Debate sobre o Movimento Recente da USP

…Porque esquecer não é uma opção! 

Venha para o debate sobre a história recente do movimento estudantil na USP e os processos abertos contra estudantes e funcionárixs

cartaz da atividade

panfleto da atividade

 Quarta 08 de Maio as 18h no Auditório da História

Convidados: Adusp, DCE, Fórum pela democratização da USP, processadxs da moradia retomada e da reintegração de posse da reitoria e Sintusp

A CONTRADIÇÃO EM PROCESSO(S)

Vivemos um momento de escalada brutal da repressão aos movimentos sociais, trabalhadorxs e estudantes. Isso se nota nas violentas reintegrações de posse que vem ocorrendo pelo Brasil, prisões políticas e assassinatos frequentes de militantes, policialização da justiça, etc. A gestão de João Grandino Rodas, eleito em 2009 para a reitoria da USP, reflete duramente essa dinâmica no interior da universidade. Vários mecanismos de ataque à democracia, – sejam de repressão direta ou por meio de fragmentação das categorias, com a terceirização crescente, elitização da universidade e consolidação da exclusão social nela, vigilância e controle – vem sendo utilizados novamente, de modo nunca antes visto senão durante a ditadura civil militar (em alguns casos ainda mais intensos agora que então).

Em 2009 a polícia militar entrou na USP pela primeira vez desde a ditadura, para reprimir uma manifestação de funcionárixs e estudantes. Em 2011, estudantes foram expulsxs arbitrária e definitivamente da USP, por meio de um dispositivo do estatuto da universidade que também não era mais usado desde a ditadura, – a eliminação – pelo qual tais estudantes ficam impedidxs de estabelecer qualquer vínculo posterior com a universidade, acadêmico ou profissional. Ainda neste ano, estudantes e funcionárixs foram presxs na reintegração de posse da reitoria ocupada. Em 2012, outra reintegração de posse violenta aconteceu, desta vez na moradia retomada, ocupação da parte administrativa da antiga COSEAS (atual SAS), que gere o CRUSP; estudantes foram presxs por fumarem maconha, ou abordadxs pela polícia por suas aparências, em vários casos. Além disso, diretorxs do Sintusp têm sido perseguidxs – um delxs foi demitido por “justa causa” – por sua atuação política, greves vem sendo minadas por uma política linha dura, que não permite negociação e divide funcionárixs e professorxs. A diretoria da ADUSP, inclusive, também sofre processos por ter se posicionado contra a gestão Rodas em uma publicação.

Tudo isso deixou marcas indeléveis na configuração atual dos movimentos na USP. Além das dificuldades de organização e mobilização que sentimos, aqueles estudantes e funcionárixs que foram presos estão enfrentando processos administrativos e criminais, ameaçadxs de punição por diversos crimes que não cometeram, inclusive formação de quadrilha, que pode levar a até 8 anos de prisão. Não é apenas um ataque a militantes isoladxs; trata-se da abertura de um precedente histórico para a perseguição política, que submete toda a comunidade acadêmica a uma estrutura autoritária.

Não devemos pensar, no entanto, que não há o que fazer. A organização e mobilização de estudantes, professorxs e funcionárixs é mais necessária que nunca. Para isso, precisamos entender o que de fato ocorreu e vem ocorrendo nessa era Rodas, a que interesses estão ligadas essas políticas antidemocráticas e qual foi o significado do enfrentamento a elas, para avaliar nossas derrotas e reconstituir um campo de possibilidades para nossa atuação. Convocamos a todxs então para um amplo debate sobre a história recente dos movimentos sociais da USP, mas também a fazer ecoar este debate nos cursos, nos fóruns do movimento e reagir ao espectro da barbárie que nos assombra e ameaça concretamente. FIM DOS PROCESSOS! CONTRA AS DENÚNCIAS DO MINISTÉRIO PÚBLICO!

“Podem me prender, podem me bater. Podem até deixar-me sem comer; que eu não mudo de opinião!” Zé Keti, Opinião.

Texto de divulgação da atividade

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