[Informe] Bandeijão da USP não serve janta!

11051305_618251514943494_737513864_n.jpgNo dia 24/03 os bandeijões da USP não funcionaram devido à falta de agua no campus.

O fechamento do bandeijão da prefeitura já foi um forte ataque à assistência e permanência estudantil. Ainda por cima a janta do dia 23/03 saiu mais cara no bolso de estudantes e funcionári_s, que precisaram recorrer às lanchonetes e restaurantes, ou à superlotação do bandeijão terceirizado da química.

Não vamos pagar por nenhuma crise! A REItoria não pode esperar que todas as pessoas possam pagar por uma refeição para estar na universidade.

[Nota de Solidariedade] Todo apoio ao Movimento Estudantil da PUC-SP!

pucfaixablog

Dois mil e crise é generalizado. Vemos a ampla e crítica conjuntura econômica se expressar nas fábricas, empresas (estatais e privadas), e universidades do país. Em um momento de instabilidade econômica, os patrões, reitores, governantes e burocratas em geral, querem que trabalhadoras, trabalhadores e estudantes paguem a conta. Querem impor o ônus da crise do sistema que beneficia a eles, sobre as nossas costas. Mas encontrarão resistência!

Estudantes e professores da PUC-SP vem sofrendo uma série contínua de ataques da reitoria desde o fim de 2014, se intensificando em 2015.

Cinquenta e dois professor_s foram demitidos pela reitoria em fevereiro sob a desculpa da necessidade de um “ajuste na folha de pagamento”. Desde 2006, funcionári_s e professor_s da PUC-SP sofrem com demissões em massa e a precarização de seu trabalho. Acontece, concomitantemente, o conhecido processo de terceirização de funcionári_s.

A permanência estudantil é duramente atingida com o aumento do bandejão em quase 85% (de R$5,60 para R$10,34), a ausência de creches para mães estudantes e trabalhadoras e o aumento das mensalidades.

A repressão se faz muito presente na PUC-SP. Estudantes e professor_s sofrem perseguição política, sendo ameaçad_s com punições diversas. A perseguição acontece a nível de espionagem, inclusive, com uma reitoria que monitora o facebook daquel_s que considera uma “ameaça”.

Mas as/os estudantes já respondem com mobilização! No dia 17/03 houve a ocupação da reitoria de Anna Cintra. O prédio esteve ocupado pel_s estudantes com as reivindicações imediatas de negociação e permanência estudantil. A APROPUC (Associação de Professores da PUC) anunciou seu apoio ao movimento estudantil e à ocupação! Pelas pautas de permanência e contra a repressão!

Na noite do dia 19/03, estudantes decidiram em assembleia pela desocupação do prédio como estratégia política, mas deixando claro que a luta está só no começo. Haverá, semana que vem, uma primeira reunião de negociação com a FUNDASP (mantenedora da PUC-SP), conseguida com a pressão da ocupação.

Fica evidente que nossa luta na USP tem uma semelhança inegável com a luta das companheiras e companheiros da PUC-SP. Nossas demandas de permanência caminham juntas! Nossa luta contra a repressão, também! Devemos buscar uma relação de solidariedade e apoio mútuo entre os movimentos estudantis!

Nós, do Rizoma, nos colocamos a postos para ajudar de toda maneira possível as/os compas da PUC-SP! Construindo uma mobilização na USP em solidariedade, e participando de atos que venham a acontecer!

SOLIDARIEDADE ESTUDANTIL!

PELA PERMANÊNCIA ESTUDANTIL!

CONTRA A REPRESSÃO!

Rizoma – Tendência Estudantil Libertária
21/03/2015
rizoma@riseup.net

Nota de apoio à paralisação de terceirizadxs na UFF (Rio de Janeiro)

Nós, do Rizoma, declaramos todo apoio às trabalhadoras e trabalhadores terceirizadas/dos da UFF (Universidade Federal Fluminense) de Niterói que seguem em paralisação desde o dia 12/03 depois de inúmeros atrasos de seus salários.

O combativo piquete nos portões do campus do Gragoatá (no dia 13/03) feito pel_s trabalhador_s da empresa terceirizada Luso-Brasileira garantiu-lhes receber o salário de fevereiro e serviu de inspiração para as/os trabalhadoras e trabalhadores da Croll e da Vpar que estão realizando piquetes nos portões (nossos queridos trancaços) desde ontem (17/03), e permanecerão em paralisação até o pagamento de seus salários.

A UFF e seus alto-burocratas partilham da culpa, já que não pagam as concessões às empresas terceirizadas desde o início do ano, visto o corte orçamentário do Governo Federal às Universidades (que sempre recai sobre trabalhador_s e estudantes, como na “crise” da USP e outras universidades). As empresas por sua vez tem dinheiro em caixa, mas sustentam seus lucros com o não pagamento dos salários e impõem a fome aos/às trabalhador_s.

