MMRC: Ocupação na rua Pamplona durante abertura da Copa

 

NOTA DO MMRC SOBRE A OCUPAÇÃO NA AV. PAMPLONA

Momentos antes da festa de abertura da Copa do Mundo ocupamos o edifício abandonado na Rua Pamplona número 937. Decidimos que não vamos sentar e assistir impotentes o que está acontecendo. A Copa do Mundo trouxe consigo um aumento de 18% no déficit habitacional na cidade de São Paulo, portanto não é sem motivos o crescente número de ocupações surgindo no centro e nas periferias.
Mais de 15 dessas ocupações receberam ordens de reintegração de posse, a maioria dos depejos ocorrerá depois da Copa das Copas. Mas se no centro, marcado pela “Cracolândia”, moradores de rua e na periferia segregada tudo que acontece são degenerações aos olhos de quem vê de cima, é fácil virar o rosto para estas famílias também. Levamos a luta então para onde estão virados os olhos do mundo, onde não podem nos negar ou esconder o fato de que morar em São Paulo é um privilégio, nunca um direito.
Porém não queremos só exibir nosso “pessimismo”, viemos afirmar: não somos uma caixa de concreto como depósito humano aguardando atendimento quando o governo veste vermelho. Queremos o mínimo para que cada família tenha autonomia e crie além de uma existência que serve apenas ao trabalho e a sua própria conservação nesta cidade, lutamos hoje por direitos para garantir nossa liberdade.

PELA REFORMA URBANA!
PELO DIREITO A MORADIA!

Movimento de Moradia da Região Centro – MMRC

Apoio:
Inclusa
Andróides Andróginos
Movimento Passe Livre – MPL-SP
Fanfarra do Mal
Saju

Carta aberta do primeiro COIREM – Congresso Intercultural da Resistência dos Povos Indígenas e Tradicionais do Maraká’nà

Dos dias 4 à 9 de Junho, aconteceu o primeiro COIREM – Congresso Intercultural da Resistência dos Povos Indígenas e Tradicionais do Maraká’nà. Ele foi realizado na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e contou com a participaçao de diversas etnias e movimentos sociais. No ultimo dia do Congresso, dia 9 de Junho, uma audiência pública foi chamada junto à representantes de entidades juridicas para levar as reivindicações e as propostas do encontro.

Essa audiência publica aconteceu na UERJ – Universidade Estadual do Rio de Janeiro, que se encontra próxima ao antigo prédio do Museu do Índio, ocupado durante 6 anos por povos indígenas (Ocupação Aldeia Maraká’nà), e desalojado em Dezembro de 2013 por causa do projeto da Copa do Mundo. O prédio, que fica bem ao lado do Estádio Maracanã, foi considerado pertencente aos povos indignas pela justiça mas, ainda sim, o Governo do Estado do Rio de Janeiro expulsou os indígenas que viviam no local. A poucos dias do inicio da Copa, o prédio se encontra abandonado e “escoltado” por milhares de policias.

Os participantes do COIREM escreveram uma Carta Aberta para expor as reivindicações e propostas decididas no Congresso. Leia a carta na íntegra aqui:

O COIREM, realizado na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, com a participaçao de representantes de diversas etnias Terena, Guarani-Nhadeva, Guarani-Kaiowá, Guarani-Mbyá, Nhandeva, Guajajara, Krikati, Kaiapó, Potiguara, Puri, Ashaninka, Manauara, Maxakali, Xukuru Kariri, Fulni’ô, Xakriaba, e representantes dos movimentos Liga dos Camponeses Pobres, professores, Movimento Sindical Docente, estudantes e Movimento Estudantil, reafirmam seu apoio incondicional e o caráter transcendente do Movimento de Resistência Aldeia Maraká’nà e demais povos indígenas aldeados ou não aldeados e populações tradicionais, e declaram que:

A proposta de Universidade Indígena é uma alternativa ao modelo de educação brasileira, para a descolonização de saberes e o reconhecimento dos saberes e ciência das populações nativas.

Repudiamos as artimanhas do governo federal e o GT interministerial que se diz construir uma “universidade indígena”. Entendemos que a Universidade Indígena deve ser autônoma e priorizar a consulta das comunidades de base.

O COIREM conclama os povos indígenas “aldeados” e em contexto urbano de todo o território nacional e demais povos excluídos, oprimidos e marginalizados, rural e urbano, a não negociar com o Estado nenhum tipo de direito já conquistado.

