Mais de cem presos: episódio isolado segundo Rodas

retirado de: http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=39577

Em entrevista para a rádio USP, João Grandino Rodas se vangloria de os funcionários não fazerem greve por dois anos. Segundo ele, “a satisfação das pessoas dá para notar pelos funcionários e professores”.

Rodas processou toda a diretoria do Sindicato dos Trabalhados da USP e demitiu irregularmente 271 mostrando o vale tudo feito por ele na reitoria.

Montou uma operação de guerra com mais de 400 policiais contra uma ocupação de reitoria, método comum de luta dos estudantes. Na própria USP a reitoria já foi ocupada diversas vezes.

O entrevistador pergunta sobre a relação com os estudantes, apesar dos “Episódios isolados”. Rodas responde: “Não se espera que a universidade tenha um corpo amorfo de alunos (…) Tenho feito reunião com alunos de todos os naipes”. Quem são os estudantes que se reúnem com Rodas os próprios alunos não sabem.

Não foi feita nenhuma assembleia ou reunião em que foi aprovada a participação dos estudantes em reunião com o interventor e qual seria o tema do debate.

Que Rodas se reúne com a direita já é público, mas quem seriam os outros “naipes” de que ele fala? A suspeita é que seja com esquerda pequeno-burguesa (Psol-PSTU) na direção do DCE, já que na própria ocupação da reitoria foram achados documentos que indicavam a relação desses grupos com a reitoria.

No dia 8 de novembro de 2011, 72 estudantes foram presos durante a reintegração de posse da reitoria da USP. A ocupação foi decidida após dois meses da assinatura do Convênio USP-PM que colocou a polícia militar de S. Paulo para fazer rondas ostensivas na cidade universitária. Estudantes, funcionários e professores estavam sofrendo constantes revistas da PM de maneira abusiva. Estudantes e professores relatam as revistas em frente a biblioteca central da USP, na praça do relógio em frente as unidades. A ação era no sentido de intimidar toda a comunidade universitária e não proteger.

O estopim contra a revolta que foi se criando foi a prisão de três estudantes no estacionamento de uma faculdade com cigarro de maconha. A prisão foi uma clara provocação da PM e mais de 500 estudantes protestaram contra a ação.

Logo após foi realizada uma assembleia extraordinária dos estudantes e foi decidida a ocupação da diretoria da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH) pela saída da PM. Em uma assembleia geral dos estudantes decidiram que como a luta era contra a política do reitor era necessária a ocupação da reitoria.

Esta foi uma ação política para denunciar a ditadura imposta contra a comunidade universitária pela administração central nas mãos do fascista João Grandino Rodas. Os estudantes estão fora de todos os organismos de decisão da instituição.

Os 72 estudantes foram autuados pelo crime de desobediência civil e ficaram mais de 20 horas em um ônibus da PM e por muitas horas ficaram sem banheiro e água.

Com a comum covardia da burocracia universitária, no dia 19 de fevereiro de 2012, durante o carnaval, Rodas colocou a tropa de choque da PM para retirar os estudantes da moradia e prendeu 13 estudantes. Os estudantes foram brutalmente reprimidos, sendo presos em celas comuns.

Mais de 50 deles agora sofrem processo criminal.

O suposto apoio a Rodas cai por terra quando até mesmo um ato convocado em apoio a PM e a politica de Rodas não agrupa mais de 30 pessoas na praça do relógio.

A ação de luta de uma parte dos estudantes é sim apoiada por uma maioria silenciosa, pois esses retiram desse apoio a decisão e a força de luta contra a violenta reitoria.

 

Adicionar a favoritos link permanente.

Comentários estão encerrados.