Panfleto de Calourada – 2015

 

E se… você não tivesse conseguido passar no vestibular?
E se… você não conseguir pagar o aluguel em São Paulo?
E se… você não conseguir mais escolher entre estudar ou trabalhar e tiver que abandonar o curso?
Mas e se você decidir se mobilizar para garantir que nada disso precise acontecer?

Sabe o CRUSP? Aqueles prédios que ficam no campus Butantã e que hoje são moradia estudantil garantindo com que estudantes de baixa rendam consigam fazer sua graduação e pós? Ele não foi um presente. Não veio como fruto da boa vontade da Reitoria. Na década de 1960 o CRUSP torna-se moradia estudantil graças à uma ocupação organizada por estudantes.
E para lembrarmos de datas mais recentes foi a greve estudantil de 2002 que garantiu a contratação de mais professor_s diminuindo a superlotação das salas de aula, foi a greve de 2007 que barrou os decretos do governador José Serra para privatizar a USP, e os anos seguintes foram de muita mobilização. Ano passado entrou para a história de combatividade quando uma greve de 4 meses garantiu o reajuste salarial para trabalhador_s da USP.

Vocês, calour_s, irão ouvir muito nos próximos dias sobre a difícil crise que a USP está mergulhada. Escutem todas as pessoas que dizem que este ano sofreremos duros ataques. Mas não se esqueçam: Saber é só um primeiro passo. É preciso ir além! É preciso se organizar para pensar junto como responder a tudo isso! Luta não se faz sozinh_ em um quadrado separado. Luta se faz com solidariedade e companheirismo, se faz com organização e comprometimento, se faz com a vontade de quem ousa lutar e se atreve a vencer!

Entrar para USP pode ser visto por dois lados: De um, você entra, ocupa uma vaga, faz o seu curso, se forma e vai ganhar o seu próprio dinheiro. De outro você entra, não esquece de todas as pessoas que ficaram de fora por culpa do vestibular, não esquece que a culpa não é sua se a Universidade foi pensada e se organiza para que só s filhs da elite paulistana consigam se formar, e percebe que há muito mais para aprender do que ficar só sentado na sala de aula. É uma escolha. Escolher seguir a tradição elitista da Universidade de São Paulo, ou escolher seguir a história de luta e resistência do movimento estudantil e de trabalhadores da USP. Na prática isso é uma pergunta: De que lado você está?

Se preparem! Está dada a largada! Vai vir pra pista, ou vai ficar só olhando?

Lutar por cotas e permanência estudantil!
Contra a repressão!
Defender os espaços estudantis!

Avante e à luta!

Saudações libertárias,
Rizoma | Tendência Estudantil Libertária

Acesse o blog: rizoma.milharal.org

OCUPAÇÃO NA EACH! Estudantes retomam espaço estudantil!

Atualização feita às 22h30 do dia 25.fevereiro.2015:

Leia a ‘Nota à Comunidade Estudantil” que explica o processo de roubo dos espaços estudantis por parte da direção da EACH e explica como tem se dado a resistência estudantil: https://www.facebook.com/somostodxseach/posts/900792113316747?fref=nf

 

Post feito às 17h do dia 25.fev.2015:

****COMPARTILHEM!****

RETOMADA DO ESPAÇO ESTUDANTIL NA EACH!!
Estudantes ocupam o prédio da incubadora!

Após terem seu espaço estudantil roubado pela direção da Faculdade, estudantes decidem em assembleia garantir a defesa do espaço de convívio e organização política d_s estudantes!

Quem puder cole aqui no campus, pois a galera vai dormir no espaço!

—> para chegar na EACH pegue o trem da linha Safira e desça na estação USP LESTE.
Siga pelos tapumes, passe a lanchonete e chegue ao prédio vermelho no fundo.

TODO APOIO À OCUPAÇÃO!!

****Mais informações em breve!****

EM 2015 A LUTA CONTINUA!

Fim de férias. Fim de carnaval. Nós estudantes voltamos às aulas e à USP.

Encontramos em 2015 uma nova conjuntura. Uma conjuntura difícil, nascida das medidas da reitoria, que cada vez mais explicita seu projeto de precarização do trabalho e da permanência estudantil.