Estudantes e o SINTUFF estão apoiando ativamente os piquetes e organizando suas categorias nesse processo de acirramento da luta. Nós enviamos, desde São Paulo, nossa solidariedade aos que se levantam contra os interesses do capital e defendem a classe trabalhadora!

CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO!

NÃO PAGAREMOS PELA CRISE DA BURGUESIA!

TODO APOIO AOS PIQUETES D_S TRABALHADOR_S DA UFF!

 

[Informe] Reitoria da PUC/SP é ocupada por estudantes na noite de 17/mar

Nós, do Rizoma, declaramos todo o apoio à ocupação da Reitoria e estamos a postos para apoiar _s companheir_s em luta com o que for necessário. Por enquanto fazemos a divulgação do documento enviado pela Comissão de Comunicação.

TODO APOIO À OCUPAÇÃO DA REITORIA DA PUC!

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Nota à imprensa:

Na noite desta terça feira, 21 de Março, cerca de 400 estudantes da PUC-SP
ocuparam a Reitoria da Universidade. Eles realizaram uma assembleia geral
por volta das 19 horas e deliberaram pela ocupação.

A ocupação se dá após algumas semanas de mobilizações em que o corpo
estudantil cobrou uma audiência pública com a Reitoria e a Fundação São
Paulo (Fundasp), mantenedora da PUC, para que se abrisse um diálogo com a
comunidade acerca da crise financeira da PUC-SP e os consequentes cortes no
orçamento, que resultaram na demissão de professores e funcionários, além
da retirada do subsídio do Restaurante Universitário – o preço do bandejão
subiu de R$5,60 para R$10,34. Os subsequentes aumentos no valor das
mensalidades também foram citados nos atos e assembleias realizados desde o início das aulas.

Diante da recusa da direção da Universidade em comparecer diante da
comunidade, esclarecer a causa dos problemas financeiros enfrentados e
abrir as contas da PUC, o movimento criou uma comissão de negociação para
iniciar diálogo com a Reitoria.

As reivindicações do Movimento Estudantil da PUC-SP são:

– Volta do subsídio para todos os estudantes no bandejão.

– Assembleia Estatuinte: Pelo fim da lista tríplice e do Conselho
Administrativo (CONSAD)

– Creche para os filhos de estudantes, professores e funcionários.

– Audiência pública com a Reitoria e a Fundasp já.

– Reabertura de turmas nos cursos de Filosofia, Geografia, Serviço Social,
História e Ciências Sociais.

– Fim da precarização dos contratos de trabalho dos professores

A comissão de comunicação deve soltar em breve um manifesto mais detalhado sobre as reivindicações e os próximos passos do Movimento.

São Paulo, 18 de Março de 2015.

Comissão de Comunicação da Reitoria Ocupada

Carta de apresentação

O que é o Rizoma?

O Rizoma é uma tendência estudantil libertária. Batalhamos para construir um movimento estudantil forte e comprometido com a luta da classe trabalhadora, que encontre na ação e democracia direta as ferramentas de sua resistência. Somos uma tendência, pois defendemos as organizações de base, como centros acadêmicos, e não queremos substituí-las por nosso coletivo, mas fortalecê-las enquanto ferramenta de organização e mobilização. Nos organizamos de forma horizontal e construímos a prática libertária em todos os espaços de nossa atuação, pois acreditamos ser necessário e urgente o enfrentamento contra as políticas da classe dominante.

Por quê atuamos no Movimento Estudantil?

O Rizoma nasceu da greve de 2011 na USP – contra o convênio feito com a Polícia Militar – e atua desde então no movimento estudantil. Defendemos a organização pelos locais de estudo, trabalho e moradia, pois é, para nós, no local do nosso cotidiano que lutamos contra as opressões e a exploração da sociedade capitalista.

Somos estudantes e reivindicamos as memórias deste movimento que se fez presente em importantes ações ao longo de toda a história da luta de classes e por diversas vezes buscou a construção de um projeto libertário para a sociedade.

Acreditamos na força do movimento estudantil tanto para a defesa de suas próprias pautas quanto pela importante aliança com os/as trabalhadores/as de dentro e fora do espaço da universidade. É na solidariedade de classe que encontramos a unidade para consolidar a força do poder popular.

Por quê defendemos a organização?

Ao longo da greve de 2011 diversas pessoas, que militavam enquanto independentes, foram percebendo cada vez mais as limitações de se atuar isoladamente. A partir desta experiência ficava cada vez mais nítido que era preciso agir em coletivo para intervir de forma efetiva nas lutas.

Surgimos com o objetivo de constituir uma corrente libertária dentro do Movimento Estudantil com capacidade concreta de mobilização e enfrentamento. A nossa construção coletiva se contrapõe à ideologia individualista, pois acreditamos que o discurso político se torna mais coeso e as ações se tornam mais efetivas quando pensadas em conjunto.

Defendemos a organização horizontal e de base para construirmos as respostas aos desafios que estão colocados. É no debate e na formulação conjunta de propostas e estratégias para o movimento que conseguiremos lutar contra as medidas da Reitoria e alavancar processos de mudança profunda na sociedade.

