Sem sombra de dúvidas, a universidade se configura – e sempre se configurou na história – como um dos espaços de consolidação de privilégios e dominação das elites, e da acentuação de desigualdades em nossa sociedade,dando encaminhamento à divisão do trabalho nos mais diversos níveis:social, intelectual e braçal, racial,territorial e sexual.
O ambiente universitário que se encontra a partir dessas divisões e desigualdades é de extrema “homogeneidade”, sendo que esse processo de conservação da ordem estabelecida encontra apoio principalmente na barreira social que é o vestibular, um mecanismo que exclui milhares de estudantes por ano, e na insuficiência deliberada dos programas de permanência estudantil, que acaba por excluir aquelxs que passaram pelo primeiro filtro mas que ainda possuem a pressão econômica das despesas com moradia, alimentação e materiais, o que muitas vezes exige dessxs o acréscimo de uma jornada de trabalho/estágio como fonte de renda complementar. Não podemos deixar de pensar também nessa vivência acadêmica sem entender a soma concomitante dos problemas externos de ordem familiar, opressiva e pessoal.