O PIDV (Plano de Demissão Voluntária para trabalhadores/as imposto pela reitoria em 2014) começa a exibir seus frutos. Mil e quinhentos trabalhadores/as aderiram ao plano e não houve novas contratações, assim, setores como os hospitais universitários e os bandejões sobrecarregam ainda mais as/os funcionárias/os que restam. Historicamente, fica claro que este processo que a reitoria impulsiona, de criar uma necessidade crítica de mão-de-obra, é a pavimentação de um caminho para a exploração do trabalho terceirizado, privatizado, cujas/os trabalhadoras/es estão muitas vezes desprovidas/os de sindicatos combativos que possam mobilizar a categoria e fazer frente às longas jornadas de trabalho, horas-extra mal pagas e salários baixos.

Nesse retorno à universidade encontramos também o fechamento de um bandejão! O bandejão da prefeitura foi silenciosamente fechado durante as férias, com o argumento de que faltam funcionárias/os. A reitoria cria a causa e impõe a “solução” que serve a seus interesses!

E nessa mesma linha de precarização do trabalho e da permanência estudantil, a reitoria anunciou em Janeiro desse ano o congelamento das vagas nas creches universitárias. Mães trabalhadoras e estudantes terão ainda mais dificuldades para trabalhar e estudar sem um lugar para deixar seus filhos! Além disso, desde abril de 2014 se sabe parte do acervo da biblioteca da FFLCH esta contaminado colocando em risco a saúde de trabalhadoras/res e alunas/nos. A diretoria da FFLCH se mantém intransigente para buscar uma solução para o problema, portanto, a partir de segunda-feira (22/03) está programada uma paralisação das/dos trabalhadoras/res.

Começamos 2015 também com o avanço da repressão por parte das reitorias: dezessete (17) estudantes da UNESP foram expulsas/os por lutar! Em defesa da moradia estudantil, ocuparam a diretoria de Araraquara e a reitoria respondeu com a polícia militar e expulsões! A luta pela permanência estudantil é comum às/aos estudantes de todas as universidades e devemos nos solidarizar e nos mobilizar pelas/os compas da UNESP. (ver mais em https://rizoma.milharal.org/2015/02/02/nota-de-solidariedade-pela-imediata-reintegracao-d_s-17-estudantes-expulso_s-da-unesp-araraquara/)

Mas contra tudo isso vem a nossa resposta! Devemos nos mobilizar e continuar na LUTA contra aquilo que esperamos da reitoria! As/Os trabalhadoras/es já estão se mobilizando contra as difíceis condições de trabalho, o fechamento do bandejão e já realizaram um ato contra o congelamento das vagas das creches. O movimento estudantil tem que voltar preparado para a luta em um ano difícil! Devemos nos organizar em cada curso, em cada faculdade, em cada Centro Acadêmico por toda a universidade. Só unidos e organizados podemos constituir o poder popular e estudantil!

7º Ato Contra o Aumento da Tarifa – sexta-feira 06.fev

Durante a greve de quase 4 meses que vivenciamos na USP ano passado muitas vezes vimos companheiros e companheiras quase sucumbindo. Os de acima tentam nos vencer pelo cansaço, pela repressão, pelo isolamento.

Mas estamos junto, lado a lado, ombro a ombro. O apoio mútuo nos faz erguer nossas irmãs e irmãos de luta quando a trajetória fica pesada demais.

Durante a greve enfrentamos, tod_s nós, o esgotamento fisico dos piquetes todos os dias, a repressão marcada no corpo quando realizávamos trancaços, o duro e quase fatal corte nas folhas de ponto, as intensas e constantes reuniões de comandos de greve, as assembleias carregadas de tensão e emoção, toda a imprensa se posicionando contra e tantas pessoas falando para desistirmos. Mas outras tantas diziam: SIGAMOS, POIS NÃO TEM ARREGO!

E foi sem arrego que a greve na USP foi vitoriosa.

Esta sexta-feira caminharemos para o 7º ato contra o aumento da tarifa. E precisamos deixar claro para toda São Paulo, que na luta de classes: NÃO TEM ARREGO!

Hoje, ontem, sexta-feira e nos próximos calendários que ainda virão deixaremos uma mensagem para todas: QUANDO AS DE ABAIXO SE MOVEM, OS DE ACIMA CAEM!

TOMAR AS RUAS E BARRAR O AUMENTO!

https://www.facebook.com/events/1397977703840000/FSCN1841