Reafirmamos a importância de garantir aos indígenas em contexto urbano os seus direitos e o reconhecimento da sua identidade e autoafirmação indígena.

Exigimos a reparação coletiva para as populações (algumas quase extintas) segregadas, violentadas, expulsas ou transferidas compulsoriamente de suas terras pelo estado.

Denunciamos o ataque e a criminalização de lideranças da luta pela terra e frequentes assassinatos dos mesmos. Solicitamos atuação efetiva e impessoal dos órgãos responsáveis pela punição daqueles que atentam contra a vida dessas lideranças.

Para que haja um movimento nacional forte e com poder de mobilização, concordamos que é importante construir uma aliança entre os povos indígenas, organizações e movimentos sociais que lutam pela terra e por justiça.

Concordamos que o principal inimigo comum dos participantes do COIREM é o “capitalismo selvagem” que oprime, destrói, expulsa e mata aqueles que são considerados empecilhos para o chamado desenvolvimento do país.

Condenamos a ação violenta do Estado, através das forças militares, no campo e na cidade, que expropriam e retiram das famílias o direito à vida digna.

Trabalharemos no sentindo de construir a autonomia, autogestão, autodeterminação territorial, e todas as formas de ação direta e independente.

Repudiamos as praticas imperialistas da nação brasileira que afetam as populações nativas em outros países da América Latina e Africa e os projetos neocolonialistas que promovem e perpetuam a pobreza.

Os participantes do COIREM informam que estão dispostos a requerer seus direitos e a fazer as demarcações das suas terras na sua integralidade, com ou sem contribuição do estado (“Auto demarcação).

Exigimos,mais uma vez, o arquivamento imediato da PEC 215, e revogação imediata da Portaria 303 da AGU, projetos de lei e outras alternativas “legais” que atentam contra as populações indígenas e populações pobres do meio rural, e a manutenção na integra dos artigos 231 e 232 da Constituição Federal de 1988. Reivindicamos, também, a imediata aplicação da Convenção 169 da OIT e a Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas, da qual o Brasil é signatário

Propomos às populações indígenas, movimentos sociais parceiros das causas indígenas, entidades de apoio, a realização do II COIREM.

Seropédica – Rio de Janeiro, 8 de junho de 2014.

[ATA] Assembleia Geral de Estudantes da USP – 10/junho/2014

Enviamos a nossa ata autônoma para a comissão de comunicação (organizada pelo comando de greve geral) que a complementou com a ata feita pela mesa da última assembleia e já colocou no ar.

Replicamos aqui, portanto, a versão final da ata.

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Assembleia Geral de Estudantes da USP – 10/junho/2014

Início: 18h30

Término: 22h25

Presentes: cerca de 382 estudantes (contagem realizada durante a primeira votação da assembleia).

A mesa foi mantida conforme aprovada pelo Comando de Greve (cege, direito, amorcrusp, NCN e EACH)

Informes:

