*, completará um ano de atividades no próximo dia 27 de outubro. Neste período, contamos com a parceria da Comunidade como proprietários de comércios, ong’s – que aqui atuam com trabalhos voltados para crianças, adolescentes e adultos -, Associação de Moradores, amigos de coletivos culturais, grupos religiosos, além da forte colaboração de moradores que constroem, a cada dia, o Sarau como um espaço democrático, ponto de encontro cultural, educativo e de produção de conhecimento.
É importante dizer que também dialogamos com outros coletivos de fora da São Remo, como grupos de Rap da Comunidade Mil e 10 e Sapé, ajudamos na construção da festa de 15 anos da Comunidade Sociedade Alternativa, realizamos Sarau em parceria com o CEU Uirapuru, com a Universidade de São Paulo como forma de integração cultural e educativa entre Comunidade e espaços educacionais.
Participamos de congressos problematizando o debate acadêmico pelo lócus de quem vive o dia dia da Comunidade. Também ajudamos na construção de atividades de solidariedade e arrecadação de mantimentos para Comunidades vítimas de incêndios na cidade de Guarulhos.
A história do */Sarau da Remo: Na Voz, A Vez/*, vem sendo construída a muitas mãos e nos orgulhamos deste um ano de vivências, experiência e parcerias. Sabemos que ainda muito se há por fazer.
Assim, é com grande alegria que lhe convidamos para participar da nossa festa de aniversário e da construção dessa história, pois aqui, */Sua Voz Tem Vez!/*
Por favor, confirme sua presença até o dia 22 de outubro, para que haja tempo de divulgarmos:
*Tel.: 11-37195338 com Janeide; 11-991040348 com Janete.
*E-mail: janeguinha@gmail.com; janetelinss@hotmail.com;
navozavez.saoremo@facebook.com.
Contamos com todos para realização desta festa, será uma tarde de atividades com as crianças e o Fechamento com o Sarau, quer colaborar? Traga brinquedos, livros, conte uma história, faça uma atividade com as crianças, uma brincadeira, uma oficina, toda ajuda será bem vinda, contamos com você.