O desejo como fatalidade? nascer gay, lésbica, bissexual. Ou o desejo como devir? tornar-se gay, lésbica, bissexual.

retirado de: http://ddd.opsblog.org/2011/07/05/o-desejo-como-fatalidade-nascer-gay-lesbica-bissexual-ou-o-desejo-como-devir-tornar-se-gay-lesbica-bissexual/

“Contra aqueles que, no intuito de impedir o reconhecimento de direitos a gays, lésbicas e bissexuais, argumentam que toda sexualidade não-hétero é antinatural, anormal, devemos responder não com a tentativa de demonstrar que a homossexualidade e a bissexualidade também são naturais e normais – constituindo no processo consequentes anormalidades –, mas com a crítica da heterossexualidade, insistindo que também não é natural, tampouco normal, ser hétero, denunciando a violência que preside a uma socialização e a uma educação repressoras e intolerantes, as quais têm o objetivo de transformar crianças em adultos heterossexuais, ao invés de lhes permitir explorar todas as potencialidades do desejo.”

por Fabiano Camilo

“Eu não escolhi ser gay.”
“Eu não escolhi ser lésbica.”
“Eu não escolhi ser bissexual.”
“Eu nasci gay.”
“Eu nasci lésbica.”
“Eu nasci bissexual.”

As frases acima se tornaram dominantes no discurso mediante o qual gays, lésbicas e bissexuais expressam uma compreensão de suas sexualidades, de suas trajetórias de vida e de si mesmos. No início da década de 1990, o termo ‘orientação sexual’ começou a se tornar recorrente, proposto em substituição ao termo ‘opção sexual’, que passara a ser considerado equivocado e cuja utilização, hoje, é severamente criticada. Os indivíduos não possuem uma opção sexual, mas uma orientação: ninguém escolhe ser gay, lésbica ou bissexual.

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Síndrome de Estocolmo nas relações sociais

Por Cebolinha Debate De Ideias Fulano Detal.
A Síndrome de Estocolmo encontra-se em muitas relações na sociedade. Diferente do puxa-saquismo consciente, ela não é percebida e deliberadamente praticada pelo afetado. É uma autodefesa para o sujeito lidar bem com a situação à qual ele, afinal, está sujeito, subjugado em uma relação desigual de poder.

Assim, um sequestrado pode, sem perceber, procurar agradar aquele que o domina para receber um tratamento melhor. Já que o refém está à mercê, sem meios de escapar, a bajulação inconsciente pode render refeições maiores, mais conforto, menos maus tratos, uma dose de piedade.

De maneira semelhante, há quem se recuse a expor ou mesmo reconhecer apenas para si mesmo pontos negativos no chefe do trabalho / pai ou mãe / professor / dono da empresa / líder religioso / mestre de artes marciais / político governante / repressor do Estado / mafioso manda-chuva.

“Eu não sou nada diante de deus e por isso tenho que adorá-lo.” “Se não vivesse com meus pais queridos pais, eu seria um menor abandonado. Ainda bem que eles me amam! Não importa o que façam, são meus heróis!”

“Cara, se não fosse pelo grande treinador, eu não saberia nada de Boxe! Como poderia não gostar dele?!” “Eu não entendo como alguém que estuda Ciências Econômicas pode reclamar dos bancos privados. Onde é que esse cara vai trabalhar depois? Como é que ele vai viver, heim?!”

“Quando se precisa da ajuda de gente armada e equipada, o que resta é chamar a PM. E ainda há quem ouse criticar esses bravos guerreiros, que se arriscam por nós! Pior ainda é ver favelado zé-mané fracotão que idolatra traficante com fuzil!”