Hélio: menines do Jardim Angela estão chamando um ato na frente da
reitoria dia 23, as 14h, por cotas. haverá reunião terça que vem.
Amorcrusp: fim dos processos, cotas raciais e sociais, abertura das contas
com protagonismo de trabalhadores e estudantes, reajuste das bolsas, fim
da terceirização. Amanhã trancaço no P1 por permanência.
Letras: não teve assembleia por baixo quorum. Haverá um churrasco segunda
numa atividade sobre o espaço da letras.
Sao Francisco: não teve assembleia. não passou greve, mas apoia. Faculdade
está desmobilizada.
Geografia: 5 eixos: universidades publica, gratuita e de qualidade; fim
dos processos; cotas já; defesa da EACH e outra.
Pós graduação: fizeram (ou farão) ofício pedindo esclarecimento sobre o
que ocorrerá com a pós da EACH. 2ª feira- roda de conversa sobre
estatuinte. Terá assembleia segunda as 18h30.
Metroviários: demissão de 42 trabalhadores por justa causa por causa da
greve. Conta com o apoio da USP. Ato quarta. Leram a carta do estudante da
PUC.
EACH: Vários cursos tem entrado em greve. Os alunos que estão em greve
estão sofrendo assediodos professores com desconto de nota. Não serão
abertas disciplinas na EACH caso não haja um lugar que todos estudantes
estejam juntos. 16.06 as 18h acontecerá uma assembleia na saude pública.
UNESP : Assembleia conjunta com as três universidades e uma plenária por
permanência.
Canil: a reunião do se não tiver direitos não vai ter copa tirou um ato no
dia 12, no metro carrão as 10h. Tanque rosa choque: Faz 5 anos do dia que
a USP foi invadida pela pm e por isso eles estão chamando uma reunião para
fazer algo na copa.
FAU: não teve assembleia por falta de corum. Teve uma reunião aberta onde
foi tirado algumas atividades. Na semana que vem haverá um churrasco
conjuntamente com os funcionarios na segunda ou quarta que vem. Amanha
será lançado uma publicação feita pelos estudantes, também estará no face.
Filo: Não houve assembleia e por isso rolou comando de greve. Será feita
uma nota sobre a agressão que o Murilo passou e são contra que ocorram
CCAs em período de greve.
Unesp: a maioria dos campus estão em greve de funcionários e professores.
Somente 5 campus estão parados. Ontem saiu a greve estudantil em Marília.
Houve corte no efetivo das terceirizadas, mesmo havendo aumento de
prédios. No ano passado a greve teve vitórias em permanência, mas esse ano
foi cortado na greve.
Sociais: eixos: referendar forum das 6, EACH, cotas.
História: Não teve assembleia por quantidade de pessoas, só houve uma
conversa sobre calendário e se mantiveram
ECA: Somente dois cursos não estão em greve e foi retirado uma carta para
ser lida. Assembleia da ECA amanha as 14h,
Comando de Greve: cerca de 95 delegados, foi deliberado a adiaram a
assembleia da semana passada e entramos no trancaço de amanha. Foram
tiradas e a comissão de comunicação e ______ também foi aprovada a
formação da mesa tão contestada.
SINTUSP: HU entrou em greve, faz 17 anos que eles não entram em greve. Que
os estudantes venham para os piquetes as 05 da manhã. Hoje e ontem o
sintusp fez atos até o metro em apoio aos metroviários. Os funcionários
participaram do trancaço.
Coletivo Feminista da ECA: Texto escrito pelo coletivo sobre O machismo
nos espaços políticos do M.E.
NCN: não aceita a secundarização da luta do povo preto e pobre, são contra
a terceirização que sempre esteve na vida do povo preto. Foi aprovado
cotas, não ao corte de bolsas, permanêcia, volta do K e l e que os alunos
do Núcleo possam bandejar e o BUSP. O ncn quer um novo espaço ou uma
reforma que mantenha a autonomia do espaço.
POLI: O CA não apoia a greve e vai lutar por ter câmeras e pm em todos os
Campis

77 inscritos, proposta de 20 falas por sorteio com 1 min e meio.

VOTAÇÃO: Proposta de que fosse discutido na defesa de propostas (contraste) X 20 falas de 1 minuto e meio.

Proposta de Encaminhamento da mesa: propostas já aprovadas em outros forúns do movimento (cursos, NCN, AMORCRUSP), comando de greve e etc.

VOTAÇÃO: Proposta: calendário, pauta e comando de greve (venceu) X pautas, comando e calendário

199 votos X 176 votos

CALENDÁRIO:
Quarta – Trancaço no P1 as 6 da amanhã. Aprovado no amorcrup com pautas de permanência, Cotas e adicionamos que fossem como eixo a luta dos metroviários, federais e rodoviários.

Comando de greve adiado por ato em prol dos metroviários(contraste) X manter o comando de greve e não chamar atos

Quinta-feira – participar do ato contra a copa do mundo 12J, saindo do sindicato dos metroviários as 10h
Sexta-feira: Comando de greve às 18h. No Vão da Hist/Geo
Segunda: assembleias de curso
Terça-feira – indicativo de assembleia unificada dos três setores. Sintusp
e Adusp decidam as horas do evento. Responsáveis darão o informe no próximo comando.
Quarta-feira – ato na praça da sé retirado pelo fórum dos seis ao meio dia.
Assembleia de estudantes as 18h na San Fran. (18/junho)

VOTAÇÃO: Proposta de local da assembleia: Blocos K e L X  San Fran

117 votos X 165 votos (ganhou na SanFran)

Consenso que o teto seja 22h30

Segunda-feira (23.06) ato sobre cotas. Fica o indicativo para que o NCN aprove esta proposta – Aprovado por Consenso

VOTAÇÃO: CCA em período de greve X não aconteça CCA ao longo da greve (venceu)

Dividir X Contar (Contraste)

141 votos X 165 Votos

EIXOS PRIORITÁRIOS:
Cotas sociais e raciais de acordo com a discussão da
frente pró-cotas, NCN e o coletivo negro da USP
Permanência estudantil de acordo com o debate no Crusp
Fim dos processos contra estudantes e funcionários e reintegração dos expulsos/demitidos
Em defesa da universidade pública – contra o pagamento de
mensalidades
Defesa absoluta da EACH

