Panfleto de Apresentação do Rizoma 2013

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Rizoma

Somos o Rizoma, uma tendência libertária e autônoma participante do movimento estudantil.

Não queremos o privilégio de mandar, nem a obrigação de obedecer; construímos ombro a ombro. O que queremos não pode ser construído por outras mãos, senão as nossas. Isso inclui não só as lutas do movimento estudantil, mas também a organização de nosso coletivo e nossas atitudes diárias.

Somos de abaixo, como dizem xs zapatistas. Somos aqueles e aquelas que são tão “outrxs” para os que dominam e oprimem. na nossa caminhada, buscamos estar lado a lado com xs trabalhadorxs, xs que lutam por moradia, acesso à cidade, alimentação, as mulheres que se auto-organizam, xs gays e lésbicas, xs marginais, pixadorxs, skatistas, baderneirxs, vagabundxs, pés-rapados, terroristas, gentalha.

Nesse caminhar é constante o construir da coerência, da autocrítica, do discurso e prática inalienáveis; para caminhar ombro a ombro, além de dizer e agir, é preciso ouvir e respeitar a autonomia de todxs essxs, e de todxs que são postxs à margem e abaixo do sistema capitalista e patriarcal- e assim caminhar lado a lado.

Na trincheira da resistência estaremos sempre no lado contrário dos poderes opressores, disciplinares, dominadores, controladores; mas não temos duvida de que resistir é também atacar. Somos de abaixo e é a partir daqui e com xs nossxs que iremos derrubar os de acima.

Somos uma tendência – tendemos a algo – e estamos sempre abertxs a nos reinventar e recriar. Quem decide o que o Rizoma é e para onde vai são xs próprixs estudantes que o compõe. Não temos dirigentes ou comitês centrais e repudiamos a reprodução da lógica do mando, da hierarquia e da representação dentro dos movimentos de resistência.

Nesta nova etapa, pretendemos distribuir nossas forças em dois campos de atuação.

O primeiro será trazer para o dia a dia dos cursos ações e discussões que entendemos como pertinentes e urgentes, tais como a repressão dentro e fora do campus, as cotas e o acesso à universidade, o que inclui também os auxílios que garantem a permanência nesta.

Nosso segundo campo de atuação será lado a lado com xs moradorxs da São Remo. Pretendemos incentivar ações que aproximem esta comunidade dxs estudantes e trabalhadorxs da USP, e vice-versa. Entendemos que o desenvolvimento da solidariedade de classes é passo fundamental na destruição da máquina.

Defendemos estas iniciativas pois enxergarmos dois muros que separam a USP do resto do povo; que impedem tanto uma livre produção e disseminação de saberes, quanto a possibilidade destes estarem de fato articulados com as necessidades das pessoas.

Um muro é o de concreto; portão; de bases móveis e fardas; de câmeras e arame farpado. Guardas armados e milicos garantem o controle e a vigilância de quem entra e de quem sai, quem se arma ou se levanta (PM + GU = ♥).

O outro muro não é tão de concreto, mas igualmente real. É o que assegura, por seleção meritocrática e excludente, que a universidade se mantenha privilégio das elites. Enquanto Sr. Rodas compra tapetes de 36 mil reais, a USP impede o acesso dxs terceirizadxs aos circulares com a criação do BUSP. O pedreiro que construiu um destes muros é o mesmo que é proibido de atravessá-lo. O prédio que ele ergueu será invadido por pesquisadorxs que desenvolverão agrovenenos para intoxicar seu prato de comida.

Acreditamos na derrubada destes muros. E dizemos “Fora USP do Campus”.

Fica aqui um convite para você que se identifica ao menos parcialmente com nossas propostas e ações para vir reinventar o que é o Rizoma. Quer conhecer mais? Cole aí!

06.março às 18h

Espaço Aquário da Geografia / História

Apresentação e conversa aberta.

Rizoma – Tendência libertária autônoma

14.março às 18h

Vão da História / Geografia

Assembleia geral.

rizoma.milharal.org

rizoma@riseup.net

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