QUANDO:
Quinta-feira (09.10)
HORÁRIO:
18h
LOCAL:
Vão da hist/Geo
QUANDO:
Quarta-Feira (08.10)
HORÁRIO:
18h
LOCAL:
Espaço Aquário ou Centro Acadêmico de história
QUANDO:
Quarta-Feira (08.10)
HORÁRIO:
18h
LOCAL:
Espaço Aquário
Texto do Evento:
Janelas para o Espaço
Organização do Espaço
Atividades
CineClube
Manifestamos aqui nosso completo repúdio ao ataque racista que o professor Dr. Edson Roberto Leite, ex-vice diretor da EACH-USP, cometeu contra uma estudante ativista da EACH após a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) “das áreas contaminadas”, nessa terça-feira (23/09) na Câmara Municipal de Vereadores de São Paulo.
Edson Leite havia sido intimado judicialmente para prestar esclarecimentos e em seu depoimento afirmou cinicamente mais uma vez que não teve relação com as decisões do aterro ilegal no campus, o que minimamente já evidencia sua negligência perante a comunidade universitária. Leite também tem um histórico de autoritarismo: foi o responsável pela entrada da Tropa de Choque no campus da USP Leste em 2013, que foi acionada para reprimir os estudantes que legitimamente ocupavam a diretoria exigindo, entre outras coisas, seu afastamento.
Justamente por isso, após a sessão, estudantes foram questioná-lo e Leite, junto aos seus advogados, se direcionou a uma estudante negra (linha de frente nessa e em outras lutas, sendo uma ativista reconhecida no movimento estudantil da EACH) e numa clara tentativa de desmoralizá-la disseram: “Vá se lavar”. A estudante respondeu questionando se eles diziam isso pelo fato de ela ser negra e eles apenas repetiram: “Vá se lavar”. Imediatamente os outros estudantes que ali estavam pegaram câmeras digitais e outros dispositivos que pudesse gravar essa declaração racista, mas dessa vez Leite e seus advogados se calaram.
Sabemos que o racismo segue presente em nossa sociedade e na universidade não é diferente. Ao contrário, como é gritante nesse caso, o racismo é uma questão que permeia todos os debates sobre educação superior. Sabemos por exemplo que apesar de serem a maioria da população brasileira, são justamente os negros os que menos têm acesso às universidades. Esse número despenca assustadoramente quando se trata das universidades públicas. O caso da Universidade de São Paulo é ainda mais agravante, pois sua estrutura de poder, que está intrinsecamente ligada a ditadura militar, se nega a debater medidas de democratização no acesso, como as cotas raciais e sociais e o fim do vestibular e também medidas de permanência estudantil, que são as que garantiriam o direito ao estudo àqueles poucos pobres e negros que conseguem entrar na USP. Nessa universidade, a maioria dos negros está na categoria de trabalhadores e, dentro dela, geralmente assumindo os postos de trabalho mais precarizados, como é o caso dos trabalhadores terceirizados. Na reunião do Conselho Universitário que pautou a discussão sobre cotas, por exemplo, alguns diretores afirmaram que o índice de violência na universidade aumentaria caso aumentasse o número de estudantes negros e/ou oriundos de escola pública. Outro exemplo é a brutal agressão racista que estudantes da Escola Politécnica cometeram contra um estudante negro dentro do Centro de Práticas Esportivas (CEPE) também no ano passado.
Por entendermos por um lado que Leite não é o único racista frente à direção da universidade e sim que é mais um dos que estão – apoiados na estrutura de poder autoritária – servindo a um projeto de universidade cada vez mais racista e elitista e que sirva inclusive aos próprios interesses desse setor e, por outro lado, justamente pouco depois de uma vitoriosa greve da categoria de trabalhadores e professores, que mostrou a força dos que realmente constroem a universidade pública e de qualidade, por vermos como o debate entorno do racismo e seu combate volta a surgir no cenário nacional, mas também internacional, não podemos tolerar que criminosos como esse sigam impunes, fazendo da universidade que deveria ser para todos, um balcão de negócios dos seus interesses.
Colocamos aqui toda nossa solidariedade a estudante e reafirmamos que não nos calaremos diante de crimes de racismo dentro da nossa universidade. Seguiremos junto com ela na luta pela punição a estes criminosos, mas também na luta por um projeto de universidade não racista e não elitista que sirva aos interesses da população que a financia.
“Minha cor não é sujeira! Sujeira é a contaminação da EACH!”
“Fora Edson Leite e toda essa corja corrupta e racista da EACH e da USP!”
Assinam:
Juventude Às Ruas
Liga Estratégia Revolucionária – Quarta Internacional
Movimento NOSSA CLASSE
Grupo de Mulheres Pão e Rosas
CAELL – Centro Acadêmico de Estudos Linguísticos e Literários – USP
CASI – Centro Acadêmico de Sistemas de Informação – UFRA
Levante Popular da Juventude
DCE – Diretório Central dos Estudantes – UFRA
Território Livre
CEAGRO – Centro dos Estudantes de Agronomia – UFRA
Reconquistar a UNE
ANEL – Assembleia Nacional dos Estudantes Livre
FEAB
SINTUSP
Rizoma Tendência Libertária Autônoma
No dia 2 de setembro de 2014, horas antes do Conselho Universitário aprovar um Plano de Demissão Voluntária para a USP, o Sintusp promoveu um debate sobre o tema. O objetivo foi esclarecer e alertar os trabalhadores sobre a relação do PDV com a precarização das condições de trabalho e de vida tanto para aqueles que se demitem quanto para os que ficam.