Por Charô Nunes para as Blogueiras Negras
Hoje é o Dia mundial do consumidor, aquele que é definido pelo ato de pagar por determinado produto ou serviço. Na teoria é como se a mão que recebe fosse cega, desde que a caixa registradora continue funcionando muito bem obrigada. Como se, dadas as mesmas condições de pressão e temperatura, a oferta de produtos e serviços fossem iguais para todos os grupos etnicorraciais. Apesar de essa ser a propaganda, sempre estivemos caminhando exatamente no sentido oposto. O racismo costuma preceder qualquer interesse que negros possamos suscitar a anunciantes, empresas e empreendimentos.
Tome como exemplo algo muito simples, o ato de ir e vir num shopping. Quando estamos falando de negros, está implícito que sejamos ostensivamente vigiados e perseguidos. O apartheid que muita gente “descobriu” com o rolezinho é coisa antiga e vai muito bem obrigada. Nesse sentido nossos algozes são bastante democráticos – são igualmente atingidos crianças, adultos e idosos negros. De praticamente todas as classes sociais, ao contrário do que diz aquela estorinha tão bonitinha que nos contam de que no Brasil existe apenas um problema social e nunca racial.