Quais métodos de luta defendemos?

Devido ao caráter de classe (dominante) da Universidade, buscamos impulsionar um Movimento que, ao mesmo tempo lute por melhorias imediatas nas condições de vida da classe trabalhadora e ataque o caráter burguês e conservador dessa instituição. As pautas de reivindicações, mas também os métodos, mostram para qual projeto estamos apontando.

Defendemos as assembleias e os fóruns de democracia direta, sempre ligados e respondendo à base do movimento para ir em sentido oposto aos fóruns burocráticos e à política representativa. Fazemos nós, por nossas próprias mãos, as ferramentas de decisão do movimento.

Defendemos as ações diretas radicalizadas, como piquetes e ocupações, que servem para enfrentar a reitoria e desestabilizar a estrutura da universidade. E, acima de tudo, defendemos a greve como instrumento de mobilização legítimo e eficiente. Nela negamos a passividade de estudante, saindo das salas de aula para aprender na prática como conquistar o que nos diz respeito.

O que queremos para a universidade?

Desde o seu surgimento a universidade é estruturada para afirmar a sociedade dividida entre classes. Deve estar no horizonte do movimento estudantil a superação dessa instituição que mantém e reproduz a lógica capitalista. Para isso, é necessário explicitar seu caráter excludente e combater as políticas de precarização do trabalho e do estudo.

Por ser uma instituição capitalista que responde apenas aos interesses da elite dominante, a universidade não têm e não terá função revolucionária. Não defendemos, portanto, pautas de reestruturação da universidade, como as que giram ao redor da estrutura de poder. A estrutura da universidade dentro do sistema capitalista só pode servir ao capital, independente do modo como escolhemos a reitoria ou a forma como são formulados os estatutos.

Analisando historicamente e de maneira ampla o papel da universidade, esta serve também à divisão social do trabalho e à segmentação da classe trabalhadora em mão-de-obra “qualificada” (o chamado trabalho “intelectual”) e mão-de-obra precarizada (chamado trabalho “braçal”). Divisão colocada pela classe dominante que almeja manter a estrutura social intacta, reservando os postos de trabalho “qualificados” à uma parcela da população, enquanto grande parte se encontra nos postos de trabalho precarizados. Essa forma de divisão do trabalho e segmentação da classe é inerente à função da universidade e é essencial para a manutenção do capitalismo.

Lutamos por cotas sociais e raciais, porque essa é uma pauta classista e que fere diretamente o projeto de universidade burguesa. Cor de pele e poder de consumo ainda são critérios, mesmo que indiretos, para o ingresso na universidade, o que se constata quando observamos quais lugares as pessoas negras assumem na universidade – na maioria das vezes, concentradas nos trabalhos mais precarizados e poucas em sala de aula. A perpetuação dessa condição, escancara como o capitalismo marca pela cor da pele a segmentação da classe.

Defendemos a permanência estudantil, através da ampliação de moradias e bolsas estudantis, pois as poucas pessoas pobres que ingressam na universidade enfrentam sérias dificuldades para se manterem ao longo de seus estudos. Vemos que é perpetuada a lógica de que trabalhar não é uma necessidade real e imediata de estudantes, o que dificulta em muito a permanência da juventude da classe trabalhadora. Desde já, e principalmente quando conquistarmos o sistema de cotas, será preciso ampliar e garantir políticas de permanência estudantil para que o acesso à universidade não seja fictício, com mais pessoas negras e pobres ingressando, mas não conseguindo concluir a graduação, deparado-se com mais um funil social.

Também lutamos contra qualquer medida de repressão à mobilização. Com o acirramento da luta, cada vez mais a Reitoria se utiliza de todo o aparato repressivo do estado para tentar esmagar o movimento. Cresce dentro da Universidade as violentas ofensivas da Polícia Militar que sempre esteve a serviço dos interesses do Estado e da burguesia, reprimindo a luta da classe trabalhadora e também a juventude, principalmente a juventude negra nas periferias. Na universidade a repressão também se manifesta com processos e expulsões contra aquelas que se organizam e lutam, demonstrando ainda mais que a “justiça” está do lado dos patrões e da burocracia universitária. A defesa de nossas/os lutadoras/es pautada na ação direta é um dever do Movimento Estudantil, essencial para sua continuidade e fortalecimento.

E para que seja possível organizar todas estas frentes de luta precisamos garantir a existência de espaços estudantis que não sejam controlados pela burocracia universitária e que fomentem a autogestão estudantil.

No movimento estudantil estas são as nossas defesas mais centrais para que, em aliança com as outras forças da classe trabalhadora, possamos lutar contra a universidade e a sociedade capitalista!

OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!
PELA IMPLEMENTAÇÃO DE COTAS SOCIAIS E RACIAIS!
EM DEFESA DA PERMANÊNCIA ESTUDANTIL!
CONTRA A REPRESSÃO!
DEFENDER OS ESPAÇOS ESTUDANTIS!

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