Campanha impulsionada pelo Coletivo Quebrando Muros e pelo Coletivo Outros Outubros Virão na UFPR
http://facamosnos.wordpress.com/
Após uma greve forte e tocada a partir da base dos estudantes, construída por assembleias cheias, comandos de greve autônomos e democráticos, independente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), e de atos e mobilizações marcantes, vivemos agora o momento das eleições para o DCE UFPR 2012/2013.
Nós, estudantes dos coletivos Outros Outubros Virão e Quebrando Muros, e estudantes independentes, avaliamos que nossa tarefa principal deste momento é legitimar o processo de greve e a forma como o movimento foi construído na UFPR. Construímos o movimento por fora da entidade e devemos publicizar e debater ao máximo esse processo. Assim, nos unimos agora para tocarmos a Campanha “Façamos nós por nossas mãos” e convidamos os estudantes da UFPR a se juntarem a nós!
Nesta campanha temos o objetivo de utilizar o momento do processo eleitoral do DCE para mostrarmos que esta não é a única via de nos organizarmos e mobilizarmos e que, a depender do momento, não precisamos utilizá-la! Somos estudantes da UFPR, de diversos cursos, que entendem que a prioridade da esquerda é o trabalho de base. Isto quer dizer construir com os estudantes cotidianamente, na realidade de cada curso, compreendendo as especificidades e demandas, debatendo e conseguindo relacionar os problemas mais superficiais às questões mais profundas dos motivos de tantas contradições e debilidades na Educação.
Nos pautamos pela construção no dia-a-dia, pela organização dos estudantes a partir de suas demandas, por isso não disputaremos o instrumento DCE este ano: direcionaremos nossas energias para outras formas de organização que não organismos burocráticos, mas entidades de base, como CAs e DAs, coletivos de cursos ou demais organizações de base. Defendemos a construção coletiva por compreender que um grupo de estudantes não é a mera soma de seus componentes, já que a atuação conjunta supera qualitativamente uma mera soma de atuações individuais, potencializando a capacidade de interfirir na realidade, como demonstramos nas greves dos últimos anos.
A denúncia ao movimento burocrata-representativo levado pela atual gestão do DCE é também um marco importante dessa greve. Ficou claro para os estudantes que existem diferentes formas de atuar no movimento estudantil, que podem inclusive mascarar seu conteúdo. Os pelegos que ocupam atualmente a gestão do DCE se utilizaram deste instrumento para barrar as movimentações e aparelhar-se à reitoria e ao governo, colocando-se do outro lado da luta dos estudantes. Queríamos e queremos fazer por nós mesmos, de maneira coerente com as nossas demandas, e não através de representantes que distorcem e fazem acordos para garantir pautas que não nos dizem respeito.
É hora que Façamos Nós Por Nossas Mãos! Que nos organizemos, nos movimentemos e lutemos pelas diversas pautas que ainda nos cabem. Enquanto estudantes, ou seja, futuros trabalhadores, temos o dever de utilizar a forma desenvolvida durante a greve e mostrá-la como alternativa para o Movimento Estudantil e demais movimentações que realizaremos para além da Universidade!