Enegrecer o feminismo

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ENEGRECER O FEMINISMO: A SITUAÇÃO DA MULHER NEGRA NA AMÉRICA LATINA A PARTIR DE UMA PERSPECTIVA DE GÊNERO

por Sueli Carneiro
Fundadora e coordenadora-executiva do Geledés – Instituto da Mulher Negra São Paulo SP

No Brasil e na América Latina, a violação colonial perpetrada pelos senhores brancos contra as mulheres negras e indígenas e a miscigenação daí resultante está na origem de todas as construções de nossa identidade nacional, estruturando o decantado mito da democracia racial latino-americana, que no Brasil chegou até as últimas conseqüências. Essa violência sexual colonial é, também, o “cimento” de todas as hierarquias de gênero e raça presentes em nossas sociedades, configurando aquilo que Ângela Gilliam define como “a grande teoria do esperma em nossa formação nacional”, através da qual, segundo Gilliam: “O papel da mulher negra é negado na formação da cultura nacional; a desigualdade entre homens e mulheres é erotizada; e a violência sexual contra as mulheres negras foi convertida em um romance”.

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Quem tem medo da autogestão?

Retirado de: http://cecscoletivo.blogspot.com.br/2012/11/quem-tem-medo-da-autogestao.html

Por CECS UFRGS

 (ou o Bicho de 7 cabeças dos Cientistas Sociais)
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Autogestão não funciona, ela estagnou o curso, é coisa de “anarco”, em casa de C.A. de luta não entra. Ou qualquer outro argumento que  vá desqualificar e criar um mito que Autogestão é coisa de maluco e gente que não quer se organizar.
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Autogestão são formas de organização que tem como base a auto organização dos indivíduos, ou seja, que cada um assuma para si espaços que são controlados por alguns, seja no trabalho como Cooperativas, seja no governo como em uma Comuna, ou, no nosso caso, enquanto um C.A horizontal, autônomo e coletivo.
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Essas características não trazem consigo desorganização, tudo depende do objetivo e do formato que o grupo se propõem. Não podemos dizer que exista um modelo certo de Autogestão, mas sim experiências práticas, ou seja,  Autogestão não é igual, cada grupo se organiza de um jeito, em torno de uma prerrogativa mínima: não existem líderes nem hierarquias. Todos são responsáveis por aquilo que se propuseram fazer juntos, e isso não quer dizer “todo mundo fazendo tudo toda hora”, ou “é de todos, logo, não é de ninguém” e sim que a partir das disponibilidades de cada um, todos se comprometam com aquilo que podem fazer, sendo responsabilidade coletiva cobrar por essa colaboração individual para o fim comum.
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Sendo assim, nossa proposta de Autogestão não é profanar com a Organização, para nós Organização e Autogestão caminham juntas. Para coletivizar nosso Centro Acadêmico, não faremos sozinhos, é necessário muito mais que a participação em uma gestão. É necessário que cada um seja responsável pelos rumos e caminhos a serem trilhados enquanto grupo. É um pouco mais trabalhoso, mas autonomia e liberdade possuem uma contrapartida, que pode não ser tão pesada quanto parece se todos decidem embarcar juntos na mesma jornada.
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Portanto, quem tem medo da Autogestão é quem tem medo de perder poder, e nós não queremos conservar e concentrar esse poder, mas sim dividir e criar novas relações de poder no cotidiano do curso.
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Assim, queremos explicar como pensamos em acabar com as coordenações sem acabar com o Centro (?) Acadêmico.
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Na apresentação abaixo “desenhamos” as instâncias que estamos pensando para o CECS.

Democracia, Autogestão e Movimento Estudantil

Democracia, Autogestão e Movimento Estudantil,

de Fernando Bomfim Mariana
In: Publicação Especial Temporaes
Publicação resultante do Seminário realizado no Dpto de História/USP em 1997
“Seminário Autogestão e Socialismo”

Confira o texto que aborda a experiência sobre autogestão realizada no CAHIS na década de 1990. Baixe o texto completo em: democracia-autogestao-e-movimento-estudantil

Atualmente, o movimento estudantil no Brasil encontra diversos obstáculos para se
caracterizar enquanto segmento da sociedade civil organizado de forma democrática. Ao
analisarmos as práticas políticas de nós, estudantes, a partir do ressurgimento do
movimento estudantil após o fim da ditadura militar, notamos que poucas são as
experiências históricas que se preocuparam em estruturar um movimento autônomo,
preocupado com a transformação da sociedade capitalista em uma sociedade livre e
humanitária.

[…]

Mas será possível caracterizar o movimento estudantil como um movimento democrático? Bom, se utilizarmos as superficiais significações corriqueiras de democracia, proclamadas até por ACM como a redenção da humanidade, certamente. Todavia se aprofundarmos um pouco o conceito de democracia, poderíamos observar que a prática institucionalizada do movimento estudantil em geral não é democrática, e é exatamente esse o primeiro motivo de esvaziamento e afastamento de grande parte dos estudantes em relação às “suas” entidades.

[…]

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Libertação animal sem libertação humana: o estranho caso dos veg(etari)anos reacionários

Retirado de: http://veganagente.consciencia.blog.br/libertacao-animal-sem-libertacao-humana-o-estranho-caso-dos-vegetarianos-reacionarios/#.UX3bkklv_M2

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Nada é mais esquisito e constrangedor do que pessoas defenderem uma ou mais causas de minorias políticas mas ao mesmo tempo negligenciarem, ou mesmo se oporem ativamente a, outras também referentes a categorias oprimidas, como é o caso de negros homofóbicos ou LGBTs classistas. Nesse contrassenso lógico, estão incluídos os vegetarianos e veganos reacionários, assumidamente conservadores ou mesmo regressistas para causas humanas.

Vários comportamentos reacionários de veg(etari)anos conservadores foram flagrados por mim ao longo dos últimos dois anos no meu mural do Facebook. Uns defendem que o golpe militar de 1964 foi “necessário” para “evitar uma ditadura de esquerda”. Outros curtem e compartilham conteúdo de páginas homofóbicas, misóginas e/ou de extrema-direita. Alguns outros dizem com todas as palavras que são contra o feminismo.

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