VOTAÇÃO: pra que servem os eixos X Votar os eixos (constraste)

Foi aprovado que todos as demais pautas do fórum sejam referendados como bandeiras do movimento estudantil

VOTAÇÃO: Leiamos todos as pautas e aprovemos uma a uma X Transformar em bandeira todas as propostas que foram enviadas a mesa (contraste)

Bandeiras:

-estatuinte livre e tripartite em oposição a estatuinte da reitoria.
-fim do vestibular e admissão dos estudantes da Univesp nos cursos presenciais.
-Fora polícia militar da USP!
-apuração da contas da usp por comissão dos 3 setores da usp e abertura de contas da usp.
-Fora Zago! Fora Conselho Universitário!
-Fora fundações ! Financiamento integral da Usp pelo Estado.
-Contra as leis que impedem o exercício de greve e contra a lei fascista anti-terrorismo. Fim do cerco militar nas manifestações!

COMANDO DE GREVE
– que o comando de greve forme uma comissão sobre permanência – passou por consenso
VOTAÇÃO:– votação sobre se o comando permanece da forma que está (ganhou) X se se discute novamente o comando e a quantidade de delegadas de cursos sem greve
– A POLI não terá delegados legítimos no comando de greve por fazer sua votação através de plebiscito/urna ao invés de assembleias. Em assembleia passada havia sido deliberado que delegados deveriam ser votados em assembleia e que cursos que não realizassem assembleias em duas semanas teriam seus delegados expirados. Objetivo desta proposta é para que os cursos, mesmo sem greve, sigam mobilizados.

– Consenso de assinar a moção de apoio ao Murilo e Metroviários.

 

 

Assembleia Geral dos Estudantes

Todas a Assembleia Geral dos Estudantes às 18h no vão livre da Hist/Geo para decidirmos quais serão os eixos prioritários de nossa luta.

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Definir eixos prioritários para a greve estudantil: por uma universidade à serviço do povo!

Apesar do adiamento desta assembleia, em nossa última deliberação conseguimos traçar os primeiros passos organizativos da nossa greve ao instituirmos o Comando de Greve como instrumento fundamental para organizar a luta. Mas ainda falta o essencial: definir por quais eixos iremos lutar!

Funcionárias/os e docentes se organizaram e aprovaram uma série de reivindicações. Respeitamos e apoiamos a autonomia destes setores para organizar sua luta, mas precisamos também defender a nossa autonomia enquanto setor estudantil. Enquanto estudantes, o que nos ataca mais diretamente? Qual é o projeto de universidade que nós queremos construir? Por quais pautas seguiremos em greve até que tenhamos conquistas reais?

A assembleia passada deixou muito claro quais os eixos que estudantes defendem: Exigimos COTAS JÁ! Não vamos mais permitir que esta seja uma bandeira tímida do Movimento Estudantil. Se estamos de fato em defesa de uma universidade pública a serviço daquelas pessoas que a sustentam precisamos radicalizar a mobilização e não arredar o pé até que conquistemos nossas pautas! A implementação de cotas não envolve nenhum centavo do orçamento da USP, não tem desculpa e nem mimimi de reitor!

Garantir a entrada de estudantes pobres e negros está ligada diretamente com a necessidade de defendermos aqueles que conseguiram furar a barreira do vestibular e dependem das políticas de permanência estudantil para conseguir se formar. Chega de ter só estudante rica/o conseguindo se sustentar na universidade! Exigimos bolsas reais de apoio à permanência estudantil!

Frente ao descaso da reitoria para com o campus da USP localizado na Zona Leste precisamos deixar claro que um campus universitário na ZL foi reivindicação dos Movimentos Sociais e é lá que a EACH irá permanecer – e descontaminada! Não será nenhum setor estudantil ou trabalhador que irá arcar com as irresponsabilidades do governo do Estado e a da reitoria.

E se queremos poder seguir em luta, sem a criminalização de nossos movimentos, devemos garantir a defesa às/aos nossas/os companheiras/os de militância e exigir o fim de todos os processos contra estudantes da USP, UNESP e UNICAMP!

Cotas já, permanência estudantil , fim dos processos e defesa da EACH como eixos prioritários para greve estudantil!
Se o projeto dos de acima é precarizar para privatizar, o nosso é criar o poder popular
Legitimidade ao Comando de Greve!
AVANCEMOS!